Linhas Borradas escrita por Tricia


Capítulo 3
Primeiro Contato


Notas iniciais do capítulo

Eu sentia que estava em uma fase tão boa com relação ao que escrevia e li em alguns lugares e ouvi que exercícios ajudam a deixar mais criativos além de ser bom para saúde e pensei "por que eu não tento?".

A pessoa animada e criativa em mim morreu e um zumbi sonolento e desatento surgiu no lugar, e eu só estou a três semanas fazendo isso com a minha prima e eu não posso parar então eu preciso urgentemente me adaptar, o que não ta fácil, portanto eu peço paciência porque eu vou me dedicar a escrever mais e postar o capítulo de um modo organizado como tentei com a minha fanfic anterior. Desculpem a demora.
Dito isso, boa leitura a todos



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— Mãe.

— Sim? – a senhora parou de cortar as frutas no prato direcionando a atenção ao filho na cama.

— Me contaram que você não gosta da minha esposa – cita-la ainda era estranho para Beck, mas inevitável se quisesse entender tudo e talvez evitar aqueles olhares de preocupação e contenção que volta e meia via surgir nos olhos dos amigos quando citavam situações que não conseguia lembrar ou quando o pai o olhava longamente, apenas a mãe parecia mais conformada com a situação para lidar com uma maturidade surpreendente – Por quê?

— Você sabe que eu não gosto de pessoas que são mal-educadas e desrespeitosas, desde o dia que você a apresentou para a família ela sempre foi desrespeitosa conosco – a mulher deu de ombros, pegando um pedaço de abacaxi e oferecendo o prato para ficar no colo do filho, Beck optou pelas uvas – Por um tempo eu tentei gostar dela, de verdade porque você nunca se dedicou tanto a alguém como fazia com ela, infelizmente foi impossível, Beck.

— Eu a verei hoje.

— Não precisa fazer isso agora se se sentir desconfortável. Ela entenderá.

 Pelo pouco que sabia ele já podia apostar que a esposa não era a pessoa mais paciente do mundo. Se demorasse muito talvez a próxima vez que a visse seria acertado com os papeis de divórcio e discutiriam a divisão de bens no máximo.

Se essa mulher fosse alguém tão incrível quanto se podia supor dada a decisão de tê-la como esposa, talvez ter essa pessoa indo embora seria algo do qual poderia se arrepender futuramente.

— Eu quero fazer isso, mãe.

— Tudo bem então, apenas não se force demais.

Ele aproveitou cada segundo de silencio que se seguiu até a porta ser aberta passando o pai carregando aquela expressão tão calma enquanto olhava passar a nora que viera atrás, falar com o pai sobre a mulher antes da mãe pareceu mais prudente em muitos aspectos, afinal, o homem parecia desgostar dela menos do que a mãe pelo que percebera.

A mulher parou intercalando o olhar sobre si e a mãe.

— Alice, vamos deixa-los conversar um pouco.

— Estaremos do lado de fora, querido – a mãe comentou antes de levantar e sair acompanhando o marido.

Através do silêncio da sala ele tomou seu tempo para observar com um pouco mais de atenção a mulher em jeans apertado com uma camisa branca social e um corpete preto por cima moldando o corpo. Havia se casado com uma mulher bastante bonita, pelo menos exteriormente.

Ela trocou o peso de um pé para o outro antes de iniciar o primeiro dialogo entre os dois.

— Meu nome é Jadelyn West, mas nunca use esse nome. É sempre Jade. Estamos entendidos?

Talvez não tão arrependido.

Ela andou pelo cômodo de paredes claras, uma das mãos descansava sobre a bolsa de alça pendurada em um dos ombros e a outra mexendo na cesta com frutas que estava na pequena mesinha.

Uma quantidade significativa de perguntas rodaram na cabeça de Beck e tomando coragem ele soltou a primeira:

— Como nos conhecemos?

— No bar de um hotel no Canadá – respondeu Jade pegando uma uva e brincando nos dedos delgados – Você havia ido visitar seus pais e acabou indo em um evento que estava acontecendo lá, algo relacionado a fotografia, eu estava hospedada lá. O sexo com um estranho bonito era mais que bem vindo naquela noite pra mim, precisava extravasar um pouco a raiva de alguma forma. Você sabe como é.

Ele não sabia.

Sexo casual dificilmente acabava em casamento pelos conhecidos que tinha.

 – Você pode dar mais detalhes?

— De como foi à noite? – uma das sobrancelhas da mulher arquearam e ele conseguiu ver um olhar malicioso adornar as orbes claras da morena – Não imaginei que o Oliver sem memorias gostaria de ouvir coisas assim.

— Eu não...

Ela riu. Mesmo sem conhecer ele teve a sensação que não importava o que dissesse ela teria uma resposta desconcertante para retrucar. 

— Nas suas palavras eu era um “porco espinho bonito”.

— E você ficou comigo mesmo te chamando de algo assim?!

Gatas, leoas, tigresas, havia uma verdadeira gama de animais que se poderiam comparar uma mulher e soar sexy, porcos espinhos não são sexys.

— Como eu disse, eu precisava extravasar e entre você e o cara que eu havia socado a cara anteriormente. Você era a melhor opção.

— Eu fui usado.

— Não é como se você não tivesse aproveitado também – a West desdenhou.

— Okay, eu vou parar de perguntar sobre isso por enquanto – a mulher levou a uva a boca aguardando, ele não conseguiu deixar de prestar atenção aos movimentos dela, era simples e atraente – Por que seu sobrenome é West e não Oliver?

— Eu escolhi mantê-lo porque as pessoas conhecem meu trabalho como Jade West, não era nada prático mudar. E eu gosto do meu sobrenome.

— Isso faz muito sentido.

— Temos um cachorro, você tentou chamar ele de Marty porque gostava muito de “De Volta Para o Futuro”, eu odiei, mas ele também e nunca respondia quando você o chamava assim. Então depois de dois meses você desistiu e tentou mudar para Scar e ele acabou aceitando melhor.

— Eu costumava querer ter um cachorro quando era criança.

— Eu sei por isso te dei este. Ele é realmente ótimo. Eu tenho que buscar ele na casa do adestrador hoje, por conta de toda a situação fiquei com medo de não conseguir cuidar bem dele e resolver as questões aqui.

 – Acho que quero conhece-lo.

— Você deveria – com passos lentos a mulher pescou o celular na bolsa, deslizando o dedo algumas vezes antes de estender o aparelho que Beck recebeu com as duas mãos para encontrar uma foto sua sentado em um gramado, encostado em uma árvore com um cachorro de pelos pretos dormindo com a cabeça em sua perna enquanto o afagava distraidamente.

Estava em paz ali.

— Ele é bonito.

— Quer que eu conte como foi a nossa lua de mel?

 

~&~

 

— Como a Jade ta? – foi à primeira pergunta que André fez quando Sam ocupou um dos acentos da mesa do jardim do hospital, nem sob tortura ficaria perto dos familiares do amigo, o Beck desmemoriado que a desculpasse, mas não forçaria a própria paciência com os discursos da matriarca Oliver que a odiava tanto quando Jade.

— Ela vai sobreviver – pela reação do marido e do amigo claramente não era a resposta que eles esperavam, deu de ombros – Ela já quebrou algumas coisas e agora esta com ele, mas como esta claro que o Beck não esta muito adepto ao casamento, a Jade já deve estar se prevenindo para o pior.

— O Beck não resiste a ela – o marido argumentou, se aproximando o suficiente para remover uma folha da arvore que caíra nos cabelos da esposa.

— Eu espero sinceramente que não – os olhos da mulher fitaram o marido por apenas alguns poucos segundos, apreciando o calor familiar que ele conseguia lhe proporcionar, mas a atenção acabara se desviando para um ponto mais longe.

— Tudo bem, Sam?

— Eu vou ver e já te digo.

Erguendo-se ela correu entre os estreitos corredores que havia no jardim com os olhos vagando ao redor como um verdadeiro falcão em busca da presa, que no caso deveria estar segurando alguma maldita câmera buscando um escanda-lo para alimenta-lo.

 

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, me contem o que acharam e nos vemos no próximo
Bjs



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