Quando Te Conheci escrita por AmyMackenzie


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi amores.
Nunca pensei que estaria aqui, postando uma história de Twilight, só que uma amiga mandou uma imagem desse casal maravilhoso e me senti totalmente inspirada, então obrigada Milla.

Essa história se passa no primeiro encontro deles, que foi em um restaurante, baseado em minhas pesquisas. Espero que vocês gostem porque eu amei TANTO escrever.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/798093/chapter/1

    Vinte anos. Faziam exatos vinte anos desde que havia acordado sozinha em um casebre esquisito, sedenta por algo do qual eu nem mesma sabia o quê. Não me recordava de nada, de quem eu era ou havia sido antes daquele momento, mas uma das poucas lembranças que eu tinha era meu nome, que perdida pelo susto e até medo de estar naquele lugar, eu dizia sem parar, apenas para ter a certeza de que eu não estava louca, mesmo que minha cabeça parecesse que iria explodir. Ainda confusa, eu comecei a ter visões sobre coisas completamente avulsas as quais eu não conseguia identificar com tantos sentimentos conflitantes, até que uma visão mais clara se passou por minha mente e eu vi, um tão belo homem que mais lembrava-me um anjo, com seus olhos cor de mel e cabelos de mesma cor, com cachos longos caindo por seu rosto e um leve sorriso nos lábios que me fazia entender que de alguma forma, era ele quem me tiraria o ar, o chão, as forças e a resistência e ainda assim eu iria querê-lo.

    Vinte anos depois, em uma noite fria da Filadélfia no ano de 1948, ali estava eu, completamente nervosa, com meu coração batendo descompassadamente, de uma forma que eu nem imaginava ser possível, dado ao fato de que eu não estava mais viva, não de verdade, não como humana. Mas parada, em frente a porta do pequeno restaurante percebi que de formas completamente avessas eu estava viva sim, mais do que era sobriamente seguro. Tantos anos eu havia estado sozinha para aprender a me adaptar a vida de vampira, coisa tão solitária. A minha única companhia diária eram as visões que eu tinha daquele tão belo anjo ao longo dos dias, em algumas daquelas visões, eu conseguira ouvir alguém dizer seu nome… “Jasper”. Meu bom e doce Jasper até aquele momento não estava pronto para mim, para o amor que eu estava disposta a dá-lo. Como era possível tamanha loucura? Apaixonar-me por uma miragem que por anos pensei ser apenas uma criação inadequada de minha mente solitária? Mas então, uma nova visão havia me atingido na semana anterior e ele estava ali, tão perto de mim, finalmente pronto para abrir o seu coração, para me deixar entrar. E eu, completamente ansiosa, comecei a atrasar por mais alguns minutos aquele encontro. Eu o havia esperado por tanto tempo que até perdi a conta então porque estava punindo o meu próprio coração com mais minutos de puro e incessante medo?

Não sabia quem havia sido antes daquela vida que tinha há vinte anos, mas a Alice que chegou até a porta daquele restaurante era confiante, alegre, completamente decidida e não poderia ser diferente na noite mais feliz e marcante de toda a sua longa caminhada solo até ali. Por esse motivo eu, buscando uma imagem mental de minhas vestimentas, foquei o meu olhar para uma das janelas longas de vidro do pequeno estabelecimento, notando que estava tudo perfeito.  A blusa preta de gola rulê tinha mangas que iam até os meus punhos e uma luva branca de renda fina cobria as minhas mãos. A saia de couro cós alto batia um palmo abaixo do joelho e era solta em uma cor lápis e a meia calça preta deixava minhas pernas ainda mais bonitas, juntamente com o sapato de saltos baixos. Uma maquiagem leve complementava o visual, destacando meus olhos castanhos e pele extremamente clara por conta de ser uma vampira. Lembrei-me imediatamente que apenas o fato de ser vampira, fazia de mim um dos seres mais atraentes que com certeza aquele restaurante teria. Éramos programados para isso, afinal. Nosso cheiro, nossa voz, nosso corpo… Era tudo um pacote completo, uma isca da qual poucas pessoas conseguiriam escapar. Mas naquela noite eu não queria que essa sensualidade criada pelo veneno que me transformara, fizesse com que as coisas com o homem que eu amava saíssem do controle, porque sim, eu o amava. Mais do que eu mesma poderia explicar.

Então, mais uma visão me fez fechar os olhos, feliz. Jasper segurava em minha mão, enquanto caminhávamos por um parque, imersos apenas em nós mesmos e foi aquilo que fez com que eu finalmente introduzisse uma longa coragem a mim mesma e então, antes que pudesse notar, estava na frente de uma bela recepcionista, que me sorria comedidamente. Sorri pacientemente, enquanto aguardava ela realocar um casal de idosos em suas respectivas mesas e em seguida, voltasse sua atenção para mim.

“Boa noite senhorita.O que posso fazer por você?”

“Boa noite. Indique-me por favor a mesa em que Jasper está acomodado.” 

Ela pareceu duvidar de seus próprios ouvidos, olhando em seu livro de reservas e retornando seu olhar para mim.

“Sinto muito, mas a pessoa por quem procura não está aqui.”

“É um rapaz com a pele tão alva quanto a minha. Seus olhos são cor de mel e os cabelos de mesma cor, que descem em cascatas onduladas por seu rosto. Esse é o homem que procuro e sei que ele está aqui.” 

Ela parecia em um transe, talvez pela minha discrição tão direta, talvez por meus olhos gentis que tentavam persuadi-la para dizer-me de uma vez onde ele estava, mas enfim, saindo de sua inércia e confusão, ela sorriu-me.

“Lembro-me deste rapaz entrando no restaurante. Acredito que ele esteja em uma mesa mais ao fundo. Quer que eu a leve até lá?”

“Não há necessidade, mas ainda assim agradeço sua educação.”

Sem esperar por mais respostas, segui completamente eufórica e ansiosa para o fundo do restaurante, que era um lugar pequeno, mas ainda assim aconchegante e quando estava a menos de três mesas do fim do local, eu o vi. Parecia pleno, calmo, tão bonito que pisquei algumas vezes, só para ter certeza que aquela não era mais uma de minhas visões tão lindas. Mas como poderia ser? Era real. Ele segurava um livro e parecia concentrado ali, com apenas um copo com água em sua frente — que com certeza servia como um disfarce — e uma expressão distraída, mordia o lábio inferior e pelo tempo em que passei parada, lhe olhando, ele não pareceu me notar, colocando seus cachos não uma, mas várias vezes atrás da orelha, ao passo que eles voltavam a cair, de novo e de novo e era adorável.

Ele enfim me percebeu ali, seus sensores de guerrilheiro, que eu sabia que ele o era ou pelo menos havia sido, fizeram-no ser rápido em sua percepção e no segundo em que nossos olhos se encontraram, senti-me viva e apaixonada, ainda mais do que era possível. Ele continuou a me olhar, não parecia irritado ou assustado sobre minha presença, apenas… Curioso. Por isso decidi que dar o primeiro passo era primordial naquele momento.

“Você me fez esperar um bom tempo.” Disse, sentando-me na cadeira a sua frente e ele então cravou aqueles olhos de anjo em mim, parecendo ainda mais confuso do que antes.

“Quem é você?”

“A pessoa que estará ao seu lado a partir de agora.”

Jasper olhou-me por mais um tempo, surpreso com a resposta tão verdadeira, mas ele sabia. Ele tinha o dom de entender meus sentimentos melhor do que eu mesma os explicaria em palavras e eu sabia daquilo, já o tinha visto manipular sentimentos mais vezes naqueles anos do que eu poderia contar. Era por isso que eu havia sido tão direta, sem sondar o território primeiro. Minhas visões mostravam que aquele encontro aconteceria exatamente daquela maneira. Seu olhar continuou em mim, esquadrinhando cada sentimento, cada reação, cada sensação e eu não me surpreendi quando sua pergunta soou, vaga, curta, mas compreensível.

“Como é possível?”

Como era possível que eu fosse apaixonada por alguém que via-me pela primeira vez naquele momento e como eu poderia explicar-lhe tal coisa? Eu não sabia nem por um segundo qual eram as respostas plausíveis, mas ainda sorria, feliz com toda a atenção que ele me dedicava.

“Não sei, mas é sincero.”

“Qual o seu nome?”

“Alice.”

“Acho que temos muito o que conversar então, linda Alice.” Respondeu-me sorrindo pela primeira vez desde que nos vimos, um sorriso tão simpático e sincero que ganhou mais um pouco de meus sentimentos em retribuição.

***

Estávamos andando pelas ruas da Filadélfia há um tempo, conversando sobre nós mesmos. Jasper me dizia com animação seu progresso na vida “vegetariana”, mesmo que tivesse bastante dificuldade ainda. Eu também contei-lhe que aquela havia sido minha decisão no momento em que acordei e entendi finalmente o que havia-me acontecido, mesmo que não recordasse o motivo. Em nenhum momento da conversa inteira falamos sobre meus sentimentos exorbitantes ou a falta destes nele. Jasper ficou surpreso, no entanto, quando descobriu meu dom e a forma como eu o havia visto pela primeira vez — que eu contei, optando por omitir a parte em que ali eu soube que ele seria o amor de minha vida.

Por horas a fio conversamos, nos conhecemos e foi bom, foi intenso, foi real e eu só queria poder ter mais daquilo, mas também sabia que precisava dar o seu espaço. Teríamos a eternidade juntos, afinal. Quando enfim estávamos na rua do hotel em que eu estava hospedada, Jasper entrelaçou nossos dedos, pegando-me desprevenida para aquele momento.

“Obrigado.”

“Por quê está agradecendo?”

“Pelo que você disse a mim, o futuro pode mudar, as visões são subjetivas e você poderia ter escolhido não encontrar-me.”

“Há coisas que nem mesmo nossas atitudes fazem deixar de acontecer. Eu poderia mudar alguns dos meus passos até o dia de hoje, prolongar o momento desse encontro, mesmo que eu não visse razão para tal, mas ainda assim, nos encontraríamos.”

“Como pode ter tanta certeza disso?” Lhe sorri sinceramente, sem de fato responder. Erguendo-me nas pontas dos pés para depositar um beijo doce e demorado em seu rosto.

“Boa noite, Jasper!”

E foi nesse momento em que sua mão, que ainda estava entrelaçada a minha, subiu para meu pulso, puxando-o com mais delicadeza do que eu imaginei ser possível e em menos de segundos, suas mãos estavam em meu rosto e seus lábios cobriam os meus, com carinho e eu o correspondi, puxando-o pela camisa para ainda mais perto, aprofundando o beijo, me preenchendo inteira dele e somente dele. E foi exatamente naquele momento, primeiro beijo intenso e avassalador, que fez com que eu sentisse-me completa que eu tive mais algumas visões nossa juntos em muitos momentos. Jogando baseball com nossa nova família que logo encontraremos juntos, nos beijando apaixonadamente em nosso quarto, tendo um lindo casamento e compartilhando milhares de momentos juntos. A eternidade nos proporcionaria isso. O lado bom de sermos vampiros era que não haviam tantas correntes, amarras ou questões. Um romance em nosso meio era bem mais difícil do que entre humanos e foi por isso que ele havia iniciado aquele beijo. Por saber o que eu sentia, ele também podia sentir pelo menos uma centelha daquilo. Quando o beijo enfim terminou e olhamo-nos ele sorriu, um dos sorrisos mais lindos que eu já havia visto e retribuí da mesma forma genuína.

"E então, doce e vidente Alice… Quando nos veremos novamente?"

"Mais cedo do que imagina, querido Jasper."


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que vocês acharam? Mereço comentários? Hahaha

Aaah, essa família da visão dela foram os Cullen, que Alice e Jasper encontram em 1950, graças às visões de Alice.

Espero os comentários de vocês com carinho. Até a próxima