Meu Nerd Favorito escrita por PepitaPocket


Capítulo 7
Um Agradecimento Inesperado




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Uma semana sem acesso ao computador, e a televisão parecia moleza, perto da tortura de ficar sem seu celular.

Não poderia nem extravasar seu tédio, mandando vídeos indecorosos para Sakura, para ela ter um ataque de puritanismo.

Nem continuar, incomodando o rabanete por ela ainda não ter beijado ninguém, mandando fotos de sapos, para ela escolher.

Mas, o que ela estava realmente sentindo falta, era mandar mensagens para certo esquisitão excêntrico que usa óculos de sol, seja na rua ou seja dentro de casa. E, até em dias chuvosos ou nublados.

Os olhos azuis de Ino se marejaram, mas ela continuou recusando-se a chorar, porque caso ela fizesse sua pele ficaria um horror.

O jeito era tirar um sono de beleza, sua mãe havia confiscado todas suas revistas de moda e pior: descoberto seus esconderijos.

Havia uma pilha de deveres para fazer.

Mas, ela não estava afim de fazer, até porque teria um tempão ali sozinha, segundo que seus pais disseram.

Seu tempo de prisioneira do quarto, seria equivalente ao tempo de detenção.

Entretanto, algo surpreendente aconteceu.

— Ino, você tem visitas. – Sua mãe avisou em tom seco. Levaria algum tempo, para que sua progenitora voltasse a confiar nela.

Ino nem sabia quem era, mas não deixaria de se arrumar para receber a visita. E, escolhera um vestido vermelho, com estampas brancas, e uma sandália de salto, e uma maquiagem cor de areia.

Imaginou que seria Sakura, e queria se exibir com o vestido que as duas estavam namorando a algum tempo, e ela conseguiu comprar antes daquela testa de marquise.

Ino sabia que esse pensamento não era o mais legal do mundo. Mas, desde que se conheceram na maternidade (duas tiveram intoxicação alimentar quando bebê), ambas não se separaram mais, Mikki e Tsunade também tornaram-se amigas, para alegria das duas, que ainda passaram a conviver com Karin, que era filha de um primo de Tsunade.

Mas, isso não as impedia de competir nas pequenas coisas, porque nas grandes uma apoiava a outra.

Por isso, sem o menor remorso, Ino saiu de seu quarto com o seu melhor sorriso presunçoso, ao mesmo tempo de que estava agradecida, por aquela testuda ter convencido sua mãe, a deixar visita-la. Ela odiava admitir, mas Sakura era melhor na chantagem do que ela.

Por isso, não foi à toa que ver Shino ali sentado, tomando um refresco de uva com vontade, deixou a moça dos cabelos loiros perplexa.

— Hum? Shino-kun? – Ela quis morder a própria língua quando usou aquele sufixo, que ela só usava quando estava a sós com Kiba, mas agora não dava para voltar atrás, então coube a ela apenas dar um sorriso contido.

Ainda mais quando viu ali sentado um homem muito parecido com Shino, tinha olhos castanhos e um cabelo preto, com um corte parecido com o do filho. E, pasmem. Ele também, estava usando óculos de sol.

“Deve ser um hábito esquisito de família”.

— Ino, o senhor Aburame veio até aqui, explicar que você e Shino-san, são parceiros no trabalho que eu achei que vocês já tinham terminado. – Inoichi dissera em um tom seco, e a garota abaixou a cabeça, tristonha.

Odiava quando seus pais ficavam assim com ela.

— Hai. – Ela concordou envergonhada, pois era constrangedor ter seus pais zangados com você, e na frente de visitas.

— Então, você terá autorização de sair de seu quarto para fazer o trabalho. Apenas isto. – Inoichi deixou claro sua posição, e fez uma carranca para Ino que ficou vermelha de vergonha.

Ele poderia deixar o sermão e a cara feia para quando ela não tivesse na frente de ninguém.

Mas, não é como se ela pudesse fazer mais do que cara feia naquele momento.

— Senhor, Yamanaka... Se me permite a palavra. – Shino falou visivelmente nervoso. Suas duas mãos entrelaçadas, e esfregando-se uma na outra.

— Claro, meu jovem, a vontade. – Inoichi dissera calmamente, fazendo um gesto encorajador para o rapaz que respirou fundo, buscando se acalmar, mas o nervosismo levava a melhor sobre ele, mesmo assim,

— Ino, só brigou com aquelas garotas, para me defender. – Ele disse ajeitando os óculos, nervoso enquanto ele sentia os olhos azuis dela grudados na sua tez, em sinal de perplexidade.

— Sabem? Eu não sou muito popular na escola, e as pessoas costumam falarem coisas cruéis as vezes. – Shino disse com sinceridade. – Sua filha foi gentil, e defendeu um colega que estava sendo feito de chacota. Por isso, queria aproveitar a oportunidade e agradecer, Ino.

Shino disse um tanto atrapalhado com as palavras, mas ele estava se esforçando para ser eloquente, porque não achava que Ino, merecesse ser punida, embora sua atitude não tivesse sido a mais louvável.

— Entendemos seu ponto de vista meu jovem. – Inoichi olhou para sua esposa, que fez um gesto afirmativo com a cabeça.

— Mas, Ino precisa aprender que existem meios mais educados de resolver esse tipo de situação, que não seja agindo que nem um galo de rinha no corredor da escola. – Inoichi dissera lançando um olhar feio para Ino, que já nem ligava para isso, porque estava muito contente, com o que Shino havia dito.

— Compreendemos muito bem, Yamanaka-san. – Shibi dissera lançando um olhar de censura para o filho. – E, não é nossa intenção intervir no modo como os senhores educam sua filha.

O Aburame mais velho falara, fazendo um gesto para que seu filho não dissesse mais nada.

— Como minha filha está de castigo, gostaria que o trabalho fosse feito aqui. – Inoichi dissera educadamente.

— Gomensai, mas é uma caixa entomológica, e ainda não coletamos todas as amostras necessárias. – Ino tomou a palavra, fazendo sua melhor cara de anjo, mas é claro que aquilo não amoleceu seus pais, que continuaram olhando-a com severidade.

— Ora, insetos tem por toda parte minha filha. – Mikki dissera dando um sorriso para sua filha, que ela só usava quando estava irritada, e era algo de gelar os ossos.

— Não necessariamente senhora, se me permite a palavra. – Shino disse dedilhando seus óculos de sol.

— Eu e Ino, já vasculhamos o seu jardim, e fizemos o mesmo em casa. Precisamos de mais alguns exemplares, e eu pensei em irmos ao parque da cidade. – Shino disse com as bochechas visivelmente vermelhas.

Suas mãos suavam frio, mas depois que Ino foi liberada, com a condição de que Shibi iria trazê-la antes das 23h, ele sentiu que valeu a pena.

Ainda mais quando a garota deu um bonito sorriso para Shino, e movimentou os lábios dizendo, um singelo obrigada.

E, ele soube que gostava do jeito que os lábios dele se movimentavam. Na verdade, ele tinha certeza que iria acabar sonhando com isso. Esse detalhe estava o deixando inquieto.

Não era indiferente as garotas, é claro.

Mas, nunca achou que seu coração fosse bater, pela mais chamativa de todas. O problema é que as chances da garota, se interessar por ele, eram praticamente nulas.

E, ele se achava muito novo para ficar sofrendo por amor.

Mas, seu pai havia lhe dito que essa é uma coisa inevitável, então já que tinha de acontecer... Que fosse de uma vez.

E, por uma garota como Ino.

Shino pensou, enquanto decidia se iria falar mais do que já falou naquele dia. Ou, se iria continuar como o bom observador, e não arriscar perder a pouca aproximação que teve com Ino nos últimos dias.

Essa era uma dúvida que estava o consumindo.

E, ele sabia que teria de tomar uma decisão.

Ino havia ido trocar de roupa, a contragosto, já que estava vestida apropriadamente para pegar insetos.

Um sorriso irônico brotou nos lábios dela, ao lembrar que seu primeiro encontro com Kiba, foi dar uma volta no parquinho com o cachorro de estimação dele.

“Eu não sei porque ele chamou seu pet de Akamaru, se os pelos do cachorro são brancos, e não vermelhos”.

Ino pensara sem notar que a magoa que costumava leva-la as lágrimas, quando pensava qualquer coisa relacionada a Kiba ou a cachorros, já não estava lá.

— Acho que Shino gosta dessa cor. – Ela murmurou enquanto pintava seus lábios de lilás.

Ele achava que ela não tinha percebido que toda vez que ela pintava, dessa cor... Ele olhava com mais atenção para seus lábios.

E, pensar em Shino colocara um sorriso nos lábios de Ino que ficou toda feliz, com essa constatação, sem nem perceber.

Quando ela saiu do quarto, para falar com Shino, não havia se dado por conta, do sorriso que havia em seus lábios.

Nem do jeito que seu coração estava batendo forte, ante a possibilidade de sair com ele, mesmo que para caçar insetos asquerosos... Mesmo sabendo que não era nem um pouco boa nisso, Ino sentia do fundo de seu coração que precisava agradecer sua tentativa de defesa.

E, também que foi graças a iniciativa de Shino em falar com seus pais, que ela conseguiria sair um pouquinho do quarto, e não ficar mofando no quarto a semana inteira, pensando em algo até se arrepender, de algo que ela não se arrependia...

Pois, sua opinião era verdadeira, ela achava o Shino um cara muito legal.

E, se as outras garotas não percebiam isto, melhor para ela.

Ino chegou a essa conclusão, antes de sair do quarto e ir encontrar seu colega de equipe, a única parte boa daquele trabalho horroroso.

— Maldito, sensei de biologia.


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