Unique Love escrita por Gabriel Lucena


Capítulo 11
Capítulo 11




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Quando decidi atender a ligação, tentei me acalmar para concentrar em quem estava ligando.

— Alô? - falei.

— Polícia Militar, gostaria de falar com Marina Lazeta. - disse ele.

— Sou eu mesma.

— Descobrimos algo que pode ter a ver com desaparecimento do seu companheiro.

Nessa hora, minhas mãos tremiam e eu fiquei com a boca seca.

— O-o que d-descobriram? - gaguejei.

— É melhor a senhorita vir aqui e conferir. Vou te passar o endereço.

Imediatamente fiz sinal para Artur me passar uma caneta e um papel, ele rapidamente obedeceu, encontrando na sala e me passou tudo, então anotei. Quando desliguei, fiquei assustada, mas esperançosa.

— Quem era? - perguntou Artur.

— Um policial. Ele disse que tem algo a mostrar para mim que pode ter envolvimento com o sumiço do Roger. - expliquei.

—Então vamos, aonde fica? - ele sorriu de leve.

— Deixa eu trocar de roupa e a gente vai.

Artur assentiu e subimos para o quarto, eu fui pro banheiro e tomei um banho em tempo recorde, nunca tinha tomado um banho tão rápido quanto naquele dia. espero um dia poder quebrar esse recorde.

Depois de pronta, desci as escadas, Artur já me esperava na sala.

— Vamos lá? - ele disse.

— Vamos.

Fomos para a frente de casa, o UBER que ele havia chamado chegou rapidamente, ele colocou o endereço no GPS e começou a dirigir, a cada minuto que a gente andava, eu ia ficando mais nervosa e esperançosa.

— Fique calma. - disse Artur, colocando a mão dele sobre a minha, me causando ondas de elétricas percorrendo meu corpo.

— Estou tentando, pode ser uma pista do paradeiro do Roger. - falei o olhando.

— Eu sei, mas também pode ser uma armadilha, nem carro talvez tenha lá. 

A suspeita dele me assustou, quem faria uma armadilha dessas com a gente? E por quê? Sem conseguir pensar direito, apenas assenti e depois ele tirou a mão de onde estava e o motorista continuou dirigindo, talvez estivesse mais assustado que nós dois, não queria que ele tirasse mas tudo bem, permaneci quieta.

Depois de alguns minutos, passamos por uma floresta onde havia uma estradinha de terra, que não tinha buracos então dava para andar normalmente, o que foi um certo alívio pois rapidamente chegamos no local indicado, onde deu pra ver uma viatura ao lado de um carro que, de longe, parecia o carro dos pais do Roger, mas inicialmente não deu pra reconhecer.

Quando os policiais fizeram sinal para nós, Artur pagou a corrida e descemos do carro poucos metros atrás, logo caminhamos até eles.

— Bom dia. - disse o policial.

— Bom dia senhor policial. - disse Artur.

— Bom dia. - cumprimentei.

— Reconhece esse carro? - perguntou o policial.

— Me parece familiar por fora, mas não sei se é realmente o que estou pensando.

— Encontramos ele sem nenhum corpo, vazio. Ele foi com esse carro para a tal festa que vocês falaram?

— Não, ele foi de carona com um amigo. - lembrei-me.

— Entendo... Não lembra da placa do carro dos seus sogros? 

— Não, lembro do modelo, mas não da placa.

— Assim complica as coisas. 

— Os documentos do carro estão aí? - perguntou Artur, finalmente.

— Não encontramos nada em nenhum lugar. - afirmou o outro policial.

— Me permite ajudar a procurar?

O policial assentiu, mas lhe deu luvas para a busca. Depois de alguns segundos, realmente não havia nada. 

— É, acho que se alguém sequestrou os donos desse carro, tirou todos os vestígios pra ninguém saber de quem é. - disse o policial.

— Mas por quê iriam esconder de quem é o carro? - perguntou Artur.

— Talvez por não quererem deixar pistas de quem sejam, bandidos são muito espertos.

— Ainda assim não é prova o suficiente, mas é uma suspeita. - afirmei.

— Sim sim, precisamos ir além nas buscas, vamos chamar um guincho para levar o carro para a delegacia e depois voltaremos a procurar pistas, assim que soubermos algo entramos em contato. - disse o primeiro policial.

— Pode deixar. - sorri de leve.

Quando o reboque chegou e levou o carro, dois policiais nos conduziram até uma viatura e nos levaram de volta para casa.

Descemos do carro quando chegamos, agradecemos os policiais que logo partiram com a viatura, Artur já estava colocando a chave na fechadura quando ouvi uma buzina atrás de nós, levei um leve susto e até soltei um grito baixo, mas logo me aliviei quando vi que era Pietro, sorrindo.

— Pietro, o que faz aqui cara? - perguntou Artur.

— Olá casal, eu voltei de viagem agora e estava passando por aqui quando vi vocês aqui no carro. - explicou ele.

— Saia do carro e aí conversamos. - pedi e ele concordou.

Logo Pietro estacionou o carro em um canteiro onde ainda tinham dois carros parados e desceu, então fomos de encontro ao meu ex, que sorria simpático.

— Tudo bem com vocês? Quando você chegou Artur? - perguntou ele, apertando a mão de Artur.

— Há alguns dias, agora estou trabalhando no centro. - respondeu Artur.

— Ah que bom, a Marina deve ter ficado feliz.

— Sim, fiquei, mas ele não ficou. - respondi.

— Como assim?

— Bom, eu agora estou morando com meu namorado e aí você já deve imaginar o quão triste foi para o Artur descobrir isso. - lamentei.

— Ah sim, imagino. Bom, mas então nem amigos vocês são mais?- ele perguntou.

— Sim, somos amigos, mas estamos agora mais focados em encontrar o Roger, que está desaparecido. - disse Artur.

— Desaparecido? Como assim? 

Então contamos toda a história desde o dia do desaparecimento do Roger e a cada palavra que ouvia, mais chocado Pietro ficava.

                                              ***

Encontrar Pietro na rua realmente foi algo surpreendente, o cara estava sumido desde o dia que eu voltei e do nada ele aparecer assim é bem estranho. Mas, ao mesmo tempo, ele podia ser útil nessa busca pelo Roger. Então decidi procurar saber mais sobre algumas coisas importantes.

— Cara, que tenso hein? Espero que encontrem ele vivo e bem. - disse Pietro após explicarmos toda a história pra ele.

— Também esperamos, hoje tivemos a surpreendente notícia que a polícia está fazendo buscas, pois um carro que provavelmente era dos pais dele estava largado lá na floresta. - explicou Marina.

— Ainda bem, porque a polícia do Brasil não costuma ser boa nisso.

— Pois é, agora é bola pra frente e esperar alguma notícia. - falei.

— E eu estou nessa com vocês ok? Irei torcer muito para que vocês os encontrem. - ele disse.

— Valeu mesmo cara, seria ótimo ter mais uma pessoa ajudando. - sorri.

— Sim, adoraríamos ter o seu apoio. - falou Marina.

Sorrimos para ele, embora eu ainda estivesse com uma estranha sensação de que ele ainda não tenha esquecido a "traição" de anos atrás, alguma energia ruim tinha me atingido do nada com a presença dele. Mas talvez fosse paranoia da minha cabeça, com tudo isso que estava acontecendo. Mas mesmo assim, resolvi puxar um assunto com ele.

— Mas e aí? Tá trabalhando também? - perguntei.

— Não, estou em um estágio aqui perto, no TRE. - respondeu ele.

— Ah que legal, ouvi dizer que é muito bom. - sorriu Marina.

— Sim, é muito bom não só financeiramente, mas também profissionalmente, lá todo mundo é muito legal.

— Legal cara, sempre soube que você era brilhante e dedicado. - sorri.

— Toda sorte do mundo pra você. - sorriu Marina.

— Valeu gente. E falando no estágio, agora tenho que ir para resolver umas coisas dele, quando tiverem notícias me falem. - ele disse, se afastando e acenando.

— Pode deixar.

Ele logo foi embora e então fomos pra minha casa, mas eu ainda estava com aquela estranha sensação no peito. E por mais que eu estivesse tentando ignorar, era difícil.


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Notas finais do capítulo

Será que o Pietro vai tentar reconquistar Marina agora que o Roger tá sumido e o Artur tá querendo desistir dela?