London escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 1
Capítulo 1




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Outubro de 1940

Esme e Carlisle estavam em Londres quando os nazistas atacaram a cidade com um bombardeio aéreo. Ninguém esperava que eles conseguissem atingir a ilha, seu oásis de paz e tranqüilidade, seu santuário de felicidade, pois havia séculos que não eram surpreendidos pelo inimigo e por isso os ingleses - e os britânicos de modo geral - se sentiam seguros em seu país.

Isso havia começado a mudar pouco tempo antes em agosto e setembro quando alguns corpos de soldados nazistas foram encontrados no litoral sul, demonstrando que os alemães tentaram invadir a ilha. Por sorte não conseguiram, mas isso acendeu o alerta. Mesmo assim não puderam evitar o que se seguiu dias depois.

O exército comandado por Hitler planejava uma vitória fácil, mas se enganaram, pois não foi bem assim apesar da Grã-Bretanha estar sozinha na guerra uma vez que a França fora invadida e dominada pelo Eixo formado por Berlim, Roma e Tóquio.

No entanto os britânicos resistiram bravamente, eles não são apenas um país, são quatro: a Inglaterra, a Escócia, o País de Gales e a Irlanda do Norte. Em 7 de dezembro 1941 quando parecia que era o fim, a marinha japonesa comete um grave erro ao atacar Pearl Harbor, no Havaí, e colocar os Estados Unidos na guerra ao lado dos Aliados. A Alemanha também cometeu um erro ao atacar a Rússia e assim decidir a guerra decretando seu próprio fim.

As bombas começaram a cair naquela manhã logo cedo, assim como nos dias anteriores e a população assustada buscava abrigo nas estações de metrô (Underground) da cidade. Esme e Carlisle estavam andando pelo centro de Londres quando perceberam a aproximação dos aviões da Força Aérea Alemã e deram o alerta. Muitos não acreditaram porque os ouvidos humanos ainda não podiam perceber o perigo que se aproximava, só quando viram as primeiras explosões.

— Entrem!

Quando uma das aeronaves estava sobrevoando a estação-abrigo eles ouviram passos acelerados vindo na direção do refúgio e sentiram o cheiro delas. O casal rapidamente troca um olhar e ambos sobem para a superfície ao encontro das humanas.

— Corra Melodie, corra minha filha! - diz Elizabeth.

— Minhas pernas estão doendo, mamãe!

— Continue andando querida, vamos chegar lá. Estamos perto. Vá, salve-se filha. Eu te amo.

— Eu também te amo muito mãe, eu não vou sem você.

— Melodie, me obedeça, por favor. Não posso perder você também.

Uma bomba cai ali perto e o tremor provocado pela explosão faz com que a menina se desequilibre e vá ao chão.

— Melodie!

Carlisle sai do abrigo mesmo correndo enorme risco e se aproxima da mulher. Ele abaixa para pegá-la, mas ela se recusa. Ela está com a perna quebrada e não pode mais andar.

— Não se preocupe comigo, salve minha filha, por favor.

— Onde ela está? – ele pergunta olhando ao redor, mas é claro que já sabe.

— Ali – a mulher indica onde viu a filha pela última vez.

— Como ela se chama?

— Melodie.

— Que belo nome!

— Obrigada, ela é tudo para mim agora, sabe? Depois que meu marido morreu na guerra ano passado ela é tudo que me restou.

— Não tem outros familiares?

— Não temos. Somos refugiados da França, mas nossa filha nasceu aqui na Inglaterra.

— Que idade ela tem? – Esme pede chegando ao lado do marido.

— Cinco anos.

— Oh meu Deus! Tão pequena e já passando por tanta coisa – a vampira leva a mão à boca.

— Meu nome é Dr. Carlisle Cullen e essa é minha esposa Esme. Prometo que vamos encontrá-la e cuidar dela. – o médico se levanta chamando. – Melodie! Onde você está?

Um choro baixo responde; a menina está escondida debaixo de alguns escombros.

— Eu já vou tirá-la daí – ele corre numa velocidade humana para não assustar a mãe e vai até o monte para libertar a garota.

Por sorte ela não está gravemente ferida só pequenos cortes superficiais.

Esme tenta ajudar a mãe de Melodie a sair dali, mas outra bomba explode perto e os estilhaços atingem a mulher que acaba morrendo. A criança vê isso que é infelizmente a última imagem que tem, pois o clarão ofusca seus olhos e acaba deixando-a cega. Antes porém ela viu Esme e Carlisle e ficou admirada com sua beleza inumana.

— Melodie! – o vampiro faz um escudo com o próprio corpo para proteger a menina dos estilhaços. – Meu nome é Carlisle Cullen.

Esme corre para perto dos dois em velocidade humana para não assustar a garotinha.

— E eu me chamo Esme Cullen, querida.

— Mamãe! – ela estica o braço na direção de onde os escombros sepultaram a mulher.

— Vamos, precisamos sair daqui – diz ele pegando a menina no colo.

Os dois a levam para o abrigo. Lágrimas escorrem pela face da criança.

— Minha mãe... mamãe morreu – ela soluça.

Carlisle coloca a menina em um banco. Ela não olha para eles o que todas as pessoas fazem.

— Melodie, você está bem? – questiona Esme.

— Eu não vejo mais nada.

— Carlisle, ela vai ficar boa não vai?

— Não sei, querida.

— Não chore princesa – diz Esme. – Nós nunca mais permitiremos que algo assim aconteça com você. Você não merecia passar por tanta dor tão pequena, perder os pais assim... Quantos anos você tem, meu amor?

— Cinco. Fiz aniversário semana passada – ela mostra a mãozinha aberta.

— Como era o nome de sua mamãe?

— Elizabeth... Titia?

— Sim, querida.

— Será que vai demorar muito para acabar a guerra?

— Não sei, espero que não.

— Como você está?

— Bem titia, só o coração doi.

— E seus olhos? – pede Carlisle.

— Arderam um pouco e depois tudo ficou preto – ele deduz que provavelmente o forte clarão da bomba queimou suas retinas.

— Eu sou médico, vamos ver o que poderemos fazer para você voltar a enxergar.

— Muito obrigada titio.

Ela procura na direção da voz dele abraçá-lo e ele se deixa envolver...

Depois que a menina dorme o casal conversa sobre o que fazer agora:

— Vamos poder ficar com ela? – pede Esme.

— Acho que sim, a mãe disse que não tinha nenhum parente. Nos confiou a filha, somos responsáveis por ela agora.

— Obrigada querido – Esme beija o marido sem importar que os outros vejam.

Melodie boceja adormecida.

...XXX...


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Notas finais do capítulo

- eu li o livro fim do diário de Berlim, de William Shirer :o recomendo



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