Entre Lobos e Monstros escrita por Nc Earnshaw


Capítulo 35
Epílogo




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Epílogo

por N.C Earnshaw

 

ERA COMUM QUE Wendy e Erin se reunissem ao menos duas vezes na semana para colocar o papo em dia. Apesar do relacionamento entre elas não ter tido um bom início — uma vez que a Landfish queria sentar no mesmo homem que a vampira por um longo tempo —, ambas haviam dado o braço a torcer ao se conhecerem melhor e decidido que funcionavam de uma maneira brilhante como uma dupla. Principalmente quando se uniam para infernizar Paul. 

Os esforços do Lahote em separá-las eram sempre em vão, e geralmente acabavam com Wendy expulsando-o de casa por algumas horas. Mesmo o inocente Embry — quando ameaçado por Paul —, não conseguia fazer com que Erin faltasse em um de seus encontros com a Cullen. 

— Qual é a do Paul com o Jacob Black? — inquiriu Erin com curiosidade. Tinha percebido em um encontro recente que o Lahote mal conseguia se conter quando o outro garoto se aproximava, e uma tensão se formava entre todos os membros de ambos os bandos. O ódio que a Landfish via brilhando nos olhos de Paul era diferente de qualquer coisa que ela tinha presenciado nele antes. Não era apenas ele tentando descontar seu estresse e sendo o famoso cabeça quente da reserva, mas raiva pura e desmedida. — O Embry não quis me explicar com detalhes.

Wendy suspirou, passando as mãos no avental para limpar os vestígios de chocolate, e se sentou na mesa ao lado de Erin. Seu rosto tinha uma expressão infeliz e uma sombra característica passou pelos olhos dourados. 

— Você deve saber que o Black era obcecado pela minha cunhada, a Bella… — A quileute ouviu a vampira contar a história com atenção, e teve que usar todas as suas forças para não sair correndo dali à procura de Jacob para arrancar as tripas dele e jogá-las aos porcos. Era inadmissível pensar que alguém seria tão cruel ao ponto de tentar machucar uma criatura tão boa quanto Wendy. Principalmente quando ele sabia que levaria um irmão de bando junto se o fizesse. — O Embry fez com que ele pensasse melhor e voltasse atrás — contou Wendy, sorrindo de lado. 

Erin sentiu seu coração aquecer em gratidão, prometendo a si mesma de enchê-lo de beijos quando voltasse para casa. Não só Embry tinha a dado um lar repleto de amor, como tinha salvado sua melhor amiga quando a Landfish mal sabia o quanto a vampira se tornaria tão importante em sua vida. 

— Deve ter sido difícil para o Paul ter que conviver com o Jacob depois do que ele tentou fazer com você. — Erin mesmo, depois daquela revelação, não sabia se conseguiria olhar na cara dele sem desejar arrastá-la no asfalto. — Eu o mataria sem pensar duas vezes. — Ela deu uma risada seca. — Na verdade, quero matá-lo agora mesmo. 

— As últimas semanas com a Bella grávida e o Paul fora de controle foram um inferno — confidenciou a Cullen. — Tentamos mantê-los separados, mas o destino… — Wendy parou para se corrigir, revirando os olhos. — A Bella não parecia muito disposta a ajudar. 

— Jacob pareceu bem vivo pra mim ontem a noite quando foi propor para o Embry que se juntasse à matilha dele. — A Landfish não conseguiu conter a acidez em sua voz. Embry se juntar a matilha do Black não parecia uma boa ideia para ela; principalmente agora que ela sabia o que ele tinha atentado contra a vida de Wendy. — Então acredito que você conseguiu controlar o Paul. 

Wendy lançou um sorriso malicioso, interessada na resposta do Call, mas ao mesmo tempo pensando nas coisas que teve que fazer para manter Paul entretido o bastante para que ele não fosse matar Jacob. 

— Não vou negar que tive que usar bastante da minha criatividade. 

Erin gargalhou ao ver o rostinho inocente da Cullen se modificar. Ela era um lobo em pele de cordeiro e a Landfish a adorava

— Só não sei até quando vou conseguir fazer isso — admitiu Wendy, perdendo o sorriso. — Agora, com a Reneesme sendo o imprinting do Jacob, ele está constantemente presente, e sinto que… — Ela mordeu o lábio inferior. — Sinto que perdi um pouco a minha família. Eles perdoaram Jacob no momento em que ele largou a matilha para proteger a Bella, mas o Paul não perdoou. E por mais que eu saiba que eles nunca iriam me abandonar conscientemente…

— Você está se sentindo abandonada — completou Erin, segurando a mão de Wendy que estava sobre a mesa. — Não se sinta culpada por se sentir assim, coelhinho. 

A vampira não conseguiu conter o sorriso ao ouvir o apelido que Paul tanto odiava. Ele dizia que sabia que a Landfish estava tentando roubar sua mulher e morria de ciúmes. 

— Não me leve a mal com o que eu vou dizer… Eu amo a minha sobrinha, e amo a Bella também. Mas sinto que depois que ela nasceu, minha família apenas mudou de obsessão. Duas semanas atrás nosso universo girava em torno da Bella, e agora gira em torno da Reneesme. 

A quileute deixou que ela desabafasse. Wendy tinha ouvido sobre seus problemas várias e várias vezes, e a ajudado nos momentos em que se sentiu mais sozinha. Apesar de ambas amarem muito seus parceiros, haviam coisas que apenas uma amiga compreenderia. Coisas que os lobos superprotetores não poderiam saber, ou acabariam criando mais problemas do que soluções. 

— Não quero mais viver desse jeito. Não quero mais priorizar a felicidade de outra pessoa acima da minha. Antes do Paul, eu não me importava com isso, mas depois dele… Eu apenas quero aproveitar o meu companheiro em paz. Sem dramas ou brigas. Sem uma legião de vampiros tentando nos matar. Porque, no final, eu sei que sou a primeira escolha do Paul em tudo, mas eu não acredito que seja a primeira, a segunda ou a terceira escolha deles. A eternidade é um tempo longo demais para continuar me sacrificando uma vez atrás da outra. Não quero mais ser um mártir. 

Erin aplaudiu Wendy de pé, arrancando risadas da vampira. Finalmente tinha entrado naquela cabecinha que tudo bem ser egoísta uma vez ou outra. Uma das poucas coisas em que Paul e ela concordavam sem brigar, era que Wendy merecia mais

— Coelhinho, coelhinho… — Erin balançou o dedo indicador em frente ao rosto da Cullen; futura senhora Lahote. — parece que minhas lições estão se enraizando, hun? Se continuar assim, logo logo vai se formar.

A Landfish deu um passo para trás, mas uma tontura repentina escureceu sua visão e a fez quase se esborrachar no chão — não fosse as mãos frias de sua amiga segurando-a à tempo. 

— Erin, você está bem? — indagou a vampira com preocupação, levando-a até a sala para deitá-la no sofá. — O que está sentindo? 

A Landfish soltou um resmungo, cobrindo o rosto com as mãos. 

— Acho que estou ferrada, Wendy. Acha que pode me confirmar o quanto estou fodida? 

— Você não está fazendo sentido algum — brincou a outra. — Pode esclarecer? 

Ela tirou a mão dos olhos, experimentando uma náusea incômoda. Era o terceiro dia seguido que sentia aquilo a cada meia hora. 

— Com quantas semanas um coração de um bebê começa a bater? 

Wendy arregalou os olhos, mas não se pronunciou. 

O coração do bebê batia em sincronia com o da mãe — motivo pelo qual ela não conseguiu perceber assim que viu Erin, sem saber o que estava procurando. 

— Wendy? — chamou a humana, tentando se sentar quando não obteve qualquer resposta. 

— Você tem 13 segundos para decidir se vai contar para o Embry agora ou depois. — O sussurro da vampira quase a fez se engasgar. Então ela estava mesmo…? — E eu vou ficar furiosa se não me escolher para ser madrinha. 

Erin não conseguiu usar os treze segundos para pensar. Sua mente estava nublada e a única coisa que ela conseguiu fazer foi encarar a porta da frente com a boca entreaberta. 

Quando Embry e Paul entraram na casa se empurrando enquanto trocavam socos e riam abertamente, ela decidiu que queria que os irmãos compartilhassem aquele momento juntos — mesmo que um deles não soubesse que possuíam o mesmo sangue. 

— Estou grávida.

 


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