Millennium Odyssey: Uma Odisseia de Milênios Atrás escrita por Aquele cara lá


Capítulo 20
Capítulo 20




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O rosto de Cirius é iluminado por uma luz azul esverdeada, quando ele para de descer uma escada caracol.

"O que é isso !?" - Pergunta Cirius, espantado.

Luna e Cirius estão no local com raízes mortas, o cristal e a aranha. A aranha se mexe um pouco. Luna rapidamente pega Cirius e o encosta em uma parede. Ele tenta dizer algo, mas Luna faz um sinal para que Cirius fique quieto.

"O que tá acontecendo aqui ?" - Pergunta Cirius.

"Aquele cristal é muito importante para a vila de Luna. O cristal mantém a floresta viva." - Diz Luna. "Aquilo é um Tetranochroma, uma criatura antiga. Foi aquilo que… matou o papai…"

"Foi aquilo que matou seu pai… ?" - Pergunta Cirius.

Luna concorda com sua cabeça, um pouco triste. "Tetranochroma come a energia do cristal. Sem cristal, a floresta morre. Então papai, mamãe e os outros esconderam o cristal aqui em baixo. Tetranochroma achou e começou a devorar cristal. Papai tentou defender o cristal, mas não conseguiu… O máximo que papai fez foi quebrar a boca da criatura."

"Então isso significa que aquela coisa ali não consegue mais comer o cristal." - Diz Cirius. "Tudo resolvido. Podemos ir embora."

"Tem alguma coisa errada. Luna sente que cristal está enfraquecendo, mas Tetranochroma não pode mais comer cristal." - Diz Luna.

"Bom, tem umas raízes mortas ali no chão." - Diz Cirius, analisando o local com seus olhos. "O que são essas teias esquisitas nas paredes ?"

"Tetranochroma usa suas teias para confundir e comer animais." - Diz Luna. "Marido tem de tomar cuidado, ou pode acabar caindo-" - Ela se interrompe, quando vê Cirius quase caindo no local. Luna rapidamente pega ele, mas acaba tropeçando e caindo junto. "Ugh !"

Cirius se levanta, como se estivesse saindo de um transe. "…Ugh… O que… aconteceu… ?"

"Luna disse para marido ter cuidado !" - Diz Luna.

"D-Desculpa ! É que… Eu não sei... É como se alguma coisa estivesse chamando a Calligro…" - Diz Cirius, passando a mão em sua nuca, confuso.

"…Espera… Caímos… na… sala…" - Diz Luna, chocada. "O que significa que…"

O chão começa a tremer. Tetranochroma começa a avançar na direção dos dois. Quando chega perto, a criatura tenta atacar com suas presas, mas Cirius e Luna se jogam para lados opostos, desviando do ataque.

"Qual o plano agora ?" - Pergunta Cirius.

"L-Luna não sabe !" - Diz Luna. "Luna nunca enfrentou uma criatura dessas !"

"Ótimo… Bom, é como a Galadriell sempre diz…" - Diz Cirius, pegando Calligro. "…Se você não sabe o que fazer, uma boa espadada sempre funciona. Então, Lâmina Fantasma-" - Diz Cirius, batendo na criatura. Sua espada não causa nenhum dano. "E-Eh !?"

Tetranochroma joga Cirius para trás. Luna se aproxima rapidamente. "Marido está bem ?"

A aranha começa a jogar suas teias para o todos os lados. De repente, diversas versões menores dela caem no chão, cercando os dois.

Cirius solta um suspiro. "Podia estar bem melhor…"

"Então essas coisas comeram o cristal..." - Diz Luna.

"…Minha Lâmina Fantasma não funcionou…" - Diz Cirius, abalado. "Por que… ela não funcionou… ?"

"Luna pode saber o motivo." - Diz Luna. "Papai também veio enfrentar Tetranochroma com Calligro. Mas a espada não fez nada. Aparentemente, Tetranochroma consegue deixar a espada inútil. Desculpa por não ter contado antes."

"…I… Isso significa que…" - Diz Cirius, ainda abalado.

Tetranochroma grita. Os filhotes avançam na direção dos dois. Um deles pula pelas costas de Cirius, que não percebe. Luna soca esse filhote, o jogando para trás.

"O que foi, marido ?" - Pergunta Luna, preocupada.

"E… Eu… Eu não consigo…" - Diz Cirius. "Sem a Calligro, eu sou inútil…"

Os dois acabam se distraindo. Tetranochroma joga uma teia, que se amarra no pescoço deles.

"Ugh !" - Diz Cirius.

Luna tenta arrancar a teia. "…T… Tá... muito… apertado… !"

Os outros chegam, e vêem a situação.

"Irmão !" - Grita Mira.

"Então uma coisa dessas existe mesmo !?" - Pergunta Kaito, espantado. "Pensei que você tava brincando, quando disse tudo aquilo sobre o cristal e seu marido !"

"Precisamos fazer alguma coisa !" - Diz Èris. "E rápido !"

"Não se preocupe, Luna !" - Grita Leona. "Mamãe vai te ajudar !"

Todos pulam no buraco, mas são parados por uma teia.

"M-Mas o que é isso !?" - Pergunta Decker, espantado.

Leona tenta se mexer, mas não consegue. "Ugh… ! Essa é a teia de Tetranochroma ! Droga, como pude ser tão cega ?! Era óbvio que essa criatura ia fazer isso !"

"O que vamos fazer agora ?" - Pergunta Èris.

"Aqui eu não fico !" - Diz Kaito, que tenta usar suas luvas para cortar a teia, mas não consegue se mexer. "Ah, qual é !"

"Tetranochroma é um apex da cadeia alimentar. Tanto por suas habilidades de caça, quanto por sua inteligência." - Diz Leona. "Mas o pior de tudo é que aquela coisa é uma criatura anciã capaz de inibir o poder da Calligro."

"Uma criatura que consegue deixar a lendária espada Calligro inútil !? Isso é impossível !" - Diz Èris.

"Eu já não lhe contei que meu marido morreu empunhando ela ?" - Diz Leona.

"B-Bom, você disse. Mas achamos que era porque ele não conseguia usar a espada." - Diz Decker.

"Então isso significa que meu irmão também não consegue…" - Diz Mira. "Cirius ! Aguenta firme, maninho ! Vamos te ajudar !"

"Só precisamos nos soltar primero…" - Diz Decker.

Luna soca uma aranha. Outra tenta atacá-la pelo lado, mas Cirius a corta ao meio.

"Obrigada !" - Diz Luna.

"Precisamos fazer alguma coisa. Não vamos conseguir ganhar sozinhos." - Diz Cirius, olhando para a espada. Ele pensa consigo mesmo. "Por que você não funciona ? Vamos ! Sem você, eu sou inútil !" - Cirius começa a tentar cortar a teia, e consegue. "Ufa !"

"Boa ideia, marido !" - Diz Luna. "Agora Luna consegue lutar bem melhor !"

Cirius e Luna ficam de costas um para o outro.

"Eu poso até ser inútil contra o grandão, mas essas coisinhas não vão ganhar de mim." - Diz Cirius.

"Mas têm muitas criaturas." - Diz Luna.

"E daí ?" - Pergunta Cirius. "Eles podem vir com quantidade, eu tenho qualidade."

Os filhotes se aproximam. Cirius corta um ao meio e se desvia de outro. Uma aranha pula em Luna, que a pega e joga na que Cirius desviou. Cirius balançar Calligro, cortando algumas aranhas. Ele segura o pano da espada e a joga em algumas aranhas, as empalando. Luna dá uma cotovelada em uma aranha e a joga para trás. Ela enfia suas mãos no chão, puxa um pedaço dele e o derruba em algumas criaturas.

"Até que essa frase é boa. Vou anotar." - Diz Kaito.

"Que tal você passar menos tempo anotando coisas, e mais tempo ajudando a gente a sair daqui ?!" - Diz Èris, brava.

"C-Calma aí, cavaleira !" - Diz Kaito. "Você sabe que ser descolado é prioridade."

Tetranochroma começa a correr na direção de Cirius, que está ocupado matando aranhas.

"Cuidado, marido !" - Diz Luna.

Quando Cirius se vira, vê a criatura com suas presas abertas, preparada para atacar. Luna rapidamente soca ele, o jogando para trás, e recebe o ataque em seu lugar. A presa acerta as costas dela.

Luna soca Tetranochroma com força, jogando a criatura para trás. Ela cai no chão. "Ugh- GAH !"

Todos se espantam.

Leona começa a chorar. "…L… L… LUNA !"

"…Não..." - Diz Mira, entristecida.

"Acalmem-se… Eu sei que parece ruim, mas se conseguirmos descer lá a tempo, podemos salvá-la." - Diz Èris.

"Você não entende… O veneno de um Tetranochroma é extremamente potente e não possui antídoto." - Diz Leona, em prantos. "Dentre algumas horas, o veneno vai começar a corroer os ossos e a carne dela, até que não sobre mais nada… Eu perdi minha Luna, assim como perdi meu marido… !"

"E… Ei... Isso é mais uma brincadeira, não é… ?" - Pergunta Kaito. "Tem de ser…"

"…Alguém tão jovem… Ela tinha uma vida inteira pela frente…" - Diz Decker.

Uma aranha pula para tentar atacar Luna, mas Cirius rapidamente a corta ao meio. Ele segura o pano em Calligro e começa a rodá-la, matando as aranhas em volta.

Cirius se ajoelha e começa a balançar Luna e chorar. "Luna ! Luna !"

"…M… Marido…" - Diz Luna, ofegante.

"Por que você fez isso ? Por que entrou na frente ?" - Pergunta Cirius.

"…Luna não quer… ver marido… machucado…" - Diz Luna.

"Por que continua me chamando de marido ? Eu nunca te tratei bem... Eu te ignorei todo esse tempo..." - Diz Cirius. "Por que gosta tanto de um idiota como eu ?"

"…Mira… Mira disse que… Cirius tinha perdido… sua família… Luna também sabe... como é perder... alguém importante… É por isso que… Luna quer... se casar… com Cirius… Luna quer... ter uma família… para marido... nunca mais… se sentir triste… e sozinho…" - Diz Luna.

Cirius abaixa sua cabeça, ao ouvir isso.

"…Desculpe... Luna… não queria… deixar Cirius… triste…" - Diz Luna.

"…Não é isso… É que… É que ninguém nunca me disse isso antes…" - Diz Cirius, chorando. "…Eu… Eu sinto muito, Luna… Eu devia ter levado seus sentimentos mais em consideração... Agora, por minha culpa, você-" - Ele é interrompido por Luna, que põe a mão no rosto de Cirius.

"…Luna… não quer… ouvir marido… dizer isso… nunca mais…" - Diz Luna.

A mão de Luna começa a ficar mole. Cirius rapidamente a pega. "Luna ! Não vai embora, por favor ! Todo mundo precisa de você ! EU preciso de você !"

Sem resposta. Cirius encosta seu rosto no peito de Luna. As lágrimas começam a molhar a camiseta dela.

"…Essa é a pior dor que alguém pode sentir..." - Diz Decker. "…Eu sinto muito por ela ter acontecido com você novamente, Cirius…"

Todos ficam em silêncio.

"Espera… O que é aquilo ?" - Diz Kaito. "O bolso do Cirius !"

O bolso de Cirius começa a emitir um leve brilho.

"Eu prometo que nunca mais vou brigar com você… Nem se você cozinhar aquelas coisas esquisitas de novo…" - Diz Cirius.

De repente, as lágrimas de Cirius começam a se juntar e passar pelas feridas de Luna, que se fecham.

"…Eu prometo que vou dar toda a atenção que você quiser… Nunca mais vou te ignorar… Só volta… Volta, por favor…" - Diz Cirius.

"Marido quer que Luna volte de onde ?" - Alguém pergunta.

"Dos mortos, idiota-" - Diz Cirius, se interrompendo, quando vê Luna acordada em sua frente. "L-Luna !?"

Todos se espantam.

"É um milagre…" - Diz Leona. "Minha Luna voltou…"

Kaito solta um suspiro, aliviado. "Ufa… Que susto, Luna."

"Mas... como ?" - Pergunta Èris.

Cirius nota o leve brilho em seu bolso. Ele vê que é a pedra com um símbolo ilegível que Vega o deu.

"Isso aqui é mesmo um amuleto da sorte, huh ?" - Diz Cirius, confuso.

"Luna se sente bem melhor do que antes." - Diz Luna, se levantando com um pulo. "Marido, Luna acha que marido consegue usar espada agora !"

"Eh ?" - Diz Cirius, mais confuso ainda.

"Luna parou para pensar. Se Tetranochroma usa teia para confundir animais e comer, pode ter confundido Cirius também. Papai também disse que tinha escutado espada dizer alguma coisa, quando veio matar Tetranochroma." - Diz Luna. "Então, se marido se concentrar, Calligro deve funcionar."

"Faz sentido…" - Diz Cirius.

"Marido pode matar Tetranochroma agora." - Diz Luna.

Cirius solta um suspiro. "Não vai rolar."

Luna inclina sua cabeça, confusa. "Eh ?"

"Eu preciso de uma ajudinha à mais. Tem um tempo livre ?" - Pergunta Cirius.

Luna se anima e sorri. "Sério ? Luna jamais decepcionaria marido !"

Mais filhotes começam a se juntar em volta deles. Luna corre na direção de Tetranochroma. As aranhas cospem teias. Cirius começa a girar Calligro, se defendendo dos projéteis. Ele põe a aura verde em volta de si e corre na direção das criaturas. Chegando perto, Cirius corta uma ao meio. Outra pula por trás dele. Cirius desvia dela, e enfia a espada na criatura. Ele segura sua espada pelo pano e corta todas as aranhas.

Luna pula para trás. Tetranochroma finca sua presa no chão, onde ela estava. "Luna não cai tão rápido !"

Tetranochroma corre na direção de Luna, que faz o mesmo. A criatura cospe veneno. Luna desvia de todos e se aproxima dela. Ela soca Tetranochroma com força, jogando a criatura um pouco para trás. Tetranochroma se recupera, agarra Luna e a derruba no chão. A criatura abre sua boca e tenta mordê-la, mas Luna desvia. Luna chuta Tetranochroma, a tirando de cima de si e se levanta com um pulo. A criatura volta a correr na direção de Luna.

"Luna !" - Diz Cirius, jogando Calligro para Luna.

"Eh !?" - Diz Mira, espantada.

"O que foi ?" - Pergunta Decker.

"Meu irmão não deixa NINGUÉM encostar naquela espada." - Diz Mira. "Nem quando ele foi resgatado, lá em Ignis, não deixou uma pessoa encostar nela."

"Ele deve mesmo gostar da Luna, pra deixar ela encostar naquilo…" - Diz Kaito.

Luna pega Calligro e se defende do ataque de Tetranochroma, impedindo a criatura de fechar suas presas. "Marido !"

Cirius corre até Luna, que se abaixa. Ele pega impulso nas costas dela e sobe em cima de Tetranochroma. Luna joga Calligro para Cirius, que a pega e usa o pano da espada para puxar a cabeça da criatura, que começa a se debater. "Você se deu mal, coisa feia ! Mexeu com a vila errada !"

"Luna nunca vai perdoar o que você fez com papai ! E não vai perdoar você ter feito mamãe sofrer !" - Diz Luna.

Cirius direciona Tetranochroma para uma parede e pula de cima dela. A criatura descontrolada bate na parede com força e cai para trás. Tetranochroma se levanta e corre furiosamente na direção dos dois.

"Ou nós morremos, ou aquela coisa morre, Luna." - Diz Cirius, pondo Calligro na frente do corpo. "Essa Lâmina Fantasma tem de funcionar…"

"Vai funcionar." - Diz Luna, pegando na mão de Cirius. "Porque Luna e marido estão juntos. E Luna se sente invencível perto de marido !"

"Se é isso que você quer ouvir…" - Diz Cirius. Ele sorri. "…também é bom ter você por perto."

Tetranochroma se aproxima mais. O fio da lâmina de Calligro fica negro. Luna e Cirius respiram fundo e começam a se concentrar. Quando a criatura chega perto, junta suas presas e ataca.

Cirius e Luna se defendem do ataque com Calligro. Os dois começam a competir contra as presas. A espada começa a ganhar a troca. Tetranochroma começa a forçar mais. Luna e Cirius também forçam. "…Ugh… !" - A espada volta a ganhar a troca.

Tetranochroma fraqueja. Cirius e Luna aproveitam essa oportunidade e jogam a criatura para trás. Eles seguram Calligro com mais força e começam a rasgar a criatura ao meio. "Kekkai: Lâmina Fantasma !"

Os pedaços de Tetranochroma caem no chão. Pouco a pouco, os filhotes no local também vão morrendo, até que todos caem.

"Hah… Hah… Conseguimos…" - Diz Cirius.

"Luna... Hah… Luna finalmente acabou com isso…" - Diz Luna.

Os dois quase caem, mas se apoiam um no outro.

"Que bom que deu tudo bem, no final…" - Diz Mira.

Algum tempo depois. Kaito cai no chão.

"Ufa !" - Diz Kaito, aliviado, enquanto se levanta e estrala seu corpo. "Hah… Eu já tava começando a achar que ia dar um mal jeito na coluna-" - As costas dele estralam. "Ugh ! D-Deixa quieto…"

Luna e Leona estão se encarando de uma maneira desconfortável.

"…Eu…" - Diz Leona, tentando terminar sua frase, mas não conseguindo.

"Luna… Luna fez aquilo por mamãe…" - Diz Luna. "Agora mamãe pode parar de se preocupar com cristal."

"Luna…" - Diz Leona. Ela abraça Luna. "Todo esse tempo, eu achei que você me odiava por não deixar você se casar, e você só estava preocupada comigo… Eu sou uma mãe horrível…"

"Não é ! Luna nunca achou mamãe ruim !" - Diz Luna. "Mamãe é a pessoa mais incrível que Luna conhece ! Luna é quem fugiu de casa e preocupou mamãe mais ainda ! Desculpa Luna, mamãe…"

"Está tudo bem. Eu não estou brava com você." - Diz Leona.

"É bom ver um parente que se preocupa assim, não é ?" - Pergunta Kaito, que limpa sua garganta imediatamente. "B-Bom, é claro que eu não ligo pra essas coisas. Ehehehe... E não é como se vocês soubessem disso, já que todo mundo aqui tem pais legais."

"Falando em parentes…" - Diz Mira, virando seus olhos para Cirius. "Quando é que eu vou ser convidada pro seu casamento, hein maninho ?"

"E-Eh !? C-Como é que é !?" - Pergunta Cirius, envergonhado.

"Luna, eu sinto muito por ter controlado seu destino por todo esse tempo." - Diz Leona. "De hoje em diante, você pode se casar com quem quiser. Eu não vou julgar suas escolhas... Não todas elas."

"Obrigada, mamãe !" - Diz Luna, muito feliz. Ela dá um grande sorriso. "Marido ouviu isso ? Luna pode se casar agora !"

"Ugh ! P-Puxa, cara ! Eu sabia que tinha esquecido de limpar meus ouvidos !" - Diz Cirius. "O que foi que você disse mesmo ?"

"Mas marido disse que-" - Diz Luna, sendo interrompida por Cirius.

"Calor do momento !" - Diz Cirius.

"Luna tem certeza de que marido disse que gostava de Luna…" - Diz Luna, confusa.

"Eu nunca disse que gostava de você. Eu disse que ia te ATURAR mais." - Diz Cirius. "Muita ênfase no ATURAR."

Luna se entristece. De repente, ela tem uma ideia. "Já sei ! Luna vai cozinhar hoje !" - Ela vai embora, correndo.

"Não mesmo !" - Diz Cirius, correndo atrás de Luna. Ele a alcança e segura a mão de Luna. "Você não vai chegar nem perto da cozinha por um booom tempo !"

"Tá bem…" - Diz Luna, cabisbaixa.

"Agora, vamos embora." - Diz Cirius, indo embora com Luna.

"Olha só pra aqueles dois, já tão até de mãos dadas." - Diz Kaito. "Esse é o meu menino."

"Meu irmão pode negar o quanto quiser, mas tá na cara que ele também gosta dela." - Diz Mira.

"Eu sei identificar amor, quando vejo. E aquilo é amor." - Diz Decker.

"Não se preocupe, senhora. Vamos cuidar bem da Luna." - Diz Èris.

"Eu espero que ela não dê muito trabalho." - Diz Leona. "Luna pode ser bem… impulsiva, quando quer."

"Mais impulsivo que isso só um canhão." - Diz Kaito.

"Ei, vocês vão ficar quanto tempo aí ?" - Pergunta Cirius, já distante.

"Luna quer ir embora desse buraco !" - Diz Luna, também distante.

"Ainda tão de mãos dadas." - Diz Kaito.

"É, eles definitivamente se amam." - Diz Decker.

"Nós já vamos !" - Diz Mira.

Algum tempo depois. Todos estão na proa do navio. Os Mamori estão todos reunidos.

Luna acena para sua mãe. "Tchau, mamãe ! Pessoal ! Luna vai sentir falta de casa !"

"Até, filha !" - Diz Leona. "Não se esqueça de me chamar para o seu casamento !"

"Ugh ! Nós NÃO vamos nos casar !" - Diz Cirius.

"Eu nunca disse que seria com você !" - Diz Leona. "Por que está assumindo isso ?"

"É, maninho, ela nunca disse que era com você." - Diz Mira.

"Q-Quieta !" - Diz Cirius, envergonhado.

"Desencana, cara. Você ama a Luna." - Diz Kaito. "Se não amasse, não estaria segurando a mão dela agora."

"I-Isso ? Uh… Eu…" - Diz Cirius, tentando arranjar uma desculpa, mas não conseguindo. "Vamos embora logo…"

Zephyr começa a ir embora. Em minutos, ele desaparece no horizonte. O grupo desce para as cabines.

"Cara, isso foi uma aventura e tanto." - Diz Kaito. "Eu ainda não consigo acreditar nisso."

"Nem eu." - Diz Èris. "Quem diria que uma criatura como aquela podia existir ?"

"Não tô falando disso, cavaleira." - Diz Kaito. "Como é que a mãe parece um glossário, mas a filha nem sabe falar nossa língua direito ?"

"O papai ensinou Luna a falar." - Diz Luna. "Bom, papai nunca foi bom em comunicações..."

"Isso explica muita coisa…" - Diz Kaito.

"…Mas…" - Diz Luna. Ela limpa sua garganta e respira fundo. "Hah… Se eu me concentrar, consigo falar igual minha mãe. Não tenho muita confiança falando assim, e também não treinei o suficiente para falar como vocês, por isso prefiro usar o sotaque do meu pai."

Todos se espantam.

"E-Esquece o que eu falei !" - Diz Kaito.

"Luna prefere mais assim." - Diz Luna.

"Bom, eu tô cansado pra caramba." - Diz Cirius, pondo as mãos na sua cabeça. Ele entra em seu quarto e fecha a porta. "Até mais tarde."

"Até..." - Diz Mira. "Nem esperou a gente dizer tchau."

Dentro do quarto. Cirius está deitado na cama, encarando a pedra, que já não está mais brilhando.

"Eu não sei o porquê de você ter feito aquilo… Nem como fez aquilo…" - Diz Cirius. Ele põe a pedra em seu peito. "Mas muito obrigado, pedra. Muito obrigado mesmo."


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