The Reason escrita por Kah Nanda


Capítulo 1
You & Me


Notas iniciais do capítulo

Boa noite. Sou a Kah Nanda. Desejo boas vindas a todas as leitoras, novas ou conhecidas, que tirarão um tempo para se deliciar com essa One especial criada em homenagem ao nascimento/aniversário dessa que vos fala.
No último dia 03/12, completei 26 primaveras e por conta disso quis escrever algo especial para marcar o evento. Mas justamente por ser a comemoração do meu aniversário não consegui postar na data, então guardei a publicação para hoje, já que lá em 1994, foi em um sábado que cheguei a esse mundo.
Mas porque estou falando sobre minha vida pessoal? Porque essa One teve inspiração na música “On Bended Knee - Boyz II Men”, que estava no topo das paradas musicais no dia do meu nascimento. Quem já é minha leitora sabe que no mês de Setembro postei uma série de Ones em homenagem aos nascimentos de Beward e Robsten, com o mesmo intuito, construir a história inspirada na música de maior sucesso do dia que eles nasceram e agora chegou à minha vez.
Com isso espero que gostem da One, que a mesma também cative seus corações. Não deixem de ler as notas finais, pois nelas explico melhor sobre a inspiração. E ao terminar a leitura, deixe uma review, dê esse presente a essa autora que só procura criar boas histórias com nosso casal favorito Beward...
Apreciem Sem Moderação.

Capítulo Postado Em: 05/12/20



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/797644/chapter/1

POV Edward

Sinto a sua falta...

Li novamente a mensagem que enviei a Bella há pouco.

Ela ainda não viu, deve estar ocupada, ocupada como tem estado por muito tempo nos últimos meses...

O que escrevi na mensagem é a verdade.

Estou realmente com muitas saudades suas, tantas que às vezes penso que não aguentarei.

E quem sabe não deva mesmo aguentar essa distância, talvez tenha chegado o momento de fazer algo de fato, algo que já era para ter acontecido antes e por situações adversas foram adiadas, mas agora estou decidido a ir até o fim...

***

Bella e eu nos conhecemos desde o Middle School, na verdade ela já tinha notado minha presença desde o 2º ano do período, porém só fui me aproximar da menina tímida e um pouco nerd da sala no último ano do ciclo.

Anos depois ela confessou que já gostava um pouco de mim desde aquela época, mas que obviamente guardou os sentimentos para si já que nem nos falávamos, porém quando finalmente nos acertamos ela mostrou bilhetinhos que escrevia, anotações sobre aulas em que lhe dirigi a palavra ou até citações de músicas que a acompanhavam enquanto pensava em mim.

Há anos penso em como fui bobo por não tê-la notado desde cedo, mas tão pouco posso me culpar tanto, afinal de contas também era só um garoto, que dos 12 anos a pelo menos os 14 anos, não pensava muito em meninas.

Alguns colegas da época já eram fissurados nelas desde antes, mas eu apenas queria jogar meu vídeo game em paz, praticar basquete na escola e não tomar bronca ao chegar todo suado e sujo por andar de skate na rua, não que em algum dia isso tenha acontecido, já que minha mãe sempre fez questão de recriminar esse tipo de atitude.

Então quando finalmente Bella e eu nos aproximamos, no último ano do Middle School, acredito que aconteceu como deveria ser.

 

Um professor, que agora não consigo lembrar a matéria que lecionava se era história ou filosofia, aplicou a técnica clássica de juntar alunos distintos para fazer dupla em um projeto, com isso Bella e eu formamos uma equipe.

Eu podia não conhecê-la a fundo ainda, mas sabia por alto que ela era muito estudiosa e compenetrada com as questões da escola, não que eu fosse desleixado, sempre fui bom aluno e para ser esportista no meu colégio tinha obrigação de ter notas acima de pelo menos B, o que conseguia até que com certa facilidade.

Mas é claro que minhas habilidades estudantis não se comparavam a de Bella Swan, por isso não tenho medo de confessar hoje, como também já o fiz a Bella, que tive certo receio em me aproximar e ela achar que era apenas um garoto bobo sem instrução alguma que teria que levar arrastada na dupla.

Porém provando que realmente não a conhecia, Bella foi muito gentil, solicita, fazendo questão de ouvir minha opinião em tudo e que formássemos uma dupla realmente conjunta, com os dois trabalhando a fundo no projeto.

Apesar de tímida em muitos aspectos, não se ressentiu em mostrar domínio do assunto e também feliz por estar próxima a mim, fato que tive conhecimento mais para frente, não tinha a pretensão de pensar assim na época e tão pouco o faria hoje, porém pouco a pouco me deixou conhecer sua verdadeira faceta.

Posso não lembrar exatamente qual a matéria do trabalho, mas recordo que fomos muito bem à execução do mesmo, as tarde de estudo, geralmente em minha casa, foram produtivas e divertidas.

Ela sempre acabava ficando mais tempo após encerrarmos o trabalho, então minha mãe nos oferecia um lanche e depois disso ficávamos um pouco na sala de TV assistindo um programa qualquer com minha irmã mais nova.

Eu até podia não ser um garoto fissurado em meninas, mas ainda sim já tinha alguns instintos despertos e sei que durante algumas daquelas tardes senti coisas diferentes por Bella. Ela ainda não tinha desenvolvido seu corpo de moça, assemelhava-se ainda a menina que estava deixando de ser, mas isso realmente não importava, pois seu rosto sempre foi lindo e foi por ele que me encantei...

Após a finalização do trabalho mantivemos a amizade não tão próxima quanto nos dias anteriores, mas também já não éramos meros colegas de classe como antes.

Sempre que possível ficava um tempo em sua carteira conversando antes do professor chegar ou a fazia ir até a minha, ainda que nesses momentos suas bochechas adquirissem lindos tons rosados, que ás vezes era capaz de fazer algo propositalmente apenas para ver o rubor.

Assim o Middle School terminou e quando pensei que o High School traria mudanças felizes a nossa dinâmica, não podia ter sido surpreendido de forma tão distinta e não contente.

Durante aquele verão Bella mudou-se com a mãe para outro estado, o ano foi marcado pelo divórcio dos pais e mesmo não querendo partir deixando o pai sozinho e toda a vida que conhecia em Chicago, ainda assim foi o que Bella fez para não deixar a mãe só.

Nem ao menos tivemos a oportunidade de nos despedir, fiquei sabendo sobre o divórcio dos Swans por meio dos meus pais e sobre a partida de Bella apenas quando retornei a escola.

Passei alguns dias pensando para onde ela foi como estaria sendo a nova vida e se encontraria outro amigo ou amigos a quem apegar-se, meu lado racional torcia para que sim, pois não gostaria que ela passasse os quatro anos do High School sozinha, mas uma pequena parte egoísta e ainda infantil torceu por algum tempo para que não.

Mas essas partes assim como suas lembranças acabaram esquecidas pelo restante daqueles anos que passei no High School...

***

Realmente já não me lembrava de Bella após os quatro anos do High School, acreditava fielmente que se a encontrasse na rua não a reconheceria e foi exatamente o que aconteceu...

— Edward, tenho certeza que o grupo não veio para esse lado.

— E dai Alice? Eu sei onde fica o hotel. Não precisamos ficar grudados no grupo o tempo todo. – Informei a minha irmã, que apenas deu de ombros a minha fala. – Aqui é Paris, você não queria conhecer a cidade e aproveitar? – Perguntei enquanto girava o corpo para exemplificar a beleza da cidade, porém como não olhei para trás ao fazê-lo e acabei batendo em alguém que passava por mim.

— Ai. – Ouvi o resmungo da moça que acabou indo ao chão com o impacto.

— Desculpe.

— Perdoe o meu irmão.

Alice e eu falamos em inglês mesmo, apesar de sabermos que os franceses não gostam muito que falem em outra língua que não a sua, apesar de dominar o inglês muito bem.

— Deixe-me ajudá-la. – Ofereci a mão à moça que pegou de pronto e não sei por que senti algo estranho ao tocá-la.

— Obrigada. – Agradeceu também em inglês e pelo sotaque não acredito que seja francesa.

— Você está bem? Não se machucou? – Alice perguntou quando a ergui.

Ela deu uma olhada para si, acabei fazendo-o também reparando no corpo esguio e bem apessoado.

— Não. Foi um tombo leve, acredito que se fosse outra pessoa nem teria caído, mas como sou eu, acabei indo ao chão. Mas estou bem, não precisam se preocupar. – Informou de modo gentil.

Como ela ficou o tempo todo de cabeça baixa, primeiro pela queda e depois para olhar se estava tudo bem, ainda não tinha visto seu rosto, mas quando o ergueu senti outro impacto.

— Se está tudo bem, melhor. Eu sou Alice e esse é meu irmão.

— Edward... – Sua voz não passou de um sussurro, mas ainda sim ouvi.

— Bella? – Seu nome entre meus lábios saiu mais como uma pergunta. – Bella Swan? – Arrisquei novamente.

— Sim. E você é o Edward certo? Edward Cullen.

— Sou, mas como...

— Também não sei...

Nossas frases entrecortadas foram interrompidas pelo comentário de Alice.

— Vocês se conhecem?

— Estudamos juntos no Middle School. – Respondi.

— Ah, acho que me lembro de você. Você chegou a ir à nossa casa algumas vezes não é? – Alice questionou.

— Sim. Seu irmão e eu estudamos juntos por todo Middle School, mas só nos aproximamos no último ano. – Comentou.

— E depois disso você foi embora. – Falei.

— Pois é. Meus pais se separaram no verão que antecedeu o High School e acabei indo embora com a minha mãe.

— Eu fiquei sabendo. E para onde foi?

— Ah tantos lugares que vocês nem imaginam. – Respondeu de forma despretensiosa.

— Caso não esteja com pressa ou tenha compromisso, podemos conversar e colocar o papo em dia o que acha? – Sugeri.

— Por mim tudo bem. Já perdi o compromisso de hoje, então estou livre.

— Passamos por um café ainda a pouco, podemos ir lá. – Alice comentou.

E por um momento até esqueci sua presença, mas quando Bella assentiu a sugestão de minha irmã, segui as duas até o café indicado.

Lá Bella informou de forma resumida como foram os anos depois de deixar Chicago com a mãe, que a mesma insistia em viajar sempre, fazendo assim com que ela não conseguisse se estabilizar em apenas uma escola, então durante os dois primeiros anos do High School teve que estudar em umas quatro escolas diferentes, até que prestes a entrar no terceiro ano bateu o pé e insistiu para ficar em um lugar só, para assim concluir o High School em um lugar e poder conquistar vaga em uma boa universidade. A partir de então mudaram para Los Angeles e é onde moram hoje.

Mais abismado do que fiquei ao saber como foram seus últimos anos, foi descobrir o motivo da reunião inesperada após tanto tempo aqui em Paris.

— E é isso, ao menos consegui me formar. Mas e vocês? Qual motivo os trás a Paris? Presente de formatura? – Perguntou.

— Não. Eu vim apenas de companhia e só ficarei durante o tempo que Edward passar na França, depois voltarei para casa, tenho outros planos para minhas férias. – Alice respondeu.

— Então o que o trás aqui? – Bella perguntou me olhando.

— Resolvi fazer um curso intensivo de línguas, aperfeiçoar as que aprendi no colégio e aprender outras. Passarei o verão todo viajando pela Europa, visitando cada país do itinerário. – Respondi.

— Você só pode estar brincando! – Bella praticamente gritou.

— Não estou. Mas porque dessa reação?

— Porque também estou inscrita nesse curso. Era para ter chegado ontem, mas minha mãe acabou me fazendo perder o voo, então só consegui chegar hoje. Por isso comentei antes que já tinha perdido meu compromisso. Deveria estar com o grupo, mas não cheguei a tempo.

— Estávamos com eles até pouco tempo, mas Edward não quis esperar e ai saímos para andar sozinhos e encontramos você. – Alice comentou. – Mas isso que é coincidência, não acham?

— Realmente. – Murmurei.

— Acho que passaremos as férias juntos. – Bella comentou.

— Tudo bem por você? – Perguntei.

— Sim. Será bom ter um velho amigo para compartilhar a experiência. E para você, tudo bem?

— Tudo ótimo. Estava contando os dias para Alice ir embora, mas será legal ter sua companhia no restante da viagem.

— Hey! – Minha irmã protestou após o que disse e Bella riu de seu jeito.

Um riso tão bonito, bonito como ela...

O pacote que fechamos do curso foi o completo, outra coincidência, já que o mesmo poderia ser adquirido a partir de três línguas, passando a quatro ou cinco, até o total com sete.

A estadia em cada país será de dez dias, assim revezaremos entre aulas presenciais pela manhã, passeios coordenados para conhecer mais da cultura local e também nos familiarizar com a língua entre tarde e noites alternadas, e alguns períodos desses livres para usufruirmos como desejarmos.

Durante os dias que passamos na França, tirando os horários de aula presencial, Alice esteve todo o tempo conosco, sendo assim a viagem teve cara de encontro entre amigos mesmo, Bella solícita como sempre fazia questão de incluir minha irmã em todos os passeios e ceder as suas vontades também em determinados momentos, porém quando os dez dias destinados a ficar na França terminaram, não pude agradecer mais.

Não que não ame minha irmã e não é como se estivesse odiando seu tempo conosco, mas por algum motivo gostaria de aproveitar o tempo a sós com Bella.

Se já a considerava uma boa companhia antes, hoje em dia ela parece ser ainda mais interessante, inteligente, carismática, engraçada, gentil, atenciosa, meiga, linda...

E por isso queria aproveitar sua companhia como todo, sem qualquer distração, além do curso que fazemos, é claro.

Após a partida de Alice seguimos com o grupo para nossa próxima parada, a Suíça. E o itinerário seguiria a cada dez dias ainda pelos seguintes países, Espanha, Irlanda, Portugal, Itália e encerrando tudo na Alemanha...

A Suíça é realmente encantadora, não é atoa que em várias pesquisas é um dos países mais recomendados para viver, pois tudo funciona tão perfeitamente que para nós americanos fica até incomodo notar como por muitos somos considerados o país central, a maior nação, o modelo de inspiração, mas realmente ao conhecer outros lugares notamos ainda mais como nossa terra tem sim várias e muitas falhas.

Os dias na Suíça foram ótimos, aprendemos muito, nos divertirmos e pude conhecer ainda mais dessa nova Bella. Ao mesmo tempo em que ainda tinha muito da menina que um dia conheci, confirmei por mim mesmo que ela amadureceu muito ao longo dos anos e apesar de ainda ser jovem, como eu, com apenas 18 anos, Bella não é de modo algum como qualquer outra garota que já conheci...

Não imaginei que teria, não tinha perspectiva alguma que as coisas mudassem, estava realmente bem com tudo do jeito que estava, mas não negarei que fiquei felicíssimo com a mudança em nossa relação após chegarmos à Espanha...

Primeiro que o país inspira uma coisa mais ousada, intensa. A música, a cultura, a língua. Tudo contribui para uma mudança. E após passarmos por países, digamos que mais conservadores, ao entrar de cabeça no ensejo espanhol acabamos também a certo modo nos libertando...

Foi na terceira noite, era nossa primeira noite livre para usufruir da maneira que quiséssemos sem o grupo, então decidimos explorar Madri como qualquer outro turista.

Fomos comer em um restaurante local e depois andar pela cidade, as pessoas gostam de exaltar a beleza noturna de Paris, mas Madri também é extremamente linda e ficou ainda mais linda a companhia de Bella, que vestia uma saia longa, mas que esvoaçava ao caminhar, uma blusa soltinha, assim como os longos cabelos castanhos balançando junto ao corpo.

Paramos de repente em uma rua que parecia ter uma espécie de festa, pessoas cantavam e dançavam soltas e não sei como Bella me convenceu a ir dançar um pouco consigo, no fim ficou provado que não levo muito jeito para coisa, mas só por estar tão próximo a ela já valeu a pena.

— Falei para você que não era bom. – Comentei quando nos afastamos um pouco da multidão.

— Tudo bem, foi divertido mesmo sim.

— Que bom, não gostaria de estragar sua noite.

— De forma alguma. Você é o motivo para que não só essa noite como a viagem toda esteja sendo incrível. – Falou e fiquei estagnado por um tempo apenas olhando em seus olhos.

Vi sua respiração mudar quando me aproximei, porém apesar do impulso natural ainda sim iniciei as coisas aos poucos, para não assustá-la.

Beijei sua testa, desci para a bochecha, então o ombro e por fim beijei seu pescoço.

Bella não falou nada, mas também não me afastou, pelo contrário, assim que iniciei os carinhos segurou em minha camisa e não soltou mais.

Quando ergui o rosto e olhei em seus olhos encontrei a confirmação que precisava para seguir em frente então beijei sua boca.

E que beijo maravilhoso.

Pode parecer clichê, mas nunca senti com ninguém o que senti com ela nesse momento, envolvi minhas mãos em sua cintura, enquanto ela colocou a outra em minha nuca.

Seu gosto, o cheiro, nosso encaixe, tudo transformou o ato em algo ainda maior.

Após bons, porém não tão longos, minutos de beijos, nos separamos.

Esperamos as respirações se normalizarem para falar.

— Eu sempre gostei de você. – Comentou.

— Sério? – Devolvi realmente surpreso.

— Sim. Desde que te conheci. Você foi o primeiro garoto que gostei na vida, pensei que era impossível ao menos ser notada por você, mas quando nos tornamos amigos foi como uma realização.

— Desculpe se não a reconheci como deveria desde cedo. Apesar de gostar das nossas lembranças, poderíamos ter vivido muitas mais.

— Está bem, tudo ocorreu como deveria. Eu não imaginava que ainda o reencontraria e aqui estamos nós. Juntos cruzando a Europa e agora...

— Agora vamos aproveitar ainda mais. Posso não ter os mesmos sentimentos que os seus, digo em questão de tempo, mas quando a conheci gostei de você e agora ao reencontrá-la e conhecer essa nova Bella, gosto ainda mais. Então se quiser podemos tentar descobrir o que mais esses sentimentos têm a nos oferecer...

— Eu quero. Quero muito. – Seu sorriso foi toda resposta que precisava para saber que deveria beijá-la de novo e foi o que fiz.

Trocamos infinitos beijos aquela noite, apesar de estar no mesmo hotel junto ao resto do grupo, obviamente não dividimos quartos, Bella tem uma companheira e eu outro, mas isso não nos impediu de trocar beijos até a porta dos mesmos e naquela noite dormi com um sorriso enorme no rosto, o qual só recordava demonstrar quando criança e me alegrava com pequenas coisas...

O restante dos dias na Espanha foram incríveis, então seguimos para a Irlanda e de algum modo conseguimos nos aproximar ainda mais. Podíamos conversar por horas a fio, ao mesmo tempo em que se precisávamos ficar em silêncio, apenas apreciando a companhia ou vista de algum lugar o fazíamos sem problema algum.

A Irlanda marcou o meio da viagem, então ao chegar a Portugal nos demos conta que faltava apenas um mês para tudo acabar. E apesar de prometermos manter contato ao voltar aos EUA, ainda sim não era uma sensação boa pensar em nos separar depois de todo esse tempo juntos.

Bella tem algumas universidades em vista e eu também. Descobrimos que até possuímos duas em comum e isso nos deixou um pouco mais animados, porém são bem aquelas que não temos muita pretensão de entrar e/ou vontade de ingressar.

Mas como dito, ainda temos um mês juntos e prefiro focar em aproveitar tudo ao máximo só pensando no depois e no que ele poderá trazer a seu devido tempo, já que existe uma clara alternativa que não nos agrada...

Os dias em Portugal, assim como nos outros países também foram ótimos, apesar das aulas serem umas das mais difíceis, já que o português mostrou ser uma das línguas mais complexas que já ouvi, por conta do alfabeto silábico que possuem, ainda sim tirando essas dificuldades, que foram menores por conta da presença de Bella, a viagem compensou muito.

Compensou ainda mais quando fomos a uma praia em Lisboa, no penúltimo dia de viagem, em nosso momento de folga.

Aproveitamos a tarde toda e no pôr-do-sol, envoltos a mais do que apenas nossos sentimentos, também envolvemos os corpos em um dos dias de maior pegação.

É claro que durante esses dias temos aproveitado sempre que possível os momentos a sós, afinal de contas, ainda somos adolescentes e apesar de respeitar Bella, não consigo refrear muito minhas emoções e acredito que ás vezes nem ela.

Por isso não foram poucos os dias em que após nos despedir tive que acalmar as coisas com um banho frio, mas o dia da praia foi um dos mais intensos que tivemos.

Não sei se foi o clima descontraído, a quantidade reduzida de roupas ou simplesmente nossa vontade, mas quando dei por mim Bella e eu estávamos nos acariciando mutualmente e não me fiz de rogado em apreciar seus belos seios com a boca, enquanto atingíamos o ápice conjunto através das nossas mãos.

Quando as coisas se acalmaram pensei em conversar com Bella, mas ela foi a primeira a falar e confesso que não esperava ouvir essas exatas palavras.

— Eu ainda sou virgem. – Comentou com um sussurro.

— Tudo bem. Não precisamos...

— Não. Eu quero. Quero fazer isso com você.

— Bella...

— Edward, te falei que você foi o primeiro menino que gostei, mas nunca no mundo pensei que poderia ter algo com você, ainda mais algo especial como isso que estamos vivendo. Quem poderá contar uma história como essa? De viver um romance de verão com o amor de infância? Eu gosto de você, sinto desejo por você e mais importante, eu confio em você para dar esse passo. Não me importo que isso entre nós em algum momento chegue ao fim, só quero saber que vivi essa experiência com alguém especial e esse alguém é você. – Não a respondi de pronto, ao invés disso a puxei para um novo beijo, mas quando nos soltamos, falei.

— Bella, será uma honra ser seu primeiro. Farei tudo que estiver ao meu alcance para tornar esse momento mais do que especial para você. E saiba que se em algum dia tivesse cogitado a ideia de tê-la comigo assim, também teria esperado por você.

— Isso é muito fofo.

— É a verdade. Mas como há males que vem para bem, ao menos tenho um pouco mais de conhecimento para fazer com que as coisas para você sejam as melhores possíveis e também não serei uma decepção total me animando logo no primeiro instante, ao menos é o que espero né? – Brinquei e ela riu comigo.

Continuamos ali na praia, enroscados por mais um tempo apenas apreciando a companhia do outro e pensando no que viria a seguir...

E o que veio foi nosso tempo na Itália, faltando apenas poucos dias para seguirmos a Alemanha planejei tudo.

Depois do dia da praia nos tornamos ainda mais íntimos e cúmplices, e senti que Bella estava realmente pronta para o próximo passo, então planejei tudo com muito cuidado.

Marquei um jantar em um restaurante chique, a levei para contemplar as belezas de Roma e por fim na volta ao hotel a guiei para o meu quarto.

— Edward? – Ela questionou incerta ao entrar no cômodo.

— Está tudo bem. Lembra-se que meu colega de quarto parou o curso em Portugal? Não tive outro desde e então e não sei se terei quando chegarmos à Alemanha, então pensei que poderíamos aproveitar um pouco sozinhos, mas só se você... – Fui parado por seu dedo em meus lábios.

— Eu quero ficar com você. Quero estar com você e sentir tudo com você.

— Ah Bella... – A beijei intensamente.

Não houve pressa naquela noite, mas ao mesmo tempo sei que ainda sim estava afoito com o momento.

Namoramos muito antes das peças começarem a sair de nossos corpos e é até engraçado pensar na palavra namoro, já que Bella e eu não estabelecemos rótulos na época, não precisamos, pois simplesmente agimos conforme nossos sentimentos...

E foi através deles que a amei naquela noite, a tratei com todo cuidado possível, fiz de tudo para que ela ficasse não só confortável e segura, mas também relaxada e satisfeita. E mesmo sendo mais inocente no ato como todo, Bella também não se fez de rogada, me tocando e enlouquecendo como só ela é capaz de fazer.

Quando a penetrei pela primeira vez tornando-nos um só, me senti completo não só pelo ato corporal, mas também com a alma, foi inevitável pensar que pertencíamos um ao outro...

E podia ser tolice pensar aquilo na época, conosco sendo tão jovens, ainda mais naquele momento, mas foi o que verdadeiramente senti.

Assim como nosso primeiro beijo encaixou tão bem, o encontro máximo entre nossos corpos também foi sublime...

Foi uma noite inesquecível...

A entrega, a paixão, nosso desejo.

É claro que em questão de prazer outras noites podem entrar como mais memoráveis, assim como dias e tardes, mas nossa primeira vez, naquele quarto de hotel na Itália, guardará para sempre uma de nossas melhores lembranças...

Depois da nossa primeira vez é claro que não paramos mais, seja pelos hormônios adolescentes, pelo fato das férias estarem acabando, por depois daquela noite termos que nos virar em lugares não tão propícios, ainda sim nossa vida sexual prosseguiu de maneira ótima.

Apesar de não ser mais virgem e já ter estado com algumas garotas, até encontrar Bella não tinha namorado sério com ninguém, por isso não tinha vivido a sensação de estar com alguém de modo fixo e com sentimentos, mas talvez a questão toda realmente seja porque era Bella, acredito que sempre foi.

Quando deixamos a Itália foi com enormes sorrisos no rosto, então ao chegar à Alemanha já não temíamos mais nada. A relação estava melhor do que nunca, em todos os sentidos, durante os primeiros dias recebemos os certificados do curso, aprovando-nos com honras, mesmo ainda faltando o módulo final do alemão, ainda sim o aproveitamento já tinha sido total.

E conversamos até sobre a questão das faculdades, pensando estar fazendo as melhores escolhas, vimos que não precisávamos ir necessariamente para as mesmas instituições, apenas escolher duas que fossem consideravelmente perto, assim poderíamos manter nosso relacionamento numa boa, novamente, um relacionamento que não tinha rótulo, mas tinha muito sentimento.

Então faltando três dias para a viagem encerrar tomamos o baque...

A mãe de Bella nunca pareceu ser uma pessoa muito constante, na época não tinha uma opinião tão formada sobre ela, apenas baseava-me no que Bella contava.

Tão pouco pensei em algum dia odiar alguém, fui criado para negar o sentimento, pois o mesmo seria mais prejudicial a mim do que a pessoa a quem o destinasse, mas depois daquele dia, ou ao menos por um tempo, passei a verdadeiramente odiar Renée.

Logo quando nos reencontramos Bella falou que só pôde fazer a viagem porque a mãe também faria uma, com isso ela não precisara preocupar-se tanto ou ficar de babá. Já que a mãe estava com umas amigas. Mas parece que a mesma conheceu um homem durante esse tempo e acabou se apaixonando.

A situação parece familiar?

Pois é, parece que mãe e filha tiveram um verão regrado a romance, mas a diferença é que Bella não interferiu na vida da mãe, enquanto Renée apenas ligou dizendo que iria casar novamente com o homem que conheceu e que ela e Bella passariam a morar na Europa onde o tal sujeito tinha empresas.

Bella surtou totalmente e eu também.

Tentamos convencê-la a deixar Bella voltar a morar com o pai, ou apenas seguir para a faculdade como a maioria dos jovens fazem. Dividir o tempo entre os EUA e a Europa, ainda que fosse inviável para Bella cursar o ensino superior assim.

A vi tentar dialogar com a mãe pelos próximos três dias de todos os modos, mas a mesma mostrou-se irredutível.

Apesar de estar casando novamente e sendo adulta, Renée queria a filha consigo para compartilhar da nova fase da vida. E como Bella ainda era menor, ao menos perante as leis americanas, teve que ceder ao pedido da mãe.

Renée pensando merecer o título de mãe do ano disse que seu marido já tinha conseguido que ela cursasse universidades por lá, que não ficaria sem estudar por conta da mudança.

E com isso mais uma vez passamos por uma despedida, gostaria de dizer que foi nossa última, mas não, aquela foi apenas mais uma a qual vivemos...

Bella não se conteve em lágrimas comigo no hotel e depois no aeroporto, protagonizamos outra cena clichê, pena que não feliz ao nos despedir cheios de promessas de ainda sim tentar manter algo, apesar da distância enorme.

Com o coração doendo, os olhos em lágrimas e a garganta fechada, embarquei no aeroporto de Berlim de volta a Chicago, com certeza a pessoa que retornou para casa não foi à mesma que partiu, mas apesar dos ganhos da viagem, a perda que tive foi quase dolorosa demais para aguentar...

 

Nós tentamos, realmente tentamos fazer dar certo, mas éramos novos demais, tinha pressão demais ao redor de tudo, inclusive por parte de Renée que tentou durante todo tempo fazer Bella namorar o filho de seu novo marido, mesmo com ela deixando claro que não queria de modo algum qualquer coisa com o menino.

E com o início da faculdade as coisas só pioraram, era um mundo novo a nós dois e com isso a relação chegou ao fim.

Gostaria de dizer que colocamos um ponto final na época como pessoas maduras e sensatas, com uma conversa franca explicando sobre a situação completa, mas não foi assim.

Certo dia simplesmente paramos de atender ligações, responder mensagens, procurar saber do outro e quando completou uma semana sem nos falarmos, senti que era o início real do fim. A próxima trouxe um pouco mais de certeza e quando um mês se passou sem que nos falássemos entendi que realmente as coisas tinham acabado...

Assim segui com a vida, assim como Bella, mas dessa vez sem de fato esquecê-la...

***

A faculdade foi realmente ótima, curti como qualquer jovem, fui a festas, bebi, me relacionei com mulheres que quiseram se relacionar comigo, mas também aproveitei ao máximo o tempo de ensino necessário para ao me formar tornar-me logo um profissional de sucesso.

E talvez o destino, ao menos nesse aspecto, tenha resolvido ser bom comigo porque ainda na faculdade comecei a estagiar em uma grande empresa da minha área, softwares especializados em projeção de equipamentos clínicos, cirúrgicos e hospitalares.

Em suma ajudamos a desenvolver as mais variadas tecnologias para aperfeiçoamento de utensílios utilizados por médicos e pacientes.

Uma nova máquina usada em cirurgia cardiovascular, que notificará com precisão o ponto exato onde o médico deverá tocar no órgão do paciente? Fazemos. O aparelho utilizado para tocar o coração pulsante? Também criamos.

E é com isso que trabalho.

Mas como dito, dei sorte de começar a estagiar cedo e ao me formar já ser efetivado na empresa começando a subir logo de cargo.

O prédio onde trabalho é comercial, de estrutura nobre localizado no centro de Chicago, tem vários andares que se dividem com empresas diferentes.

A que trabalho, por exemplo, ocupa cinco andares do mesmo, somos um dos principais membros do prédio, acredito que só não maior que a agência de diplomacia que ocupa o último andar, que apesar de ser apenas um, sendo a cobertura, tem seus privilégios.

Há uns dias enquanto voltava de um almoço, vi de relance uma moça entrar no elevador e sua fisionomia por um instante me lembrou de Bella. Mas tudo foi tão rápido que atribui o sentido apenas ao fato de estar no verão e de um jeito ou de outro ao longo desses anos em todos os verões sempre me lembro dela.

Pergunto-me como está? Onde está? Se ainda na Europa com a mãe. Como foi sua experiência universitária...

Mesmo sem querer pergunto-me até se já está casada e com filhos, apesar de ter a minha idade e ao menos eu ainda não estar nem perto disso, quem sabe o que a vida lhe reservou e em meio a esses questionamentos é inevitável não sentir sua falta...

Então atribui o pensamento e a confusão com a moça do elevador a mais um dos episódios em que sua lembrança dominou minha mente...

 

No momento o escritório já está ficando vazio, a maioria dos meus colegas e amigos de trabalho já foram, mas fiquei para encerrar um último código de programação que me atormentou durante toda a semana, por isso estou saindo um pouco mais tarde do que o normal.

Acenei para a recepcionista que fica logo na entrada do elevador enquanto espero o mesmo parar no meu andar, durante esse tempo peguei o celular e vi que minha mãe mandou mensagem, comecei a responder e quando a caixa metálica parou a minha frente abrindo as portas, entrei sem atentar-me a nada que não o aparelho eletrônico em minha mão.

Porém assim que enviei a resposta a minha mãe tirei o olho do celular e percebi que não estou sozinho no elevador, mostrando a cordialidade e educação recebida, cumprimentei a moça.

— Boa tarde. – Apesar do cumprimento não a olhei, mas de canto de olho percebi que ela estacou ao ouvir minha voz, estava prestes a questionar se estava bem quando percebi que a pessoa ao meu lado era ninguém menos do que...

— Bella?

— Edward? É você?

— Sim. Eu... Mas como? Quando? Por quê? – Disparei as perguntas sem ao menos perceber.

— É o que quero entender também. Você trabalha aqui?

— Sim. Na empresa de softwares. Meu escritório fica no penúltimo andar.

— Estou trabalhando no último.

— Na agência de diplomacia. – Comentei.

— Exato. Mas esse mundo é realmente muito pequeno. Quando poderia imaginar que nos reencontraríamos? Ainda mais assim?

— Eu que o diga. A última vez que nos vimos você estava na Europa e agora está aqui, de volta ao país, a Chicago e na minha frente...

Em meio aos comentários o elevador chegou ao andar térreo.

— Você está com pressa? Ou podemos tomar um café e conversar? – Convidei.

— Não, é claro. Podemos ir. – Saímos do elevador a caminho do café localizado no saguão do prédio.

Resolvi não arriscar em levá-la a um lugar mais distante, acredito que por enquanto esse café já estará de bom tamanho.

Escolhemos uma mesa mais reservada e após ser atendidos previamente por um garçom voltamos a falar.

— Tenho que pedir que fale primeiro. Afinal você é quem passou muito tempo fora e agora voltou. Desde quando voltou ao país?

— Acredito que por volta de um ano. – Respondeu.

— Um ano? Você já está aqui há um ano? Como? E também está trabalhando aqui desde esse tempo?

— Não. Comecei nessa agência tem dois meses.

— Entendo. Mas desde que voltou ao país foi direto para Chicago ou esteve em outros estados antes?

— Não. Voltei direto para cá, não queria ficar mais tempo longe do meu pai, então não vi necessidade de ir para outra cidade.

— E não pensou em me procurar? Digo, quando voltou? – Não me contive em perguntar.

— Edward. Desculpe, mas eu não tenho mais o seu contato. Acredito que mudou de número ao longo desses anos e eu também. É claro que pensei em você quando cheguei. Mas você poderia ter mudado, poderia não querer me ver. Então qualquer ideia foi simplesmente guardada.

— Tudo bem, não sei se na posição contrária também teria feito algo.

— Mas o destino de um jeito ou de outro sempre nos coloca frente a frente quando acha necessário.

— Pois é. – Concordei.

— Mas conte de você. Como passou esses anos? E com o que trabalha?

— Eu falo, mas desde que saiba tudo sobre você também, pode ser? – Sugeri.

— Sem dúvida, será uma troca. – Sorriu.

E de algum modo me vi completamente envolvido novamente por aquele sorriso...

Como pedido contei sobre a faculdade, minha escolha de carreira, a empresa onde trabalho hoje e alguns assuntos levemente superficiais.

Na sua vez relembrou que estava determinada a deixar a mãe quando completasse 21 anos, era um dos nossos planos afinal, porém depois acabou decidindo encerrar a graduação na Europa mesmo. E pós-formada começou a trabalhar em pequenas agências até ser convidada a voltar aos Estados Unidos para um trabalho, que deu certo por um tempo, mas não era exatamente o que procurava, por isso saiu, mas logo conseguiu emprego na agência localizada no prédio.

Perguntei se ela passou todos esses anos sem colocar os pés aqui e ela disse que não, que veio algumas vezes rever o pai, especialmente nos últimos dois anos antes da mudança, mas eram visitas rápidas e que ele também sempre ia vê-la, assim podiam matar as saudades.

Conversamos um pouco mais sobre amenidades, como está sendo sua vida de volta a Chicago, entre outras coisas.

Com isso gostaria de contar uma história feliz de como a partir dali voltamos a nos relacionar, primeiro como amigos, depois deixando os sentimentos antigos falarem por si, mas não foi o que aconteceu...

Entre um dos tópicos levantados Bella falou que estava namorando!

Ela conheceu o homem, de nome Riley, assim que chegou aos EUA, em um barzinho qualquer que foi com uma amiga do emprego novo, logo começaram a conversar, ele a convidou para sair e a partir disso iniciaram o namoro.

Ouvi seu relato com uma expressão serena e me mantive firme, afinal de contas eu pensava nessa possibilidade.

Bella sempre foi linda e agora ao atingir a maturidade de mulher está ainda mais deslumbrante, então não é nada contraditório que tenham homens interessados e que um desses seja sortudo para receber sua atenção.

Apesar desse leve percalço, o restante da história realmente aconteceu, após nosso reencontro voltamos a nos relacionar e criar uma sincera amizade, uma amizade madura e sólida, coisa que nunca tivemos antes, pois apesar de nos conhecer desde novos, não protagonizamos o elo da maneira certa.

Durante a adolescência não passamos de colegas de classe, durante aquele verão nos conectamos mais, porém logo começamos a nos envolver de outra forma, assim deixando nossa relação em outro patamar.

Mas essa foi à fase que marcou nossa verdadeira amizade...

 

Não demorei a conhecer seu namorado e apesar de bem lá no fundo ter uma implicância com o mesmo, não podia desdenhar dele que parecia fazer bem a ela, sendo assim acabei me acostumando a sua presença e o status de Bella como comprometida durante o tempo do namoro.

Quando nos reencontramos eles estavam juntos há pouco mais de oito meses e sem interferência alguma de minha parte, o relacionamento durou mais exatos oito meses...

Durante o período não arrumei nenhuma namorada fixa, mas me relacionei com algumas mulheres como fazia normalmente e ainda sim Bella e eu mantivemos contato sem problema algum.

Realmente viramos amigos, saímos para nos divertir juntos, combinávamos almoços durante a semana, até frequentava lugares que ela estava com Riley e ela também ficava sabendo quando me envolvia com alguém.

É por isso que sei que as coisas correram da forma que deveria ser...

 

Não fiquei surpreso quando Bella anunciou que terminaria o namoro com Riley, como disse, ele era um bom rapaz, mas apenas isso, bom. E Bella sabia que a relação não cresceria a mais do que estava no momento, por isso de forma madura e decidida colocou um ponto final antes que estragassem a boa convivência que tinham.

Na época agi como qualquer amigo, lhe dei apoio, ofereci o ombro e ouvidos, a levei para sair, se distrair, até uma viagem programamos juntos e foi ótima. Não tínhamos receios um com o outro e estava tudo bem.

O término já completava quatro meses, eu não estava com ninguém, tudo corria da maneira esperada, ou era isso que achava...

Meu aniversário naquele ano foi comemorado com um jantar informal em meu apartamento, por escolha de Alice e Bella, que também reestabeleceram os laços da amizade.

Elas organizaram tudo, chamaram meus amigos, cuidaram dos detalhes a única coisa que tive que fazer no dia foi aparecer e aproveitar.

A festa foi ótima, comi, bebi, conversei, até arrisquei uns passos de dança com Bella que não perdeu a mania de tentar me ensinar. Ao fim da noite depois que todos foram embora, apenas ela permaneceu comigo, o que não era incomum, pois vivíamos fazendo programas a sós, seja no seu apartamento ou no meu.

— E ai senhor idoso, gostou da festa?

— Não esquecerei essa piadinha quando o seu aniversário chegar. – A desafiei.

— Você não ousaria. – Provocou.

— Dúvida? – Pegando-a desprevina a puxei para sentar ao meu lado no sofá enchendo seu corpo de cócegas.

— Edward para. Isso é golpe baixo. Para, por favor. – Pediu entre arfadas e risos.

— Só se disser que sou muito jovem e vigoroso.

— Vigoroso? De onde tirou isso?

— Diga ou não pararei.

— Está bem, está bem. Você não é o senhor idoso. É o senhor vigor e juventude. Feliz?

— Muito. – A soltei e ficamos um tempo parados recuperando nossas respirações.

Só então notei que em meio às brincadeiras ela acabou deitando um pouco no móvel e fiquei bem inclinado sobre seu corpo, mas apesar da percepção não quis me afastar.

— Obrigado.

— Por quê? Por afagar seu ego?

— Não, pela festa. Nem lembro a última que fiz uma. Aliás, nem lembro como comemorei o aniversário do ano passado.

— É porque eu não estava na sua vida. Então não importa como foi. – Percebi no tom e em seu olhar que foi uma brincadeira, mas ainda sim respondi.

— É verdade. Esse ano que passamos juntos foi um dos melhores que tive em tempos. Se soubesse que nos reencontraríamos logo após meu aniversário teria pedido uma festa ano passado só para assoprar as velas e pedir por isso.

— Você não precisou pedir e ainda sim eu voltei.

— Pois é. De algum modo você sempre volta.

— Nós prometemos... – Sussurrou e a olhei confuso. – Aquele dia no aeroporto. Prometemos que nos encontraríamos de novo.

— Demorou um pouco mais do que o esperado, mas conseguimos.

— Sim, conseguimos.

— Mas ainda não cumprimos a promessa totalmente. – Pontuei.

— Ainda não. – Com isso não esperei mais para encerrar a distância entre nós e beijá-la.

Bella me recebeu como sempre, com os lábios esfuziantes em um beijo intenso cheio de saudade.

E ali começamos a cumprir nossa promessa não só de voltar a ficar juntos, mas de matar a saudade com muitos beijos apaixonados.

Naquela noite mesmo nos reencontramos de todas as formas possíveis.

A começar com os lábios, pouco depois com os corpos, então a alma e por fim o coração...

Sexo é algo bom, é algo ótimo, pode ser incrível e espetacular.

A lembrança de sexo com Bella era primorosa, mas o sexo que passamos a praticar na fase adulta nem se compara...

Confesso que tinha receio de pensar que após ser seu primeiro, Bella atingiu a maturidade sexual com outros homens e por isso ficar enciumado, seria algo horrível e ridículo, porém deve ter algum defeito congênito no cromossomo Y que causa isso nos homens, mas impressionantemente não causou em mim.

Acho que nossa cumplicidade e sentimentos sempre foram tão grandes que só agradeci e desfrutei do prazer de voltar aos seus braços e também recebê-la nos meus.

E no fim não importava o que ela e eu vivemos em separado, o único fator importante é estarmos juntos de novo...

 

Agora sim posso dizer que passamos por momentos incríveis.

Após começarmos a namorar oficialmente, já que nosso romance de verão nunca carregou o rótulo de namoro, tudo fluiu as mil maravilhas.

Aguardei o momento perfeito para pedi-la em namoro, que acabou ocorrendo no seu aniversário.

Tanto minha família, quanto seu pai, que se mostrou uma ótima pessoa também, deixando claro de onde vieram as qualidades de Bella, ficaram bem felizes com nosso namoro e minha mãe e Alice não se contiveram em começar a soltar comentários insinuantes sobre uma união mais formal entre nós dois, porém nunca quisemos apressar nada.

Desfrutamos de um tempo curto, mas especial na escola, depois um verão apaixonado durante a adolescência, então estabelecemos um vínculo forte e sincero de amizade antes de deixar o mesmo transformar-se no nosso amor, com isso não iriamos querer apressar ou estragar tudo justo nessa fase importante e única do nosso namoro...

Não é hipocrisia dizer que tivemos dois anos maravilhosos de namoro. Tudo que poderíamos viver juntos vivemos e foi ótimo.

Passamos o primeiro Natal como namorados na companhia da minha família e também do seu pai. No ano novo decidimos viajar sozinhos novamente e foi incrível.

Desde que o ano entrou passei a pensar em convidar Bella para morar comigo, mas no Valentines Day ela mesma sugeriu a ideia, então optamos por nos desfazer dos dois imóveis que morávamos e comprar um em conjunto.

Podiam pensar que estávamos sendo precipitados em tomar uma atitude drástica e tão cedo, com apenas oito meses de namoro, mas sabíamos que não era. Além de um imóvel ser sempre um bom investimento, tínhamos além do amor fraterno, também uma grande amizade e sabíamos que a união como todo daria certo e foi o que aconteceu.

Com isso passamos por comemorações, aniversários, individuais e de namoro, mais momentos com a família e amigos.

Em nossos empregos as coisas não poderiam estar melhores, literalmente, por isso não fiquei admirado quando fui chamado ao escritório para receber uma nova promoção.

No entanto, também desde que completamos dois anos juntos comecei a pensar na ideia prévia que minha mãe e Alice instauraram ainda no início do relacionamento, sobre Bella e eu casarmos...

Na época era uma ideia longínqua e infundada, mas agora via com muito mais clareza como as coisas podiam proceder nesse caminho.

E dependendo de como for agraciado com a promoção, já seria um incentivo financeiro maior para investir no casamento.

Entrei no escritório do meu chefe cheio de esperanças, mas não sai de lá com as mesmas, ao invés disso passei o restante do dia perturbado com tudo e fiquei assim até chegar ao apartamento e encontrar Bella esfuziante como sempre a minha espera, já que teve uma reunião em outro local e veio mais cedo para casa.

— Oi meu amor. – Me cumprimentou com um beijo singelo assim que entrei.

— Oi meu bem. – Respondi.

— Você está com uma expressão estranha. O que houve?

Durante a tarde pensei em guardar o assunto por enquanto e avaliar sozinho, mas ao ver seu olhar complacente, não resisti.

— Tive aquela reunião hoje. – Informei e como já tínhamos conversado antes ela logo se lembrou do assunto.

— Ah, sobre a promoção... E não teve boas notícias?

— Tive. Eu devo ser promovido.

— Mas isso é ótimo meu amor. – Me abraçou e devolvi o carinho. – Mas porque você não está feliz? Essa é uma ótima notícia.

— Sim, a parte da promoção sim, mas a mudança não.

— Mudança? Que mudança?

— Eles querem que mude para Nova York, devo ser o analista principal em um projeto hospitalar na cidade.

— Entendo...

— Posso não aceitar. Continuar aqui e talvez ter um ganho diferencial, mas não será a mesma coisa...

— Nunca é. Nem ficará bem para você perder uma oportunidade dessas.

— Eu sei, mas...

— E você não vai! – Falou de maneira firme.

— Como?

— Você não vai abrir mão dessa promoção. Nós vamos para Nova York.

— Espera um pouco. Nós vamos?

— Sim, a não ser que não queira minha presença...

— Não seja boa Bella. Justamente porque não vou a lugar algum sem você que estava me ressentido em aceitar a oferta.

— Pois não precisa, porque nós vamos.

— Mas e o seu emprego?

— Amanhã mesmo conversarei para ver se minha agência tem alguma consignação direta com a alguma das equipe de Nova York, mas caso não posso procurar outro emprego. A sorte em trabalhar com diplomacia é que qualquer lugar do mundo está sempre precisando de alguém.

— Bella você não existe. – A peguei nos braços girando pela sala. – Eu te amo.

— Eu sei. Porque eu também te amo. – Nos beijamos e de repente o dia passou de desolador a maravilhoso em instantes, tudo graças a essa mulher. – Agora que tal um banho? – Sugeriu.

— Juntos?

— Certamente. Começaremos a comemoração no banho. Depois vamos jantar a comida que estava preparando e por fim continuaremos a comemorar na nossa cama...

— E será que posso começar a saborear pela sobremesa?

— Huuum. – Fez bico e não resisti em beijá-la de novo. Quando nos soltamos concluiu. – Pode.

— Então vamos, pois quanto mais cedo começarmos, mais tempo de comemoração teremos.

Ouvi um gritinho animado quando a peguei no colo rumo ao banheiro para concluir os planos...

No fim das contas a mudança foi mais fácil do que imaginávamos.

Claro que nossa família se ressentiu um pouco, mas ficaram felizes por nós.

Quem com certeza sentiria mais falta seria Charlie, que teria que ficar novamente longe da filha, mas ainda sim me parabenizou e desejou o melhor em nossa nova empreitada...

 

Mudamos pouco depois do aniversário de Bella.

E Nova York se mostrou incrível como imaginávamos.

Como Bella pensou, foi fácil proceder sua transferência, a agência que trabalhava não tinha uma ligação direta com a cidade, mas ainda sim ela conseguiu ótimas recomendações e quando chegamos já tinha um novo emprego certo.

Decidimos não vender o apartamento de Chicago e por enquanto apenas alugar um novo em Nova York.

A parte mais difícil de acostumar nos novos empregos foi não trabalhar mais no mesmo prédio, porém ainda sim tudo estava correndo de maneira simples e fácil.

Passamos tanto Ação de Graças como as festas de fim de ano com nossa família novamente e com o novo ano entrando, conosco já habituados à nova vida, voltei a pensar em pedir Bella em casamento, completaremos três anos juntos e acho que está mais do que na hora de dar esse passo...

 

Mas foi aí que algo inesperado e horrível aconteceu, o último agente catalisador em nossa história.

Em um dia comum do fim de janeiro recebemos a terrível notícia que Charlie teve um acidente vascular cerebral, AVC, ou mais conhecido popularmente como derrame.

Imediatamente Bella e eu voltamos a Chicago para acompanhá-lo, foram dias difíceis os primeiros no hospital, ainda mais que de início os médicos induziram Charlie ao coma para tratar melhor dos danos e só após isso pudemos saber melhor como e quais seriam as reais consequências de tudo.

Nos primeiros dias obviamente fiquei ao lado de Bella o tempo todo, mas quando o quadro atingiu uma semana tive que retornar a Nova York, passando a fazer as viagens aos fins de semana.

Além da pressão de estar passando por tudo praticamente sozinha, Bella ainda teve a indisposição final com a mãe.

Desde que voltou a morar nos Estados Unidos, elas só se viram duas vezes e ambas porque Bella foi visitá-la, em uma dessas vezes já estávamos juntos como namorados.

Todos sempre souberam que Renée nunca foi à pessoa mais maternal do mundo, porém o baque pior veio quando Bella lhe contou sobre o acidente de Charlie e além de não se dispor a vir prestar solidariedade, tão pouco mostrou apoio à filha no momento delicado que estava passando.

Já era absurdo não se importar com o homem que foi por muitos anos seu marido e ainda é pai da sua única filha, mas também não mostrar nenhuma empatia também pela mesma foi demais.

Se Bella por si só não tivesse decidido se afastar de modo indefinido da mãe, eu sugeriria isso, porque não quero ninguém machucando a mulher que amo, ainda que essa seja por nome, sua mãe.

Mas todo apoio que Bella não recebeu de sua progenitora, ao menos o teve por parte da minha família. Mamãe sempre gostou muito dela e deu todo apoio possível, assim como meu pai e Alice.

A especialidade médica do meu pai não é a do tratamento de Charlie, porém por ele ser atendido no mesmo hospital que meu pai trabalha, lhe deu a possibilidade de estar por dentro de tudo e acalmar Bella.

Um mês após o acidente Charlie recebeu alta para ir para casa, porém continuando com tratamento e fisioterapia. Os médicos foram otimistas na perspectiva de recuperação e sequelas.

Graças a Deus ele não foi atingido de forma tão grave e permanente nos nervos cerebrais. Suas ações de fala, movimentos do rosto, assim como dos membros superiores não foram tão afetados, então logo que voltou para casa foi com domínio dos mesmos, porém os movimentos de suas pernas foram os mais atingidos, por isso ele usará cadeira de rodas por um tempo, que esperamos não ser longínquo e fará sessões constantes de fisioterapia.

Mesmo com o pai em casa Bella não o deixou, o que era compreensível, depois de tudo que passou. E tem dias que imagino que mesmo no futuro, quando Charlie melhorar de fato, como esperamos, ainda sim não acho que ela o deixará novamente, não conversamos de fato sobre isso, mas quando após dois meses afastada abriu mão do emprego em Nova York, comecei a pensar na ideia...

Conversamos todos os dias e sempre que possível viajo ao fins de semana para vê-la, porém mês passado só consegui ir duas vezes e para um casal como nós que até pouco tempo moravam juntos e até trabalhavam no mesmo lugar, essa distância tem sido mais do que dolorosa...

A questão toda com Charlie já completou três meses, ele tem se recuperado bem, está fazendo fisioterapia regularmente e agora tem até uma enfermeira particular que o ajuda nas funções mais específicas, já que no restante das coisas Bella o auxilia de pronto.

— Acho que ele está gostando um pouco mais do que deveria da enfermeira... – Comentou em meio a uma de nossas ligações.

— Como assim?

— Sue é uma senhora como ele, deve ter a mesma idade ou talvez um pouco menos, mas é muito gentil, atenciosa, bonita, cuida dele com primor e não foi uma ou duas vezes que peguei os dois conversando de modo não tão próximo da convivência enfermeira/paciente.

— Acha que eles podem estar tendo algo?

— Acho que algo concreto ainda não, mas não duvido que possa rolar.

— Só meu sogro mesmo para ainda arrumar uma namorada em meio a essa situação. – Brinquei.

— Pois é. Mas meu pai merece, ele está sozinho desde que se separou. Claro que sei que não esteve sozinho em todos os sentidos da palavra, porém ele merece encontrar alguém especial para si também e se essa pessoa for a Sue, que sejam felizes.

— E como ele tem reagido às sessões de fisioterapia?

— Bem. Ainda não voltou a ter forças nas pernas para tentar andar, mas já está bem mais sensível a toques e na última sessão sentiu todo o estimulo feito nos pés, acho que voltará a andar sim, talvez não tão breve ou como antes, mas acredito que ele não ficará em uma cadeira de rodas de forma permanente.

— Essa é uma ótima notícia Bella.

— É sim. Depois do que passamos essa perspectiva é bastante animadora.

— Com certeza. – A ligação ficou muda por uns segundos.

— Amor?

— Sim.

— Sinto sua falta.

— Eu também meu bem, muita. Mas nos veremos no fim de semana.

— Só mais dois dias...

— Só mais dois...

Foi o que pensamos, mas infelizmente não pude viajar naquele fim de semana, com isso estamos sem nos ver a 10 dias e a saudade tem realmente me torturado...

***

Depois de mandar a mensagem dizendo estar com saudades e não obter resposta fui tomar banho e arrumar qualquer coisa para comer, espero que mais tarde Bella dê notícias ou ficarei preocupado.

Durante o banho voltei a pensar em algo que tem assolado minha mente há alguns dias.

Tenho remoído a ideia, pensado nos prós e contras, mas de verdade no momento só consigo pensar em um pró, o maior de todos e simplesmente o mais importante não só para minha vida, mas para a felicidade da mesma.

Após sair do banho vi que Bella respondeu, dizendo estar com saudade também e conversamos um pouco enquanto jantava sozinho, no apartamento que escolhemos para morar, mas que tem sido só meu, o qual Bella não frequenta desde quando saiu às pressas em janeiro.

Percebi que ela estava cansada por ter tido um dia cheio levando o pai às sessões de fisioterapia e também a uma consulta regular no médico, além de ter cuidado de outras questões da casa, então procurei deixá-la descansar encerrando cedo nossa troca de mensagens.

Com tempo livre voltei a pensar na decisão que tomei, porque sei que é uma decisão firme, não mais apenas especulação e que amanhã mesmo colocarei em prática, independente de qualquer coisa...

 

Meu destino e de Bella desde o início mostrou que deveríamos ficar juntos...

Mas percalços da vida tentaram nos separar de todas as formas, ás vezes de modo sútil, em outros mais sérios e aparentemente permanentes, mas de algum modo nosso caminho dava um jeito de nos colocar de volta na vida do outro para prosseguirmos com a união.

Já sei disso há muito tempo, quando menores tivemos que aceitar o que terceiros impuseram, mas hoje em dia não há ninguém que possa ser causador da nossa separação, além de nós mesmos.

Quando Bella aceitou se mudar comigo foi para que mais uma vez não passássemos por uma nova separação, mas ainda sim aqui estamos distantes novamente.

No momento só fisicamente, no entanto, não estou disposto a manter nem mesmo esse tipo de distância.

Chega!

Essa situação terá fim e não um fim pontual, mas o fim supremo.

Não quero nunca mais de forma alguma passar qualquer período de tempo longe dessa mulher, da mulher que amo, que é o sol em minha vida, a razão da minha felicidade, minha amiga, companheira, amante, namorada e espero que em breve minha esposa e no futuro também mãe dos meus filhos...

Mas para que isso aconteça preciso tomar uma decisão, decisão que na verdade já tomei há muito tempo, porém agora de uma vez por todas preciso colocá-la em prática...

Organizei tudo o mais rápido possível, conversei com as pessoas necessárias, mudei planos já estabelecidos, pedi favores e ajuda para que tudo saísse como planejado, agora só resta esperar...

 

Estou sentado no sofá estou apenas aguardando o momento.

Quando vi o trinco da porta mexer levantei para que assim que minha imagem seja à primeira coisa que note.

Edward?— Sua voz suave junto à presença física diante de mim novamente era tudo que precisava para atestar minha certeza.

— Oi meu bem. – Ela não disse nada, apenas se atirou em meus braços e a recebi de muito bom grado.

Trocamos beijos cheios de saudade e ficamos um bom tempo presos entre as carícias dos lábios e também abraçados.

— Mas como você?

Surpresa...— Respondi simplesmente.

— É uma grata surpresa, maravilhosa de fato. Mas o que está fazendo aqui? Na cidade durante a semana e no nosso apartamento? Por isso disse que precisava que viesse pegar um documento... Você planejou tudo?

— Com certeza. Falei com seu pai que garantiu ficar bem apenas com Sue e você tem razão o velho Charlie deve estar mesmo gostando da moça, porque pareceu um garotinho ansioso para passar a noite ao lado da enfermeira.

— Eu sei, eles estão como um casal de jovens é lindo de ver.

— Imagino, estou ansioso para acompanhar. Mas também pedi ajuda a minha mãe e Alice que cuidaram de tudo aqui no apartamento para que estivesse apto a nos receber.

— E porque estamos aqui?

— Porque gostaria de conversar com você. E depois lhe fazer um pedido. – Informei.

— Fale, estou curiosa para saber o porquê dessa surpresa toda, não estamos nem próximos a uma data comemorativa.

Ainda não.— Deixei claro. – Bella, eu tenho sentido muito sua falta, muita mesmo.

— Eu sei meu amor, eu também sinto saudades sempre, todos os dias. Não tem sido fácil ficar longe de você, mas a situação do meu pai me deixou sem chão. Eu quase o perdi.

— Eu sei querida e você está mais do que certa em querer estar por perto nesse momento, mas não só nesse como para sempre. Sei que não deseja mais voltar à Nova York.

— Eu sinto muito Edward, tenho certeza que viveria uma vida ótima lá, mas realmente não quero mais me ausentar de Chicago, ao menos não para morar fora. No fim, acredito que meu lugar sempre foi aqui.

— E é, ao lado do seu pai e do meu.

— Mas como meu amor? E o seu emprego?

— Lembra-se que fui transferido para iniciar um novo projeto em Nova York e o mesmo teria duração de seis meses, é claro que na teoria permaneceria lá dando prosseguimento a mais projetos com a nova equipe, mas o que precisava de fato ser feito eu já fiz, e muito bem diga se de passagem.

— Porque você é o melhor, em tudo que faz.

— Obrigado linda. Mas com isso conversei tanto com meu chefe de lá, quanto com o daqui e de comum acordo, com a aprovação de ambos, poderei executar aqui um projeto semelhante ao que fiz lá. E caso necessário viajarei novamente, uma vez ou outra, mas não precisarei mais ficar em Nova York.

— Isso é sério Edward?

— Muito sério Bella. Teremos que fazer uma nova mudança em menos de um ano, mas estou voltando para Chicago, para meu antigo emprego, para perto da nossa família, mas especialmente estou voltando para você.

Edward eu te amo tanto, tanto, tanto! Não posso imaginar uma pessoa no mundo que ame mais outra, do que eu a você.

Só existe uma exceção...— Ela nem se preocupou em refutar, apenas me puxou novamente para um beijo que retribui mais do que feliz.

— Espero que seja nossa última mudança, pois estou ficando um pouco cansada. Já passei boa parte da minha adolescência e início da fase adulta desse modo, agora quero finalmente ter uma vida estável.

— E você terá meu bem, eu prometo. Só não posso prometer que essa será de fato nossa última mudança. – Comentei.

— E por que não?

— Eu disse a pouco que tinha um assunto a conversar e um pedido a fazer, certo?

— Sim.

— Pois chegou a hora do pedido. – Coloquei a mão no bolso e espero que a surpreendendo, coloquei um joelho no chão.

— Edward...

— Isabella Marie Swan, minha Bella...

Você é a mulher da minha vida. A razão do meu viver. Eu nasci para amá-la, assim como acredito que você nasceu para me amar. A vida mostrou de várias formas como vivermos esse amor, que o mesmo esteve conosco desde o início, porém nossos destinos brincaram conosco por muito tempo nos mostrando a felicidade, mas não nos deixando desfrutar da mesma de fato, mas nosso amor sempre foi maior, ele é maior do que tudo e é feito especialmente para nós...

Quero no futuro olhar para trás e lembrar sempre com um sorriso no rosto por tudo que passamos, todas as nossas vivências. Recordar da menina tímida que me encantou, da jovem formidável que me deu o verão da minha vida e tocou meu coração. E da mulher incrível que reencontrei para ser minha melhor amiga então minha mulher. Eu quero recordar esses momentos, mas também quero viver novos. Como esse agora em que estou de joelhos diante de você pedindo para ser minha para sempre. E então guardar o momento em que se tornará minha esposa e mãe dos meus filhos.

Quero saber sem sombra de dúvidas que nada nem ninguém jamais será capaz de nos separar novamente, nem por um momento, nem por um instante, quero que estejamos unidos para sempre. É por isso que quero saber se você me daria à extraordinária honra de ser minha para sempre? Amiga, companheira, amada, amante, esposa e o que mais o destino reservar para nós. Contanto que vivamos tudo juntos, estou disposto a passar por muitos mais momentos ao seu lado.

Bella, você aceita casar comigo?

Sim. Sim. Sim. Sim. Mil vezes sim. Yes. Oui. Si. Sea. Sim. . Ja.

Sorri ao perceber que ela respondeu em todas as línguas que praticamos durante o verão na Europa.

É claro que aceito me casar com você Edward. Eu te amo. Te amo tanto que nem sei mensurar...

Você é o amor da minha vida. Foi o primeiro amor e é o único. Eu te amei com meus sentimentos inocentes de menina. Depois com o desejo florescente da adolescência. Então confirmei com a mulher que sou hoje que você é meu único e verdadeiro amor. Eu quero viver tudo que disse e mais.

Quero ficar ao seu lado para sempre, sem nunca mais nos separar, por nada e nem por ninguém. Não quero mais passar pela perspectiva de não ter a certeza da sua presença ao meu lado, pois vivi isso de formas diferentes e sei que dói demais.

Eu te amo, amo, amo e só quero ser feliz com você para sempre. Então sim, quero ser sua esposa e quero que seja meu marido.

Após a resposta esticou o dedo anelar direito onde depositei a aliança comprada há tanto tempo a espera desse momento...

Beijei o dedo com o adorno e também o semelhante na mão esquerda, onde espero que em breve coloque nossa aliança de casamento.

Ergui o joelho do chão e selamos o momento com um beijo, o nosso primeiro como noivos.

Após o gracejo ficamos um tempo em silêncio nos comunicando apenas com o olhar, sentindo através do mesmo todo o amor empregado em nossos corações.

Porém quando só olhares não foram suficientes, decidimos professar nosso amor de todas as formas que aprendemos na juventude e usamos ainda hoje em dia...

— I love you.

— Je t’aime.

— Yo te quiero.

— Is breá liom tú.

— Eu te amo.

— Ti amo.

— Ich liebe dich.

Em inglês, francês, espanhol, irlandês, português, italiano e alemão.

Nessas línguas e em tantas outras também, às vezes com palavras ou não, sabemos que nosso amor é sólido, especial, firme e nosso.

Que não há razão maior para felicidade do que saber que amamos e somos amados.

E deste momento em diante confirmamos sem medo que estaremos juntos até o fim.

Que a história de nossas vidas em todos os momentos foi construída para acontecer desse modo.

Entre ela e eu...

Bella e Edward...

Para sempre...

FIM.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

N/A: Gostaram? Espero de verdade que sim, pois como já dito escrevi a One com o coração quentíssimo, a cada momento narrado pelo Edward só conseguia me envolver mais...
Como era uma narrativa com inspiração a algo ligado ao meu nascimento/aniversário, não me contive em colocar alguns momentos inspirados também na minha vida pessoal. Claro que não vivi um romance lindo como o dos dois (#pena), mas alguns pontos iniciais foram fatos que passei.
Beward aqui acabou saindo mais do que especial, com a paixão de infância, depois o amor de verão europeu, então a vida adulta mostrando que amigos podem sim se apaixonar e viver algo. Tivemos alguns percalços como a situação do tio Charlie, mas sabiam que tudo ficou bem, a todos que merecem, e nosso casal mais do que merece. Acredito que ficou nítido o amor do Edward pela Bella, assim como o dela por ele.
E sobre a inspiração, a letra da música fala sobre a separação de um casal e como ele está fazendo de tudo para reconquistá-la. Então usei esse ponto inicial de separação, que Beward passou por muitas, mas não quis colocá-los em crise durante as mesmas. E o título quer dizer “de joelhos dobrados”, com isso o eu lírico da música diz que está pedindo de joelhos para que voltar com a amada, como meu casal não estava em crise, usei o ponto para colocar o Edward de joelhos, mas pedindo a Bella em casamento. Gostaram do que criei inspirada na música mais tocada do dia em que nasci, há exatos 26 anos atrás? De verdade, eu gostei...
E agora podem comentar a vontade, na verdade espero que comentem. Deem esse presente de aniversário a essa moça que está ainda cheia dos bons louros do mesmo. Quero ler toda e qualquer opinião, sobre a história dos dois, o que sentiram ao ler, o que esperavam que acontecesse durante a narrativa, enfim, qualquer coisa.
Leitoras novas são sempre bem vindas a conhecer meus outros projetos. As já citadas Ones do Birth Inspirations e também a short de Natal que estou postando no momento chamada A Pousada. Com isso, desejo a todas um excelente natal e ano novo, e que suas data comemorativas pessoais sejam tão boas quanto a minha. Para maiores interações, sigam-me no twitter: @KNRobsten. Até breve...
~Kiss K Nanda.