O amor é uma rosa - Gingerrose escrita por EloiseFeh


Capítulo 1
The Rose


Notas iniciais do capítulo

Essa é uma shortfic que deveria ter sido uma oneshot. Eu gosto bastante desse casal inusitado e gostaria que tivessem mais fanfic deles aqui no Nyah ♥

Vou tentar alternar a postagem dessa com a fanfic Reylo, assim quem acompanha lá não fica tão desamparado ahah

É isso, boa leitura ♥



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“Eu digo que o amor é uma flor [...]

Quando a noite se faz solitária

Apenas lembre que no inverno, debaixo da neve

Há uma semente que com o amor do Sol

Na primavera se torna a Rosa.”

 

As transmissões ocorriam sempre em horários diferentes, mas sempre no mesmo comlink pessoal de Rose. Ela não sabia se a pessoa havia errado o canal de propósito, porém parecia insistir em usá-lo. Sempre de forma unilateral, as mensagens codificadas chegavam de madrugada, cedo da noite, logo de manhã cedo ou em algum momento do dia em que a garota não se encontrava nos seus aposentos.

 

Eram códigos estratégicos, informações disfarçadas porém precisas. Um comboio da primeira ordem em algum planeta, uma pequena tropa desprotegida em algum sistema estrategicamente escolhido, uma patrulha em um horário conveniente. Cada uma das informações garantia uma pequena vantagem à Resistência. E Rose Tico era quem as interceptava. De forma disfarçada, ela redirecionava as mensagens para a general. Ninguém fazia ideia de que as informações chegavam primeiro para a Tico.

 

A garota estava curiosa. E Ajan-Kloss estava se tornando um lar solitário. Poe e Finn passavam dias em missões tentando recrutar novos rebeldes e coletando informações, Rey gastava o resto do seu tempo lendo quando não estava ocupada treinando na mata do planeta. Paige sempre havia sido um poço de alegria e determinação, o exemplo que gostaria de seguir. Deu a vida para que pudessem ter uma chance de vencer. Sua irmã fazia falta, ela não deixaria que se sentisse sozinha.

 

Sua mão tocou a metade do colar que carregava no pescoço, o metal haysiano, frio ao toque, a fez pensar em todas as pessoas que havia perdido até aquele momento. Desde a batalha de Crait sentia que a Resistência havia mais perdido do que ganhado. Com a esperança sendo minada pela Primeira Ordem, o medo tomando conta de inúmeros sistemas, estava cada vez mais difícil conseguir recursos e aliados. E Rose sabia que não era a única a sentir isso.

 

 O ruído estático característico da chegada de uma mensagem a tirou de seus pensamentos. Rose olhou para a holomesa enquanto o sistema tentava reconhecer a criptografia utilizada e exibia a mensagem traduzida no ar. Seja quem fosse, era esperto. Cada mensagem carregava sua própria cifra, impossibilitando qualquer tentativa de se achar um padrão imediato nas transmissões. O canal emissor era sempre diferente e isso era um detalhe que não havia passado.

 

Depois de alguns minutos, as coordenadas de um pequeno sistema planetário se projetaram, sendo acompanhadas por data, hora e uma única palavra: abastecimento. Rose anotou à mão tão rápido quanto pôde, preparando-se já para encaminhar para a frequência central das Resistência. O canal nunca ficava aberto aberto por muito tempo, era de se esperar que já estivesse fechado. O informante não queria ser identificado, isso era óbvio, mas ainda havia alguns segundos antes de se tornar incomunicável até a próxima transmissão. Antes de Rose cogitar em ir até a general, uma ideia súbita lhe passou pela mente.

 

Com um comando rápido em um teclado acoplado, Rose digitou palavras que serviam apenas para matar sua curiosidade. Era ridículo e arriscado esperar por uma resposta, mas já era tarde para retroceder quando suas palavras já estavam sendo encriptadas e enviadas pela mesma frequência. “Quem é você?”, foi a única coisa que conseguiu digitar. E saiu do quarto sem esperar, antes que sua ansiedade tomasse conta.

 

— Coordenadas apontando para o sistema Gane - Capitão Beaumont Kin anunciou, assim que as informações foram processadas. - Seguido de “Abastecimento”.

 

— Significa alguma coisa? - uma voz perguntou.

 

Rose havia criado o costume de acompanhar a divisão de inteligência, era uma forma de ficar atenta ao que acontecia e ficar de olho nas transmissões. Beaumont era apenas um pouco mais velho, esguio e alto. Era como uma irmão mais velho e, como capitão, amigo e aliado, gostava de a manter informada.

 

— Gane recém conquistou independência. População pequena, não deve ter mais que 500 habitantes agora - continuou Beaumont. - Existem pequenas vilas ao redor de um posto. Bordéis, oficinas, bares… É  tipo de lugar pequeno que atrai todo o tipo de gente. Ótimo pra conseguir peças e combustível.

 

Ele rodeou o holoprojetor central, analisando outras informações.

 

— Fica no meio de uma rota comercial... Seria vantajoso para a Primeira Ordem controlar um lugar assim. Quantos Stormtroopers poderiam enviar para um lugar como esse? Sabe me dizer, Finn?

 

Os olhos se voltaram para o ex-stormtrooper que se aproximava da mesa. Rose não o havia notado antes, mas se aproximou ao ver o amigo.

 

— Não mais que um pelotão - respondeu Finn. - Para um planeta como esse, duvido até que mandem mais de dois esquadrões. Conseguir aliados em comunidades pequenas também pode ser bom para nós.

 

— Alguma chance de mandarem um comandante de alto nível? - perguntou Beaumont.

 

— No máximo, um trooper capitão - concluiu Finn, assertivo.

 

— Vou informar à General.

 

Beumont não esperou uma resposta para correr através das instalações de Ajan-Kloss, Rose não hesitou em seguir o mesmo caminho.

 

— Não te vi a semana toda. Como você está? - perguntou Finn, o tom alegre de sempre, seguindo-a de perto.

 

Era quase incomum vê-lo longe de Poe, mas o jovem ainda se dava liberdade o suficiente para ser prestativo com outros membros da Resistência. Rose ainda não esquecia o beijo que roubou do rapaz há meses atrás, quando o salvou de morrer num inóspito terreno de sal em Crait. A lembrança a fazia rir, talvez tivesse nutrido uma paixão infantil pelo rapaz no começo, culpa da gentileza, bravura e altruísmo de Finn. Mas agora ele não passava de um amigo leal, que sempre tentava animá-la.

 

— Perfeitamente, bem - respondeu Rose. - Como vai a Falcon?

 

Finn deu um sorriso amarelo, Rose suspirou.

 

— A nave é uma relíquia - continuou Rose. - Se o Chewie ou a Rey não matarem vocês pelo descuido, eu mato. Só pelo trabalho que estão me dando.

 

Chegaram ao centro de comando com Beaumont já conversando com a General. O mais novo parecia argumentar sabiamente enquanto Leia concordava com a cabeça.

 

— Apenas um reconhecimento inicial, saber o que a Primeira Ordem planeja - Rose ouviu a voz do capitão. - Não posso ir eu mesmo, precisam de mim pelos próximos dias, então…

 

— Eu vou.

 

Rose não soube de onde havia tirado a coragem para aquilo. Imediatamente os três pares de olhos envolvidos no assunto a olharam.

 

— A equipe de manutenção está bem amparada e isso não vai levar mais de um dia - argumentou Rose. - Eu posso ir e voltar em um cargueiro saindo de algum sistema próximo.

 

Com tudo que estava acontecendo, uma missão pequena poderia ser boa para uma mudança de perspectiva. Claro que, no contexto de guerra em que se encontravam, nenhuma missão poderia ser considerada pequena. Mas era bom se sentir útil em algo que não envolvesse necessariamente ferramentas e conserto.

 

— Tem certeza? - perguntou Beaumont.

 

— Eu posso te acompanhar se… - Finn começou.

 

— Eu não queria dizer nada, mas seu rosto já é conhecido na primeira ordem - respondeu a moça para o amigo. - Eu sei me cuidar.

 

Ambos os rapazes assentiram e os três jovens olharam para a General. Leia Organa apenas deu de ombros e assentiu.

 

— Parece que já se decidiram. - A mais velha soltou um sorriso. - Providenciarei um transporte. Tome cuidado, Rose.

 

Rose assentiu decidida e deixou a sala, com os dois rapazes em seu encalço.

 

— Vou fazer os preparativos do transporte da missão - anunciou Beaumont. - Seguindo o horário informado, temos algumas horas. Se prepare o quanto quiser.

 

Rose assentiu e o jovem capitão correu novamente pelas instalações. Ela deu alguns passos apressados, mas Finn a puxou pelo braço.

 

— Você não precisa fazer isso sozinha - disse Finn.

 

— É só uma missão de reconhecimento, Finn - assegurou-lhe Rose. - E, além disso, aqui tem se tornado um pouco…

 

— Sufocante? - sugeriu Finn. Rose suspirou.

 

— Eu só tô… sentindo falta da minha irmã - admitiu a moça. - Preciso de uma coisa fora da rotina pra organizar meus pensamentos ou me distrair.

 

Finn sorriu e pôs a mão em seu ombro em um gesto reconfortante antes de dar-lhe um abraço rápido. Ela assistiu o amigo seguir seu caminho antes de voltar ao quarto. Não demorou muito para notar a pequena luz que indicava uma mensagem, pôs o cinto de ferramentas de lado antes de sentar na cama e ligar a holomesa, onde uma mensagem surgiu depois de alguns segundos.

 

“Uma ajuda de um lugar inesperado”, foi a resposta dada. Rose não se conteve antes de mandar, rapidamente, uma resposta. “Estarei lá”, a encriptação dizia. E Rose torceu para que seu ato impulsivo não significasse a perda de uma guerra.


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Notas finais do capítulo

Eu vou tentar fazer com os títulos e a letra no começo façam sentido conforme a história vai avançando. Adaptei um pouco a letra, mas a música é The Rose - Bette Miller. Foi bem difícil achar uma que se encaixasse nesse capítulo inicial ahaha

Espero que tenham gostado ♥



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