A Pedra que Carrego escrita por DathomirGirl


Capítulo 1
Os Desertores


Notas iniciais do capítulo

Olá! Só uma contextualizada!

Predominantemente os eventos se passarão antes dos ocorridos do filme "A Ameaça Fantasma", mas a história evoluirá a partir daí, além de eu voltar na infância do personagem e jornada de treinamento por exemplo, sua origem e seu povo. Você não precisa ser um fanático pela trilogia prequel, nem ter se debruçado pelo universo expandido de Star Wars para entender a história, qualquer um que goste de um punhado de caras levitando coisas ou voando a velocidade da luz, vai se divertir com esta história!
Gostaria muito que quando ler o que está aqui, deixe sua opinião, sua crítica, sugestões ou um sinal de vida, me deixaria muito feliz saber se estou indo pelo caminho certo...

Bom, sem mais delongas, vou fazer as honras:

"Há muito tempo, em uma galáxia muito, muito distante..."



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"Traga-o! Traga-o de volta!"

"Traidor!"


 

Acordo ofegante. Levo algum tempo para sincronizar os batimentos de ambos os corações, preciso de um banho e de ordenar ao dróide de serviço que troque os meus lençóis, aparentemente suei a noite inteira enquanto dormia. 
 

Eu não sei quem é a dona da voz que me persegue em meus sonhos. Uma voz suplicante, aborrecida, que me ordena que a devolva algo que a pertence, me amaldiçoa por virar as costas para alguma terra que creio nunca ter conhecido. Ou pelo menos é isso que entendi. Mas, há alguma coisa nela que não posso definir, um outro aspecto de seu tom que é estranho pra mim, que de alguma forma sinto que a conheço, e há algo que ambos não podemos impedir, algo escapando por nossas mãos e não há nada que podemos fazer. É pensando nisso que encerro o fluxo de água fria e seco minha pele rubro-negra, vestindo os tecidos escuros que se encontravam dobrados e limpos em meus aposentos. 
 

— - Bom dia Lord Maul, como foi seu descanso? - -

— Quais são as ordens de Lord Sidious? 

— - Reproduzindo mensagem de Darth Sidious, Coruscant, enviada hoje, há quatro horas-padrão: "Espero ter tido um descanso adequado meu aprendiz, a missão que lhe encarregarei será simples mas pode nos trazer uma vantagem crucial para o cumprimento de meus planos vindouros. Quero que vá até Lotho Menor, há rumores de que uma aliança está sendo formada entre caçadores de recompensa desertores da casa Benelex e casa Salaktori. Eles não representam uma ameaça iminente, mas me chegou aos ouvidos que seus objetivos são um pouco mais profundos do que simplesmente a caça por benefício financeiro. Consiga a informação que puder e termine esse assunto antes que se torne um problema para nossos objetivos. Não preciso lembrá-lo da discrição, ninguém pode tomar conhecimento disso." Fim da transmissão - -

 Depois da ordem de meu mestre, um droide de serviço trouxe-me minha refeição. Um prato de carne bahmat e suco de fruta azul de Corellia. Eu não experimentei muita variedade gastronômica mas não é preciso um grande conhecimento para saber o quão horrível era a comida preparada pelo droide. Mas não preciso me empanturrar de porcaria inútil, se tiver o sabor de ovos rikknit ou de sola de sapato isso pouco me fará diferença, tudo que preciso é estar com energia e massa em equilíbrio para alcançar os objetivos de meu mestre, que apesar de eu não os compreender em sua totalidade, são também os meus. Nada pode ficar acima disso. 
 

Minha nave já estava pronta para partir, uma Scimitar, que me foi dada por meu mestre, Lord Sidious. Ao sair da órbita de Mustafar, verifico novamente as coordenadas e rumo à velocidade da luz para Lotho Menor.
 

Quando entro na atmosfera do planeta, posso notar que aquele lugar deplorável jamais seria detectado por um qualquer, é um planeta lixo, nada vive aqui além de pequenas espécies pouco desenvolvidas. Escondo minha nave nos escombros de uma grande construção, ao que parece havia funcionado como um incinerador de lixo. 
 

Em outras situações eu não acharia problema em localizá-los em poucos minutos de andança, ficaria surpreso com o quanto um pouco de créditos e um barman de padrões morais duvidosos podem adiantar boa parte do trabalho.   
 

Mas aqui é um caso à parte. Distribuo meus localizadores, eles tem detecção de calor e traços eletromagnéticos, podem localizar qualquer forma de vida. Enquanto isso olho ao redor no lugar. Até onde meus olhos alcançam, tudo é lixo, um verdadeiro ferro velho. O céu é um manto turvo de gases de putrefação e vapor, o deixando com um aspecto alaranjado e até esverdeado em alguns pontos, preciso ser breve, algumas nuvens de precipitação estão se formando e não iria querer ser pego por uma chuva ácida. O ar daqui é pesado, cheio de elementos tóxicos, mas tendo vivido em Mustafar desde que me entendo por gente, me tornei indiferente a esse tipo de atmosfera. Que tipo de missão é essa em que meu mestre me enviou... Isso seria um trabalho para um investigador qualquer, e os próprios caçadores devem estar a procura desses desertores, não é de interesse deles que alguém que tenha vivido tão profundamente ligado às suas operações esteja andando por aí formando motins. 
 

Isso não se trata de confiar no trabalho de um aprendiz habilidoso, nem manter sigilo restrito a quem está imerso em seus planos, não, as intenções de meu mestre eram muito mais baixas do que isso: saciar minha sede por sangue. O que meu mestre falha em realizar, as vidas que ceifo enquanto me envia nessas missões pequenas e irrelevantes são uma distração momentânea, quase que inexistente, a vida deles fluindo por meus dedos nem se compara à glória e a satisfação a qual busco, a vida de um Jedi. Apenas isso me saciaria. 
 

Meus drones não demoram muito para me trazer o retorno de que havia uma concentração incomum de formas de vida, comparado ao resto da superfície ao redor, em um edifício alguns quilômetros dali. Subo em meu speeder, percorrendo um caminho por uma serra que cercava uma grande planície. Do alto, pude notar alguns indivíduos guardando o lugar, eles estavam discretamente posicionados, mas pude os localizar. Ainda incerto se já haviam me localizado, desci a encosta, tentando chamar a mínima atenção, me precavendo de possíveis dispositivos de identificação ou até minas que podem ter deixado ao redor de sua reunião. Eles são insignificantes sim, mas isso não é sobre combate, o que eu devo evitar é a exposição, sou um Sith, em uma galáxia que pensa ter nos extinguido a gerações. Se a decisão fosse minha, todos já saberiam de nossa existência, todos tremeriam os joelhos ao ouvir nossos nomes. Mas meu mestre é cauteloso demais, e faz parte de sua estratégia permanecermos escondidos até segunda ordem. Se tratando de caçadores de recompensa, não quero pecar pelo excesso, pois sei que eles não pecam. 
 

A atmosfera pesada do planeta a tudo escurecia, e o findar daquele dia me garantiu uma vantagem a mais, me guardando em suas sombras. Começo escalar o edifício, e me aproximando por trás, estrangulo um dos vigias, em silêncio e com sorte ninguém percebeu minha aproximação ainda. Surpreendo um segundo, que mal teve tempo de puxar a arma do coldre antes que seu corpo flutuasse, suspenso pelo pescoço que eu fisicamente não tocava, mas o torci em segundos. Não haviam tantos guardas na parte externa, creio que não deram tanta importância para vigilância estando neste planeta, então adentrei o lugar por uma falha no telhado. 
 

— Não podemos nos revelar de imediato, a casa Salaktori vai nos caçar por seus desertores, e apesar de não tão severa, os Benelex não vão tolerar a traição. 

— Se ao menos os ex-Benelex puderem atuar como freelancers para levantar fundos para nossa nova casa, talvez tenhamos por onde começar.

— Isso é totalmente injusto! Vocês Salaktori não estão mais em risco do que nós!

— Então como propõe que façamos isso ahn? A menos que comecemos a roubar aquisições em segredo, ou até mesmo recompensas

— Isso é um absurdo! Somos caçadores, não ladrões, e desertar não é a sepultura de nossos códigos morais!
 

Aparentemente não há nada valioso aqui, apenas um bando de gananciosos querendo arriscar pioneirismo. Espero por um pouco mais, para ter certeza e eles só ficam discutindo logística e desentendimentos entre seus grupos. É hora de acabar com isso, das ferragens no teto em que eu me encontrava, salto direto no centro da mesa holográfica em que eles se reuniam ao redor, quase que instantaneamente que retiro meu manto negro, revelando minha face que despertaria em cada um deles o medo genuíno, e deixando a mostra a coroa de chifres que circundava minha cabeça, aqueles fanáticos por blasters logo começam a atirar freneticamente em minha direção.
 

Desviando os tiros blaster com um de meus dois sabres, atinjo alguns deles que estavam perto demais. Usando A Força, repeli todos eles, alguns chocaram contra a parede, outros apenas caíram, mas um deles, creio ter ativado algum dispositivo magnético em suas botas, que o manteve próximo ainda que com certa dificuldade. Salto da mesa para o chão, puxando meu segundo sabre, o conecto ao primeiro, liberando a luz avermelhada que agora fazia minha arma um sabre duplo, natureza com a qual estou muito acostumado a trabalhar. Pude ver no rosto daquele trandoshano o arrependimento transparecido em sua cara escamosa amedrontada, ele desvia de algumas de minhas investidas mas logo minha lâmina encerra sua jornada. Sua cabeça rola para diante de meus pés e seu corpo cai de joelhos desmoronando no chão.
 

Logo os outros se recuperam do impacto de terem sido arremessados e vem quentes em minha direção, alguns tomam posições para atirar, irritantes me fazendo desviar enquanto lutava frente a frente com os outros. Uso uma técnica por mim aperfeiçoada onde desconecto ambos os sabres no meio da luta, podendo os direcionar em direções diferentes ao lado do meu corpo, com um salto giratório pude eliminar dois oponentes, desmembrando-os. 
 

Não sei ao certo quantos deles ainda continuaram a vir, ou quantos tive de arrancar de seus esconderijos, até que sobrou apenas um, que utilizava uma armadura familiar que cobria-lhe o rosto e cabeça, um traje típico de Mandalore. Ele rastejou para perto da parede, com os braços esticados a frente do corpo, sinalizando que eu mantivesse distância, tivesse clemência. Com ambos os sabres formando um "x" ao redor de seu pescoço, finalizei minha missão, fazendo a luz de meus sabres retornarem ao repouso. 
 

Quando saio do edifício, noto que uma nave estava saindo às pressas, provavelmente um sobrevivente.  
 Arremesso um explosivo que carregava comigo, ele logo se prende ao exterior metálico do transporte e o reduz a pedaços. Busco por mais destes em meu speeder, minando toda a construção, eliminando qualquer rastro daquela reunião. 
 

A bordo de minha nave, abandono aquele planeta deplorável, esperando não ter de voltar aqui por qualquer razão que seja. Rumo para Mustafar, onde reportaria a missão bem sucedida ao meu mestre. 
 
 

Minha nave pousa no hangar em Mustafar. Um droide logo me recepciona.

— - Bem vindo ao lar Lord Maul, como foi sua jornada? - -

— Inicie uma transmissão para Lord Sidious agora mesmo.

— - Milord, creio que não será necessário, Lord Sidious acaba de aterrizar e está o aguardando na sala de reuniões - -

— Ele o quê???

 Rapidamente deixo o hangar e entro no complexo onde habito, tentando chegar o mais rápido possível até meu mestre. Em situações comuns eu apenas lhe daria o relatório da missão, mas se ele está aqui pessoalmente, algo deve ter saído de seus planos, e isso não são boas notícias.

A porta da sala se abre, e Sidious estava de costas, observando a vista hostil do planeta, mostrada na grande janela do recinto.

— Maul - seu tom era tranquilo. Mas com Lord Sidious, nada é o que parece.

— Mestre - Ele se vira para mim, que ainda estava parado frente a porta. Antes que ela se feche automaticamente, adentro a sala, e vou para próximo de meu mestre. - A missão foi bem sucedida, sem testemunhas, sem rastros, como o senhor me pediu. Não havia muito que se preocupar quanto a organização que estavam formando, aparentemente eram apenas pioneiros insatisfeitos com seu pagamento e ideologias de seus líderes. Nada mais a acrescentar.

— Ótimo. - diz como que se distraísse novamente para a vista de Mustafar. Como que se um assunto lhe ocorrera em sua mente naquele momento, torna a fitar-me nos olhos - ...e usou A Força?

 De onde veio essa pergunta? É claro que usei. Uma missão num planeta praticamente inabitado, onde tudo seria executado sem que nenhuma testemunha pudesse reportar o ocorrido. Por que não usaria?

— Sim mestre, fiz uso da Força. Tive cautela na observação do lugar, ninguém poderia ter sentido nossa presença.

 Sorrindo para si, como quem diz "isso é o que você pensa.." ele ergue aquele queixo arrogante, voltando-se para a vista na grande janela.

— Meus rastreadores puderam detectar um sinal de socorro vindo de Lotho Menor, aproximadamente no momento em que estava na execução de seu trabalho. Sabe algo sobre isso?

— Meu mestre, creio ser de uma nave que tentou fuga enquanto lutava contra seus companheiros. Ela não teve tempo de deixar a atmosfera, foi explodida por mim antes que pudesse escapar. Como lhe disse senhor, sem sobreviventes, sem testemunhas.

— Você não teme que alguma informação sobre sua presença não tenha sido enviada naquele pedido? Sabe como esses caçadores são, nunca deixam a desejar. Algum arquivo de vídeo talvez...

 Ele revela em uma das mãos um dispositivo holográfico, que mostra a mim mesmo no momento em que repeli os desertores contra a parede enquanto lutava. Não houve apenas esse momento, mas qualquer um com conhecimento um pouco mais atenuado poderia identificar que com certeza, era o padrão de luta de um Sith. Um frio subindo de meus pés até o fim da espinha percorre meu corpo. Isso não era um simples deslize, não era um mero detalhe. Era um erro gigantesco, um que eu nunca deveria cometer. E erros pequenos são punidos com brutalidade por meu mestre. Quizá estragos como esse.

— Meu mestre, eu-

— Somos sortudos meu aprendiz. Afortunadamente, meus homens puderam erradicar a mensagem enviada pelo sobrevivente. Este registro aqui em minhas mãos é o único existente de seu erro lamentável - Sidious com o uso da Força, faz com que o aparelho imploda em suas mãos, deixando os pedaços caírem no carpete vermelho da sala. - Há mais alguma coisa que preciso saber sobre sua passagem por Lotho Menor?

 Me recomponho, desvencilhando meus pensamentos das incontáveis vezes em que fui punido por minhas falhas. Tento pensar em alguma coisa, qualquer coisa, algum detalhe, por mais trivial que fosse, só para não desapontar meu mestre outra vez, precisava tê-lo a meu favor o máximo possível. Por alguma razão a imagem de um desertor vem a minha mente, implorando por misericórdia, era o que eu precisava.

— Na verdade, havia um indivíduo usando trajes de Mandalore. Não sei se por mera coincidência ou se há algo a mais por trás disso.

— Ótimo. - ele faz uma pausa, provavelmente refletindo sobre a informação. - Agora precisamos reparar os danos que causou meu aprendiz. - Diz não no tom ameno de antes, mas em um ameaçador.

— Sim, mestre.- Ajoelho-me, curvando a cabeça, aceitando meu destino.

Lord Sidious tem um vasto conhecimento sobre A Força, em várias formas e caminhos. Ele não só conhece a natureza seguida pelos Jedi, como a do Lado Sombrio e os caminhos dos Sith. Ele inclusive trocou conhecimentos com as chamadas Irmãs da Noite, as bruxas de Dathomir. Eu venho de lá, mas o que eu me lembro são apenas relances, meu mestre arrancou de mim várias memórias, sobre meu aprendizado, meu planeta, minha família. 

 Meu mestre deplorável é obstinado por poder, às vezes tenho a impressão de que a vingança dos Sith é apenas uma mera desculpa para engrandecimento próprio, me corrói o tanto que me faz esperar para nossa vingança, às vezes parece que ele não tem tanta pressa quanto eu. Sidious é capaz de habilidades que muitos consideram sobrenaturais, ele pode concentrar A Força de uma maneira a produzir descargas elétricas a partir das pontas de seus dedos. Conheço bem essa técnica. Eu arriscaria dizer que ele a aperfeiçoou em mim, me tendo como seu objeto de experimentação. E como isso acontece? Simples, está prestes a acontecer agora.

 Sem aviso prévio, ondas de choque atingem meu corpo, é um pouco mais fácil resistir no começo, mas ela intensificam, e minha espinha arqueia para trás, posso sentir meus chifres rasgando o carpete.

 Nós Zabraks possuímos dois corações, um voltando-se para cada lado do peito, um dos motivos para termos o diafragma e órgãos pulmonares tão fortes e desenvolvidos, para dar conta do pouco espaço. Fazendo um paralelo com as espécie de meu mestre Lord Sidious, que é um humano, dizem que se escalássemos os tipos de dor da mais forte e terrível para a mais suportável e leviana, a dor de um infarto estaria competindo com a dor de um cálculo renal grave ou a dor do parto, que entre eles são dores imensuráveis. A dor de ter o coração sobrecarregado, na maioria das vezes os leva a morte, seja pelo pânico, a dor aguda em si ou o simples fato de o corpo sucumbir ao mal funcionamento do músculo cardíaco. Mas observe algo, assim como nós, humanos tem dois lóbulos pulmonares, os deles são mais volumosos, porém mais frágeis, bem mais frágeis. Se um humano sofre uma perfuração em um desses lóbulos, com sorte ainda consegue sobreviver por algum tempo, já que o outro lóbulo é capaz de mantê-lo precariamente vivo. O que acontece, é que o lóbulo afetado colibe, isto é, encolhe, suas paredes encostam umas nas outras, e a dor de passar por isso, bem, seria insuportável. Agora voltando-se para minha natureza, Zabrak. Assim como os humanos sobrevivem com apenas um rim, apenas um lado do pulmão, nós também sobrevivemos com perdas, se um de nossos corações pararem de funcionar, nós sobrevivemos. Mas como disse, coisas assim são situações de emergência, e carregam um preço, e diferente de um pulmão colibindo, um rim sobrecarregado, a dor de uma parada cardíaca quase que leva o indivíduo a preferir a morte, e muitos da espécie de meu mestre acabam morrendo mesmo, naturalmente. Mas eu não sou como ele, eu posso sobreviver com apenas um coração. Mas a pagar um preço muito, muito caro. E meu mestre está bem ciente disso.

— Mestre,     perdão, eu imploro!

 Implorar por misericórdia é a pior derrota que existe, é deixar de lado todo o seu orgulho, é admitir que você é a mais desgraçada das criaturas, que não tem controle sobre o próprio destino. A repreensão que recebo por erros como esse não é apenas uma questão de torturar meu corpo perecível, mas de ferir meu ego, me colocar como peça insignificante para ser descartada por sua inutilidade. 

 Mas punições como essa não são novidade para mim, já passei por isso centenas de vezes durante meu treinamento, e uma mera descarga elétrica não é capaz de me nocautear. Juntando forças, consigo voltar para a posição de joelhos, posso olhá-lo nos olhos, e como se zombasse de mim, com sua expressão arrogante, sabe que é hora de partir para o próximo passo. Aumentando a intensidade do fluxo de energia, pude sentir-la concentrando-se em meu coração posterior, a dor é impiedosa, resisto, e Sidious aumenta a concentração, aumenta a potência. 

 Perco minhas forças, tombando para frente, apoiando os braços no chão. Conforme meu organismo não pode aguentar a agravação da investida de meu mestre, caio com meu rosto diante de seus pés, meu coração falha, resistente pulsa mais uma vez, então sinto a parada cardíaca levar todas as minhas forças, os choques param. A última coisa que vi foi a imagem embaçada dos pés de Sidious se distanciando.


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