Os Tempos de Jacarandá - Percabeth escrita por ananinha0909


Capítulo 1
One-shot




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— Vocês estão prontos? – Minha mãe chegou pela nossa lateral atrás das cortinas. Percy, Grover e eu estávamos ensaiando havia 4 meses, se não estivéssemos pronto para o trabalho de música, eu não sei quem eu sou.

Percy sorriu e a respondeu enquanto o grupo do meu ex-namorado apresentava no palco.

— Sim, estamos prontos.

— Eles já estão terminando. Entrem assim que eu avisar.

Grover assentiu animado. Minha mãe voltou para o palco depois que a última estrofe da música foi cantada por Luke. Nunca mais eu conversei com ele depois de que descobri que ele havia beijado minha amiga. Thalia me contou por causa da nossa amizade, e eu preferi me fazer de sonsa para ver se ele me contava. Nunca disse nada até que eu contasse que sabia. Nós terminamos e fingi que ele não existia, mas a voz dele era linda, então é impossível ignorar isso agora.

— Annie, nós vamos cantar só aquelas duas mesmo? – Percy se virou para mim pegando seu violão e o colocando no ombro.

— Eu ainda acho duas muito pouco – Grover reclamou.

— Eu acho melhor, mas qualquer uma que vier, a gente toca – dei de ombros. Aprendemos cerca de 15 músicas, literalmente qualquer uma dessas que eles quisessem tocar, eu tocava. Tocar. Quase que eu me esqueço do meu teclado que me pediram emprestado para usarem. Olhei para ele em perfeito estado no canto direito. – E sobre ser só duas, Grover, era o regulamento. Apenas duas.

— Muito obrigado meninos, - minha mãe encarou com cara feia Luke, e eu ri com a careta – e agora com vocês, os alunos: Percy Jackson, Annabeth Chase e Grover Underwood.

Ok, talvez eu não estivesse tão pronta quanto pensava. Minha barriga se embrulhou com a plateia no auditório. Repeti mentalmente para respirar fundo e sorrir. Grover pegou suas baquetas e a sua caixa colocou-a no ombro para carrega-la. Eu fui logo me sentando no meu banco enquanto Percy ficava no lado oposto ajeitando o microfone. Outra coisa que quase me esqueci: ver se meu microfone estava ligado.

  - Oi, testando, estão me escutando? – Perguntei rindo. Sim eles estavam me escutando porque eu me escutava. Escutei vários sim e sorri mais ainda. Vi Luke se sentando no fundo com os amigos dele e ele começou a me olhar. Não desviei o olhar, já havia superado ele, então não me importava olhar para ele. Percy começou a falar tirando minha atenção.

— Oi, galeraaaaa! – Gritou tentando animar a plateia. Missão cumprida Percy, fez eles gritarem. Eu ri. – Eu não sou muito bom apresentando, essa é a função da Annabeth...

— EI! – Reclamei tirando risadas.

— ... mas hoje eu vou apresentar. Nos dois sentidos – ele riu. – Grover, Annabeth e eu esperamos que vocês gostem da nossa apresentação, de duas músicas – riu novamente -, e vamos começar com a música Amsterdam, do Coldplay.

Essa é a que eu mais gosto, e é a que eu mais tenho função. O piano dela é fantástico. Eu e minha mãe adoramos ela, é lenta até que chegue o clímax dela.

Sorri.

Os dois me esperavam enquanto eu cantava ela. Percy me acompanhava como segunda voz enquanto pegava sua guitarra e mudava. Parando para pensar, por que ele entrou com o violão se ia usar a guitarra primeiro? É muito lerdo, caramba...

Acho que não deveríamos ter escolhido essa, essa música é muito calma por um tempão e o público não deve estar gostando, mas eles só precisavam esperar um pouco mais. Comecei a deixa para Percy fazer o som da guitarra e o Grover começar com a bateria.

Já a segunda música era dos Melim. Eles tinham uma vibe tão boa que não poderíamos deixar de lado. Grover que escolheu, já que adora reggae, e a pegada deles eram exatamente essa. Ele nos obrigou, isso mesmo, obrigou, a escutar as músicas dos irmãos. Ok, tenho que admitir que elas são muito boas mesmo e que eu gostei delas.

 

“Escalando alto pra te merecer, é, é
Eu vou, eu vou
Surfando as ondas do seu cabelo, sua beleza
É um exagero
Tô jogado aos seus pés tipo Cazuza,
vidrado nos seus olhos de Meduza”

 

Percy se virou para mim olhando nos fundos dos meus olhos cinzentos, eu quase me perdi nas notas e me esforcei para me manter no ritmo enquanto cantava junto dele. Vários gritinhos de garotas e garotos surgiram, como se tivessem notado que o Percy me olhou. Pelo menos eu não estava tocando violão, não conseguiria tocar e manter a concentração na batida sem errar. Pelo menos cantar eu conseguia.

Às vezes Percy olhava para a plateia, mas sempre voltava o olhar para mim de novo. Eu estava vermelha porque nesses últimos meses eu comecei a gostar dele diferente de amigo, mas nunca quis falar para guardar nossa amizade. E agora eu estava mais constrangida com ele prestando a atenção em mim.

Grover deu as últimas batidas na bateria e a plateia vibrou pedindo mais uma. Sorri abertamente com o público, eles parecem ter gostado bastante da nossa apresentação. Olhei para Grover e Percy questionando que música tocaríamos e os dois se olhavam trocando olhares. Percy levantou o indicador e Grover saiu da bateria. Acho que os dois estavam decidindo que música tocariam, mas sem me avisar. Isso me deixou irritada.

— Percy? – Chamei no microfone e o olhei sem entender. Ele me disse para esperar um minuto enquanto Grover se ajeitava em cima da caixa de madeira oca.

— Já que vocês pediram, nós vamos mais uma então – Percy declarou fazendo muitos assoviarem e baterem palmas. – Mas só mais uma porque Atena nos mata se não saírmos do palco para o próximo grupo.

Continuei esperando a deixa. Ele começou tocando bem leve alguns acordes que de cara eu já reconheci. Sorri mais ainda.

 

“Desde pequeno admirei teu jeito de olhar o mundo
Sempre sentada na primeira fila
 e eu jogado lá no fundo
Eu me encanto com essas voltas lindas que a vida dá
Hoje mais velho enfim criei coragem para lhe perguntar”

 

Ele se virou completamente para mim e o meu sorriso aumentou mais ainda. Ok, talvez tivesse esperança de que minha queda fosse por ele fosse recíproca.

 

“Assim, qual é a rua que tu mora? Me fala qual o teu andar
Eu sei que já passou da hora, às dez tô indo te buscar
É mesma rua da escola, da esquina com a jacarandá
Cê costumava me dar cola pra não me ver reprovar”

 

Ele chegou mais perto de mim e começamos a cantar juntos. Ai, como eu gosto desse garoto.

 

“Agora cola o teu corpo no meu, ensina o meu coração
Tu sabe que desde moleque eu não aprendi essa lição
Cola o teu corpo no meu, ensina o meu coração
Tu sabe que desde moleque eu não aprendi essa lição

Vem, chega mais perto
Há de dar certo, isso é só alegria
Ontem te vi no recreio, hoje no meio da correria
A gente dá liga e deve se amar, desde os tempos de Jacarandá
Eu insisto em me perguntar"

 

Ele me olhou mais intensamente. Eu nem acredito, ele estava mesmo cantando com emoção aquela música. Ele parou de tocar e apontou com a mão para mim enquanto Grover seguia batendo na caixa. Os telespectadores que conheciam a música prosseguiram cantando com ele.

 

“Moça, qual é a rua que tu mora? Tá tão difícil de te achar
Desculpa tô sem GPS e esqueci meu celular
Por que que a gente não namora? Já tô cansado de ficar
Desculpa se esse tempo todo, eu dei motivo pra chorar”

 

Eu me levantei com meu microfone e minha cadeira, assustando Percy, e sentando do lado do Grover, e Percy se sentou no chão do meu lado.

 

“Agora cola o teu corpo no meu, ensina o meu coração
Tu sabe que desde moleque eu não aprendi essa lição
Cola o teu corpo no meu, ensina o meu coração
Tu sabe que desde moleque eu não aprendi essa lição”

 

Nossas vozes se mesclavam perfeitamente e nossos olhares estavam fixos. Decidi chamar a plateia para cantar, para poder ter uma interação maior com nossos ouvintes. Mais da metade do auditório começou a cantar comigo e com Percy. Eu sabia que ele me olhava encantado, eu nunca gostei de tocar para outras pessoas. Percy era um babão, em pouco tempo que eu conhecia ele, desde que passamos a estudar juntos, já sabia muito sobre o garoto. Meu, como eu gosto dele...

 

“Cola o teu corpo no meu, ensina o meu coração
Tu sabe que desde moleque eu não aprendi essa lição
Cola o teu corpo no meu, ensina o meu coração
Tu sabe que desde moleque eu não aprendi”

 

Grover parou de bater e Percy tocou um acorde.

 

“Desde pequeno admirei teu jeito de olhar o mundo”

 

Sorri e olhei para ele. Todos nos aplaudiam.

Esse foi um ótimo dia para mim. Agora eu só tinha que conversar com Percy depois, e eu sinto que ele também quer conversar comigo.


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