Recomeços escrita por Sophia Snape


Capítulo 29
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Oi, benzinhos! Tudo bem? Nem preciso dizer o quão feliz estou em postar o Epílogo! Foi um caminho e tanto até aqui e espero que tenham gostado.

Apesar de ser o fim, pretendo postar pequenas cenas de flashback ou mesmo do futuro da família Snape daqui pra frente. Então, fiquem atentos! Ainda não acabei Recomeços de verdade.

E não esqueçam: temos nossa playlist no Spotify e ela está atualizada.

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Epílogo

2 anos depois

— Está uma delícia! Por favor, venha!

— Hermione, desista.

— Severo.

— Quando foi que passou pela sua cabeça que eu, Severo Snape, entraria no mar? — e ela apenas riu sonoramente, pouco se importando com o olhar incrédulo dele. — E além do mais, a água deve estar gelada. Prefiro manter todas as partes do meu corpo intactas, muito obrigado.

— Também me preocupo com todas as partes do seu corpo. Bem, talvez uma mais do que as outras. — ela falou maliciosamente.

— Hermione Granger. — ele exclamou falsamente, cruzando as pernas na cadeira de praia enquanto abria o jornal.

Ela riu. — Snape. Hermione Snape. E eu quis dizer o seu coração, amor. Importa muito para mim.

Ele bufou. — Sei.  

Hermione olhou para ele, tentando parecer arrogante com um calção preto e chinelos, e falhando miseravelmente. Não ajudava que ele estava sentado numa cadeira de praia colorida com a sua bolsa rosa no colo, porque o faziam parecer tudo menos com o famoso e assustador Severo Snape.

— Você está ridículo, sabia? — ela comentou com carinho. Ele estava tirando areia da caixinha de óculos escuros antes de lançar um olhar irônico na direção dela.

— Puxa, e eu aqui achando que você me amava etc, etc.

Ela estalou a língua, divertida. — Homem impossível. Agora anda. Você não vai saber se está gelada se não entrar.

— Não.

— Oh, por favor, Severo!

— Non, merci.

— Ok — ela suspirou, caminhando de volta até ele, sentindo a água gelada contra os pés. — Então eu vou ter que apelar para o plano B. — sussurrou, nítida o suficiente para sobressair ao barulho das ondas que, ao entardecer, tendiam a ficar um pouco mais revoltas. Ele levantou a sobrancelha em curiosidade, e até abriu a boca para perguntar o que diabos ela estava fazendo, mas já era tarde demais.

Hermione escorregou as alças do maiô preto, revelando a pele pálida e, em seguida, os seios rosados. A peça desceu mais, revelando a barriga e mais... Por fim, o maiô passou pelos pés delicados e ela o jogou na areia, longe o suficiente para que a maré não o levasse. Os olhos dela nunca deixaram os dele, e não havia mais insegurança — eles já haviam passado disso —, tampouco havia vergonha. Havia só o desejo de uma mulher para um homem, sem nenhuma complicação, sem medos, sem pressa. Havia apenas uma Hermione muito decidida a fazer Severo Snape entrar no mar e se divertir — ou talvez mais que isso — com ela.

— Hermione Snape... você não está jogando limpo. — sussurrou, levantando a mão para tocá-la, mas não sem antes lançar um feitiço de desilusão. A praia estava deserta, mas ele não queria arriscar que nenhum trouxa a visse nua, por mais possessivo que isso soasse.

— A culpa é sua — ela sorriu de volta, fugindo do toque dele, provocando-o. — Você vai ter que entrar se quiser me pegar. — E mergulhou. Hermione continuava o surpreendendo. Mesmo depois de tudo que eles passaram... lá estava ela, como uma sereia, sua sereia, jogando todos os seus encantos sobre ele, e ele se entregando de bom grado. O que ele poderia fazer a não ser tirar a roupa e se juntar a ela?

— Pelas barbas de Merlin, Granger. Está pior do que eu pensei. — Ele fez uma careta à medida que o seu corpo ia entrando mais em contato com a água. — Merda! — Hermione riu quando a onda quebrou perto dele, respingando água salgada até a altura da barriga.

— Não está uma delícia?

— Temos definições diferentes do significado de delicioso. 

— Mesmo? Achei que estávamos em pé de igualdade na noite passada.

Severo gemeu apenas com a lembrança, finalmente a alcançando. Eles estavam num ponto em que as ondas apenas passavam suavemente por eles, quebrando a alguns metros de distância.

— Oi, marido. — Hermione pulou no colo dele, entrelaçando os braços no seu pescoço.

— Olá, esposa. — ele a beijou profundamente enquanto suas mãos a seguravam possessivamente pela cintura. Suas mãos grandes estavam espalmadas na lateral do corpo dela, e seus dedos longos alcançavam a base dos seios.

Hermione se apertou mais contra ele, aprofundando o beijo, e Severo soltou uma das mãos para acariciar o seio esquerdo dela, apertando levemente o mamilo já intumescido.

— Ah — ela gemeu dentro da boca dele, e Severo sorriu maliciosamente quando ela não aguentou o estímulo e tombou a cabeça para trás. Ela parecia uma deusa. O sol morno do entardecer fez com que os seus cachos, pesados pela água, ficassem num tom escuro de mel sendo derretido. Sua pele clara estava levemente bronzeada, destacando as sardas do nariz e os lábios rosados. Severo se sentiu tonto. Ela era deslumbrante.

— Deuses, você é linda. — ele murmurou, beijando a base do pescoço dela, traçando uma linha invisível com a ponta da língua.

Hermione sorriu, voltando a encará-lo. Ela beijou a ponta do nariz dele com carinho enquanto deixava o corpo escorregar um pouco mais para baixo, sentindo o membro dele tocar a sua entrada. — E então, o que está achando de entrar na água até agora?

Ele considerou falsamente. — Bem, tem uma linda mulher nua nos meus braços, então não posso reclamar.

Hermione riu, segurando o rosto dele com carinho. — Se me dissessem, há dois anos, que eu estaria na Espanha, completamente nua, nos braços do meu marido igualmente nu, diria que estavam loucos.

Severo bufou. — Eu diria para se internarem imediatamente.

— E agora? — ela o provocou, mordiscando o lóbulo da orelha dele.

— Agora eu só quero nos aparatar direto para o quarto e fazer amor com a minha esposa. O que acha disso?

— Fala de novo.

Severo sorriu. Ele sabia exatamente o que ela estava pedindo. — Minha esposa.

A risada dela reverberou através da praia, e o peito de Severo se encheu com uma saudade surda, uma sensação profunda de alegria simples e pura. Era assim o amor, então. E parecia que o sentimento só ficava mais forte.

— E parece uma ótima ideia, marido. Mas antes — ela sussurrou, se esfregando mais contra ele — precisamos cuidar disso. Não concorda?

— Hermione — ele gemeu —, nesse momento eu concordo com absolutamente qualquer coisa que você me perguntar.

Hermione se afastou, sorrindo. — É uma coisa perigosa de se dizer, amor.

— Não poderia me importar menos. Um ano de festas n’A Toca? Feito.

— Não, marido, vou ser mais criativa.

— Pior que isso? — ele exclamou falsamente. — Deuses, esposa.

— Nem todo castigo precisa ser ruim, amor. Eu poderia, não sei, amarrar você na nossa cama e fazer coisas deliciosamente indescritíveis sobre o seu corpo.

 — Merlin, bruxa. Você quer me matar em plena lua de mel?

— De jeito nenhum. Quero você bem vivo. Especialmente porque eu ainda preciso dizer “eu te avisei”. Uau, é bom dizer isso para um bruxo teimoso como você.

— Eu sabia. Sabia que estava guardando o melhor momento para dizer isso.

— Claro que sim! Você disse que tudo que faríamos aqui poderíamos ter feito em casa.

— Sim, bem, eu estava errado. Claramente. Agora, sobre as coisas indescritíveis que você faria sobre o meu corpo...

— Sim?

— Estou bastante interessado em saber mais sobre isso.

Hermione deu uma gargalhada antes de puxá-lo para um beijo salgado, sussurrando cada uma das coisas que ela pretendia fazer quando chegassem no quarto.  

...

Hermione olhou para o seu marido deitado na cama, ocupando mais da metade do colchão, com apenas um fino lençol cobrindo a sua nudez. Ele parecia tão bonito, tão relaxado, que ela teve que resistir ao impulso de beijá-lo.

Eles estavam em lua de mel há quatro dias. Quatro maravilhosos dias na Espanha, aproveitando uma casa praticamente isolada com todo o mar à vista do quarto. Era de tirar o fôlego. Ela nunca imaginou ficar hospedada por vários dias num lugar como aquele, mas fora um presente de Draco, e ele... bem, era família agora. Por mais surreal que pudesse parecer, ela teve um pequeno casamento — ou pequeno tanto quanto a família Weasley pudesse permitir, em que todas as pessoas mais improváveis estavam presentes. E estava tudo bem.

Incrivelmente, ao longo desses dois anos em que estivera terminando o curso de Medibruxaria, ela e Ron tiveram uma longa, difícil e necessária conversa, e aos poucos a amizade fácil que eles tinham quando crianças pode ser reestabelecida. Poucos meses depois ele se casara com Lilá Brown e eles eram ótimos um para o outro. Hermione estava genuinamente feliz por eles.

Draco também se tornara uma presença constante na vila, e Astoria e Hermione se tornaram amigas. O filho deles, Scorpius, era adorável. Mesmo com apenas um ano e alguns meses, Hermione já podia dizer que ele seria um ótimo garoto.

A Botica cresceu tanto que Severo precisou contratar mais dois funcionários e um assistente. Ele recebera várias ofertas para expandir a loja para outras cidades e regiões, mas fora taxativo: ele não queria passar nem um minuto além do necessário trabalhando. Pela primeira vez na vida, Severo viu que haviam coisas muito mais importantes, e ele estava disposto a aproveitar.  

Os pais de Hermione também se mudaram de volta para a Inglaterra, para a antiga casa, e visitavam sempre que podiam. Hermione e Severo também estavam sempre na Inglaterra — e por mais que Severo sempre revirasse os olhos para a perspectiva de passar um dia inteiro n’A Toca, Hermione sabia que metade disso era só uma maneira de não perder o costume, pois ela tinha certeza que ele secretamente adorava se sentir tão parte de uma família grande e amorosa quanto ela. Mas, claro, ela não mencionaria isso jamais.

E agora, olhando para ele, para a cicatriz pálida que marcava o seu pescoço, Hermione ainda estremecia com a perspectiva de que quase o perdera. De que quase perdera esta vida. Ela suspirou, piscando para espantar as lágrimas, enquanto suas mãos escorregavam distraidamente até a barriga.

— Esposa? — a voz aveludada a despertou de seu devaneio, e Hermione sorriu. — Que horas são?

— Ainda é cedo. Pode voltar a dormir, querido.

— Hm. E por que você está sentada aí? — ele perguntou, ainda um pouco grogue de sono. Depois, preocupado, ele pareceu acordar completamente e se sentou. — Você sentiu enjoo de novo? Talvez devêssemos ir ao médico, Hermione. Deveria ter me acordado.

— Bem, nós vamos ter que ir ao médico em breve, sim. Mas — ela a tranquilizou quando a expressão dele caiu — não é nada ruim.

Severo franziu a testa. — Mesmo assim, Hermione, talvez-

— Severo, estou grávida. — ela o interrompeu suavemente. Embora sua expressão fosse de calma absoluta, ela estava nervosa.

Em dois anos de relacionamento — e Hermione frequentemente brincava que ele só a pedira em casamento para ser chamado de noivo e não de namorado — o assunto filhos havia surgido timidamente. Severo sabia que o assunto era delicado para Hermione, ao mesmo tempo em que ela ficava receosa de abordar o tema porque Severo tinha reservas sobre ser pai. Das vezes em que ele deixava escapar algo sobre o pai, ou sobre sua infância, Hermione sempre ficava com o coração partido por tudo que ele tivera que passar.

Até que o Alvo Severo nasceu, e logo em seguida, Scorpius Malfoy, e Hermione se sentiu mais segura de comentar, quase num sussurro, como ele seria um bom pai. Ele a olhara com espanto enquanto segurava um bebê loiro de quase nove meses, e ela percebeu que o momento era aquele.

— Você acha mesmo? — ele perguntou, cauteloso.

O sorriso de Hermione era brilhante. — Você já é o melhor noivo do mundo, Severo. Não tenho dúvidas de que seria o melhor pai também.

O assunto pairou no ar entre eles nos meses que se seguiram. Hermione não parou de tomar a poção, e Severo ainda lançava feitiços anticoncepcionais quando ela esquecia, mas o assunto voltaria novamente para o tópico depois que ela se formara.

— Você está feliz, Hermione? — ele perguntou ao pé do ouvido, respirando profundamente o cheiro do seu cabelo.

Hermione levantou a cabeça, apoiando o queixo em seu peito. A expressão dele era séria, reservada, e ela se perguntou internamente como ele ainda poderia sentir dúvidas em relação aos seus sentimentos. — Absurdamente feliz, Severo. Além de qualquer medida. E você?

Ele deu um pequeno sorriso, mas seus olhos brilhavam. — Infinitamente. — naquela palavra continha o mundo. Hermione deu um beijo carinhoso em seu queixo e voltou a se deitar sobre ele, sentindo os olhos pesarem de sono.

Severo, no entanto, se remexeu inquieto. O que quer que fosse que estivesse o incomodando, Hermione teria que ser paciente e esperar. Pressioná-lo a falar nunca era uma boa tática. Então ela esperou.

— Hermione. — ele a chamou, baixinho, e ela escondeu um sorriso antes de bocejar e olhar para cima.

— Sim, amor.

— Você vai se formou há alguns dias e — ele hesitou, lambendo os lábios. Ele estava nervoso, e a percepção disso espantou qualquer sono que ela estivesse sentindo.

— Sim?

— E o nosso... casamento — ele não conseguiu esconder como soara orgulhoso com isso — é em alguns meses. Estava pensando e, talvez, seja melhor não tomar a poção esta noite. Nem o feitiço anticoncepcional.

Hermione sentiu o coração disparar e sua boca ficou seca. Ele estava dizendo...

— Severo, você está...

Ele apenas assentiu suavemente, um pequeno sorriso curvando o canto da sua boca. — Estou.

O resto da noite foi um borrão. E o resto dos meses também. Ela começara a trabalhar quase imediatamente no hospital bruxo da Universidade de Marselha, onde aprendeu com os melhores.

Eles não se pressionaram para engravidar, ou mesmo mencionaram o assunto depois daquela noite, mas também não evitaram isso. Hermione havia parado de tomar a poção há meses, mas entre a formatura, o crescimento da Botica e os preparativos do casamento, sua mente se desligou. E agora...

— Hermione, você tem certeza?

Ela assentiu, colocando a mão sobre a barriga. — Olhando para trás agora, fica óbvio. Mas não me toquei até esta noite. Lancei o feitiço e fiz um teste trouxa. E, Severo, vamos ter um bebê.

Ela riu e chorou enquanto Severo parecia congelado na mesma posição. — Um bebê?

— Sim. Nosso filho. Você está... — ela hesitou, de repente com medo —, você está feliz, Severo?

A perguntou pareceu quebrar o seu susto, e Severo imediatamente se lançou sobre ela, abraçando-a com força. Hermione riu e se desequilibrou, caindo em cima dele no colchão.

— Como eu poderia não ser, Hermione? Eu- nosso filho.  ele sussurrou, virando-a com cuidado na cama. Sua mão pousou sobre a barriga dela, envolvendo-a, acariciando-a.

— Nosso filho. Você vai ser incrível, Severo.

Ele suspirou baixinho, olhando para ela por trás das mechas escuras.  Espero que esteja certa.

 — Eu estou. Você é o homem mais amoroso que conheço, Severo. E é o melhor protegendo as pessoas. Você protegeu o mundo bruxo por quase duas décadas.

— Não diria que-

— Foi exatamente assim. Não estaríamos aqui se não fosse verdade. Você vai ser incrível.

Ficou em silêncio por vários segundos, apenas olhando para a barriga dela enquanto seus longos dedos traçavam padrões irregulares na pele. Hermione sentia não só o carinho, mas a magia dele. Entrelaçada a dela como se fossem um só. E então... ele olhou para ela. Seus olhos estavam ferozes. Imbatíveis. Havia tanta certeza e tanta força nos olhos escuros que Hermione sentiu a respiração engatar.

— Não posso prometer ser o melhor pai, mas por Merlin, Hermione, eu vou tentar. Já amo essa criança com tanta força que é como se meu coração tivesse crescido, se expandido para caber tanto amor. Eu vou amar você e ao nosso filho para sempre, e protegê-los com tudo o que tenho. Isso eu prometo.

Hermione limpou uma lágrima, puxando-o para um beijo suave. — Eu sei, amor. Tenho certeza disso. Você está feliz?

Severo olhou profundamente para ela, tocando os seus narizes num gesto carinhoso. Suas mãos se entrelaçaram por cima da barriga dela, naturalmente acolhendo a criança que estava ali, até que Severo falou, sua voz grave e aveludada.

— Infinitamente.

...


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