Constelação Andrômeda escrita por Atlanta Claremont


Capítulo 1
Na torre de astronomia


Notas iniciais do capítulo

Para todos os fãs que assim como eu amam o drama da família Black.



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Andrômeda não entendia a real motivação por trás das suas atitudes e tão pouco se reconhecia. Ela que sempre fora uma aluna exemplar, agora saia escondido no meio da noite para encontros amorosos, se alguém suspeitasse de algo estaria perdida.

Era tudo culpa dele, é claro, o lufano de  sangue ruim.

Ele era só um caso, repetia diversas vezes tentando convencer a si mesma, contudo sabia que não era verdade.

   Nenhum caso a levaria tão longe. Nenhuma simples aventura a faria trair tudo o que ela acreditava. Teddy Tonks era muito mais que isso, era como o sol que aquecia e iluminada sua existência deprimente, e era exatamente por isso que ela teria que acabar com tudo.

   Encontrou o bilhete debaixo da carteira que se sentava na aula de poções, a única em que a sonserina dividia com a lufa lufa. Era assim que eles se comunicavam. Ele sempre deixava um bilhete para ela que se sentava sempre no mesmo lugar. 

O de hoje dizia:

  ''Me encontre hoje a meia-noite na torre de astronomia.''

Ela leu  como se fosse um bilhete de loteria, mas não olhou para o remetente, não poderia levantar suspeitas. Ela não precisava responder, ele não esperava que respondesse. Ele sabia que ela iria.

  Ela sempre ia.

Todas às vezes em que eles brigavam, sempre por culpa dela é claro, a menina saia dizendo que ele nunca mais a procurasse e ele a procurava. Teddy Tonks era a pessoa mais persistente que ela conhecia, ele nunca desistia, e isso fazia com que ele o quisesse ainda mais.

 Essa fora mais uma dessas vezes. Eles haviam tido  uma briga horrível, Andrômeda nem ao menos se lembrava o porque, porém, palavras foram ditas das quais ela se arrependia.

 Você é um idiota se pensou que alguém como eu ficaria com alguém como você. Que nós teríamos alguma chance, algum futuro....

 Se arrependeu no instante que falou, mas ela era assim; explosiva, descontrolada. A inconsequência corria forte no sangue da família Black.

 ''Então vai'', respondeu Teddy magoado. ''Vai embora e foge, já que é o que você faz de melhor. Só não espere que eu vá atrás de você como sempre.''

  Ela fugiu, fugiu porque não aguentava olhar para Teddy sem sentir seu coração se partindo. Andrômeda se odiou por isso mais do que por qualquer outra coisa. Se odiou por ser uma covarde. Se odiou por ser uma mentirosa. A realidade é que ela sempre detestara a si própria, seu sangue, sua família, seu sobrenome. O único momento em que ela não sentia um ser horrível era quando estava com ele. Teddy tinha esse poder sobre ela, era muito mais fácil se tolerar como ele por perto. Ele, sem nenhuma cobrança, fazia com que ela  se sentisse alguém diferente, alguém que ela gostaria de ser. 

  E foi por isso Andrômeda pensou que iria surtar quando ele não a procurou. Passaram uma, duas, três semanas e nenhum bilhete, nenhuma única palavra ou mesmo um olhar. Ele estava cumprindo sua promessa e ficando fora do seu caminho.

 Ela estava visivelmente abatida, olhos fundos, cabelo sujo, a comida mal descia, até respirar estava ficando cada vez mais difícil. Acreditou que não sobreviveria mais desse jeito até que o bilhete chegou e se coração voltou a bater no ri timo correto novamente.  

 Ela precisava falar com ele, ela precisava dele. Eles poderiam tentar conviver de forma pacífica, sem brigas, poderiam seguir como amigos. Até porque não era um crime assim tão grande ser amiga de um nascido trouxa, existiam alguns alunos assim sonserina, só não se falavam sobre.

Ela ensaiou tudo, pediria desculpas, mas diria que não poderiam ficar juntos. Não porque ela não queria, mas sim porque não era seguro, não era seguro para ele. E Teddy teria que entender.

Ao chegar a torre de astronomia o encontrou observando o céu por meio do telescópio.

— Não sabia que gostava de observar as estrelas – disse anunciando sua chegada.

Ele não se assustou, não com a voz dela, apenas foi em sua direção a pegando pelas mãos. Seu toque era tão macio e reconfortante. Andrômeda sentiu uma corrente elétrica passando por seu corpo e o segui até mais perto da janela, pronta para pular com ele se fosse necessário.

  Teddy a levou até o telescópio, e ela observou um grupo de estrelas que brilhavam se destacando das outras no céu.

— É a constelação de Andrômeda, disse o rapaz perto de mais do seu ouvido – Andrômeda foi uma princesa acorrentada pelos próprios pais a uma rocha no mar para ser devorada por um monstro, como um sacrifício a Poseidon. Quando Perseu descobriu isso matou o monstro com sua espada de diamantes  salvando a da morte e a tomando como esposa.

Andrômeda sorriu, ela já ouvira essa história diversas vezes, mas saindo da boca dele parecia muito mais poético. Mas, porque ele estava contando isso? Questionou-se confusa. Depois de tantos dias, depois daquela briga era sobre isso que ele queria falar, mitologia?

 — Você não entende Andy, não consegue ver? - perguntou como se falasse o obvio — Essa é nossa história, essa Andrômeda não é diferente de você sendo oferecida em sacrifício em nome do sangue puro.

— Toujour Pur-  Andromeda sussurrou para si o lema da família.

— Eu não vou deixar- falou Teddy confiante - Não vou deixar você se casar com o boçal do Malfoy, não importa quantos monstros eu tenha que matar Andrômeda, eu não vou deixar você ser oferecida em sacrifício.

  Andrômeda observou o rapaz a sua frente. Tão doce e valente, tão leal.

— Você não pode- ela exclamou se afastando. Grossas lágrimas escorriam pelos seus olhos. - Será que você não vê Teddy, como não consegue enxergar? Eu sou o monstro da história e você não pode me salvar, não pode me salvar de quem eu sou.

 Andrômeda queria correr, fugir como sempre fazia, mas suas pernas estavam fracas de mais para isso. Apenas escorregou na parede da sala pensando em como não planejara nada daquilo. Não planejara se apaixonar, amar e muito mesmo ser correspondida. Sabia que não merecia nada daquilo, ele não a merecia, ela era uma Black e não tinha nada para oferecer que não fosse dor e ruína.

— Você merece mais, sussurrou a menina sem levantar o rosto.

— Como? Ele perguntou sem compreender o que ela dizia.

— Você merece mais Teddy, você não me enxerga? Eu não sou uma princesa de contos de fada. Sou uma pessoa horrível enquanto você é sempre bom e gentil, você merece alguém gentil como você. 

Teddy parou surpreso, a encarou com um olhar indignado e piedoso. Ele era muito transparente.

— Isso é falso. Você é garota mais incrível que eu já conheci. Andrômeda você é inteligente, está sempre preocupada com as suas irmãs, nunca deixa nenhum sonserino implicar com seu primo e está sempre livrando os primeiro-anistas de levar detenção.  Você finge que não Andy, mas você se importa. Você não é como a sua família, é tão diferente que se apaixonou por um nascido trouxa. E você está certa, eu não posso te salvar porque você não precisa ser salva, você não é uma princesa em perigo. Você brilha Andrômeda, brilha como a constelação que leva o seu nome.  

  Andrômeda levantou o rosto ainda molhado, nunca ninguém havia lhe dito nada do tipo. Teddy a enxergava, e era tão fácil está com ele, ela sentia viva, pulsante, talvez tudo aquilo realmente fosse verdade. Talvez ela pudesse ser alguém de quem se orgulhar, mas isso dependeria muito mais da sua coragem do que da dele.

E foi naquele instante, naquele momento em meio a lágrimas e doces beijos que as sucederiam, que Andrômeda decidira que seu sobrenome não seria mais Black. Ela iria brilhar  e ninguém mais a apagaria.


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Notas finais do capítulo

Aqui estou eu de novo com mais um fic focada em Andromeda Black, eu acho ela facinante, nem preciso dizer. Espero que tenham gostado, eu sei que sou um pouco dramatica, não me matem, e comentem. Adoro ouvir a opinião de voces.
bjsss