Dois dias depois, 11h55.
Mystic Falls, Virginia

O dia havia amanhecido ensolarado na pequena cidade de Mystic Falls, passarinhos cantavam e voavam pelo céu, as pessoas andavam pelas ruas e tudo parecia extremamente bonito. Uma pena que Isabella não estava ligando nem um pouco para isso.

Os dois dias haviam passado voando, tudo tão rápido que a Swan mal conseguiu entender. Em um dia estava arrumando-se para ir com Damon para a festa da escola, no outro havia acordado cedo e estava sendo obrigada a por suas malas no carro do Salvatore.

Sim, de Damon, por que ele era a condição que Bella impusera para ir naquela maldita viagem. Logicamente, uma vez que ela levaria Damon, Caroline deixou explícito que levaria Tyler consigo. As duas entravam e saiam de casa de dez em dez segundos, carregando malas e coisas afins, sempre passando uma lista mental das coisas que levariam e obrigando os dois rapazes a ajudarem-nas.

Já o Chefe Swan não parecia estar gostando nada daquela situação. Ele não tinha nada contra Damon ou Tyler, mas aquela viagem era para ser algo mais familiar, ele queria que todos fossem em seu carro, conversando e rindo, parando em restaurantes na beira da estrada e comprando besteiras. Porém, com a ida dos dois rapazes confirmada, Caroline e Bella iriam no carro dos mesmos e todos os seus planos iam automaticamente por água abaixo.

Liz, que parecia grata por não ter presenciado uma 3ª guerra mundial em casa, apenas riu fraco e colocou a mão esquerda sobre o ombro do marido, enquanto o mesmo estava de braços cruzados e cara fechada em frente ao carro, vendo as duas garotas colocarem as coisas no maleiro dos veículos.

"Era para irmos juntos, Liz..." Charlie reclamou baixinho em um tom manhoso, apoiando as costas na porta do carro.

"Eu sei, mas deixe-as... Poderia ter sido pior, Charlie, nós dois sabemos disso." ela apenas respondeu, dando um beijo na bochecha dele. "Agora vamos, eu já terminei de guardar minhas coisas e deve ser uma questão de segundos para que as garotas terminem também." riu e deu a volta, entrando no carro.

O Swan apenas revirou os olhos e bufou, ela estava certa, mas não é como se ele fosse dar o braço tão fácil a torcer. "Estou ligando o carro, vamos sair dentro de 5 minutos, é melhor estarem prontos." anunciou, virou-se e adentrou o carro, fechando a porta com um estrondo.

"Quer dizer então que se demorarmos 10 minutos ficamos?" Bella questionou, terminando de colocar a última bolsa no porta-malas e fechando o mesmo com a ajuda de Damon.

"Bella..." Caroline ralhou, enquanto parava na frente da porta entreaberta de Tyler. "Não force a barra." a loira revirou os olhos "De um desconto a ele, vai, sabemos que está errado, mas não é como se tivesse feito de propósito."

Isabella revirou os olhos enquanto dava a volta no carro e limpava as mãos na calça jeans "Ele sabe que eu não quero ir, não deveria fazer esse tipo de proposta." deu de ombros e andou até a porta do carona.

A Forbes se limitou a erguer ambas as sobrancelhas e cruzar os braços, enquanto encarava sua irmã de consideração. Felizmente, aqueles 4 longos anos serviram para a Swan aprender a lidar com a garota e ela soube, assim que a encarou de volta, que para o seu próprio bem, era melhor ficar calada e entrar no carro de Damon o mais rápido possível.

"Tá certo, tá certo. Já me calei." bufou e tirou o celular do bolso, enquanto entrava no carro e sentava-se no banco. Mesmo lá de dentro, ela ainda pôde ouvir a risada do Salvatore. "E você entre logo, Damon, se não sobra pra você!" berrou, logo dentro de alguns segundos o mesmo havia entrado e trancado as portas do carro.

Naquele exato momento o carro de Charlie deu partida.

Bella observou Damon ligar o veículo, manobrando-o para a rua logo depois e pisando no acelerador. O carro de Tyler estava logo atrás deles, ela conseguia ver pelo retrovisor. Checou as horas no aparelho em suas mãos, 11h55, ela poderia estar em casa, dormindo. Revirou os olhos e apoiou a cabeça no encosto da cadeira, virando-a na direção de Damon logo depois. Analisou-o por breves segundos e um pequeno sorriso abriu-se em seu rosto, a forma relaxada com a qual ele se concentrava quando dirigia era no mínimo interessante e ela adorava assisti-lo. O cenho franzido, mãos no volante, postura ereta.

"O que foi?" ouviu-o dizer, sem tirar os olhos da estrada, seguindo o carro de Charlie.

"Nada." riu fraco, voltando a olhar para frente, observando as ruas de Mystic Falls e as pessoas que passavam.

Damon riu junto, "Você é muito estranha, Isabella Swan." comentou, enquanto ligava o rádio, aproveitando um sinal vermelho.

"Olha quem fala, Damon Salvatore." revirou os olhos, fechando-os logo depois e bocejando logo em seguida. "Acorde-me quando chegarmos em Forks." pediu.

"Okay." ouviu-o respondê-la e logo depois desligou-se, passando a prestar atenção apenas na música relaxante que tocava na rádio.

"Forks aqui vamos nós." foi a última coisa na qual Isabella pensara antes de cair no sono.

(...)

Mesmo dia, 14h15.
Forks, Washington

Pessoas andavam de um canto ao outro da sala carregando vasos de flores, estatuetas, bandejas com doces, salgados e afins. Tudo estava uma tremenda zona, mas Layla tinha de admitir, até que a decoração estava ficando bonita.

"Bom dia, meu amor." ouviu seu pai dizer do andar debaixo, sorridente.

"Bom dia, pai." respondeu, terminando de descer as escadas e andando até ele. "Ansioso para o grande dia?" questionou-o, rindo fraco.

"Claro que sim! Eu e sua mãe planejamos esse dia há meses, acho que se algo sair dos conformes, cá entre nós..." fez sinal com a mão para que ela se aproximasse e colocou uma mão a frente da boca, como se fosse contar um segredo "É melhor ligarmos para o melhor centro psiquiátrico da região pois ela vai precisar." cochichou e riu.

Logicamente garota o acompanhou, foi então que, encarando a filha de cima a baixo, franziu o cenho. "Mas veja só, já tomou banho e se arrumou, acho que alguém vai sair." ergueu a sobrancelha esquerda, embora não tenha feito uma pergunta.

"Combinei com o pessoal de dar uma volta, tudo bem?" pediu, sorrindo fraco.

"Tudo, só volte cedo, vamos começar as 17h em ponto." autorizou e puxou a filha para um braço. "Divirta-se." desejou, assim que se separaram e logo depois a garota saiu pela porta de casa.

Layla havia combinado de encontrar com seus amigos na casa de Amanda às 14h30. Ou seja, ela tinha 15 minutos para chegar lá ou seria brutalmente assassinada, com certeza. Por sorte, a garota morava apenas algumas quadras de lá, então ela poderia ir andando. Durante o caminho, a morena não pôde deixar de pensar no que havia acontecido consigo nos últimos 3 anos.

Lembrava-se perfeitamente de quando morava com sua tia em Nova Iorque e não se via longe das pessoas de lá de modo algum. Não conseguia imaginar-se num estilo de vida menos agitado, sem os bares e festas que frequentava e sem seus amigos.

Mas, cá estava ela, em Forks, com sua vida bem melhor encaminhada do que antes, terminando o terceiro ano do colegial, preparando-se para a faculdade. Fora difícil adaptar-se ao modo como as pessoas viviam por aqui. Fora bem complicado sobreviver as diferenças, tais como horários, moradores e suas fofocas, escola e até mesmo meios de diversão. 

Durante dois meses ela se via trancada em casa plena sexta-feira anoite, enquanto via outros jovens rindo nas ruas ou simplesmente casais andando pelas calçadas. Porém, tudo aquilo mudou quando ela conheceu Amanda. Amanda era extrovertida, amiga de todos e não tardou muito para que ela mostrasse para Layla o quão divertida Forks também podia ser. Obviamente, as duas viraram melhores amigas e, dentro de semanas, uma já sabia detalhes da vida íntima da outra.

A partir daí as coisas só tenderam a melhorar, Layla conseguiu ser ao menos mais sociavel com as pessoas da FHS e, aos poucos, fez mais amigos. Acostumou-se com o fato de poder apenas sair de casa nos fins de semana e, quando o fazia, não iria para um bar movimentado e sim para uma praia ou um cinema no centro da cidade. Mas tudo bem, ela aprendeu a conviver com tudo aquilo extremamente bem.

Um sorriso enorme abriu-se no sorriso da garota e ela respirou fundo assim que reparou que já estava na rua da ruiva. Foi quando ela viu um Volvo prateado estacionado na calçada do outro lado da casa de Amanda que ela percebeu o quão atrasada estava. Permitiu-se sorrir largamente quando lembrou-se de como havia conhecido não apenas o dono daquele carro, mas sua família inteira.

Apressou o passo, a respiração ficando levemente mais ofegante e o vento passando mais bruscamente por seus braços, fazendo-a abraçar-se e amaldiçoar não ter trago um casaco, então quando deu por si, estava na frente da casa da Parker. Atravessou o jardim e deu duas batidas secas na porta. Podia ouvir risadas e conversas vindas de dentro, sorriu junto ao reconhecer algumas vozes. Achou que fosse ter de bater novamente, mas quando estendeu a mão para fazê-lo, ouviu o barulho das chaves abrindo a porta e deixou um riso escapar ao ver quem abrira a porta.

"Seth!" exclamou alegre, jogando-se em cima do garoto e abraçando-o pelo pescoço.

O garoto apenas riu em resposta e abraçou de volta, beijando o topo de sua cabeça.

"Bom dia." Layla riu, assim que os dois se afastaram.

"Bom dia para você também, senhorita." o Clearwater respondeu sorridente, dando-a um selinho logo após. "Todos já estão aqui, você está um pouco atrasada."

"É, eu vi o Volvo de Edward ai na frente e imaginei." deu de ombros. "Perdão, perdi o horário" riu. "Então, não vai me convidar para entrar?" ergueu a sobrancelha esquerda e afastou-se do garoto.

"Por favor, senhorita, entre." virou-se e deu espaço para que ela passasse, fechando a porta assim que ela o fez. "Vem, eles estão na sala." puxou-a pela mão.

Lado a lado, os dois andaram pelo corredor da entrada até chegarem no cômodo, onde Layla pode ver todos os seus amigos perfeitamente instalados na sala de estar de Amanda.

"Olha só quem chegou!" Emmett exclamou, levantando os braços.

"Oi pra você também, Emmett." ela retrucou, e tentou segurar um sorriso, enquanto sentava-se ao lado de Seth em uma poltrona de dois lugares.

Emmett e Rosalie estavam sentados no sofá de frente para a TV, a loira estava perfeitamente recostada nos braços do outro e eles pareciam perfeitamente atentos a Alice, Amanda, Embry e Leah que jogavam uma espécie de jogo de tabuleiro na mesa de centro da sala.

Edward, Jacob e Jasper, por sua vez, sentavam-se no mesmo sofá que Rosalie e Emmett, mas os três pareciam mais entretidos na TV do que em qualquer outra coisa.

Era engraçado como, realmente, desde que chegou em Forks as coisas haviam ficado realmente diferentes, porém a mudança extrema veio somente no fim do ano, na festa de natal que ela havia dado a ideia e seu pai adotara-a imediatamente.

Fora na tal festa que ela conhecera os Clearwater. Seth e Leah.

Os dois estavam sentados em uma mesa ao lado de um garoto chamado Quil e outro chamado Jacob, mas pareciam extremamente entediados, cabeça apoiada ao cotovelo, um tédio total. Amanda, percebendo como a Harris não parava de olhar para Seth, decidiu dar um pequeno empurrão... literalmente.

Chamou a amiga de canto e foi andando com a mesma até a mesa onde eles estavam, quando chegou o mais perto o possível, tudo o que ela fez foi parar subitamente e sorrir largo para a amiga. "Boa sorte e de nada" foi tudo o que a ruiva declarou antes de por um pé na frente do da melhor amiga e empurrá-la para a mesa. Por mais incrível que pudesse parecer, o truque dera mais certo do que jamais se pôde imaginar... O por que? Bem, acontece que Layla era o imprinting de Seth.

Então o garoto basicamente orbitou sobre ela instantaneamente e, por mais que Leah quisesse odiar aquela patricinha por roubar seu irmão, Layla parecia atrapalhar sua intenção sendo uma pessoal amigável, legal e interessante.

Então, mais do que rapidamente, Layla fazia parte da tribo dos Quileutes, mesmo que indiretamente. Mas havia um problema, Seth se sentia mal em esconder da garota o que ele era, por isso, na mesma noite em que oficialmente pediu-a em namoro, ele contou toda a verdade para ela, desde os vampiros até os lobos e o lance do imprinting. Layla ficou petrificada e arregalou os olhos, desculpou-se com Seth e disse que precisava ir para casa. Na mesma noite, seu pai sofrera um acidente de carro e precisou ir para a emergência.

Quem o operara? Ninguém menos que Carlisle Cullen e obviamente que a cirurgia ocorreu com sucesso tremendo. Por conta disso, seu pai, Jonathan, sentiu-se no dever de agradecer ao Cullen, fazendo um jantar e convidando sua família inteira para o mesmo. Layla lembrava-se daquele jantar com perfeição, o modo como os Cullen se portaram a mesa, conversavam, tudo com a mais perfeita educação e delicadeza.

Mas seu contato com os Cullen apenas se tornou pessoal por conta de sua alta experiência com compras em NY. Ninguém se lembra exatamente como e muito menos o por que, tudo o que todos se recordam é que em um momento todos conversavam sobre coisas sérias, Carlisle e Jonathan dominando os tópicos da conversa enquanto os filhos apenas se pronunciavam quando necessário e, no outro, Alice tinha um surto por que Layla havia aparecido com uma bolsa de edição ilimitada da Chanel.

A empatia da baixinha pela humana aconteceu rápido demais e logo a mesma já a chamava de amiga, chamando-a para ir as compras e experimentar roupas. Por conseguinte, os outros Cullen passaram a ter mais contato com a garota. Emmett fora o próximo a gostar da menina, achava engraçado o modo com o qual ela ria e surtava com as falhas em sua vida. Além de ser a única garota entre sua irmã e sua namorada que gostava de jogar video-game com ele. Rosalie, contudo, demorou a ao menos aceitar a presença da garota na sala.

As duas não eram melhores amigas, mas a Hale ao menos era simpática com a humana, admitindo que ela era no mínimo uma boa companhia. Infelizmente, seu pensamento de que aquilo não daria certo ainda se mantinha, não entendia como Alice não aprendia após o que houve com Isabella Swan.

Edward e Jasper eram os que se mantinham mais distantes. Jasper manteve-se neutro, se a família gostava da garota, ele não seria contra. E, de alguma forma, Layla quebrara a barreira de Edward e eles viraram uma espécie de melhores amigos. Aquele tipo de amigo o qual você procura para explicar seus problemas e espera dele a resposta que você precisa ouvir. Layla era uma ótima conselheira e Edward parecia saber a resposta mais sensata para dos dilemas da vida da adolescente.

Inclusive, surpreendendo a todos, fora o próprio Edward, junto de Alice, quem decidiu contar toda a verdade para Layla e, quando eles contaram o que eram, a morena caiu chorando e explicou que o Clearwater havia contado-a a verdade alguns dias atrás. Eles sentaram-se na sala de estar após acalmarem-na e a ajudaram a entender ainda mais o que Seth a havia explicado.

Depois de uma semana fazendo amizade com os Cullen e saindo com os mesmos, sua situação com Seth finalmente se resolveu. O garoto subiu pela sua janela do quarto e, desesperado, pediu para que ela dissesse se o queria ou não em sua vida. Layla desmanchou-se em lágrimas e após pedir para que ele a incluísse com calma nesse mundo, o aceitou. E, depois daquilo, os Cullen e os Quileutes foram quase que obrigados a convierem juntos, mais uma vez, por causa de uma humana.

"Então..." Emmett começou. "Ainda vai ter aquela festa na casa do seu pai, Layla?" questionou, tirando os olhos do jogo e encarando a garota.

"Lógico que vai... Vocês vão, certo?" ergueu as sobrancelhas, arrumando-se ao lado de Seth.

"Vamos sim, Layla... mas, ahm, você sabe quem ele convidou?" Alice perguntou cautelosa, tirando a atenção do jogo por dois segundos.

"Até onde eu sei, apenas os amigos mais próximos e alguns parentes. Por que, Allie?" a Harris franziu o cenho e mordeu o lábio inferior.

"Hm... nada, nada." Alice balançou a cabeça e imediatamente olhou para o lado, para Edward. Os dois trocaram olhares de dois segundos e logo voltaram a olhar para frente.

Layla conhecia aquele olhar. Conhecia muito bem. Quando Alice e Edward se olhavam daquela forma era por que o Cullen havia captado algo no cérebro da outra e eles, geralmente, não estavam muito afim de compartilhar informações.

Depois daquele comentário, o clima ficou levemente tenso e eles não sabiam, mas a situação só iria piorar quando a porta da frente da casa de Amanda se abriu. Era o irmão mais novo da garota, Jackson.

Jackson tinha 16 anos, mas agia como um adolescente de 18. Sempre querendo dormir na casa dos amigos e ir a festas cujas quais nem mesmo Amanda era autorizada de frequentar. Engraçado era que, tanto a ruiva e o seu irmão eram conhecidos por serem amigos de todos. Parecia algo genético.

A diferença clara era que, enquanto Amanda permanecia como a garota gentil e discreta em relação a vida dos outros, seu irmão não hesitava em espalhar para Deus e o mundo tudo e qualquer coisa que chegasse em seus ouvidos. Mas é lógico que ele sempre se safava e era impressionante como nunca ninguém o chamava de fofoqueiro. Sua desculpa sempre era "Me contaram, mas eu juro que não espalhei para ninguém." com aquela carinha de anjo e olhos azuis, todos sempre acreditavam no garoto e assim seus privilégios continuavam.

"Bom dia para todo mundo!" o garoto exclamou, enquanto adentrava a sala de estar. Skate nas mãos e mochila pendurada nas costas.

"Jackson, menos barulho por favor!" Amanda pediu, enquanto via o adolescente surgir na sala e apoiar-se contra uma das paredes.

"Bom dia pra você também, irmãzinha." sorriu debochado, encarando a mesma, ao que Amanda apenas revirou os olhos e mostrou-lhe o dedo do meio. "Hey, souberam da última?" desfocou-se da irmã e passou a encarar todos na sala.

Não obteve respostas, apenas alguns olhares desinteressados, mas aquilo era o suficiente para que o garoto continuasse a falar.

"A casa dos Swans..." ele começou e, automaticamente, todos (com exceção de Layla e Amanda) viraram-se para encarar o loiro. "Parece que viram um movimento lá hoje de manhã. Não sabem se finalmente venderam a casa, mas o fato é que tem um carro estacionado na garagem e dois na calçada da frente."

"Como... Como ficou sabendo?" Jacob questionou Jackson.

"Uma amiga minha passou por lá, e também, a essa altura, todos já sabem." deu de ombros. "Agora, se me permitem, estou com sono. Até mais tarde." e com isso, o garoto subiu as escadas e desapareceu da vista de todos.

Assim que o estrondo da porta de Jackson fora escutado por todos os presentes, Layla automaticamente virou-se para frente e franziu o cenho assim que o fez.

A cena que seus olhos registravam era um tanto quanto estranha. Não é como se as pessoas ao seu redor tivessem trocado de lugar, não, todos permaneciam perfeitamente parados e era isso que ela estranhava. Suas feições não possuíam nada mais nada menos do que pura preocupação. Desde Emmett e Rosalie até Leah e Embry, sem exceções, tinham os olhos focados em apenas duas pessoas na sala: Edward e Jacob e esses dois, esses dois sim eram os que mais preocupavam a garota.

Tanto Edward quanto Jacob tinham expressões que não transpareciam um traço de emoção sequer, Jacob estava em um lado do sofá e entre ele e Edward havia Jasper, mas os dois encaravam a parede a sua frente como se fosse a única coisa existente naquele cômodo, e aquilo doeu dentro de Layla de uma forma que ela não conseguia explicar.

Amanda parecia tão perdida quanto ela, a ruiva apenas ficava mesclando os olhares entre as pessoas, procurando respostas, mas sem nunca exatamente conseguir as mesmas. Perdida e sem entender nada, ela virou a cabeça, encarando Seth. O mesmo também encarava os dois rapazes, mas a diferença era que as vezes ele olhava para a namorada ao seu lado.

"Ahm, meu celular está tocando." a Harris retirou o celular do bolso e o encarou, fingindo encarar a tela. "Vou lá para fora atendê-lo, já volto." desculpou-se e levantou-se do sofá. Assim que o fez, percebeu que havia atraído a atenção de Seth, aproveitando aqueles poucos minutos ela apontou para a porta com a cabeça, antes de deixar a sala e deixar a casa.

Não foram necessários nem 5 minutos até que Seth aparecesse na porta, fechando a mesma atrás de si, e andasse até a morena, que encontrava-se parada na frente do Volvo de Edward. Ele sabia o por que de ela tê-lo chamado até lá fora, era óbvio que queria respostas, mas era engraçado como desde o momento em que o irmão mais novo de Amanda deu a notícia, seu cérebro parecia incapaz de formular qualquer frase.

"O que aconteceu lá dentro, Seth... Por que... Por que todos estão daquela forma?" Layla abraçou o próprio corpo e encarou seu reflexo no vidro do carro, onde também conseguia ver a feição do garoto ao seu lado, que a propósito, não parecia nada diferente das pessoas na sala de estar.

"Layla..." ele respirou fundo e fechou os olhos, abraçando-a por trás. "Por algum acaso você já ouviu falar da última namorada humana de Edward?" questionou, apoiando o queixo no topo da cabeça da menina.

"Sim, sim... Edward me contou um pouco sobre a mesma e Alice chegou a me dar alguns detalhes da amizade das duas." franziu o cenho após falar, virando-se de frente para o Clearwater. "Por que?"

"O que eles te falaram?" foi tudo o que ele perguntou.

"Seth... por que?" Layla insistiu, começando a ficar preocupada, demonstrando isso pela forma com a qual voltou a cruzar os braços.

Porém o Quileute não a respondeu, apenas ergueu as sobrancelhas e ela entendeu que ele estava, de certa forma, repetindo a pergunta. Assim como nada seria dito enquanto ela não o respondesse.

"Edward e ela se conheceram na escola." bufou, jogando a cabeça para trás. "Ele salvou ela de um acidente e depois disso ela focou em descobrir o que ele era. Ela descobriu, obviamente, e então os dois começaram a namorar. Contudo, ela passou por alguns perigos, um deles em um jogo de baseball e o outro no próprio aniversário." fechou os olhos, tentando lembrar-se exatamente do que o Cullen a havia contado. "Depois do tal incidente, Edward decidiu que seu mundo era perigoso demais para ela e ele terminou com ela, saindo da cidade logo depois."

Seth respirou fundo e virou de costas, colocando ambas as mãos na própria nuca, como se estivesse se espreguiçando. "Edward não deixou a cidade por completo e não apenas por causa do incidente." explicou fechando os olhos e ainda sem virar-se para frente. "Ela corria risco de vida, o incidente do jogo de baseball iria tomar proporções muito maiores do que as já conhecidas e ele deixou a cidade por tempo suficiente para que os vampiros que estavam atrás deles deixassem-na de lado e fossem atrás dele." abaixou os braços, colocando as mãos nos bolsos, enquanto dava alguns passos para perto da casa. "Nós fizemos parte dessa história toda, nosso dever era fazê-la acreditar que não ligávamos mais para ela, para que se afastasse e não corresse mais perigo algum. Eu, Jacob, Leah, Embry... todos mentimos para ela e quando percebemos, quando finalmente decidimos que havíamos mentido por tempo demais, descobrimos que ela havia deixado a cidade. Um ano depois Edward voltou."

Layla continuou encarando o adolescente pelo vidro do carro, conseguia perceber o quão tenso e delicado era para ele tocar no assunto. Deixou a cabeça pender para o lado e suspirou, enquanto virava-se e andava até o mesmo, fora sua vez de abraçá-lo por trás, tentar confortá-lo.

"Essa garota era Isabella Swan. E era dela que o irmão de Amanda estava falando." Seth finalmente terminou, abaixando a cabeça e fechando os olhos.

Layla então arregalou os olhos e afastou-se quando sentiu que o garoto iria virar-se para frente.

"Você está me dizendo que a garota que Edward mais amou durante seus últimos anos, vulgo, a garota por quem Jacob tem uma paixonite extrema desde criança voltou para a cidade?" ergueu a sobrancelhas e segurou-o pelos ombros, quase como se ela necessitasse daquela resposta.

O Clearwater apenas deu de ombros. "Não sabemos, tudo o que sabemos é o que Jackson falou. Pode ser que a casa tenha apenas sido vendida, mas ainda assim é difícil pensar em toda aquela situação, foram meses horrorosos para todos, fosse caçando vampiros ou tendo que ver o sofrimento de Bella..."

Engolindo em seco, pela primeira vez na vida Layla Harris percebeu que não tinha o que responder. Então apenas puxou o namorado para um abraço enquanto encarava a casa a sua frente. Pela janela da sala ela pôde ver as costas de Jacob e Edward, ambos curvados, provavelmente ainda com os olhares vidrados para frente. Sentiu os braços de Seth envolverem-na, enquanto seu peito subia e descia rapidamente, ao passo que alguns soluços eram escutados, ele estava chorando. E, com certeza, se os dois rapazes sentados na sala de estar não estivessem tão petrificados, estariam fazendo o mesmo.

Foi aí que a garota tomou uma decisão. Ela mesma iria resolver tudo aquilo, nem que tivesse de ir até a casa da tal Isabella às 4 horas da manhã, ela solucionaria todos os problemas.

Nem Jacob e muito menos Edward mereciam sofrer daquela forma, se sentirem culpados daquela forma por agirem em nome do que sentiam. E a morena falaria isto para Bella, explicaria o lado dos dois e então colocaria os três na mesma sala para discutirem.

Layla colocaria um ponto final naquele dilema inteiro, traria paz para Forks, para os corações dos Cullen e dos Quileutes e quem sabe até mesmo ajudaria Edward e Jacob a conquistarem a garota novamente, de modo que ela escolhesse um dos dois e todos fossem felizes novamente.

Sim, ela faria isso, ou seu nome não seria mais Layla Harris.