Você quer escrever uma história comigo? escrita por HinataSol


Capítulo 2
É difícil notar burradas próprias por si mesmo


Notas iniciais do capítulo

HAHAHAH Por essa vocês não esperavam, não é mesmo?
Eu atualizei super rápido dessa vez! HAHAHAHAHAH
cof cof

Gente, eu postei o capítulo 1 muito tarde e nem escrevi as notas direitos...
Vou explicar. Essa fanfic não será muito extensa. Acho que terá aproximadamente uns 10 capítulos curtos (1k-2k) e, por isso, ela não será tão vagarosa como "O Sucessor", ok?
Mas vou tentar manter um ritmo que não seja tão apressado... Então qualquer coisa, podem falar se acharem muito rápido.
Até porque eu estou morrendo de medo de soar bobo por essa história ser mais "rápida".



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Confesso que relutei em procurar a tal Hinata. Levou cerca de duas semanas de insistência do ero-sennin para que eu fosse atrás dela. Ele me disse que a filha do Hiashi havia recentemente concluído sua graduação em literatura e que, aficionada por leitura, a menina cresceu dentro da maior editora do país — e uma das maiores do mundo.

Nunca fui bom com datas, então não posso afirmar com certeza se foi em uma terça ou quarta de manhã o dia em que fui até lá. Pode ter sido em uma segunda ou quinta, ou até mesmo sexta-feira. Realmente não me recordo.

Mas, em minha defesa, eu sou homem. Não preciso me lembrar de todas as datas.

A sala em que ela estava trabalhando ficava no segundo andar de três que a companhia mantinha no prédio. O espaço era aberto e havia uma placa cinza pendurada por hastes de ferro no teto em que havia escrito a palavra “REVISÃO” em letras garrafais azuis. Eu passei do piso frio para o carpete que havia ali depois da placa. Por ser ainda bem cedo, poucas pessoas estavam no setor, algumas ainda chegando. As mesas com computadores estavam enfileiradas em modelo militar — super organizadas — e os ares-condicionados estavam já trabalhando.

Jiraiya disse que a filha de Hiashi usava a mesa mais ao fundo, então segui até metade do caminho sem muita lentidão até que eu vi o topo de uma cabeça por detrás de um monitor.

Aproximei-me e a visualizei superficialmente: cabelos negros e lisos, uma franja reta ao estilo hime e roupas formais em tons discretos de lilás e creme.

De início, a moça nem me notou. Ela era de certo modo bem diminuta. Sua presença não parecia ser marcante e cheia de alarde como a do pai. Ali, duvidei que ela fosse uma Hyūga.

Olhando assim, nunca eu imaginária que aquele ser franzino seria a pessoa fria e sem coração que rejeitou meu magnífico trabalho.

Já ouviu dizer que as aparências enganam? Pois bem, enganam mesmo!

Perto dela, eu pigarreei e disse:

— Hm, você é Hyūga Hinata, não?

Seus olhos se ergueram então, e tive um vislumbre da beleza da moça.

Sua íris era tão clara que eu mal conseguia identificar a cor — mas que me deu certeza sobre sua filiação. O rosto levemente fino, oval e de ótimas proporções, a pele clara e as bochechas fracamente rosadas. Traços suaves e aparente gentileza.

Tá! Hinata era belíssima, admito.

Quando ela notou que era eu quem a chamava, seus grandes olhos se alargaram. Ela se levantou quietamente e me cumprimentou em uma reverência tímida.

— Ah, desculpa. Eu não o havia notado, Uzumaki-san. Pensei que nem viria mais, que não aceitaria minha oferta. Eu sou sua fã! — ela me estendeu a mão, enquanto exprimia sentenças não completamente conexas uma a outra.

A voz dela era baixinha e suave. Combinava com seu aspecto.

Eu aceitei o cumprimento.

— Obrigado... eu acho...

Eu a fitei sem saber o que fazer, enquanto ela olhou um pouco ao redor, como se estivesse divagando.

— Vejamos! Você já comeu algo hoje? — ela perguntou, com um tom meio exclamativo, e eu neguei com um balançar de cabeça, sem entender o porquê da pergunta repentina. — Por que nós não vamos à cantina tomar um chá e conversar sobre a história? Você... me procurou por isso, certo? Eu conversei com Jiraiya-sama depois de ler seu livro e, bom, acho que podemos trabalhar algo.

Torci o nariz, mas anui. E, depois de Hinata desligar o computador, segui junto a ela até o primeiro andar. A cantina do prédio ficava ali naquele pavimento.

Vi que Hinata cumprimentou simpaticamente a funcionária da cantina quando pegou alguns pãezinhos e rolinhos de canela, além de chá para nós dois. Reparei que ela também cumprimentava a quem via pelo caminho com um pequeno sorriso nos lábios. Quando retornou à mesa, assentou-se a minha frente. Ela primeiro estendeu o pires com a xícara para mim e depois posicionou a pequena cestinha no meio da mesa.

Agradeci o gesto com um aceno.

Desviei o olhar por um momento.

Próximo a ela estava uma cópia do impresso do livro.

Hinata ficou em silêncio por um bom tempo, enquanto comia um pãozinho, e eu me questionei se ela realmente tinha noção do porquê estávamos ali.

Não éramos amigos tomando um chá.

Eu era um cara querendo publicar meu livro e ela a mulher que rejeitou a história.

Não havia qualquer sentimento de amizade meu por ela.

Humph!

Respirei fundo e comecei a batucar os pés abaixo da mesa, um pouco agoniado com a dispersão dela.

Quando Hinata terminou o segundo pãozinho e pegou um rolinho de canela, não me contive. Espalmei as mãos sobre a mesa. Não foi algo agressivo, mas também não foi sutil. Esbarrei e quase derramei minha bebida no processo.

Ela me olhou acuada e quase assustada. Ao notar como poderia ser mal interpretado, eu me envergonhei e passei a mão pelo cabelo, nervoso e me ajeitei de novo no meu assento.

— Desculpe. Não quis te assustar... É... Jiraiya disse que você quem recusou enviar meu livro para a publicação — eu não consegui evitar o tom acusatório e levemente ressentido. Não foi proposital, simplesmente saiu.

E, ao ouvir isso, a tal Hinata pareceu ter um lampejo e encolheu os ombros.

— Eu...  me desculpe por isso. Eu não queria magoá-lo... Minha intenção não é sair por aí recusando livros, mas minha função exige isso de mim — ela pediu e explicou, o que me deixou ainda mais constrangido por tê-la assustado. — Sendo sincera, eu até poderia dizer que gostei da história, mas...

A frase dela morreu e arqueei as sobrancelhas.

Apesar da vergonha pela situação recente, eu ainda não conseguia entender a relação entre o negar o aval de publicação e gostar da história. Simplesmente não fazia sentido.

Se gostou da história, por que não a publicar?

— Mas? — eu questionei, incentivando-a a continuar.

Hinata suspirou e desviou os olhos.

— Falta algo, Uzumaki-san.

— O quê?

Ela corou e seus lábios pequenos juntaram-se em uma linha fina.

— Sentimentos.

Estreitei os olhos.

— Você diz paixão? — Eu inquiri, quase incrédulo.

Ela negou.

— Eu digo algo mais profundo... algo como o amor.

Eu abri os lábios em um “o”, embasbacado com sua declaração. Meu livro fora completamente rejeitado pois a “senhorita revisora” achou que não havia amor o suficiente na história?

Eu não estou acreditando! Que mulherzinha mais ousada!

A vontade que me deu naquela hora foi de jogar na cara dela a superfluidade de sua decisão. Dizer que ela definiu algo tão importante somente baseado no achismo dela.

Meu rosto com certeza estava retorcido em uma careta. Todavia, Hinata não pareceu notar meu estado catatônico e contrariado, pois desatou a falar.

— Sabe, eu li sua trilogia de livros “Menma, Konohagakure no Shinobi”. É uma história incrível. E quando me encarregaram de fazer a revisão do seu novo livro eu fiquei super empolgada. O meu lado fã praticamente gritou mais alto. Eu leria em primeira mão um projeto de um autor que eu tanto gosto e o avaliaria. Eu estava muito empolgada mesmo — ela sorria ao dizer e eu, de certo modo, me envergonhei com sua expressão. A “Hyuuga filha” parecia realmente ter gostado da minha trilogia. — Mas, quando li seu novo trabalho, confesso que me decepcionei.

— O quê? — eu exclamei afoito, não consegui me conter. Depois de tanto exaltar minha outra obra ela me vinha com essa?

Eu estreitei os olhos.

Neste ponto, você já deve estar achando que eu sou um cara bem distraído e um tanto aleatório. Sobre isso, não tenha dúvidas, você acertou.

Eu estava tão aturdido que, confesso, precisei me recompor para prestar atenção no restante do discurso da Hyūga.

Konoha no Shinobi não é uma história romântica e há poucos momentos que retratam e abordam esse tipo de relação, mas, mesmo que tenham sido poucos e até mesmo aparentassem sutileza, eram profundos — Hinata explicou. — O livro que li esse mês não me remetida a esse sentimento, sabe? A diferença se torna ainda mais marcante quando temos em conta que esta, sim, é uma história romântica. A narração é leve e o plano de fundo é até razoável, mas os personagens realmente não são carismáticos, e nem conseguimos enxergar esse sentimento neles em nenhum momento, não parece nem mesmo uma relação por conveniência, é algo que não fez sentido. É desalentador.

Depois de ouvi-la, eu cruzei os braços; parando para ponderar durante uns bons minutos.

Pode parecer ridículo, mas, depois da exposição do ponto de vista dela, eu percebi que eu falhei em construir o que eu queria. Hinata tinha razão em seus pontos. Na história de Menma, a relação entre o protagonista e a mocinha foi bem sutil, mas profunda. Eles estavam fortemente ligados, nos momentos em que mais precisavam um estava lá pelo outro. Já no livro atual, os dois protagonistas tiveram uma relação bem superficial. Ao tentar humanizar a história, acabei a transformando em algo totalmente seco. Se antes eu estava chateado e decepcionado por ela ter rejeitado a publicação, agora eu quase poderia dizer que já a agradecia.

Minha expressão devia ser de puro tacho, porque a Hyūga me olhou com culpa, como se estivesse se sentindo a responsável pelo meu roteiro fracassado. Mas não a culpo. Se ela for minha fã como diz ser, deve estar sentindo um mal-estar terrível.

Eu me sentiria mal em recusar algo de um autor que gosto, mas esse é o trabalho dela, como bem pontuou.

Acho que ela já devia estar aflita com o meu silêncio e sobrecenho franzido. Todavia, eu precisei pensar bem antes de falar.

— Olha, Hinata... Você não tem culpa. Sinceramente, depois de ouvir uma opinião externa tão analítica assim, fica fácil entender o que aconteceu — disse eu. — Dói admitir, mas acho que em seu lugar eu teria feito o mesmo — eu a tentei tranquilizar.

— Mesmo? — seus olhos brancos e bonitos me encararam com expectação, enquanto analisavam minha face em busca de algum traço de polidez fingida. Ofender-me-ia se não a entendesse.

Eu balancei a cabeça, afirmativamente.

— Acho que — inclinei meu corpo sobre a mesa e olhei em volta, fingindo contar um segredo e cochichei —, no seu lugar, eu faria pior — ajeitei-me outra vez à mesa. — Sério. Você é muito boazinha. Não acho que uma história desse gênero com esse tipo de furo, teria algum revisor, além de você, disposto a ajudar. Depois que você falou, eu reparei: foi um erro e tanto.

Tentei sorrir fracamente, para tornar o ambiente mais leve.

Ela me olhou nos olhos e puxou o livro que estava a sua frente.

— Não pense assim. Eu tenho certeza de que você ainda pode fazer algo incrível com esse livro. — Hinata disse e me estendeu sua cópia do encadernado.

— Você tem certeza? — eu duvidei.

— Tenho! — acentuou com um balançar de cabeça.

— Eu estava empolgado quando tive a ideia, mas, agora... sinto que preciso de mais uns 100 anos para alcançar o nível básico de que uma história romântica precisa.

Ela fechou os olhos por um momento, como se ponderasse.

E, como não tinha nada a perder, então aproveitei para indagar.

— Bom, Jiraiya disse que você se dispôs a me ajudar... a proposta ainda está de pé?

Os belos olhos se atentaram ao meu rosto.

— “Eu nunca volto atrás com minha palavra” — Ela citou Menma e riu. Okay! Eu estava mesmo diante de uma fã. — Acho que... você pode tentar expressar os sentimentos de Hara-san e Nomura-san conforme o que você sente quando está com quem você gosta.

— Quem... eu gosto?

— Isso! — exclamou e ao ver meu rosto retorcido ela indagou. — Por que está me olhando assim?

— Ah, nada... só que... — eu desviei o olhar do dela por um momento — bom, eu acho que não sei de onde tirar esse tipo inspiração ou algo assim...

E era verdade já que assistir aos filmes melosos e ler os livros dramáticos aparentemente não haviam sido o suficiente para a minha inspiração.

Ela inclinou a cabeça meio para o lado, como se estivesse pesando minhas palavras. Logo, seus lábios entreabriram-se levemente e ela resmungou um “Ah!”, desviando o olhar em seguida.

— Acho que entendi... mais ou menos... — ela exprimiu em um murmurejar. — No caso, você está dizendo que não tem ninguém?

Se eu tive vergonha do que respondi? Nenhum pouco!

— É! Não tenho.


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Notas finais do capítulo

Pessoal do Nyah, vocês me ignoram profundamente, mas eu ainda assim postei!

NOTAS: Hara = campo; Nomura = Vilarejo do Campo. Ambos sobrenomes japoneses. Foi só para os personagens do Naruto terem um nome ;-;

Bom, eu ficaria muito feliz se vocês me dessem um "oi" nos comentários!
É aquela história: curtam, comentem, compartilhem e não deixem de se inscrever. Isso ajuda demais no canal... anima bastante o autor, né...

Além disso, não deixem de participar da Campanha NaruHina. :v Vamos escrever sobre o OTP supremo, meu povo!

Ah! Já ia me esquecendo! Hoje em dia o processo de publicação de livros é muito mais fácil (muito mesmo ;-;), mas eu pesquisei antes de escrever essa história e antes era muito mais complicado. Autores famosos e aclamados já tiveram histórias rejeitadas antes do sucesso (Harry Potter e crepúsculo, por exemplo :v ).
Claro que aqui é ficcional e, por isso, o Naruto deu a sorte da revisora ser boazinha, a Hinata! KSKSKS
E ele já é um pouco famoso na fic... :v



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