Vamos juntos ao festival? escrita por Agome chan


Capítulo 2
É realmente apimentado




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Poderia não ser a primeira vez que passavam o Natsu Matsuri (Festival de Verão) juntos. O primeiro foi na U.A. inclusive, porém foi como amigos de turma… se é que dá para dizer. A forma que se tratam naquela época, parecia outra coisa. A muito tempo, entre eles parecia outra coisa, até finalmente ser de fato outra coisa.

— Katsuki, olha! — Eijirou apontou para uma barraca e antes de Katsuki poder dizer qualquer coisa, foi arrastado pela mão por ele.

Podia reclamar, mas só o fato de estar sendo levado pela mão por Kirishima, o desconcentrou, esquecia das palavras para dar a bronca, tamanho o nervosismo.

Kirishima pediu sua porção de takoyaki (bolinho assado de polvo), e olhou para o namorado:

— Vai querer também?

— Já está pensando em comer?

— Olha esse cheiro!

— … você quer que eu olhe um cheiro?

Só pelo tom e a cara que o Bakugou lhe fez, aquele sorriso debochadíssimo, Kirishima cobriu o rosto com as mãos sem saber onde enfiar a cara.

Sentiiir! Sinta o cheiro! Foi o que eu quis dizer.

— Te proíbo de andar com o rato amarelo. Se seus neurônios passarem a serem queimados assim, logo vai esquecer como se escreve seu próprio nome.

Kirishima fez bico e resmungou olhando para o chão:

— Não é culpa do Kaminari, é sua…

— Minha culpa? — Bakugou pôs uma das mãos na cintura.

— Sim, — O bico foi se desfazendo, sendo substituído por um sorriso meigo, enquanto coçava atrás da cabeça — perto de você eu me êmbolo todo às vezes.

O Bakugou ficou sem resposta, o rosto mudando em várias expressões; dele pensando, se irritando, se constrangendo, contendo a alegria e se achando tolo e besta por ficar mole só de ouvir aquilo:

— Você fez de novo.

— O que?

— Sabe muito bem o que!

Sabia. Tinha feito os dois ficarem vermelhos de novo.

— Mas eu pensei antes de falar dessa vez.

— E mesmo assim diz essas coisas melosas?!

— Claro! — De súbito pegou a mão de Bakugou, que se assustou. — Namorar é ser meloso também, é másculo. — Beijou as costas da mão dele.

Ele nem conseguiu segurar muito a troca de olhares com Eijirou, que lhe mirava tão intensamente, os lábios em sua mão.

— Droga! — A puxou de volta.

Olhou bravo para as pessoas das barracas próximas, olhando para eles, admiradas. Elas se assustaram e voltaram aos seus trabalhos.

Era verão e o rosto de Katsuki Bakugou fervia demais, só piorando tudo.

Kirishima queria lhe enfartar? Como ele aguentaria aquele comportamento naquela noite toda?

Apontou para o namorando, exigindo como queria seus takoyakis:

— Eu quero com molho apimentado!

— Sim! Haha! — Riu Kirishima, indo fazer mais outro pedido.

Bakugou se virou de costas para ele, de braços cruzados, emburrado. Porém mantendo os olhos nele, de rabo-de-olho. Kirishima sabia, sentia os olhos vermelhos penetrantes do namorado nele e implorava em seus pensamentos para ele parar, pelo amor dos céus, porque se ele não parasse, o sorriso do Kirishima não sumiria por estar se sentindo todo feliz com aquelas borboletas se digladiando em seu estômago. As bochechas doíam.

Suas preces foram atendidas quando Sero, acompanhado de uma estudante da turma B, se aproximou de Bakugou e os dois passaram a conversar.

Eijirou pode até suspirar em alívio e admirar a comida de rua sendo feita.

— Pode por bastante molho de pimenta, por favor! — Pediu.

Os atendentes se entreolharam, mas por fim a moça deu de ombros e só deu aviso de "cuidado, viu? É bem picante".

Sorriu para ela ao contar:

— Tudo bem, meu namorado gosta de comida apimentada mesmo.

Ele falou "meu namorado" com tanto gosto, a moça e os demais que trabalhavam acharam tudo super adorável:

— Oooh, que fofura! — Comentaram.

— Leva seu namorado lá para cima no templo — apontou o rapaz para a distante escadaria. — Lá para as dez da noite vão soltar os fogos, é mais bonito lá de cima. — Piscou depois de dar a dica.

— Nossa, muito obrigado! Valeu mesmo! — Agradecia Kirishima, pegando as bolinhas de polvo para ele e para Bakugou.

E saiu animando indo direto a ele.

O pessoal da barraca sorria e suspiravam. O amor jovem era bonito.

O namorado loiro, de braços cruzados, reclamou:

— Você demorou.

— Desculpa, desculpa. — Mas Kirishima não entregou a ele a refeição, continuou caminhando até um banco em que se sentou e esperou Bakugou se sentar ao seu lado. — Aqui está.

Bakugou ficou surpreso. Kirishima tinha deixado o pratinho retangular dos próprios takoyaki apoiado no próprio colo. Segurou os do Bakugou, pegou um no palitinho e oferecia a ele.

Estava querendo lhe dar na boca.

Katsuki suava de nervosismo e vergonha, pressionando forte os lábios fechados.

Não durou muito tempo, até ele abrir a boca e comer, surpreendendo o namorado. Os olhos praticamente brilhando em alegria:

— Hehe, você comeu!

De boca cheia, Bakugou respondeu:

— Você me disse pra comer!

— Sim, mas funcionou na primeira tentativa. — Bakugou se xingou mentalmente por ser tão fácil de dobrar. — Estou feliz! — Mas o sorriso de Kirishima fazia valer a pena.

Abriu a boca esperando mais, ao que o namorado alegre, lhe deu.

Puxou os takoyaki do colo dele e decidiu se vingar.

— Abre a boca.

Igual ao Bakugou, Kirishima ficou muito envergonhado, desviando o olhar quando ele lhe ofereceu. Era algo super de namorados, ele até se esquecia que tinha acabado de fazer o mesmo, o rosto pegando fogo.

— Eijirou… — Bakugou podia estar fazendo algo fofo, mas ele continuava sendo Bakugou. Então o tom ameaçador e seu jeito mandão, faziam parte.

Respirou fundo, tomou coragem e comeu. Aproveitando a aproximação, beijou na bochecha de Katsuki. Ele olhou chocado.

— Para de ficar me provocando!

Kirishima se defendeu, mesmo de boca cheia:

— Mas eu tenho vontade de beijar você, cara!

— Não me chama de "cara" depois de ser todo meloso!

— Força do hábito.

— Tsk!

Não adiantava reclamar. Lá vinha Kirishima de arrastando no banco, para ficar praticamente grudado ao seu lado. Para completar, deitou a cabeça em seu ombro e ficou lhe olhando daquele jeito bobo, que só ele conseguia.

Katsuki cerrava os punhos e tremia, tentando resistir, mas não durou muito, acabou por roubar um beijo dele, que estava sim lhe provocando, entretanto, não imaginava que Katsuki iria tão longe na frente daquela gente.

Céus, não foi nem um selinho! Eijirou sentiu a língua dele e até ficou atordoado, passando a sua também nas acaricias.

E por fim, o loiro explosivo tinha um sorriso convencido no rosto.

— É realmente… apimentado — disse Kirishima, os lábios vermelhos pela pimenta e de tanto serem beijados.


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