Meu Nerd Favorito escrita por PepitaPocket


Capítulo 3
O Problema das Pupas




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Ino bem que protestou. Mas, tinha de admitir que a ideia de cada um deles procurar seis exemplares de inseto, não era ruim.

“Se você olhar bem em seu jardim, protegidas por grossos casulos entre as folhagens das plantas, medianas e altas’.

Enquanto andava de quatro pelo jardim com uma lanterna, entre os dedos, ela xingava de todos os nomes que conhecia, o pai de Sakura. E, também por Kiba ter terminado com ela de uma hora para a outra, e já engatado namoro com outra.

— Porcaria, acho que é isso que chamam de inferno astral. – Ela murmurara para si mesma.

Ela pensou enquanto engatinhava no jardim, louca de medo de esbarrar em alguma coisa nojenta.

Mas, ela tinha seis coisinhas nojentas para caçar, espetar com o alfinete, pesquisar dados sobre o filo, espécie e hábitos alimentares, e claro transcrever no emocionante relatório sobre insetos.

“Depois dessa nunca mais mato aula”.

Ela pensou com cuidado, para não murmurar nada indevido, pois caso seus pais descobrissem o que ela andou aprontado, certamente ela ficaria sem seu sonhado notebook individual no final do ano.

— Pupas é o estágio intermediário entre a larva e a fase adulta de alguns insetos. – Ino tentou rememorar os dados passados por Shino para ela.

Os mais famosos a passarem por esses estágio são as borboletas.

“Não acha curioso, Ino? Que as borboletas sejam tão belas, mas que o esplendor de sua beleza dure tão pouco”.

Shino havia lhe dito isso, enquanto eles liam sobre o ciclo de vida das borboletas.

“A maior parte do tempo, elas passam como larvas, feias e nojentas.”

Ino o ouvira falar com paixão, e seus olhos brilhavam de um jeito bonito quando ele falava daquilo que gostava.

A garota tinha de admitir que aquilo era gracioso.

— Diferente de ficar andando de quatro pés, pelo jardim. GRRRRR! Maldito, Orochimaru-sensei.

Ela voltou a xingar o pai de sua melhor amiga, pensando em pedir que a mesma usasse seu charme da testa grande com o pai, e tentasse conseguir uma aliviada para ela.

Mas, claro que a dona certinha não faria isto. E, Ino por sua vez não pediria. Pois, Sakura adorava flores e nunca pediu nenhum desconto em sua floricultura, por ser a sua amiga.

— INO, AMANHÃ VOCÊ PROCURA ESSA BORBOLETA, MENINA. – Escutara Mikki gritar da porta de entrada. – VEM JANTAR.

— É CRI...ada. – A língua da garota enrolou e ela não conseguiu dizer crisálida.

— QUE SEJA, VEM JANTAR. – Mikki dissera dando sinais que estava perdendo a paciência, e mesmo sendo uma mulher comedida, ela ficava assustadora quando irritada.

Por isso, a Yamanaka não queria continuar brincando com a sorte. Mas, ela também precisava procurar. Foi quando entre as folhagens de um girassol, ela encontrou o pequeno casulo branco.

Um sorriso brotou nos lábios de Ino, quando viu aquilo. Ela mexeu do bolso da short do pijama que ela estava usando, era lilás de coraçõezinhos e a parte de cima era um modelo cavado, com uma fada como estampa.

Do bolso ela tirou uma luva, de borracha e a colocou em suas mãozinhas.

Shino havia dito para ela usar uma tesoura para cortar o fio que o prendia a árvore, e depois colocá-lo em um vidro, mas ela não estava levando fé que iria encontrá-lo.

Então, teria de ser de seu jeito, mas então ela antes de tocar, lembrou do vídeo sobre o nascimento da borboleta.

E, ficou com remorso, de pegar a crisálida. E, impedir o nascimento da pobre borboleta.

No dia seguinte, quando ela falou isso para o Shino, ele a encarou de um jeito que ela achou que tivesse colado um sapato de cada cor, e amarrado o cabelo com chuquinhas coloridas. Sendo que ela estava com o uniforme padrão da escola: sala pregueada até os joelhos, camisa social com golas de marinheiro, sapato estilo boneca e meiões até os joelhos. E, ainda tinha aquela boina ridícula.

— Não quero que a gente pegue, bebês de borboleta. – Ino dissera estufando as borboletas.

Eles tinham passado por todas as aulas, normalmente, mas combinado de se encontrar na biblioteca, para conversarem. Shino já tinha conseguido quatro dos insetos: grilo, gafanhoto, barata e um besouro.

Ela em contrapartida só tinha um vagalume, pego por sua mãe, mas ela jurou de pé junto que foi ela quem pegou.

— Pupas, não servem para uma caixa entomológica já que elas estão em um processo de metamorfose. – Ele disse ajeitando seus óculos escuros, e aquilo era enervante.

No dia anterior, eles tinham trabalhado durante toda manhã, com pesquisas e anotações, e quando a mãe dela apareceu convidando-o para o almoço, ele praticamente saiu correndo, como se ela tivesse dito que o prato servido seria ele.

— Em tese, elas não são larvas, mas também não são borboletas ou mariposas, ainda. – Shino dissera usando aquele tom professoral.

— É, para mim anotar agora, sensei? – Ela perguntou em um tom provocante, enquanto jogava suas madeixas por cima dos ombros, o que serviu para que Shino a olhasse com admiração. Pois, apesar de ainda achar Ino uma garota chata, ela tinha encantos que o faziam querer olhá-la.

Só que isso era totalmente inadequado.

— Vamos continuar fazendo o que temos de fazer. – Ele disse ajeitando seus óculos, mas a concentração de Ino já tinha sido cortada, e ela estava mais interessada em conversar.

— Porque você usa esses óculos de sol? – Ela perguntou olhando para ele, como se estivesse encarando-o pela primeira vez.

E, Shino que tinha feito uma seleção de livros sobre o tema do trabalho deles, acabou sendo capturado por aqueles olhos azuis luminosos.

— Por que você usa batom? – Ele retorquiu a pergunta, dando uma ajeitadinha em seus olhos.

— Eu sei que é porque você gosta, bobo. – Ela disse dando uma risada espontânea. – Mas, tipo porque você gosta de usar óculos?

Shino franziu o cenho, porque aquela não lhe parecia uma questão importante, quer dizer pelo menos em sua vida não tinha um profundo cunho filosófico existencial.

Ele apenas um dia ganhou um de presente, quando tinha três anos. E, desde então passou a usá-los sempre.

— Não te cansa olhar o mundo, sempre por trás de lentes escuras? – Ela perguntou com a mão no queixo, e ele acabou sendo pego de surpresa, de novo, dessa vez por sua pergunta.

E, ele que pensou que não tinha nenhuma questão atrás dele usar ou não óculos de sombra.

Mas, quem sabe fosse uma maneira inconsciente de se esconder?  De filtrar as coisas lá fora, no mundo que o perturbavam? Mas, não havia maneira no mundo dele dizer isso para Ino, sem que ele parecesse no mínimo biruta.

Então, de novo preferiu o silencio.

— Vamos nos concentrar no trabalho, Yamanaka-san. – Ele disse em um tom formal.

— Pensei que éramos do mesmo time. – Ela perguntou franzindo o cenho, e ele não entendeu porque seus olhos ficaram em um tom de azul mais escuro, como se estivesse nebulosos.

— E, somos. – Ele disse com simplicidade.

— Mas, não é por isso que vamos nos tornar amigos e trocar confidências. – Ele disse de novo com simplicidade.

Só estava sendo sincero e pontual, mas Ino levantou-se abruptamente e saiu porta a fora.

“Acho que a bonitinha não está acostumado que sejam sinceros, com ela”.

Ele pensou confiante que agiu corretamente.

Enquanto folhava um livro e tirava um caderno, para anotar algumas coisas, sobre grilos que lhe pareceram muito interessantes.

...

Enquanto isso no banheiro, Ino lavava o rosto.

Não sabia porque tinha saído correndo daquela maneira. Deveria ter colocado o dedo na cara daquele idiota, e ter lhe dito algumas verdade.

Pois, ela só estava querendo ser simpática, e ele a tratava com quatro pedras na mão.

O problema é que ela tinha deixado sua bolsa na sala, e não poderia nem retocar a maquiagem.

Daquele jeito iria parecer que ela tinha chorado.

— Droga, estou tão sensível ultimamente. – Ino disse dando uma fungado.

Ela pensou, usando as toalhas de papel do banheiro, para enxugar seu rosto, enquanto tentava contornar o que lhe pareceu um estrago completo.

Nesse momento a porta se abriu, e parecia não ser seu dia de sorte mesmo, pois quem passou por ali, era a última pessoa que Ino queria ver.

Hyuuga Hinata.


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