The Color of the Stars escrita por Bruna Rogers


Capítulo 5
Capítulo 4




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Guida estava muito ocupada tentando se livrar daqueles dois invasores para dar atenção ao que ocorria ao seu redor, ainda assim ela viu Mary e outro invasor — menor do que os outros — ajoelhados ao lado do inconsciente Robin. O golpe na cabeça deve ter sido muito forte, já que mesmo com o pandemônio que tomou conta do apartamento, o menino continuava adormecido.

Novamente ela se repreendeu por se importar com o menino, mesmo que por um segundo. Pessoas demais queriam a cabeça de Mary, de Triny e dela própria, para que Guida pudesse se dar ao luxo de se importar com outros.

Guida girou o corpo quando o homem que usava capa preta tentou lhe acertar com um cassetete, agarrando parte da capa e o lançando contra o outro de capacete vermelho. Esse por sua vez saiu da frente evitando ser atingido pelo outro.

 

Jason se escondeu atrás da mureta que separava a sala da cozinha, Tim se encolheu para evitar ser queimado. Olhando de relance por cima do tampão de mármore ele viu a outra mulher, a que saiu voando com Conner ao lado do corpo de Damian, Jon e outra garota. Aquilo estava muito estranho.

Ao fundo ele ouviu o som de sirenes, buzinas de caminhões de bombeiros. Eles botaram fogo no apartamento. Bem não eles exatamente, elas colocaram.

Todd recarregou suas armas, e quando as chamas cessaram ele atirou contra a mulher com quem lutava antes.

— Para — o grito de Jon veio acompanhado pelo garoto lutando contra Todd para desviar o tiro.

A bala atinge a parede ao lado da cabeça dela fazendo-a mudar sua atenção para os dois.

Guida mal viu o garoto voar contra o de capacete vermelho, enquanto Mary se punha entre ela e os invasores, finalmente abandonando o corpo do Robin.

— Gui você tem que parar — Mary disse.

Guida a encarou como se ela tivesse ficado louca. Eles tinham invadido sua casa, atacado elas, e a menina queria que Guida não retalhasse, no minimo, isso era loucura.

— Superboy — ela disse apontando para o meio da sala, que estava sendo tomada pelas chamas e fumaça.

—Puta merda — Ela murmurou. 

 

É claro que a aparição de Robin traria problemas, muitos deles. E agora tinha a porra do filho do Superman em sua sala. Bem no que foi sua sala.

— A policia está aqui — alguém gritou.

Guida percebeu que o garoto de capa preta estava olhando para fora do apartamento pelo buraco que se tornou sua parede.

Era o que faltava, a policia. Como se não fosse problemático o bastante o problema atual.Triny puxou o corpo do Robin erguendo-o em seus braços. Eles tinham que sair dali, todos eles. Ela o colocou no lado do cara de capa, e encarou o horizonte, e o que tinha lá embaixo. 

 

Vários carros policiais, e alguns caminhões do bombeiro. Pessoas corriam, saindo do prédio em chamas.

Ela viu o cara com quem lutou carregando duas crianças até o chão em segurança. Eles não eram os caçadores de recompensa mandados para levar Mary de volta a Tamaran, e matar as duas guerreiras, mas também não eram aliados.

 

— Temos que sair daqui agora — Jon gritou ouvindo um estalo em meio ao alarme de incêndio.

 

Ele olhou para cima, usando sua visão de raio-x para descobrir se o som vinha da estrutura, e se sim, de que parte. Algo estava errado, o que não poderia o surpreender, considerando que seu irmão e aquela mulher haviam atravessado várias paredes cortando um andar inteiro do prédio.

— Danos na estrutura — ele diz a Todd, ainda encarando o teto.

Jason olhou para Tim e o encontrou abaixado junto a Damian. Eles já tinham o que queriam, e podiam ir embora. Mas ele se deteve ao notar algo se movendo acima deles.

— Para fora — ele gritou ao ver Conner pairando do lado de fora.

Um rangido alto acompanhado por um tremor. Um sinal de perigo brilhando alto. Guida entendeu o grito do invasor e antes que pudesse se mover, ela sentiu o teto e o chão cedendo. Ela empurrou com força Mary, jogando-a contra Triny, um segundo antes do teto desabar.

********

Tudo aconteceu muito rápido. Ele gritou uma ordem, meio segundo depois ele viu um corpo passando diante de seus olhos e cair perto de Tim. Ele se virou para a mulher com quem ele lutava, e antes que conseguisse se impedir, Jason correu até ela.

Seus corpos se trombaram e ambos caíram a alguns metros de onde ela estava parada. O som alto do teto caindo. A poeira se levantou, misturando-se com a fumaça do fogo, tornando ainda mais difícil de respirar.

— Guida — o grito de Mary atravessou a parede de destroços, diluída entre a infinidade sons altos de sirenes, vozes e alarmes.

— Estou bem — ela gritou de volta. Sua garganta estava começando a ficar seca por causa do ambiente — Saiam daqui — ela ordenou se levantando.

— Merda — ela ouviu uma voz murmurar.

Estavam muito perto, ou ela não teria ouvido o gemido de dor. Em meio a poeira e fumaça, ela avistou o capacete vermelho a poucos centímetros de onde ela tinha caído.

— Guida — Mary gritou novamente.

— Tire-a daqui Tri...— a tosse e a garganta arranhando interromperam na em sua ordem.

Se deixando focar no que tinha ao seu redor além dos entulhos do que um dia foi o teto. A luz elétrica devia ter sido cortada, mas ela ainda tinha certa visibilidade graças a luz da rua que entrava pelo pequeno túnel que se tornou o que antes eram as paredes de seu apartamento e a de seu vizinho.

De volta ao cara de capacete vermelho, ela prestou mais atenção nele, correndo seu olhar pelo corpo ainda no chão. Ele estava sentado pressionando um ponto da coxa enquanto murmurava palavrões, que apesar de baixos, ela ainda conseguia ouvir.Guida se ajoelhou do lado dele tentando descobrir o que aconteceu. Um corte no meio da coxa agora manchava a calça escura de sangue. Ela retirou o próprio cinto usando-a para amarrar em volta da perna dele, estancando o sangramento da melhor forma possível. Ela puxou o corpo dele de perto dos escombros em direção a o único caminho que os levariam para fora daquela destruição.

Deveria deixá-lo sangrando no chão ela pensou enquanto se aproximava da ponta do prédio, mas o idiota havia pulado para salvá-la e ela tinha um senso de justiça. E maldita seja ela por deixá-lo morrer depois que ele a salvou.

Talvez ela possa matá-lo depois. De uma forma mais justa, pois apesar de ter sido salva pelo desconhecido, o desgraçado ainda invadiu e destruiu sua casa.

Se uma voz irritante e esperta dentro dela, não estivesse lhe dizendo que aquele estranho com um capacete vermelho estupido tinha alguma ligação com o herói inconsciente e consequentemente com o pai de Mary, ela estaria mais inclinada em fazê-lo pagar por tudo que elas acabaram de perder por causa deles, mas ela queria muita distancia dos Wayne, Robin's e qualquer um com quem sua rainha teve contato quando esteve na Terra.

Proteger Mary de seus familiares maternos já eram dor de cabeça suficiente.

Chegando ao parapeito ela olhou para o chão, diversas viaturas policiais cercavam todo o prédio, descer não era uma boa opção. Poderia empurrá-lo, a queda daria uma ótima distração para a sua fuga, e novamente ele seria morto por suas mãos não porque algo o machucou permitindo que o incêndio o atingisse. Mas novamente ela faz o contrário, a mania de pregar bondade de Triny e Mary a estavam contaminando, e ela odiava muito isso.

— Consegue ficar de pé? — ela perguntou ainda olhando para onde poderiam ir.

— Consigo — ele disse com a voz calma, forçando para não deixar a dor que ele está sentindo transparecer.

Jason se levantou encarando a estranha de perto. No silêncio, ou quase isso, do momento ele a analisou mais de perto.

Era uma mulher negra, aparentemente normal, claro que se não tive experimentado em primeira mão o que ela era capaz de fazer, não conseguiria notar a diferença dela para qualquer outra pessoa.

Uma meta-humana, a cidade tinha vários deles. Não era surpreendente, não deveria ser. Ainda assim ele estava surpreso.

O cabelo composto de diversas trancinhas mesclando o que ele imaginou ser o cabelo castanho escuro natural dela com mechas roxos. Ela era alta, devia ter mais ou menos a altura do Tim, julgando pela proximidade deles agora.

Ela agarrou o braço dele puxando-o mais para a beirada até que ela estivesse completamente do lado de fora.

Por baixo da mascara ele arregalou os olhos, mas não deixou transparecer a surpresa por ela poder voar.

Ele resistiu a mais algumas tentativas dela de fazê-lo sair do prédio destruído. Ela parecia ter uma paciência notável, pois ela deu a volta por ele e o empurrou para fora do prédio. A queda foi curta, Todd notou quando ela passou os braços pelo tronco dele, abaixo de seus braços e o puxou para cima. Voando para longe dos policiais e daquela confusão.

Foda-se ele pensou admitindo para si que não estava entendendo mais nada.

Com muita certeza ele no lugar dela, tendo sua casa invadida ou mesmo que elas tenham sequestrado Damian e foram pegas, ele não teria salvado quem quer que fosse que se colocasse no seu caminho. Vilões e capangas não querem ver heróis vivos — não que ele si considerasse lá um heróis. A morte dos que lutam pelo bem é gratificante para os que fazem o mal. Mas ali estava aquela estranha mulher o carregando para longe de um prédio em chamas, em segurança quando podia simplesmente o largar e deixá-lo cair para uma morte certa.

 


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