London - extended escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 2
Capítulo 2: Esperança




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Janeiro de 1950

Faz quase dez anos que Melodie está morando nos Estados Unidos com os pais e os irmãos adotivos. Edward, Rosalie e Emmett aceitaram rapidamente a nova integrante da família – Rose principalmente porque podia ajudar a cuidar da menina que era quase um bebê quando chegou.

Infelizmente, depois de consultarem todos os médicos, os melhores especialistas através dos contatos de Carlisle, todos disseram que não havia nada a fazer: a cegueira era irreversível e Melodie continuava sem enxergar. A esperança acabou e ela estava se conformando e aprendendo a viver sem poder ver como os outros. Suas habilidades auditivas compensavam em grande parte a falta da visão e ela melhorava a cada dia.

É claro que precisavam de um cão-guia, mas era inviável. A jovem usava apenas o bastão para se locomover, às vezes, principalmente na rua. Seus irmãos sempre cuidavam dela de longe. Alegavam alergia ao pelo, mas o motivo era outro – o animal iria pressentir que eles não são humanos. E os pais temiam pela filha o que poderia acontecer, Melodie podia se machucar.

Um dia Esme vai até o quarto da filha adolescente:

— Querida, eu e seu pai conversamos e decidimos fazer algo para que você possa voltar a enxergar – senta na cama ao lado da menina.

Antes de ouvir a voz, sentiu o perfume da mãe, tão agradável e sempre o mesmo desde que a conheceu.

— Isso é mesmo possível mamãe? – ela pergunta sem querer criar falsas esperanças que não se concretizarão. Foram tantas consultas e sempre a mesma resposta. Algumas vezes os médicos só falavam para os pais, mas estes diziam para ela depois.

— Nós pensamos que sim. Isso pode curar muitas coisas... Desculpe, perdão, mas não fomos sinceros com você desde o começo.

— O que? Não sinto que me esconderam nada.

— Mas escondemos sim querida, sinto muito. Foi para seu próprio bem, espero que compreenda porque tivemos que esconder a verdade de você. Sei que é uma péssima desculpa, mas você era muito nova para entender e pensamos em sua segurança mantendo-a ignorando a verdade do que realmente somos.

— Você e papai, mamãe, são as pessoas mais bondosas que existe. Não teriam escondido se não fosse algo extremamente necessário.

— Obrigada por sua confiança em nós sweetie! Você é um amor, mais do que nos merecemos! – Esme beija a cabeça da filha.

— Oh mamãe! Vocês me amam e eu retribuo o carinho que vocês tem por mim.

— Você é tão afetuosa baby! Mas voltando ao assunto, sim precisamos manter segredo de você para mantê-la segura como disse. Agora, você precisa saber por nós antes que outra pessoa lhe diga de maneira menos adequada.

Carlisle entra no quarto vindo do escritório, antes que ele fale Melodie sente sua presença:

— Bem-vindo papai!

— Obrigada criança. Eu e sua mãe queremos lhe contar que não somos pessoas normais como você pensa. Nós somos vampiros – ele diz sem rodeios.

Eles percebem a menina tremer levemente amedrontada com a revelação e ficar paralisada no lugar. Sua respiração e batimentos cardíacos mudam um pouco:

— Vampiros?!

— Sim querida nós dois e seus irmãos também, mas não tenha medo. Nós somos todos pacíficos.

— É verdade, vocês nunca me fizeram mal. Pelo contrário só me fizeram sentir bem e amada.

— E você é sweetie! Apesar do que somos ainda nos mantemos humanos – diz Esme.

— Mas nem todos os vampiros são assim.

— Existem outros?

— Sim.

— Mas... Eu sinto que vocês são bons, não mordem as pessoas.

— Somos, nós só ingerimos sangue de animais selvagens – diz Carlisle.

— Quantos anos vocês têm, de verdade?

— Eu tenho 23 anos e sua mãe 26.

— Há muito tempo?

— Bem, no meu caso sim. Desde 1663.

—Oh! – a garota fica admirada.

— Eu nasci em Londres, como você, mas por volta de 1640.

— Ah! E você mamãe?

— Eu nasci não faz muito tempo, em 1895, na cidade de Columbus no estado de Ohio. Seu pai me transformou em 1921.

— Por que?

— Eu estava morrendo após ter pulado de um penhasco.

— Porque você fez isso?

— Porque meu primeiro e único bebê morreu pouco depois de nascer e isso me destruiu, eu não queria mais viver sem ele, não sabia como. Carlisle me deu um motivo - ela nem fala porque fugiu nem que tinham se conhecido dez anos antes em 1911.

— Que lindo! Vocês dois nasceram um para o outro.

— Obrigada sweetie! – Esme toca o rosto da filha.

— Eu sinto o amor que vocês tem entre si, é algo imenso. Mas... vocês estão sugerindo que eu me torne uma vampira também? Como?

— Eu vou transformá-la assim como fiz com seus irmão, se quiser.

— Eu não tenho nada a perder pois já perdi, só vou recuperar minha visão, talvez – ela ainda está insegura depois de tantas vezes frustrada. Mas ela vai voltar a enxergar sim. – é cansativo não poder ver e depender sempre dos outros para tudo. Nem todas as pessoas gostam de ajudar como a mamãe.

— Nem todos sabem porque isso aconteceu, se soubessem muitas pessoas entenderiam – diz Carlisle. – Ao menos veriam de outra forma.

— Você se sai muito bem querida! – diz Esme.

— Na verdade, nós não sabemos se não perdemos nada mesmo. As pessoas pensam que não temos mais alma – afirma Carlisle.

— Vocês dois são as almas mais lindas que conheço!

— Obrigada meu amor.

— É verdade, eu posso não ver fisicamente, mas eu vejo por dentro.

— Outro motivo é que o processo de mudança em si é muito doloroso, e eu não gostaria que você sofresse mais. Você não merece sentir isso, se tivesse outra maneira...

— Tudo bem, eu estou disposta. Quero tentar mesmo tendo uma mínima chance de voltar a ver. Quero pode ver meus irmãos, vocês também e conhecer o país que me acolheu de braços abertos.

— A chance é muito grande. Vai dar certo! O veneno faz milagres – confirma Carlisle.

— Eu sinto que funcionará! – diz Esme empolgada.

— Não quero me decepcionar.

— Você verá que o que dizemos irá acontecer.

Carlisle se achega e passa os braços nas costas da jovem:

— Eu terei que mordê-la, mas depois daremos anestésicos para você não sentir muita dor. Provavelmente seus olhos vão arder mais porque é onde o veneno vai agir para curar.

A menina sente um arrepio de pavor quando o vampiro aproxima a boca de seu pescoço e um grito inevitável sai de sua garganta:

— Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhh!

— Não se mexa, criança, se não será pior – orienta Carlisle.

Mas é impossível resistir à necessidade de tentar afastar o perigo e ao mesmo tempo é inútil. Logo o som para e a menina não se move mais:

— Desculpe filha – Esme fala por ela e pelo marido.

Ela precisa se conter usando toda sua força para não ir ajudar ao ver a garota sofrendo. Seu instinto materno é muito grande, mas ela sabe racionalmente que é necessário para a filha passar por isso. É a última esperança e ela sente que vai dar certo.

Em poucos segundos está feito. Carlisle coloca a menina deitada na cama e sai para caçar algum animal que encontrar ali perto só para tirar o gosto de sangue humano da boca.

Esme fica ao lado de Melodie segurando a mão dela:

— Eu te amo, querida – dá um beijo na testa dela. – Você vai voltar a enxergar, eu sinto que isso vai funcionar, meu amor.

...XXX...


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