Millennium Odyssey: Uma Odisseia de Milênios Atrás escrita por Aquele cara lá


Capítulo 28
Capítulo 28




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Está de dia. Vega termina de enfaixar o ombro esquerdo de Èris. Ela guarda as faixas em Qinglong.

"Prontinho~" - Diz Vega, sorrindo. "Não ficou muito apertado, não é ?"

Èris mexe seu braço, o checando. "Está muito melhor- Ugh" - Ela fraqueja de dor.

"Não exagere de novo !" - Diz Vega, preocupada. "É a segunda vez que eu tenho de trocar suas faixas porque você acaba estragando elas."

"D-Desculpa. Ehehehe." - Diz Èris.

Cirius chega no local, ainda um pouco sonolento. "…Bom dia…"

Vega e Èris cumprimentam Cirius, sorridentes.

Cirius solta outro bocejo e esfrega seus olhos. "O que tão fazendo ?"

"Terminando de fazer as ataduras dela." - Diz Vega.

"Eu já estou bem." - Diz Èris.

"Mesmo que se sinta melhor, seu corpo ainda não está." - Diz Vega. "Não vai conseguir usar seu braço esquerdo com toda a força por algumas semanas."

"Vocês subestimam muito uma cavaleira de Mako." - Diz Èris. Ela pega um copo com água com seu braço machucado. "Viu só ? Sem nenhum problema. A propósito, cadê o Kaito ? Eu bati na porta do quarto dele, mas ele não me respondeu."

"Deve estar bem cansado, depois dessa aventura que vocês tiveram." - Diz Vega. "Além disso, eu ainda não tive tempo de fazer curativos nele."

Cirius dá de ombros. "Eu não vi ele."

Mira chega no local. "Bom dia, pessoal."

Todos cumprimentam Mira.

"Se sentindo melhor, Èris ?" - Pergunta Mira.

"Meu corpo é uma armadura. Nada derruba uma cavaleira de Mako." - Diz Èris. "Eu só preciso acordar aquele idiota do Kaito. Ele ainda não fez os curativos."

"Não vai dar." - Diz Mira. "Ele não está aqui. Encontrei com ele e a Galadriell, de noite, e eles me disseram que estavam indo para Mako."

Èris fica chocada e deixa o copo cair, ao ouvir isso.

"Eu disse que seu braço não estava funcionando bem." - Diz Vega.

Èris vai embora, correndo e tropeçando pelas coisas no caminho. Todos se olham e seguem ela. Eles chegam na sala do capitão, onde Decker está navegando.

"Decker !" - Diz Èris, desesperada.

"Oh ! Bom dia-" - Decker tenta dizer, mas é imediatamente interrompido por Èris.

"Não sei para onde você está indo, mas mude o curso imediatamente para Mako !" - Diz Èris.

"A-A senhorita também quer ir para Mako !?" - Pergunta Decker, surpreso. "Ontem-" - Ele tenta dizer, sendo interrompido por Èris novamente.

"Vai logo !" - Diz Èris.

"Calma, Èris." - Diz Mira.

"O que tá rolando, hein ? Pra que todo esse estresse ?" - Pergunta Cirius.

Luna chega. "O que tá acontecendo ? Luna ouviu pessoal falando alto."

"Está tudo bem com você ?" - Pergunta Vega.

Èris começa a se concentrar. "Droga ! Ele já tá longe demais ! Aquele idiota… O que ele tem na cabeça ?!" - Ela começa a andar em círculos.

Mira segura Èris e a balança. "Se acalma, ok ? Você não é assim. O que aconteceu ?"

"Não tem como me acalmar !" - Diz Èris. "Kaito tá em perigo !"

"Perigo !?" - Pergunta Cirius, espantado.

"O que aconteceu com ele ?" - Pergunta Vega.

"Não é o que aconteceu, é o que vai acontecer !" - Diz Èris.

Luna inclina sua cabeça, confusa. "Luna não tá entendendo nada…"

"Muito menos eu." - Diz Cirius, coçando sua cabeça.

"É... É..." - Diz Èris, hesitante. Ela solta um suspiro. "Não tem como esconder isso por muito mais tempo. Eu e o Kaito… Nós dois somos casados."

Silêncio toma o local. Esse silêncio é quebrado pelo grito de surpresa coletivo de todos.

"E-Explica isso direito !" - Diz Cirius.

"É exatamente o que parece." - Diz Èris.

"Então moça de armadura e moço inteligente são que nem Luna e marido ?" - Pergunta Luna.

"Sai pra lá !" - Diz Cirius.

Èris concorda com sua cabeça. "Nós somos casados. Desculpe por nunca termos contado isso antes."

"T-Tudo bem. Mas qual o problema nisso tudo ?" - Pergunta Mira.

"Bom, tecnicamente, não somos casados." - Diz Èris. "Meu pai é o paladino e sumo sacerdote da maior igreja de Mako."

"O Kaito disse." - Diz Cirius.

"Ele disse ? Então isso facilita as coisas." - Diz Èris. "Meu pai sempre me protegeu muito, até quando não precisava. Ele nunca me apoiou em nada que eu queria fazer, porque sempre achava perigoso demais, ou achava que eu não precisava fazer porque não valia a pena. Papai sempre quis que eu ficasse junto com ele e minhas irmãs, na igreja. Mas não é isso que eu quero... Eu queria explorar o mundo. Ver as coisas com meus próprios olhos, em vez de só em pinturas. Passar pelas experiências eu mesma, em vez de só ouvir os contos. Alguns meses atrás, eu me cansei de tudo isso e fugi de casa. Kaito foi quem me ajudou a fugir."

"Mas por que ele está em perigo ?" - Pergunta Decker.

"É porque nós somos tecnicamente casados." - Diz Èris. "O corpo de um paladino deve ser uma ferramenta de punição divina, o que significa que a única relação que podemos ter é com a pessoa com quem vamos passar a vida. Pra convencer o meu pai de que eu sabia me virar, aquele idiota me deu um beijo. No código de conduta de um paladino, isso significa que ele vai ter de ser marido, ou eu não sou mais digna de ser uma paladino. Bom, o único jeito de quebrar essa regra seria se seu parceiro não existisse mais antes do casamento de verdade."

"Então, isso significa que…" - Diz Mira. "S-Seu pai não faria isso !"

"O que foi ?" - Pergunta Cirius.

"Cirius, se o Kaito morrer, eu não estou mais ligada à ele. O que significa que meu pai vai poder me ter de volta." - Diz Èris. "Papai é uma boa pessoa, e eu sei que ele só quer me proteger, mas isso foi longe demais, dessa vez. Desde que a mamãe morreu, ele se preocupa demais comigo…"

"Bom, vocês duas são bem teimosas." - Diz Mira.

"…Como… assim... ?" - Pergunta Èris.

"Você e sua mãe são bem teimosas. Mas é coisa de família. Eu me pareço bastante com meu pai." - Diz Mira.

"Como... Como você sabe como minha mãe era ?" - Pergunta Èris. "Eu nunca contei para ninguém…"

"Que estranho…" - Diz Mira. "Quem me contou foi o Kaito. Tem certeza de que não falou pra ele ?"

Èris começa a ponderar consigo mesma. Ela vai embora. "Eu preciso de um copo de água."

Todos se olham e dão de ombros. Èris chega em frente à uma porta. Ela pega sua espada, quebra a fechadura e entra em um quarto. É o quarto de Kaito. Èris começa a vasculhar as coisas. De uma jaqueta, cai um pedaço de papel. Ela pega esse pedaço e começa a lê-lo. Nele, está escrito: "Primeiro, minha porta tava trancada, então você me deve uma tranca nova. Segundo, se você tá aqui, é porque alguém deve ter mencionado sua mãe. É, você é extremamente óbvia. Não é nenhuma surpresa. Sigh- Lê esse suspiro. Dá mais personalidade pra carta. Sigh. Desculpa nunca ter te dito isso antes, mas eu conheço sua mãe. Pessoalmente, a propósito. E, o motivo por eu conhecer ela é… Bom, foi eu quem matou sua mãe, Èris."

"Mas o que é que ele…" - Diz Èris, em choque. "Isso... não é possível…"

Há mais coisas escritas na carta: "Eu nunca tive a coragem de dizer isso na sua cara. Esse é o motivo pelo seu pai me odiar. Provavelmente, quando você ler isso, aquele biruta já deve ter cortado minha cabeça fora. Tudo aconteceu quando eu era menor. Meus pais estavam em Mako, à negócios. Eles me levaram pra eu aprender como as coisas funcionavam. Foi quando eu conheci a Levia. Ela me disse que se eu a ajudasse a trazer o exército de Ignis pra dentro de Mako, conseguiria uma cura pra Iris. Então, eu usei minha alqui-magia pra fazer a rota que eles usaram. Heh, eu era idiota até naquela época. No meio de todo aquele caos, eu acabei torcendo meu tornozelo. Sua mãe ficou do meu lado, me protegendo, até a Levia chegar. A última imagem que eu tenho dela é ela me ajudando a escapar, sorrindo e dizendo que tudo ia ficar bem. E é isso. Basicamente, tudo que eu fiz por você foi pra retribuir o que ela fez por mim. Agora, você não precisa mais de mim. Já passou por bastante coisa, consegue se virar sozinha. Além disso, você tem o pessoal. Eles podem te ajudar com o que precisar. Bom, foi isso. A propósito, até que você fica legal com as roupas da sua mãe. Se você cortasse seu cabelo e se vestisse que nem ela, ia arranjar um namorado."

Pingos começam a cair na carta. Èris começa a chorar. Ela se ajoelha. "Mas que droga é essa… ? Todo esse tempo… Tudo isso foi uma mentira só pra aliviar a culpa… ?" - Ela diz, ainda sem acreditar no que acabou de ler. Èris soca o chão. "O que isso significa ?! Eu… Eu não sei… Por que isso tudo tem de acontecer comigo… ? Eu só quero viver em paz, droga…"

Mira passa pelo local e vê Èris chorando. Ela entra no local. "Tudo bem !?"

"Sai de perto de mim !" - Diz Èris, se levantando e indo embora.

Mira estranha o comportamento de Èris, mas não dá muita atenção. "Coitada... Toda essa preocupação deve estar deixando ela muito mal…"

A voz de Decker pode ser ouvida. "Atenção, todos ! Uma forte ventania começou a soprar. Graças a ela, chegaremos em Mako amanhã, pela manhã."

Algum tempo depois. É noite. Cirius está no deck principal, olhando as estrelas. Ele solta um suspiro.

"Falta de sono faz mal." - Diz uma voz misteriosa.

Cirius rapidamente se levanta. Ele olha para o lado e vê Claude, sentado na beira do deck com uma vara de pesca.

Claude solta um suspiro, desapontado. "Não tem nenhum peixe aqui. Sabia que a carne de um Tubarão de Areia fica muito bem com pimenta e algumas ervas ? É meio dura, mas é o que dá pra comer em caso de emergência."

Um olhar de ódio cobre o rosto de Cirius. "O que você quer aqui ?!"

"Whoa ! Calma lá ! Eu nem fiz nada !" - Diz Claude.

"Galadriell me contou quem você é !" - Diz Cirius. "Por que me ensinou aquelas habilidades ?!"

Claude para de sorrir. "Ela contou ?" - Ele solta um suspiro. "Ficar de boca fechada nunca foi o forte daquela mulher. Bom, eu só não vim te visitar mais cedo porque tava ocupado."

"Ocupado matando gente ?! Estragando a vida das pessoas ?!" - Pergunta Cirius.

"Por aí. Sabe como é, né. Não é fácil ser o príncipe de Ignis." - Diz Claude.

"Vai ser muito fácil, quando eu te matar !" - Diz Cirius, indo na direção de Claude. Quando chega perto, ele tenta socar o príncipe, mas erra e vê que ele não está mais lá. Cirius fica confuso.

Claude põe a mão no ombro de Cirius. "Tudo legal aí ? Você parece meio zonzo. Eu disse que falta de sono é um problema."

Cirius se vira, tentando socar Claude, mas o príncipe desaparece novamente.

Claude está sentado, com suas pernas cruzadas, na ponta de sua vara de pescar. "Você é fraco. Lhe falta ódio."

"Eu tenho ódio o suficiente por você !" - Diz Cirius. Ele joga a vara de pescar fora.

"Aí não. Eu me ofendo fácil." - Diz Claude, triste. Ele está no deck.

"O que você quer aqui, desgraçado ?!" - Pergunta Cirius.

"Vocês tão indo pra Mako, não ? Vão resgatar aquele cara ?" - Pergunta Claude.

"Isso não é da sua conta !" - Diz Cirius.

"Relaxa. Eu não tô aqui pra brigar." - Diz Claude. "Eu só vim dar um aviso."

"E eu também: sai da minha frente, antes que eu te mate !" - Diz Cirius.

Claude solta um suspiro. "E eu sou o agressivo aqui… Ei, Cirius. Se eu fosse você, ficaria preparado. Aquela cavaleira pode ter te contado quem eu sou, mas tem coisas que ela não te contou. Essas coisas, você vai descobrir em Mako, querendo ou não."

"Não tente me enganar !" - Diz Cirius. "Como se alguma coisa que você dissesse fosse verdade !"

"Tão tá, né…" - Diz Claude. "Bom, eu já vou indo. Também, não é como se eu fosse bem-vindo aqui. O empurrãozinho que eu te dei já deve ter sido o suficiente." - Ele caminha até a borda do navio. "A propósito, meio que o povo de Mako não gosta de mim, mas eles fazem uma torta de nozes bem legal e eu não posso entrar lá pra comer. Será que você podia-" - Diz Claude, sendo interrompido por Cirius.

"Some daqui !" - Diz Cirius.

Claude solta um suspiro, desapontado. "Eu ajudo todo mundo e não ganho nem uma lembrancinha…" - Ele pula do navio.

Cirius vai até a borda que Claude pulou. Ele não está em lugar nenhum. "Sorte a dele de eu não ter a Yaldabaoth comigo."


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