Resident Evil: Chris Memories escrita por brunobb1


Capítulo 1
Capítulo 1




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A noite se decorria enquanto os sonhos da minha mente me deixavam viver lembranças passadas. As obscuras sombras determinavam a presença da escuridão e de algo maligno que se presenciava naquela normal casa na rua St. Veronica de Raccoon City. A minha visão se aproximava de uma figura, debruçada em uma mesa. A sua pele reflectia uma luminosa cor clara, uma das mais claras e pálidas que já vira. Os seus olhos se escondiam através do meu ângulo, enquanto a sua face se desviava para uma porção de algo que me era familiar. Os seus dentes escuros se aproximavam desta, até reparar na minha presença. A sua cara finalmente é revelada, mostrando seus olhos totalmente brancos, representando a falta de uma alma; a sua boca se cobria de sangue, que após a minha chegada, ainda parecia estar fresco. Um erguer preguiçoso do individuo me faz alertar, retirando a minha Beretta do meu colete. Não sabia do que pensar naquele momento. Era algo irreal e desumano, que em minha cabeça nunca iria chegar a ser.

         -Ajuda-me – A voz fraca se ecoava pelo interior dos meus ouvidos e da minha cabeça.

         A minha mão, instantaneamente baixa-se. Eu sinto pena daquela pobre pessoa que parecia estar num estado inocente. Remédio divino fora o próximo que me acordara destes meus pensamentos, um ataque repentino de frente ocorrera.

         Os suores passavam pela minha pele, enquanto os sons frágeis daquele pobre residente ainda se ouvia, mesmo no total silêncio do meu quarto. O meu nome é Chris Redfield. Fui um excelente atirador dos Soldados Americanos e entrei como recruta nas forças especiais de S.T.A.R.S. (Special Tactics And Rescue Squad). Fora num lindo dia sol em que eu acabara de me despedir dos meus colegas de armas, os mesmos que me ajudaram a compreender que um tiroteio não significava apenas guerra, mas um acto de defesa e de paz. A minha Sniper nunca fora utilizada em nenhuns dos anos que eu passei com aquele grupo de pessoas. Como eu disse anteriormente, um acto de defesa se justificava um acto de paz entre o meu corpo tacto, e a alma do pecador que se preparava para o ataque. Foi após duas semanas que o meu descanso findou e a minha procura pelo serviço começara.

         Ao deparar com um criminoso, o meu instinto me ordenou a persegui-lo com toda a velocidade que eu tinha. Não estava armado naquela altura, contudo, a minha coragem me ajudou a superar todas as dúvidas que tive acerca daquele acto que poderia ser heróico, ou demasiado estúpido. Aparentava ter sido um acto estúpido. Ao fim da perseguição, deparei-me com o resto do gang. Eram grandes homens armados. As suas pistolas neste caso, não justificavam os seus actos. O reinado das estradas eram a sua triste justificação. A situação se desenrolara num grande salvamento por este número de indivíduos que salvara o meu traseiro naquele momento. Eles eram o grande mas carinhoso Barry Burton, assim mesmo que a sua força fosse bruta, o seu coração pertencia ao quente amor da sua mulher e filhos; Richard Aiken, um jovem policial e o mesmo que iria ser um dos maiores amigos que conhecera na minha vida e o maior provocador mas que mantinha sempre a situação controlada, Joseph Frost. Numa me esquecerei deste dia. Naquela altura eu soube que o meu lugar se encontrava junto com eles, no Departamento de Raccon City (RPD), onde a minha vida iria mudar radicalmente, até aos meus últimos momentos.  

         Surpreendentemente, difícil foi me habituar aos longos e confusos corredores do enorme Departamento. Sempre me fora estranho, nunca vira tal coisa parecida. Uma explicação vinda de Barry, finalmente me retirara as dúvidas todas que eu tinha acerca do assunto. Em tempos, aquele grande edifício fora uma biblioteca histórica que sempre se mantivera no coração da metrópole. De facto, ainda permaneceram um elevado número de objectos icónicos como as representações humanas através de arte (estatuas e pinturas artísticas) e riquezas raras que se encontravam guardadas como se estivessem num grandioso museu clássico.

         A convivência entre mim e os meus colegas sempre era de bom ambiente. O tempo se passava de boa qualidade enquanto os momentos de humor enchiam a felicidade daquela pequena secretária, que se representava como o nosso local de trabalho.

         Um assunto que era tocado infindáveis vezes, era a alcunha que fora baptizado ao nosso piloto, “Coração de galinha”. Obviamente que esta ideia fora trazida pela mente brilhante do Joseph Frost. A origem deste nome se deriva da personalidade assustadiça do nosso piloto. Sim, era realmente estranho que o mesmo individuo que pilotava o nosso helicóptero era um medricas de primeira. Ao principio, eu achei que era uma brincadeira. Todos se riam enquanto o pobre Brad Vickers se encolhia no meio das grandes gargalhadas de gozo de seus colegas.

         Após quatro anos de serviço, alguém muito especial chega. A sua presença me fora inesperada, e certamente que não era uma pessoa como às outras, pelo menos para mim. Eu estou referindo-me à linda Jill Valentine. Quando esta se apresentou em frente do team, a minha reacção se tornara ligeiramente cómica. Os seus belos olhos azuis eram penetrantes. Eu simplesmente não conseguia desviar o meu olhar. A minha mente apenas se concentrava naquela única pessoa que em meu olhar, era um dos seres mais lindos que já vira, contudo a reacção dos meus companheiros fora totalmente diferente. A sua chegada significara a mudança de grupo ao meu amigo Richard Aiken. Para além dessa radical mudança, a sua história passada apenas ajudara a difícil entrada de confiança em cada um. Ninguém se parecia muito contente com a vinda daquela maravilhosa rapariga. Eu sempre me perguntava o porquê daqueles sentimentos de desconfiança para com a Jill Valentine. Foi então em que um dia, ela se encontrava ausente. Era esta a minha oportunidade de saber a razão pelo qual isto estava a ocorrer.

         -Não acredito que tu não sabes… - Joseph me diz, aumentando a minha curiosidade – Se o meu pensamento estiver correcto, a Jill Valentine é filha de um dos maiores criminosos de Raccoon City, Dick Valentine. Ele esteve anunciado como procurado durante anos!

         Para mim, aquela justificação era invalida. Toda a gente sabe que as pessoas mudam. Eu tive que discordar.

         -Ela pode ser diferente – Eu debato, contradizendo as ideias dos meus colegas – Não me parece que ela seja como vocês pensam.

         Ninguém se atreveu a continuar esta discussão após a entrada da mesma. Joseph ainda me fazia olhares de lado, parecendo que continuava a discutir pelo seu olhar. Jill não fazia a menor ideia do que sucedera breves minutos atrás, sentia pena dela. Eu conseguia sentir que a sua personalidade não era compatível com as teorias de meus companheiros, ou seria eu que parecia gostar demasiado dela para assim o pensar?

         Esta senta-se em sua secretária. Estava muito arrumada, isso devido à partida de Aiken. CD’s de música cobriam aquela antes da chegada da novata. Ela retira algo da sua mochila. Era uma linda boina azul. Ela parecia ter algum sentimento por aquele objecto, teria alguma coisa a ver com o seu pai? Quem era eu para me meter num assunto daqueles. Eu reparava que os seus lindos olhos não olhavam para mais outro lado sem ser aquele objecto. As mãos escorregam e a mesma cai no solo polido da secretária do grupo Alpha. Eu tinha que a conhecer, e que melhor oportunidade teria do que esta?

         Eu levanto-me da minha secretária, passando por despercebido e recolho a sua boina. Com um sorriso, a entrego.

         -O-obrigada – Ela diz com uma voz trémula. A sua cara tentava-se afastar ligeiramente enquanto eu lhe entregava o objecto. Parecia muito tímida, talvez não estivesse preparada para conhecer alguém, afinal de contas, o tempo em que ela estivera no Departamento fora extremamente mínimo.

         Voltando para a minha secretária, Frost parecia ter achado muita piada ao meu acto. Eu começava a achar que Joseph começara a passar de hilariante para um gajo muito estúpido. Tudo isto estava acontecer apenas porque a Jill estava no grupo, qual era o seu problema? Ela não era o pai, e reparando no significado da sua boina, Dick Valentine também não parecia detestar a sua filha ou desprezá-la. De facto, a própria Jill tinha uma fotografia dele em sua secretária. Retirara-la da sua boina e pusera em sua frente. Aparentava ter o mesmo significado para ela, isto quase que concluiu a minha ideia.

 

         Após a vinda da rapariga que o meu relacionamento com Joseph não tem corrido muito bem. Nós sempre nos déramos bem, mas na situação presente, “realmente mal” seria a expressão apropriada. O seu olhar de gozo me fazia subir os nervos mas eu sempre fora controlado, até mesmo com as maiores raivas que sentira na minha vida. Os meus punhos se fechavam fortemente mostrando as veias de meus braços enquanto pensamentos de brigar com o meu colega passavam pela minha cabeça. Eu não conseguia conter o ódio dentro de mim durante muito mais tempo.

         Eu tinha razão acerca dos meus pensamentos. Já estava extremamente zangado quando eu passava pelo corredor polido do Departamento com intenções de chegar ao meu cacifo quando o Joseph passa por mim com Barry. Enquanto este continuava com um riso falso em sua cara, Barry Burton parecia muito sério e aparentava não aceitar muito bem a reacção do jovem Joseph Frost. Mesmo desconfiando pouco de Jill, aquele homem de família sabia que as possibilidades da mudança da Valentine eram grandes e que os restantes membros pareciam ser crianças a lidar com o assunto.

         -Então, Redfield – Este me chama a atenção mostrando aquele mesmo acto que me enraivecia tanto - quantos roubaste na tua lua-de-mel?

         Por coincidência, ela encontrava-se não muito atrás, o suficiente para ouvir a boca que Joseph me mandara.

         O meu punho recua e rapidamente volta a deixar-se levar com grande força na face do meu companheiro. Era visível o sangue que escorria pelo seu nariz enquanto gritava de dor. Realmente, muito triste fora aquele meu acto, mas não conseguia aguentar mais! Ironicamente, aquela que eu mais gostava encontrava-se parada a olhar para mim e em seguida para o pobre Joseph que sofrera um golpe em que eu utilizara quase todas as minhas forças. Metia pena o que eu acabara de fazer, eu comecei a sentir-me sujo. Para piorar, um homem de cabelos loiros utilizando uns comuns óculos-de-sol escuros aparece para mirar aquela paisagem. Mal eu sabia sua importância para com a equipe até este mesmo momento.

         - Redfield, você já foi chutado da Força Aérea por mau comportamento e, graças à influencia de Barry, esta equipe o acolheu de braços abertos. Será que é muito difícil pedir para controlar um pouco seus impulsos? Isto é uma unidade especial de investigação, não uma rinha de lutas!    

Eu nunca vira este homem na minha vida e a primeira vez que me falara fora a observar as minhas acções? Contudo, estas palavras me fizeram relembrar o meu passado. Uma vez soldado na Força Aérea, desobedeci ordens restritas para salvar a vida de um amigo meu. Numa me esquecerei desse dia…isto fora lago que eu me tinha esquecido de contar ao inicio. A minha despedida dos meus colegas, fora mesmo após o meu acto de coragem, mas erradas em termos de obediências que tinha que cumprir. Contudo, os meus amigos disseram adeus com grande orgulho de terem estado ao lado de um homem como eu, um homem que nunca deixaria ninguém atrás.

         -Como sabes o meu nome? – Eu pergunto de imediato – Creio que nunca nos falamos, e quem és tu para observares o que eu faço ou deixo de fazer?

         -Para a próxima eu teria cuidado com os seus assaltos, Redfield. Acabaste de discutir com o seu Capitão de uma maneira, pouco adequada, não lhe parece? – O mesmo diz sem expressão no seu rosto.

         Tinha feito da bonita. O novo Capitão entra na equipe e a primeira coisa que eu lhe dissera fora isto. O dia não poderia correr pior. Eu imaginava o estado da Jill neste momento…

         -Ha-desculpe-me eu não sabia…

         -Não precisa de se desculpar, apenas tenha mais cuidado para a próxima – Este continua o seu caminho, ainda não mostrando nenhuma expressão ou sentimento como se nada tivesse ocorrido.

         Mal podia esperar por deixar o Departamento e sair do olhar de Valentine. Ela poderia achar-me como um parvo após o meu acto!

 

         A minha noite não se passara muito bem como eu preferia. Era simplesmente inabitável parar de pensar na maneira de como o Joseph Frost iria olhar para mim e de como a Jill se sentiria após os meus actos do dia anterior. O meu peito doía enquanto eu pensava nestes pormenores que me poderiam afectar o meu desempenho no Departamento.

         Esta linha de lembranças é quebrada após o barulho do meu telemóvel me despertar. A minha mão alcançava a mesa-de-cabeceira, enquanto o resto do meu corpo continuava a dormir. A visão se tornava mais nítida à medida que despertava cada vez mais do meu sono. Eu conseguia ler em meu telemóvel: “RPD – 6:23”. O que se passaria para o Departamento me chamar a uma hora destas? Teria algo a ver com o que acontecera anteriormente? Eu não hesitara em vestir as minhas Jeans, a minha camisa branca e colocando o meu colete verde que demonstrava o símbolo dos S.T.A.R.S. na zona do ombro.

         Não houvera tempo para tomar o pequeno almoço. Começei o meu caminho mais depressa possível. Não tendo carro nem outro veículo que me pudesse transportar, a minha rotina era sempre feita a pé. Sorte a minha que o Departamento não era longe.

         Finalmente chegara. Subi as escadas mais depressa possível para o primeiro andar e entrei na secretária da minha equipe. Tudo parecia normal. Ninguém me olhou de lado nem me fez qualquer gesto referindo-se a o que ocorrera. A presença do nosso novo capitão parecia atrair as atenções todas de meus colegas.

         -Como podem ou não ter conhecimento, o nosso Departamento recebeu uma chamada de socorro na rua St. Veronica. Suspeita-mos de um assassinato após a reportagem dos vizinhos do casal. A sua porta é nº91 e eu sugiro que levem armamento leve. Perdemos o contacto com eles à poucos minutos. Em frente.

         Todos nós nos preparávamos para o caso. Não era sempre que a nossa equipa era enviada para um chamamento de socorro. Aposto que eu não era o único que se perguntava acerca do que se estava a passar. Em breve iríamos ser testemunhas de o inicio duma série de assassinatos em Raccoon City. Estes mesmo que iriam aterrorizar a pobre população.


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