Brick by brick escrita por WinnieCooper


Capítulo 2
A pessoa mais precavida do mundo, pegou Covid


Notas iniciais do capítulo

Olá Obrigada por darem um voto de confiança para essa fic em meio a Pandemia.



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― Eu nunca vi os trouxas estarem na frente dos bruxos...

― Os trouxas estão na frente dos bruxos há muito tempo.

―Mas ainda não inventaram um jeito de ter as coisas na mão com um simples feitiço convocatório.

― Não precisam, eles tem a internet que é praticamente a mesma coisa. A questão não é essa, a questão é que preciso ligar pro meu médico.

Hermione levantou-se da cama que ainda estava sentada depois de discutir com o marido o porquê procuraria um médico trouxa antes de ir atrás de um medibruxo.

Achou seu celular e procurou em sua agenda o número de seu médico. Discou. Explicou toda situação a ele e recebeu suas respostas.

Ron estava ponderando se deveria aparatar e ir até a loja em que George o esperava, mas uma coruja pousou a sua frente e ele deu atenção a ave.

Era um pergaminho de Hogwarts endereçado a ele e Hermione.

“Senhores pais e responsáveis,

Diante do novo quadro de saúde e do momento atípico que estamos vivendo, em que um vírus trouxa está expandindo mundialmente, decidimos em conjunto com os docentes, pais e alunos do conselho escolar, respeitando as medidas preventivas instruídas pelo departamento de saúde bruxa, que as aulas presenciais estão suspensas até segunda ordem.

Os alunos estarão voltando para a casa de trem amanhã, deverão permanecer em suas casas onde receberão tarefas diárias dos professores em aulas remotas. É de extrema importância a realização dessas tarefas para a conclusão do ano letivo, já que não temos previsão quando a cura para a doença chegará.

Agradeço a compreensão e o apoio de todos, estarei à disposição para esclarecer as possíveis dúvidas.

Atenciosamente,

Diretora Minerva McGonagall”

― ...Então o senhor afirma que se eu não estiver sentindo falta de ar não preciso sair de casa?... Entendo...

Ron ouviu Hermione ao fundo conversando com seu médico, desistiu de ir a loja, se essa doença era assim tão séria mesmo e se Hermione estivesse com a ela, ele poderia ter pego e pior, passar para as pessoas que encontrasse na rua. Decidiu escrever para George explicando o que estava acontecendo.

Hermione permaneceu conversando com seu médico durante longos minutos, parecia querer sanar todas as dúvidas do universo a respeito da doença que ninguém tinha muita certeza de como proceder ainda.

Ron mandou a carta ao irmão e sócio e esperou ela desligar o telefone.

― Ele te falou se está com a doença ou não? – estava curioso e também preocupado.

 ― Como tenho mais que três sintomas, provavelmente sim.

― O que vai tomar para sarar? Pode ser poções? Ou precisa ir até a... Qual é mesmo o nome? Loja de drogas.

― Farmácia. – ela o corrigiu sentindo sua voz falhar e sua garganta arranhar mais ainda. – O doutor me disse que devo tratar como uma gripe e torcer para as coisas não complicarem.

Hermione sentiu sua cabeça latejar de dor novamente e começou a tossir. Ron automaticamente pegou um lenço para ela. Hermione ergueu sua mão em direção ao marido impedindo ele de chegar perto de si.

― É contagioso, precisamos ficar longe. Devemos usar máscaras.

― Máscaras?

― Para evitar que o contágio seja mais fácil já que nós dois estamos trancados aqui dentro agora por pelo menos 14 dias.

Ron negou com a cabeça não entendendo onde ela queria chegar.

― É contagioso demais e se eu estiver com a doença é fácil de você pegar estando na mesma casa que eu, então devemos ficar afastados.

Ele bufou nervoso e cruzou os braços.

― Como se já não estivéssemos afastados.

― Contato físico! Gotículas da fala, temos que nos manter afastados! – ela começou a tossir continuamente e Ron deu um passo para trás.

― Está bem? – perguntou assim que viu ela parar de tossir.

Ficou reparando nela, em seus olhos lacrimejados, em suas bochechas vermelhas devido a febre, em seus ombros baixos e cansados.

― Vou ficar bem se ficar longe de mim...

Era o que ele precisava para ir para outro cômodo em que a presença física dela não estivesse.

― Não precisa ficar bravo comigo... – ouviu ela dizer da sala enquanto estava na cozinha carrancudo observando a geladeira aberta.

― Não estou bravo com você, essa é minha feição costumeira já que sempre estamos brigando.

Não aguentou e voltou para a sala a encarando.

― Não percebe o estado que estou e vai continuar brigando comigo? Vai? – Hermione poderia representar qualquer criança pedindo doce pela maneira que disse a frase a ele, quase fez um bico para completar.

― É você que está brigando comigo me mandando ficar bem longe de você. – ele não era tão fácil de ser persuadido.

― Hahahahaha – ela começou a rir e a tossir ao mesmo tempo. – Não me faça rir Ron, será que você não percebeu? Não devemos ficar no mesmo cômodo para você não pegar a doença. Estou pensando em você.

― Que bom saber. – ele concordou com a cabeça tentando parecer calmo. – Bom saber que pensa em mim já que aparentemente ontem eu sumi da sua cabeça no dia do evento mais importante da minha carreira.

― Vai jogar isso na minha cara até quando? Até os filhos dos nossos netos terem filhos?

― Não, até você me pedir desculpas. – ele a olhou triste. – Mas pelo jeito vai ser até os filhos dos nossos bisnetos terem filhos.

Ela suspirou, queria o abraçar e o beijar, sentir seus braços em volta de si, permitir que ele a embalasse e a protegesse tirando toda dor da doença de dentro de seu corpo, mas não podia.

― Me perdoe? Por favor. Eu sei que sou uma péssima esposa quando quero. Você é infinitamente melhor do que eu...

― Hermione... – ele negou com a cabeça sentando-se na ponta do sofá em que ela estava.

― Me deixe falar, não queria minhas desculpas? Então aqui vão elas... Eu sei que sou muito racional, a maioria do tempo, mas ter você me torna uma pessoa passional, entende? Não seria nada sem você e eu errei. Me perdoe? – ele tentou se fazer de difícil a ela. – Eu amo você, mas preciso que fique longe de mim.

― Precisa melhorar seu romantismo.

― É sério, Ron, você tem pressão alta e pessoas com hipertensão tendem a correr mais perigo se pegar a doença.

― Entendi... – ele se levantou sentando-se numa cadeira mais longe dela. – O que seu médico lhe explicou?

Hermione falou a ele tudo o que tinha escutado do médico, explicou como tudo acontecia e que provavelmente ela estava mesmo com a doença e que ninguém sabia lidar muito bem com ela, precisava se cuidar e só ir para o hospital se tivesse falta de ar.

― ...Eu só fico preocupada com as crianças em Hogwarts, o que será que a McGonagall vai fazer?... Se ao menos ela tivesse acatado minha sugestão de implantar telefones na escola poderia me comunicar mais facilmente com ela...

― Sobre isso...

Ron pegou o pergaminho que havia recebido da escola e levitou até a esposa. Hermione leu atentamente.

― Eles não podem ficar em casa! – ela exclamou olhando para o papel. – Pelo menos por duas semanas.

― Posso mandar uma carta a minha mãe pedindo a ela, ou Harry, eles podem ficar com o Harry.

― Melhor o Harry, sua mãe e seu pai são idosos é perigoso para eles também.

― Ok. Vou escrever a carta a ele.

Hermione deitou no sofá e colocou a mão em sua testa, seu corpo doía, sua garganta doía. Começou a pensar que se não fosse a época poderia estar com sintomas de uma gripe comum. Agradeceu não estar com falta de ar.

― Posso imaginar onde você pegou!

Ron gritou da cozinha, suas pálpebras estavam pesadas para se abrirem, respondeu a ele ainda com os olhos fechados.

― ...É impossível saber onde peguei o vírus.

― No lugar que você passa 24 horas por dia, sete dias por semana, 31 dias por mês. Ministério da magia.

Ele havia retornado para a sala, ela sentou-se com dificuldade novamente e o encarou cansada.

― Você sabe que nem todos os meses tem 31 dias. – Não conseguia deixar de corrigi-lo.

― Só pra te dizer que o lugar que mais ama no mundo te trouxe a doença. – ele sorriu para ela e ergueu as sobrancelhas.

― É aí que você se engana, que o melhor lugar do mundo é no seu abraço. – ela lhe entregou um sorriso cansado.

― Essa é sua tentativa de pazes? Todo seu romantismo do mês nessa frase?

― Aí, Ron! – ela revirou os olhos.

― Não se esqueça que não posso ser seu melhor lugar do mundo, já que posso me contagiar.

― Eu me resumo a você a ser a portadora do vírus agora? É isso?

― Sim, é isso!

― É isso, vamos ter que passar 14 dias nos aguentando.

― Sim, cada um no seu território!

 

 


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Notas finais do capítulo

Prometo que eles não brigarão pra sempre



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