Unique Love escrita por Gabriel Lucena


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

E o mistério começa...



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A entrevista havia sido bem-sucedida e logo eu teria que ir lá novamente, começaria no dia seguinte com bastante animação. Minha família ficou super feliz quando souberam que eu tinha conseguido.

— Que bom filho, sabia que ia conseguir, parabéns! - minha mãe falou, me abraçando.

— Isso aí filhão, estou orgulhoso. - sorriu meu pai, enquanto eu abraçava meus irmãos.

— Valeu gente, começo amanhã mesmo. - sorri os avisando.

Naquela noite, preferi fazer uma comemoração em casa apenas em família, porque João poderia querer fazer outra festa e eu não estava no clima pra isso, apesar de bastante feliz por ter sido escolhido. Depois da comemoração, tomei um banho e fui dormir.

De manhã, cheguei bem cedo na agência, não queria desapontar o chefe chegando atrasado logo no primeiro dia não é mesmo? Assim que cheguei, fiquei maravilhado com o que vi, se ela já era fabulosa por fora, imagina por dentro. Tudo muito bem organizado e limpo, além de espaçoso e aconchegante. Na maior parte as paredes eram pintadas de cinza, mas em alguns lugares como a enfermaria por exemplo, eram brancas, em uma área de lazer, onde podiam tirar um descanso, eram bege. Havia também um restaurante na frente da agência, com meu vale-refeição poderia almoçar lá sempre. 

— Bom dia Artur, está admirando o lugar? - perguntou o meu chefe, Luís.

— Bom dia Seu Luís. Sim, aqui é muito bonito e grande. - respondi, apertando a mão dele.

— Ótimo, então vai se dar bem aqui. Esse é o primeiro passo para o sucesso. Venha.

Ele então me conduziu até uma sala, onde já tinham dois rapazes lá, concentrados. Um era atlético de olhos castanhos e cabelos da mesma cor com um topete e o outro mais magro, de cabelos pretos com franja, olhos verdes.

 

— Muito bem Artur, essa é a sala que você vai trabalhar. Esses são seus colegas, Felipe e Otávio.

— Prazer Artur, sou Otávio. - disse o atlético, se levantando.

— Prazer Otávio. - sorri o cumprimentando.

— Como vai Artur? - disse Felipe, me cumprimentando também.

— Aqui é o seu lugar garoto, sua tarefa vai ser traduzir para a língua estrangeira de sua preferência todos os textos que você receber. Serão textos aleatórios, ok? Não se importe com quem os mandar e sim em traduzi-los e depois manda para esse e-mail. Se tiver alguma dúvida, peça ajuda para eles aqui. Boa sorte. - disse Luís, saindo dali.

Depois de me sentar, o texto demorou alguns minutos para chegar a mim, mas logo apareceu e eu comecei o trabalho. Logo descobri que Otávio também traduzia, mas para o espanhol e Felipe, para o francês.

Às seis da tarde, meu expediente acabou, juntei as coisas e me despedi de Felipe e Otávio.

— Até amanhã Artur. - disse Felipe.

— Tchau garoto, até! - respondeu Otávio, cujo turno também havia terminado, mas ele iria ficar mais um tempo pra resolver outras coisas.

Como meu pai não pôde me emprestar o carro dele, pois ele ainda o usaria para trabalhar, tive que ir até um ponto de ônibus e esperar o mesmo, mas aquilo não duraria por muito tempo, pois meu pai prometeu que logo ele me ajudaria a comprar um carro.

Depois de uns cinco minutos esperando o ônibus, cujo ponto nem estava tão cheio, apenas uma senhora de idade e um homem de terno, barbudo, acabei vendo o meu ônibus chegar e assim, dei sinal e entrei. Logo vi que ele estava um pouco cheio, então sentei no primeiro lugar vago que vi, não era ao lado da janela, mas não tinha problema. Como eram seis horas, eu sabia que o trânsito estava péssimo, então coloquei meus fones de ouvido e comecei a ouvir música para passar o tempo, mas logo troquei de faixa porque estava tocando "A Thousand Years" da Christina Aguilera. Eu sei que vocês devem gostar, é linda a música, mas ela me lembrava dos tempos em que Marina e eu íamos no parque ou em qualquer lugar calmo pra namorar e ficávamos juntos, ouvindo essa música, essa era a nossa música, mas eu queria me livrar de tudo que me lembrasse ela. 

Logo começou a tocar Circles - Post Malone, olhei pela janela para ver se o ônibus andava, sem querer vi que a garota ao meu lado lia um livro, cujo título era familiar para mim. 

Rapidamente tirei meus fones e cutuquei-a.

— Conheço esse livro de algum lugar. - falei olhando o livro.

— Sério? Gostou? - ela perguntou voltando a ler.

— Bom... na verdade eu não li. É porque eu comecei a trabalhar hoje numa agência de publicidade no setor de tradução e um dos livros que fui traduzir foi esse, mas eu não li. - falei me lembrando.

— É mesmo? Que coincidência. - sorriu ela, me olhando.

— Pois é, eu tive que traduzir a sinopse dele para o inglês. 

— Então você é fluente em inglês?

— Sim, morei nos Estados Unidos por três anos, fiz faculdade lá.

Ela fechou o livro e usou um marcador pra não perder a página. Sorri mais uma vez pois isso significava que ela estava gostando da conversa. O que era muito bom, quem sabe assim o tempo passava mais rápido.

— E fez faculdade de quê? - perguntou ela.

— De letras. Eu sempre gostei de ler e escrever, aí segui esse ramo. - respondi animado.

— Eu também sempre gostei de ler e escrever, mas fiz de Jornalismo. 

— Aqui no Brasil mesmo? 

— Sim, nunca consegui viajar pro exterior.

— Que pena.

Ela assentiu e eu sorri.

— Meu nome é Artur. E o seu? 

— Maria Alice, prazer. 

— Prazer é meu. - sorri e ela sorriu de canto.

Depois de apresentados, comecei a puxar outros assuntos, eu não costumava contar sobre minha vida pessoal para estranhos, mas naquele momento eu precisava me distrair porque o trânsito estava muito apertado. Descobri que ela morava a cinco quadras da minha casa, ela trabalhava em uma empresa que não ficava muito longe da minha, mas como ela também não tinha condução própria, sempre pegava o ônibus e usava os livros para se distrair.

— Legal, ler é muito bom mesmo. - sorri. 

— E os Estados Unidos? É bom? - perguntou ela, curiosa.

— Sim, muito. Vou te mostrar as fotos agora porque não sei se um dia nos veremos de novo, aí depois você fica curiosa para sempre. - ri pegando meu celular.

Rimos e comecei a mostrar as fotos para ela, que parecia ter gostado bastante.

A conversa até que valeu a pena, pois em poucos minutos o ônibus começou a andar bem rápido, pois estávamos em uma rua que estava livre e era próximo da casa dela.

— Parece que o trânsito acabou né? - disse ela.

— Rapaz, nem vi o tempo passar. - falei rindo.

— É muito bom conversar com alguém.

Logo o ponto dela chegou e nos despedimos. Assim, mais uns dois minutos e o meu ponto chegou e desci, chegando em casa logo depois.

— Oi Artur, como foi no primeiro dia de trabalho? - perguntou meu pai.

— Querido, deixa ele tomar banho e descansar, na mesa do jantar você conta tá filho? - falou minha mãe.

— Tá bom, já estou indo. - respondi subindo as escadas bem rápido.

Deixei a mochila na cama e fui tomar um banho para jantar.

                                        ***

Acordei no dia seguinte depois da festa um pouco confusa, pois Roger não estava na cama. A princípio, achei normal, talvez eu tenha acordado mais tarde, mas meu telefone apitar, mostrando que havia recebido uma mensagem, mas quando fui conferir, me espantei ao ver que ainda eram sete e meia da manhã, sendo que ainda era o dia seguinte e ele saiu da festa na noite anterior e não havia voltado, sendo que nós não faríamos nada hoje. Ao menos, eu não tinha programado nada, então, onde ele estava?

Levantei da cama, fui direto pro banheiro, escovei meus dentes e caminhei para a sala, onde encontrei os pais dele, que pareciam nervosos.

Ao me verem, se levantaram.

— Marina, teve alguma notícia do Roger? - perguntou a mãe dele.

 

— Eu não Dona Emília, por quê? - perguntei, preocupada.

— Ele não voltou para casa, não mandou mensagem, não ligou, nada.

— Ele não disse que tinha ido pra tal festa?

— Sim, mas não avisou que horas voltaria. - respondeu o pai dele.

Gelei na hora. Será que deu algo na festa e ele agora tava correndo perigo? Mas se ele estava correndo perigo, por quê não ligou avisando? Se tinha algo errado e ele precisava de ajuda, tinha que ligar nos avisando. Ou se ele estava com alguém, esse alguém tinha que nos avisar.

— Nós vamos pra delegacia então, pedir pra polícia investigar. - disse Emília - Querida, fique aqui em casa, ele pode estar sem celular e poderá ligar pra cá, então fique atenta. 

— Pode deixar. - falei tentando não deixar o nervosismo transparecer.

Logo eles saíram e eu me sentei no sofá, rezando para que desse tudo certo e que tudo não passasse de um susto.


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