-Aiba, eu já te disse milhares de vezes que odeio quando você pega as minhas coisas e não devolve. – Sho entrou no cômodo, falando com um tom de irritação na voz – Onde está o meu lenço preferido?

-Sho-chan? – Aiba sentou-se de maneira mais reta em meio à muitas almofadas, olhando-o fixamente – O seu... Lenço?

-É, isso mesmo. – ele respondeu e sentou-se ao lado do outro – Eu detesto esse seu jeito, Aiba.

-Sh...Sho-chan... – o de cabelos claros pronunciou com a voz chorosa – Me... Me desculpe.

-Não, Aiba. Já estou cansado disso, e...

Masaki começava a deixar lágrimas escorrerem pelos seus olhos, enquanto segurava firmemente o pedaço de pano que havia causado tudo aquilo.

-Me desculpe... Me desculpe.. Ne, Sho-chan...

-Ah... – Sho olhou-o com uma expressão de surpresa no rosto e pegou o lenço que o outro segurava – Primeiro de abril!

-O...O que?

-Hoje é primeiro de abril, Aiba-chan. – o de cabelos escuros riu de modo nervoso, levando o lenço que segurava até o rosto de Masaki, secando suas lágrimas – Me desculpe pela brincadeira boba, ne.

-Ah! – o outro exclamou, logo em seguida abrindo um largo sorriso – Se é isso tudo bem, Sho-chan. – e abraçou-o, rindo um pouco – Mas nunca mais me assuste assim, hn?

-Cla-Claro, Aibaka. Eu prometo. – Sho riu um pouco e soltou-o, percebendo o próprio rosto ficar levemente corado e levou uma das mãos sobre a cabeça do outro, bagunçando um pouco seus cabelos e tentando disfarçar – Mas lembre-se de nunca acreditar totalmente em algo dito em primeiro de abril.

O resto do dia correu normalmente, cheio de brincadeiras e pegadinhas, que ambos pregavam um no outro, e por fim, sempre caindo juntos na gargalhada.

Algumas horas mais tarde, todos já dormiam, uma vez que na manhã do dia seguinte teriam algumas entrevistas em programas ao vivo.

-Ne, Sho-chan? – Aiba chamou-o baixinho, após adentrar o quarto do outro e sentar na beirada de sua cama.

-Aiba-chan? – ele respondeu meio sonolento, chegando levemente para o lado com seu corpo e assim liberando espaço para o outro – Aconteceu alguma coisa?

-Hm, eu só precisava falar uma coisa para você e não estava conseguido dormir sem fazer isso – Masaki respondeu e deitou-se ao lado do moreno, no espaço em que este havia liberado.

-Falar... Comigo? – Sho passou a olhá-lo de modo curioso – Pode me falar, Aiba-chan.

-Ne, eu queria te dizer que...  – o de cabelos claros fechou os olhos e respirou fundo – Que eu te amo, Sho-chan.

-Vo-Você o que? – ele respondeu um pouco mais alto, olhando-o fixamente, com um sorriso bobo nos lábios, que em alguns segundos depois foi desfeito, dando lugar à uma expressão de desapontamento no rosto – Ah, essa é a sua vingança de primeiro de abril, hn?

-Ah, não. – Aiba começou a rir, feito uma criança, enquanto tinha o rosto corado sendo iluminado pela luz da Lua que entrava pela janela aberta – Olhe no relógio, ne.

No mesmo instante, Sho virou o rosto para encarar o relógio digital em cima da cômoda, e Masaki aproximou-se, sussurrando em seu ouvido:

-Já passou da meia noite, Sho-chan. Não é mais primeiro de abril.

O moreno apenas suspirou com uma expressão de alívio no rosto e envolveu a cintura do outro, que já estava com o corpo quase que por cima de seu próprio, abraçando-o.

-Ah... – ele riu um pouco e acariciou levemente o rosto de Masaki – Então feliz segundo de abril, Aibaka. – e em um único movimento, iniciou um beijo delicado.