Invisible Play - Checkpoint escrita por Douglastks52


Capítulo 9
Consequências


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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—A rota que os meus pais sugeriram é irmos para o norte até a Vila, utilizar o portal para ir até Newton bem ao sul e depois temos um dia de viagem para chegarmos em Masteam. -Explica Lizzy apontando no mapa. 

—Não podemos simplesmente usar o portal para ir direto até Masteam? -Pergunta Sasesu. 

—Masteam é uma cidade fantasma hoje em dia então o portal lá não está ativo. 

—Entendo...parece que não temos outras opções então... 

—O caminho não é tão difícil assim de ser feito, mas meus pais disseram que era melhor não ficarmos muito tempo em Newton. -Comenta Lizzy. 

—Porque? -Interfere Sasesu. 

—Newton é conhecida como a cidade dos espelhos, aparentemente eles usam vidros para construir a grande parte dos edifícios lá. Mas o problema de verdade é que eles são uma cidade pequena e pobre então é normal viajantes serem roubados ou enganados. 

A atenção de Kurokawa é subitamente captada: 

—Parece um lugar interessante... 

—Foco! -Adverte Takeda. -Estamos indo fazer a missão da Lizzy! Arranjar confusão é um objetivo secundário! 

—Não sou uma criança, você não tem que me ficar dando ordens. 

—Mas você parece uma... -Dizem Sasesu, Lizzy e Takeda quase ao mesmo tempo. 

—Quando chegarmos em Masteam vamos ter de procurar pela cidade inteira, talvez até mesmo dentro de calabouços pelo fragmento da chave. -Continua Lizzy. 

—Procurar parece chato...eu só quero participar na parte das batalhas... -Reclama Kurokawa. 

Todos ali presentes parecem ignorar o comentário: 

—E temos que tomar cuidado com o miasma do Rei Demónio, é um tipo de veneno que deixa monstros mais fortes e jogadores mais fracos. -Finaliza Lizzy. -Acho que é só isso, podemos sair agora se vocês quiserem. 

—Vamos lá então! -Afirma Takeda animado. 

—Estou curioso para saber o que vamos encontrar! -Diz Sasesu. 

—Espero que os inimigos sejam fortes... 

O grupo corre alguns minutos até chegar a Vila e usa o portal para aparecer em Newton: 

—Aquilo foi caro...1500 IC é demais... -Reclama Kurokawa. 

—É bem mais longe do que a distância entre a Vila e Kepler ou a Vila e Euler então parece um preço justo. -Comenta Lizzy. 

—Porque você tem que reclamar de tudo? -Responde Sasesu. -Você deve ter um monte de dinheiro que não vai usar para nada de qualquer forma. 

—Não significa que eu queira gastar! Não saber economizar dinheiro é o motivo pelo qual você nunca vai ser rico, Sasu. 

Sasesu respira fundo: 

—Tudo bem, Kurokawa...tudo bem... 

—Ao invés de ficarem discutindo, eu acho que vocês deviam olhar o que está à nossa volta. -Sugere Takeda. 

A atenção do grupo se diverge e eles avistam várias construções altas feitos de vidro fosco ao longe: 

—Uau...aquilo é bastante bonito, mas será que é resistente? -Diz Lizzy. 

—Os cristais que eles usam para fazer o vidro tem propriedades mágicas então durabilidade não é um problema. -Responde Takeda. -Já que estamos por aqui, podíamos passar numa loja e ver alguns itens. 

—Você tem alguma ideia em mente? -Pergunta Lizzy. 

—Sim, já vou mostrar. 

O grupo caminha um pouco em direção ao centro da cidade e percebem que as construções de vidro estavam todas na mesma área. Os restantes edifícios eram feitos de madeira de má qualidade e sem muita decoração. Takeda observa uma pequena cabana, onde uma senhora vestida em trapos está sentada próxima à vários frascos coloridos: 

—É um pouco estranho, os edifícios de vidro só parecem existir no centro da cidade. -Comenta Sasesu. -O resto parece meio...abandonado... 

—A cidade é separada entre duas zonas, com um grande portão de vidro entre elas. Você tem que pagar uma alta taxa se quiser passar o portão então lá dentro vivem os ricos...e aqui fora...o resto... -Responde Takeda aproximando-se da cabana de madeira. -Boa tarde, você vende pó de vidro aqui? 

A mercadora pega uma poção prateada e mostra a Takeda: 

—Essa é a última que tenho então vou ter que te vender por 1000 IC. 

Lizzy se aproxima interessada no que Takeda estava comprando: 

—Porque você precisa da poção? 

—É um item característico dessa área. É feito dos cristais mágicos daqui e te deixa usar um feitiço de ilusão se você bebê-la. -Responde Takeda. 

Ele volta a sua atenção para a senhora na sua frente: 

—Eu quero cinco por 1500 IC. 

A velha encara-o um pouco irritada: 

—Eu já disse que essa é a última... 

—Tudo bem, você pode continuar mentindo se quiser, você sabe que não é a única que vende isso de qualquer forma. Posso sempre levar o meu dinheiro para outro lado. -Continua Takeda. 

Ela suspira enquanto tira outras poções de dentro da sua roupa: 

—Tudo bem, cinco por 1500 IC. 

Ela estica a sua mão para entregar os itens, mas Takeda permanece parado: 

—Eu vou embora se você continuar tentando me vender essas poções falsas. 

A senhora arregala os seus olhos com a surpresa, mas rapidamente muda a sua atitude: 

—Desculpa, não sabia que estava lidando com um nativo. -Diz ela enquanto se levanta e caminha até a parte de trás da cabana.  

—Nativo? O que ela quis dizer com isso? -Pergunta Lizzy. 

—Ela deve achar que sou daqui porque entendi que as poções eram falsas.  

A mulher volta com outras poções em mãos: 

—Essas são as poções de verdade. Não sei porque alguém voltaria aqui, mas tome cuidado, as coisas estão mais perigosas do que o normal esses dias. 

—Obrigado pelo conselho. -Responde Takeda pegando as poções e caminhando para longe. 

—É um efeito interessante mesmo, mas você acha que vamos precisar? -Pergunta Lizzy. 

—Existe um outro uso também. -Explica Takeda. -Se você estiver sendo alvo do feitiço de alguém que bebeu pó de vidro, você pode beber também para quebrar o efeito.  

—Ah, entendi, então você comprou para nos protegermos contra esse tipo de ataque. -Diz Lizzy. -Eu tive uma experiência com ilusões recentemente...então consigo entender quão assustadora elas podem ser... 

—Eu estava prestando atenção, mas como você sabia que as poções eram falsas? -Pergunta Sasesu. 

—Eu já usei as poções de verdade então percebi a diferença. -Responde Takeda. -As primeiras que ela mostrou eram provavelmente algum líquido imbuído com mana, mas a quantidade de mana e a viscosidade do líquido eram diferentes.  

—Uau, você é incrível para ser sincero, Takeda. -Comenta Sasesu. -Você sempre sabe tanto sobre as coisas independente do lugar onde estamos. 

Takeda sorri um pouco envergonhado: 

—Fico feliz em poder ajudar vocês. 

Kurokawa observava Takeda com alguma desconfiança: 

—Isso não explica como você negociou o preço ou como você sabia que ela tinha mais poções. 

—Ah, isso foi só instinto mesmo. -Ri ele. -Se até mesmo você reclama de gastar 1500 IC num portal então eu achei estranho apenas uma poção custar 1000 IC. De qualquer forma, acho que deveríamos nos abastecer de comida, poções de cura e outras coisas úteis para dar o fora daqui. 

Kurokawa continua sem acreditar na resposta de Takeda: 

—Instinto? Parecia muito mais experiência...como se você já tivesse feito aquilo muitas vezes no teu passado... 

—Você disse alguma coisa, Kurokawa? -Pergunta Takeda. 

—Ele provavelmente estava reclamando sobre alguma coisa. -Interfere Sasesu. -Oh, olhem, aquela loja parece vender comida. 

O grupo entra numa rua com pequenas decorações de vidro estendidas num fio por cima das lojas. Kurokawa caminha um pouco atrás dos outros enquanto pensa sobre assuntos diferentes. Mesmo distraído, ele dedica um pouco da sua atenção para seguir os seus amigos. Enquanto anda sem muita pressa, ele percebe que está sozinho. Kurokawa imediatamente entende que algo está errado: 

—Eles não correram para fora da minha visão...eles desapareceram de um momento para o outro... 

Ainda sem entender o que está acontecendo, o ambiente à sua volta muda completamente e ele agora se vê afastado do centro da cidade num beco sem saída. Kurokawa vira-se para trás e vê um homem com roupas brancas sacando duas espadas: 

—Acho que aqui já é longe o suficiente. -Diz a figura. -Tenho que admitir, caçar em casa é ótimo. 

Kurokawa desiste de tentar entender como chegou ali, ele decide apenas enfrentar o oponente na sua frente: 

—Não sei quem você é, mas se você quer uma luta, eu posso te ajudar com isso. 

—Infelizmente eu não posso ir embora daqui apenas com uma luta. -Responde ele. -Eu sou Herói, o caçador de recompensas e a tua cabeça vale 100 mil IC no momento. 

Um pouco longe dali, Sasesu e Lizzy abasteciam os seus inventários enquanto Takeda permanecia parado encarando o céu: 

—A comida daqqui é muito barata! -Sorri Sasesu. -Termos achado essa loja foi a melhor coisa que aconteceu até agora! 

—O que foi, Takeda? -Pergunta Lizzy percebendo as suas atitudes diferentes. 

—Eu acho que estamos dentro de uma ilusão neste exato momento. 

—O que? O que te faz pensar isso? -Diz ela surpresa. 

—Desde que entramos nessa rua, as coisas parecem um pouco estranhas...as decorações...os preços...as atitudes das pessoas que encontramos... 

—Mas porque alguém faria isso com o nosso grupo? -Pergunta Sasesu. 

—Não sei, se fosse um ataque ou um roubo, a ilusão teria sido quebrada quando tocassem o nosso corpo no mundo real. Mas nada aconteceu até agora... -Responde Takeda. -Parecem que eles estão tentando nos fazer perder tempo... 

—Eles querem nos manter ocupado...para terem tempo de fazer alguma coisa? -Tenta deduzir Sasesu. 

Takeda foca a sua atenção em Kurokawa que está parado do lado de fora da loja: 

—As ilusões são feitas pela pessoa que tomou a poção. Essa pessoa tem que imaginar tudo o que vai acontecer aqui dentro, o ambiente, os detalhes e as pessoas com que vamos interagir. Kurokawa, lute comigo. 

Ele mostra o seu olhar desinteressado para Takeda e responde? 

—Porque eu faria isso? Parece trabalhoso demais... 

As coisas finalmente fazem sentido na mente de Takeda: 

—Esse Kurokawa não é convincente porque a pessoa que fez ele não conhece o Kurokawa. Temos que ir embora daqui, o Kurokawa de verdade provavelmente está em perigo. 

—Mas conseguimos beber as poções de dentro da ilusão? -Pergunta Lizzy. 

—Sim, estamos no movendo no mundo real nesse momento, a única diferença é que a nossa visão e percepção espacial está sendo controlada. 

Takeda abre o seu inventário e entrega uma poção para cada pessoa. Os três bebem e lentamente percebem que estão numa rua completamente diferente de antes: 

—Consigo ver a posição de Kurokawa no mapa, temos que correr. -Diz Takeda. 

Aquele homem de roupas brancas sente uma voz ecoar na sua cabeça: 

—Youmu, os amigos dele conseguiram sair do pó de vidro. 

—Já? Isso não foi rápido demais? 

—Eles usaram mais pó de vidro para cancelar o feitiço. 

—Interessante...não são muitas pessoas de fora que sabem desse truque... 

Kurokawa faz um ataque com as suas garras, mas não consegue atingir o seu adversário. O seu corpo está coberto de ferimentos e a sua respiração está irregular: 

—Não se distraia da luta! 

O Herói sorri: 

—Não que faça muita diferença, duvido que eles consigam chegar aqui a tempo... 


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Notas finais do capítulo

Opa, Youmu está de volta! E as coisas ficaram preocupantes...Como Kuokawa vai sair dessa?



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