Guerra é Guerra escrita por Nc Earnshaw


Capítulo 2
Sasuke!?


Notas iniciais do capítulo

Estou amando tanto escrever essa história! Atrasei essas duas semanas porque minha casa estava em reforma, mas agora voltei com tudo. Darei meu máximo para concluí-la ainda esse mês, e prometo que vocês vão amar. O próximo capítulo sai em dois ou três dias. ♥



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Capítulo 1

por N.C Earnshaw

 

SASUKE DESVIOU DO SOCO POTENTE de Sakura sentindo uma gota de suor escorrer pelo seu rosto. Uma careta de desgosto torceu sua expressão quando percebeu sua companheira de time erguendo uma das pernas, pronta para chutá-lo até o outro lado de Konoha. Sentindo que não conseguiria se livrar daquele golpe, à contragosto, ativou o sharingan, ganhando um sorriso vitorioso da Haruno. Ela queria levá-lo ao limite, e estava conseguindo. 

— Acaba com ele, Sakura-chan! — gritou Naruto, empolgado. O loiro tinha um dos punhos erguidos no ar, e não se constrangia em berrar incentivos para sua amiga. 

Sasuke saltou para trás, analisando sua situação. Em uma luta corpo-a-corpo, a única maneira de vencer Sakura era usar sua própria velocidade contra ela. Apesar dos socos e chutes da kunoichi serem poderosos, eram golpes rudes que poderiam ser evitados com alguma agilidade. 

Uma cratera foi criada no lugar onde ele se encontrava antes, e o Uchiha ergueu uma das sobrancelhas para Sakura, pensando no quão ferrado ele estaria se tivesse sido atingido. A menina apenas o lançou um olhar desafiador, fazendo com que o desejo de vitória o fizesse querer terminar aquela luta mais rapidamente.

Sakura pensou em pular na direção de Sasuke com mais um soco preparado, queria cansá-lo com aqueles golpes até pegá-lo de guarda baixa. No entanto, no instante em que deu um passo para se impulsionar, Sasuke começou a fazer selos numa rapidez assustadora. Selos estes, que ela conhecia muito bem. 

— Katon: Goukakyuu no Jutsu. — A bola de fogo saiu dentre os lábios de Sasuke na direção da Haruno, e a garota não conteve a risadinha que escapou dos seus lábios. Ele continuava a subestimá-la, e isso seria a causa de sua derrota. 

A verdadeira Sakura pulou da árvore onde estava escondida e correu até o companheiro de time. Sasuke atacava um mero clone seu, e ficaria irado quando descobrisse. Ela levantou o braço na altura dos olhos, pronta para derrubá-lo com um soco na cabeça. O punho estava livre de qualquer chakra, pois não gostaria de debilitar o último Uchiha existente pelo resto da vida. 

— Foi muito bom lutar com você, Sasuke-kun — provocou Sakura antes de acertá-lo. Por meros segundos, a sensação incrível de ter ganho tomou conta de seu corpo. E foi essa euforia que a paralisou quando o corpo de Sasuke explodiu numa nuvem de fumaça. Era um clone. 

“Droga”, xingou a Haruno, procurando ao redor onde ele poderia estar escondido. Ela se martirizava por ter comemorado antes da hora e não ter percebido o quão descuidado Sasuke se portava durante os últimos dois minutos da batalha. 

— Sakura-chan, você consegue! — continuou a incentivar o loiro. — Dattebayo! 

— Não acho que a feiosa vença depois disso — opinou Sai, com um sorrisinho falso. Ele ignorou o olhar de aviso de Naruto e continuou. — Ela estava encantada demais encarando o pinto duro do traidor para se concentrar na luta. 

Sakura cerrou os punhos, irritada, desejando mais que tudo quebrar alguns ossos de Sai. Ela deu um passo na direção do antigo anbu raiz, mas foi ao chão com uma rasteira. 

Suas costas bateram na superfície dura com um baque, e a médica soube no mesmo segundo que aquilo deixaria alguns roxos. Seus membros ficaram largados como se ela fosse um boneco de ventríloquo com as cordas partidas, alguns grãos de areia a furavam em lugares constrangedores e, para sua infelicidade, o cansaço de ter feito um longo plantão seguido de um treino árduo, pegou-na. Sua respiração se encontrava ofegante e os músculos tremiam pelo esforço, contudo, apesar disso, ela não desistiu. Principalmente porque Sasuke a encarava de cima com um sorrisinho presunçoso que ela daria tudo para arrancar com um soco. E ela não se chamaria Sakura Haruno se deixasse qualquer um de seus companheiros de time que tinham síndrome de macho-alfa, vencer. 

Se Sasuke fosse alguém dado a risos, teria gargalhado da expressão da sua amiga de cabelos rosas. Ela tinha um bico enorme nos lábios, a testa estava franzida de irritação, e o Uchiha apostava que, se ela estivesse erguida, bateria o pé como uma criança birrenta. Os olhos cintilavam com um brilho de raiva pura e desmedida, e Sasuke se perguntava quando ela iria aceitar que era quase impossível vencê-lo. Sakura era óbvia em suas estratégias quando lutava contra ele, e seu estilo de luta era superado se o oponente fosse mais veloz. Com o sharingan ativado, isso se tornava ainda mais óbvio.

Uma vontade imensa de aconselhá-la o fez abrir a boca, mas ele se conteve e a fechou. Não sabia como ela receberia sua ajuda. Não estavam tão íntimos quanto antes, e pareciam andar sobre ovos sempre que estavam próximos. Evitando se tocar, desviando olhares e fugindo da presença um do outro sempre que se viam sozinhos. 

Sakura tinha mudado. Ela não era mais a mesma garotinha apaixonada que se declarava para ele a cada dois segundos. Era uma mulher forte e independente, que não corria atrás de ninguém à procura de migalhas. E o Uchiha não tinha ideia de como lidar com essa versão nova e melhorada, apesar de estar maravilhado. 

Sasuke passou a admirá-la mais a cada dia que passava desde do seu retorno, e sentimentos que ele nem imaginava ter dentro de si, surgiram.

Sempre que Sakura o encarava, seu estômago embrulhava, as mãos suavam e ele tinha que dar um jeito de esconder o volume em suas calças antes que os outros percebessem.

O Uchiha culpava os hormônios. Sakura tinha sido a única garota, em todos os seus anos de vida, a despertar seu interesse. Mesmo que sexual. 

Ele sorriu de canto, adorando como o rosto pálido passou a ficar vermelho. Era um tom muito parecido com os tomates suculentos que ele tanto amava comer, e Sasuke se perguntou se Sakura ficava vermelha daquele jeito em outros lugares. 

Ele foi tirado do estupor ao ser surpreendido por uma rasteira. Um corpo quente o prendeu no chão, e Sasuke grunhiu ao perceber que tinha sido pego de surpresa por Sakura. Ela montou no seu estômago sem qualquer constrangimento e levou uma kunai ao seu pescoço. 

Ele não conseguiu se concentrar nas palavras que saíram de sua boca. As coxas torneadas estavam prendendo-o, e Sakura se encontrava sentada perto demais do seu amiguinho para o ninja se importar com qualquer outra coisa. Kami, o calor era delicioso. 

— Sasuke-kun? — chamou a Haruno ao perceber o olhar vago do seu companheiro de time. — Você está bem? 

Sem resposta. Sasuke continuava a fitar seu rosto, mas não parecia atento o bastante para demonstrar que estava ouvindo. 

Sakura teve medo que ele tivesse batido a cabeça, e inclinou seu corpo para frente, tentando alcançar suas têmporas com as pontas dos dedos. O movimento fez o Uchiha grunhir e arregalar os olhos, e somente quando a menina ouviu a risada estrondosa de Naruto, foi que ela se deu conta da situação em que se encontrava. 

Estava montada em Sasuke Uchiha! 

— Não acho que seja uma hora propícia para tentar acasalar, feiosa — comentou Sai, aproximando-se do casal ao lado de Naruto. 

O Uzumaki se engasgou com a própria saliva ao ver os semblantes dos seus outros companheiros de time se retorcerem de vergonha. Ele deu um tapa camarada nas costas do pintor, recebendo um sorrisinho em resposta. Mais tarde, Sai riscou da sua lista “fazer um amigo rir”. 

— O que você disse, idiota?! — grunhiu Sakura, levantando-se para acabar com a raça de Sai. Suas bochechas se encontravam coradas, e ela nem se atreveu a olhar para Sasuke. Não queria saber qual expressão ele tinha no rosto. 

O ex-vingador tentou ficar impassível, mas era difícil quando se tinha o corpo da garota que ele se sentia atraído, colado ao seu em uma posição para lá de erótica. Ao contrário do que os outros pensavam, o Uchiha não era imune a beleza feminina. Apesar de ter ignorado por anos esse lado da sua vida quando estava em busca de vingança, era como qualquer outro adolescente normal. Ou seja, sua mente sempre se voltava a sexo, sexo e mais sexo. Ele só era mais discreto que os outros.

A Haruno acabou tropeçando nos próprios pés, e Sasuke a segurou pela coxa, apreciando o quão macia e quente era a pele delgada. Mas a soltou rapidamente quando avistou o olhar malicioso de Naruto. 

— O-obrigada, Sasuke-kun — agradeceu a kunoichi com timidez, esquecendo-se de que estava prestes a cometer um assassinato.

— Hum! — Um resmungo foi tudo que saiu dos seus lábios. O Uchiha então se levantou, bateu a sujeira que tinha grudado em sua roupa e foi em direção a sua garrafinha de água, querendo disfarçar que também estava envergonhado. 

Sakura o observou dar as costas, lembrando do quanto seu abdômen era firme e levemente musculoso. Ela mordeu os lábios, pensando numa forma de se aproximar dele sem parecer uma boba apaixonada. Para sua sorte, recordou-se do grunhido de dor que ele deu quando ela o derrubou. 

— Está machucado, Sasuke-kun? — inquiriu, ignorando qualquer coisa que Naruto estivesse falando e se aproximando do Uchiha. Seus olhos já procuravam algum sinal de ferimento. 

O Uzumaki reclamou alto, mas nenhum dos dois deu atenção. 

— Estou bem. — Ele conteve uma careta ao ver os olhos dela brilhando em tristeza. — Obrigado. 

Sakura sorriu, e isso foi o suficiente para ele. Ambos ficaram em um silêncio constrangedor, sem saber o que dizer. Contudo, foram salvos ao serem interrompidos pelo melhor amigo loiro e barulhento. 

— Ei! — berrou Naruto acenando a poucos metros de distância, enquanto caminhava na direção deles com Sai a tiracolo. — Estou varado de fome — choramingou, jogando um braço sobre os ombros de Sasuke. 

O Uchiha, irritado, afastou-se do contato, xingando mentalmente o Dobe por ser tão intrometido. 

— O que acham de irmos ao Ichiraku? 

Naruto não esperou que sua sugestão fosse aceita pelos outros. Deu as costas aos companheiros de time, deixando todos para trás. 

Sakura revirou os olhos ao ver a dramatização do futuro Hokage de Konoha. 

— Temos mesmo que comer aquela porcaria de novo? — inquiriu o Uchiha, pensando no quanto queria tomar uma sopa de tomates. 

— É a tradição. — Sakura o lançou um sorriso largo, e passou seu braço no dele, pegando-o de surpresa. — Além disso, não é tão ruim assim. 

— Não é o que os médicos dizem — disse Sai, confuso com a dinâmica dos dois. Ele fez uma nota mental de ir à biblioteca, ainda naquele dia, para pesquisar. 

Eu sou médica, Sai. — A Haruno passou o outro braço pelo de Sai, e puxou os dois ninjas para acompanharem Naruto, que esperava o resto do seu time na saída com os braços cruzados. — E eu digo que não faz mal comer ramen uma vez ou outra. 

— O sem-pinto come todo dia. — Sasuke mordeu a bochecha ao ouvir o apelido que seu substituto tinha dado a Naruto. Não podia demonstrar que achava engraçado, uma vez que ele vivia o chamando de traidor; o que não era mentira, e xingando Sakura de feiosa. 

“Como se tivesse alguma coisa de feio nela”, pensou ele, ultrajado. 

— O Naruto... — lembrou Sakura, apertando o braço dele levemente. — tem a Kurama. E já conversamos sobre esses apelidos, Sai! 

Sai deu um sorrisinho cínico, que ele acreditava ser a resposta para todos os seus problemas. Mas, na verdade, só aumentava a vontade de socá-lo. 

Sasuke grunhiu baixinho, sem suportar interagir com o ex-membro da Anbu raiz, e se desvencilhou de Sakura, deixando ela e o idiota para trás enquanto a garota o lembrava de algumas regras de comportamento. 

— Teme — cantarolou Naruto assim que Sasuke passou por ele. O loiro o cutucou na costela, fazendo o Uchiha parar de andar e socar seu braço. — Ouch! Tá maluco? 

— O que você quer, Dobe? — O Uzumaki não se importou com o suspiro cansado do seu melhor amigo. 

— Você e a Sakura-chan, huh? — A insinuação o deixou mais impassível. 

— O que tem a Sakura e eu? — Ele enfiou as mãos nos bolsos, e continuou a fitar Naruto sem qualquer expressão no rosto, torcendo para ele não se aprofundar muito naquele assunto. 

— Vocês estavam… — A frase foi interrompida por uma leve explosão no campo de treinamento em que eles estavam. O time 7 trocou olhares cautelosos, e decidiram, ao mesmo tempo, correr em direção ao barulho. 

— O que acham que pode ter sido? — inquiriu Naruto, focado. Uma explosão simples daquela não era motivo de tanta preocupação. Entretanto, após a guerra, eles tinham ficado muito mais cautelosos e precisavam verificar. 

— Alguns genins? — sugeriu Sakura, sem acreditar nas próprias palavras. 

— Não — discordou Sai. — Não me lembro de ninguém treinando ali perto. 

Sasuke assentiu mentalmente. Durante o treinamento, não tinha sentido qualquer chakra por ali, com exceção, claro, do deles. 

Eles se aproximaram com cautela do lugar, observando se tinha ocorrido alguma mudança na paisagem. 

— Está tudo do jeito que deixamos — afirmou Naruto. Sakura e Sai hesitaram por alguns segundos antes de concordar. 

— Não está. — Todos encararam Sasuke com surpresa. — Aquela cratera não foi a Sakura que fez.

A Haruno franziu o cenho, pensativa, buscando em sua mente o momento em que tinha detonado aquele pedaço específico de terra. 

— Como pode saber disso? — indagou Naruto, sem acreditar. 

Sasuke apenas deu de ombros, e começou a ir em direção à cratera “desconhecida”.

— Ei, Teme! — gritou o Uzumaki. — Não pode se aproximar desse jeito. 

O rival sequer olhou para trás, fazendo o loiro bufar alto e segui-lo, à contragosto. Sakura cobriu uma risadinha com a mão, deliciando-se com o quanto aquela cena lembrava os velhos tempos. 

Com kunais em mãos, o time 7 se dividiu para cobrir melhor a retaguarda. 

Sasuke, o primeiro a alcançar o buraco, parou bruscamente. 

— Mas que droga é essa!? — A fúria na voz do Uchiha fez Sakura se empertigar, e o que avistou a fez cobrir a boca com uma das mãos. 

Um corpo masculino estava todo encolhido, seus braços se encontravam repleto de cortes profundos; que precisavam ser tratados com urgência ou acabariam infeccionando. No entanto, o que mais havia assombrado-a, era que o garoto ferido era idêntico ao seu Sasuke-kun. Os mesmos cabelos cor de ébano, a mesma pele pálida, o nariz era idêntico e a boca era pequena e avermelhada. 

Sakura semicerrou os olhos, procurando algo que a ajudasse a interpretar o sentimento de reconhecimento. Foi quando notou as roupas, que se deu conta. 

— Sasuke!? 


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