Entre Lobos e Monstros escrita por Nc Earnshaw


Capítulo 14
Anjo da noite




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Capítulo 13

por N.C Earnshaw

 

ERIN NÃO SENTIU REMORSO ao deixar Jane para trás sem mais explicações. Tinha certeza que a garota tinha compreendido tudo. Não queria mais a amizade dela. Na verdade, desejava nunca mais vê-la, pois, a única coisa que a quileute queria a partir daquele dia, era ter pessoas que a amassem e a respeitassem ao seu lado. Nada de aceitar migalhas ou engolir falsidades. Se fosse deixar alguém se aproximar de si, teria que ser verdadeiro. 

Era triste perceber que estava sozinha no mundo. Sua mãe, a pessoa que deveria amá-la e protegê-la, trocou a própria filha por um embuste assediador. Sua melhor amiga era uma vaca, que passava o dia falando mal dela, mas a desejava. Seus outros amigos não eram tão amigos assim. 

Ela estacionou seu carro em uma estrada qualquer. Não havia outro lugar para onde ir. Ela chegou a pensar em ir para o único hotel de Forks, no entanto, descartou a ideia. Precisava economizar o máximo de dinheiro possível. 

Já tinha ouvido falar de pessoas que moravam dentro dos seus automóveis, então ela poderia fazer o mesmo. Seria um enorme desafio, entretanto, Erin era forte e iria superá-lo.  

O lugar estava um completo breu, e as únicas coisas que iluminavam o ambiente eram os faróis ligados em direção a floresta, mas que seriam desligados muito em breve. A bateria não era infinita para aguentar uma noite inteira sendo usada. 

Ela arrumou uma manta no banco de trás, assim como seu travesseiro. E após confirmar que o carro estava seguro, apagou todas as luzes.

O silêncio era quase enlouquecedor. Sua mente tentava trazer as memórias do seu dia, querendo castigá-la com as lembranças que apenas precisava esquecer. Para sua sorte, Erin conseguiu rejeitá-las. Achava que tinha chorado o bastante. 

O único som que ouvia era de alguns animais caminhando ali perto, e cada vez que um galho se quebrava ou o vento batia com força contra os vidros do carro, a Landfish se encolhia. 

As lendas da tribo sobre criaturas da noite que sugam o sangue das pessoas até a morte, foram o terror da sua infância. Ela lembrava de ir dormir encolhida, com medo de que alguma delas entrasse pela janela do seu quarto e enfiasse as presas em seu pescoço, e sempre acordava com a cama molhada de xixi. 

Para sua tristeza, seu padrasto acabou soltando na frente de alguns dos seus colegas que ela ainda mijava na cama aos dez anos, e Erin foi apelidada de “Erin: a mijona”. 

Sua sorte foi ficar atraente na adolescência, e o apelido foi esquecido em meio ao “gostosa” e “vadia”. No entanto, mesmo que doesse admitir até para si mesma, ela ainda sentia medo daquela história de terror. 

Batidinhas do vidro em que estava encostada fizeram a Landfish berrar a plenos pulmões. A palidez da pessoa do outro lado do vidro deixou seu coração ainda mais acelerado, e ela levou alguns segundos para reagir. Com as mãos trêmulas e os pensamentos acelerados pelo medo, ela pegou o macaco que estava solto no porta-malas e apertou-o contra o peito. Se aquela coisa do lado de fora conseguisse abrir o carro, bateria sem dó em sua cabeça e sairia correndo dali sem nem pensar duas vezes. 

A figura desapareceu quando a quileute olhou novamente. Ela verificou todas as janelas sentindo uma imensa vontade de fazer xixi — o apelido não era tão equivocado assim, e suspirou aliviada quando não encontrou nada. 

“Devo estar enlouquecendo”, pensou. Ela voltou a se deitar, ainda sentindo certa desconfiança, e ligou a luz de dentro do carro para poder enxergar melhor e se sentir mais segura. Nenhuma assombração era maluca o bastante para aparecer no claro. 

Erin se forçou a fechar os olhos e cobriu a cabeça com o cobertor. Mesmo se alguma aparição surgisse, ela não veria.

O barulho de um trovão cortando o céu fez ela segurar um grito e agarrar novamente o macaco que tinha colocado ao seu lado. Gotas de chuva começaram a bater no teto em um monte de “plims”, e ela teve que jogar o cobertor de lado para ligar o aquecedor. Estava ficando frio e ela não podia ficar doente. 

Quando uma figura vestida de azul passou rapidamente na frente do carro, Erin decidiu encarar o problema de frente. Não era covarde. 

Ela segurou o macaco na mão esquerda e abriu a porta do carro lentamente com a outra mão. A chuva atrapalhava sua visão, então teria que descer para procurar quem estava tentando assustá-la até a morte. 

Seus pés descalços tocaram a lama fria, e ela se arrependeu imediatamente. 

“Ideia de merda, Erin. Ideia de merda”.

A Landfish procurou ao redor qualquer sinal de outra pessoa ali. Sem sucesso. Até mesmo a lama estava intocada — como se ninguém tivesse pisado nela. 

Ela começou a cogitar ter enlouquecido. Após um dia infernal, não se surpreenderia se estivesse tendo alucinações. Talvez fosse alguma forma de seu cérebro se acostumar ao trauma. 

A água da chuva tinha deixado-a ensopada no minuto seguinte em que pisou para fora da salvação do seu carro. Sua camiseta grudava no corpo e a calça de moletom estava tão suja que ela duvidava se teria salvamento. 

Com a ferramenta agora segura nas duas mãos, ela caminhou um ou dois metros de distância do seu automóvel com os olhos arregalados. Girou 360 graus, e não encontrou absolutamente nada. 

— Mas que porra — xingou baixinho, deixando o macaco pender ao lado do corpo. — Me molhei toda à toa. 

— Buh! 

Erin girou o macaco rapidamente para atingir qualquer lugar possível e correr dali. No entanto, a outra pessoa — finalmente pôde identificar que a coisa era humana, abaixou-se a tempo para não ser abatida. 

Uma gargalhada digna de um anjo soou, deixando a quileute sem reação. O mundo ao seu redor pareceu ter diminuído a velocidade, e ela mudou de ideia no instante em que encontrou os olhos dourados à sua frente. A malícia brilhando ali estava mais para um demônio sexual que um anjo da noite. 

— Tenho que te dar algum crédito, você quase me acertou. 

Erin sentiu vontade de coçar os olhos para garantir que estava enxergando direito. Parada ali, bem na sua frente, estava Wendy Cullen

— Desculpa por ter te assustado. — A Landfish não achou que ela estivesse sendo sincera. O sorriso largo mostrava as covinhas profundas de  suas bochechas, demonstrando o quão divertida Wendy achava a situação. — Eu acabei não resistindo. 

— Você… Você é maluca? — gritou Erin, jogando o macaco no chão. — Eu quase me mijei nas calças de medo. Pensei que era alguém tentando me atacar e… Você só pode estar de brincadeira com a minha cara! O que está fazendo em uma estrada deserta no meio da noite? Melhor. O que está fazendo em uma estrada deserta no meio da noite na reserva, cara-pálida. 

— Vamos mesmo ter essa discussão enquanto o céu cai sobre as nossas cabeças? — Mesmo que ela tivesse falado baixo, Erin tinha certeza que a Cullen disse para que ela ouvisse. — Bem, eu moro aqui. E você? O que está fazendo com o carro parado aí? 

— Isso não é da sua conta — rebateu Erin, na defensiva. Seria muita humilhação explicar que não tinha para onde ir. 

Ela pegou o macaco do chão, sujando as mãos de lama, e deu as costas para a outra garota. Ia dar um jeito de se limpar antes de entrar no carro, apenas não sabia como. 

— Você não parece bem pra mim. — A Cullen a seguiu de perto, e preocupação brilhava em seus olhos. — É perigoso ficar aqui durante a noite, nunca se sabe o que pode estar escondido na escuridão. 

A Landfish soltou uma gargalhada falsa. 

— Eu já vi o que está escondido na escuridão. — Erin encarou Wendy da cabeça aos pés. — E não me parece grande coisa. 

A Cullen sorriu em resposta, o que irritou a quileute mais ainda. Como aquela garota conseguia ser tão controlada, quando tudo que Eria faria se estivesse em seu lugar seria socar a cara da outra pessoa? Que tipo de ser evoluído era ela? 

— Seu carro quebrou? — Wendy encostou parte do corpo na lateral do carro, não dando a mínima para a chuva que ainda caia. Enquanto a Landfish estava batendo os dentes de frio, a outra parecia estar em seu melhor momento. — Não sou tão boa com carros quanto a minha irmã, mas posso tentar dar um jeito. 

— Eu te tratei mal pra caramba — revoltou-se Erin, jogando a ferramenta de qualquer jeito na mala do carro e voltando-se para encarar a Cullen. — Te dispensei como se você fosse um lixo, e dei em cima do seu namorado na sua frente. Por que diabos está querendo me ajudar? 

— Nós não éramos namorados naquela época. Se você fizesse isso agora… — O sorriso que ela deu fez os pelos da quileute se erguerem. — eu arrancaria sua língua fora, quebraria suas duas pernas e jogaria seu corpo ainda vivo no mar. Não sou tão boa assim. 

Erin não soube o que falar após a descrição de como seria assassinada. Apenas percebeu que tinha parado de respirar, quando ouviu uma risadinha vinda da outra.

— O Paul diz que sou legal demais para o meu próprio bem. Tenho uma mania bem idiota de colocar as outras pessoas em primeiro lugar, sempre perdoo o imperdoável e me preocupo mais do que deveria. 

Se ela não estivesse tão concentrada no fato de Wendy Cullen desabafando com ela, teria percebido que em nenhum momento a garota tinha dito que a ameaça anterior era de brincadeira. 

— Meu pai vê isso como minha maior qualidade, mas sempre pensei em como seria se eu conseguisse ser um tantinho egoísta. 

— Você deveria aprender comigo. — Erin mordeu a bochecha ao ver que estava tentando consolar a Cullen. Ela limpou a garganta e lançou um sorriso debochado. — Deve ser muito difícil ter uma vida perfeita. 

— Minha vida nem sempre foi desse jeito… — Wendy suspirou, cruzando os braços. — Mas a história é muito longa para que você aguente ouvi-la até o fim. Está tremendo feito um filhotinho de cachorro. 

— Ah, vai se ferrar. — Não foi um “ah, vai se ferrar, sua cretina odiosa”, estava mais para um “ah, vai se ferrar” trocado entre duas amigas (?). 

— Olha, Erin… — A Landfish se perguntou como ela lembrava seu nome. — Não precisa me dizer o que aconteceu. Está um temporal horrível, você está molhada e, aparentemente, só tem seu carro para dormir. Se entrar aí ensopada desse jeito, vai acabar tendo uma hipotermia…

— E o que você sugere que eu faça? — Talvez estivesse ficando maluca, mas estava mesmo cogitando seriamente aceitar a ajuda. Não tinha outra opção, na verdade. 

— Vem comigo. Te prometo um banho, uma roupa seca e um lugar para dormir. E se quiser comer alguma coisa, fiz espaguete com almôndegas mais cedo. 

Ela concordou no instante em que Wendy ofereceu a comida. Não tinha comido nada o dia todo, e sua barriga roncou ao mero pensamento de uma refeição.

— Se corrermos, chegaremos mais rápido — informou a Cullen. — A casa fica dobrando a esquerda no fim dessa estrada. 

Erin travou o carro, assegurando-se que ninguém mexeria no seu bebê precioso. Pegou apenas o celular e enrolou o aparelho em uma camiseta velha que estava jogada no chão do automóvel, e pôs-se a correr junto a Wendy. 

Seus pulmões queimavam devido ao esforço físico, e ela invejou a compostura da garota ao seu lado. A Cullen não parecia nem um pouco cansada. Além disso, Erin apostava que ela estava diminuindo suas passadas, para que pudesse acompanhá-la. Que humilhação. 

As luzes estavam acesas logo que ambas se aproximaram da porta. A Landfish estava com tanto frio, que nem se importava com o fato de ter aceitado passar a noite na casa de um ex. Ela somente desejava tomar um banho quente, enrolar-se sobre várias camadas de cobertores, comer uma comida quentinha e saborosa, e dormir até que pudesse esquecer seus problemas. 

Erin pensou nas vantagens do convite, até Wendy abrir a porta, dando de cara com Paul de braços cruzados. 

Seu coração acelerou assim que ela analisou a figura à sua frente. Não por se sentir atraída pelos músculos proeminentes, mas pela vergonha de estar invadindo a casa de uma cara cujo último encontro tinha sido repleto de xingamentos trocados. 

Quando Erin lembrava da maneira irritante que agiu na praia — muito parecido com as coisas que Jane fazia, ela se encolhia em constrangimento. Como tinha sido tola…

— Onde você foi? — A voz mais rouca que o normal fez com que a Landfish deduzisse que Paul tinha acabado de acordar. Ele puxou Wendy para o seus braços, sem se dar conta que Erin estava ali; ou não se importando nem um pouco com a sua presença. — Acordei e não te vi do meu lado… Achei que tivesse me abandonado. 

A risada da Cullen deixou Erin quase tão encantada quanto o Lahote. Os olhos de Paul brilhavam de uma maneira que nunca vira antes, e um sorriso maroto surgiu no canto dos seus lábios. 

— Como você é dramático, Paul Lahote! — Era constrangedor ver a dimensão dos sentimentos que ambos compartilhavam. Apesar de não estar ouvindo declarações, as ações e os toques falavam mais alto.

Erin se remexeu, desconfortável. Paul tinha ignorado qualquer coisa que Wendy estivesse falando, puxando-a para contracenar o beijo mais apaixonado que a Landfish presenciou em toda a sua vida. 

Sua garganta pareceu se fechar. E, para chamar a atenção do casal para si, tossiu algumas vezes. 

— Mas que droga você está fazendo aqui, Erin? — A pergunta de Paul fez a Landfish sentir vontade de sair correndo dali. 

— Eu a convidei — intrometeu-se Wendy, colocando-se ao lado de Erin como se fossem boas amigas e ela precisasse de defesa. — Ela precisa de um lugar para dormir e passar a noite, e eu ofereci. 

O Lahote semicerrou os olhos na direção da quileute, tentando desvendar se ela precisava mesmo de ajuda, ou estava apenas se aproveitando da boa vontade de Wendy. Ao sentir o olhar da sua noiva o fuzilando, assentiu a contragosto. 

A Cullen puxou Erin pelo braço, passando por Paul e ignorando a confusão exposta em seu rosto. Explicaria a situação para ele logo que trocasse de roupa e levasse a convidada até o quarto de hóspedes. 

— Vou pegar algumas toalhas — avisou Wendy, deixando Erin e Paul sozinhos na sala. 

A garota passou a observar a casa, não querendo puxar conversa com o homem ao seu lado. Nunca tinha nem sequer passado da porta da entrada antes, mas já havia espiado sobre o ombro de Daniel Lahote nas vezes em que tinha ido até ali procurar por Paul. A casa se encontrava completamente mudada. 

Para começar pela televisão, que antes era uma pequena caixinha minúscula, tinha sido trocada por uma tão grande que Erin achava que assistir ali seria o mesmo que ir ao cinema. O piso estava renovado com um carpete novo, sem as manchas de gordura e sujeira. E todos os móveis foram mudados para novos e de muito bom gosto. 

Se ela não tivesse certeza que estava no mesmo endereço, acharia que era outra residência. Até mesmo o clima do local tinha sido amenizado. Aquela aura pesada que cercava Daniel tinha ido embora, e Erin se perguntou se sua vida também mudaria para melhor agora que tinha se livrado da presença amaldiçoada do seu padrasto. 

— Carter me expulsou de casa. — As palavras saíram dos seus lábios antes que ela percebesse. Uma parte dela se surpreendeu; não tinha mais a amizade de Paul para desabafar. No entanto, a outra parte, a maior delas, entendia porque sentiu necessidade de compartilhar aquela informação com ele. Durante muito tempo, o Lahote tinha sido o único a compreender o que era ter uma figura masculina de merda em sua vida. 

— O Carter merece levar uma surra. — A ameaça de Paul a fez lembrar da época em que ele queria, de fato, bater no seu padrasto. — Você está bem? 

Erin mordeu a bochecha, não entendendo porque, de repente, queria cair em uma crise de choro. 

— Mamãe ficou do lado dele. — Ela puxou o ar com força, tentando controlar as lágrimas que queriam sair, e olhou para ele de esguelha. 

Paul tinha uma expressão severa no rosto. Encostado em uma das paredes, encarava um jarro de flores como se quisesse despedaça-lo.

— Ele tentou… 

— Não — mentiu ela, cortando sua fala. Apesar de estar compartilhando aquelas informações, não se sentia preparada para falar sobre aquilo. — Nós acabamos brigando, e a Kayla ficou do lado dele. 

Paul soltou uma risada seca.

— Nós somos muito sortudos — debochou. — Ganhamos duas vezes no sorteio de pais de merda. 

Mesmo que o ambiente fosse quente e aconchegante, Erin ainda batia os dentes devido ao frio. Ela se abraçou, tentando se aquecer com o calor do próprio corpo. 

— Não estou maquinando um plano para separar vocês. 

A Landfish sorriu ao ver os olhos arregalados de Paul. 

— Sei como você pensa, Lahote. E não sou esse tipo de pessoa. 

— Você me pareceu esse tipo de pessoa quando chamou a Wendy de vadia aquele dia, na praia — rebateu ele, cruzando os braços. 

— Vocês não estavam juntos. Foi errado da minha parte chamá-la de vadia, mas como você queria que eu reagisse ao te ver desfilando com outra garota, quando não tinha nem ao menos tido a coragem pra conversar comigo e terminar qualquer coisa que tivéssemos? — Ela respirou fundo, buscando autocontrole. — Olha, isso não importa mais. Eu errei. Assumo que errei com a Cullen. Garotas não devem acusar outras garotas quando os únicos que merecem xingamentos são esses caras imbecis que tratam as mulheres como brinquedos descartáveis. 

— Ouch. — Paul colocou a mão sobre o peito esquerdo, fingindo ser atingido. Mal sabia Erin que a conversa entre eles estava sendo ouvida. 

— Ela é uma garota legal — continuou a Landfish, dando uns pulinhos para se aquecer. Ela não achava que gastava tanto tempo assim para procurar algumas toalhas. — E você não a merece. 

— Agora você está pegando pesado — brincou o Lahote, contendo um sorriso. Ele estava se lembrando porque gostava tanto de passar um tempo com Erin.

Ela gargalhou, sentindo um pouco do peso sobre seus ombros ir embora. 

— Somos da mesma laia. É injusto que você tenha alguém tão doce quando tudo que restou para mim foi meu carro e um restinho de dignidade. 

— Você nunca teve dignidade.

Erin perdeu a atenção dele, no instante em que Wendy entrou no cômodo novamente. Ao contrário do que ela pensava, o ciúmes que sentiu não foi muito diferente do que experimentou quando pegou uma carona com Jared no outro dia. Ela não queria Paul para si, como antigamente. Desejava apenas um relacionamento em que a outra pessoa a amasse daquela maneira. 

— Já organizei o quarto de hóspedes, Erin — informou a Cullen, entregando-a duas toalhas. 

Ela abraçou o tecido sequinho, e enrolou ao redor do seu corpo para se aquecer. 

— O quarto é o último do corredor. Assim que eu trocar de roupa, levo algo pra você jantar. 

Erin assentiu, não sentindo-se nem um pouco inclinada a recusar toda aquela mordomia. Após se despedir rapidamente, foi em direção ao quarto. No entanto, antes que chegasse até lá, ouviu um comentário que quase a fez tropeçar. 

— O Embry vai surtar quando souber que ela está aqui. 

A última coisa que a Landfish ouviu Wendy pedindo que ele se calasse, um pedido desculpas e barulhos de beijos.


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