Não olhe para trás escrita por Manu


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Apenas alterei o final, até a parte que está marcada com estrelinhas é com o que tenho sonhado, sempre acordo nessa parte.



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Eu já estava correndo no momento em que percebi e esta história teve início. Estava escuro mas eu conseguia ver o chão, o sol não havia se erguido no céu completamente, apenas demonstrava fragmentos de sua futura aparição, alguém me perseguia e eu já sentia a falta do meu fôlego.
A angústia me consumia, sufocava-me contra uma parede invisível, porém o medo de quem me perseguia forçava meu corpo a continuar, um muro apareceu em minha frente e eu dei um impulso para o escalar, desabando no chão, mas conseguindo atravessar.
"Preciso levantar. Não posso ficar aqui, preciso correr." Eu queria chorar mas não havia momento para lágrimas, não havia tempo! Eu precisava continuar a correr.
Cheguei até minha casa, reconheci como minha pois identifiquei tudo que havia ali. Não havia ninguém em casa, me dei conta quando fechei a porta atrás de mim. Agarrei minha mala, documentos, o escasso dinheiro que eu tinha que esperava que fosse suficiente, meu celular, algumas peças de roupa e um álbum de fotos. Fechei o zíper da mala, empurrando tudo. Olhei para meus gatos, que me encaravam curiosos. "Vai ficar tudo bem, não posso ficar aqui, se eu ficar ela me encontrará. Eles vão voltar em breve e cuidar de vocês." Falei dando um beijo apressado em todos. Minha Foxy, minha estrela, olhou no fundo de meus olhos quando eu fechei a porta, e Nina estava sentada no banco adornado com corações me observando com seus olhos cor de céu.
Caiu uma lágrima que eu enxuguei com pressa. Não há tempo!
Toda a paisagem era preto e branco, até o jardim, porém de alguma forma eu sabia que era de manhã.
Continuei correndo, estava na rodoviária agora, entrei no ônibus com a passagem na mão. Agarrando-a firme, só havia lugar perto de uma moça com os cabelos de cor chocolate, ondulados, que molduravam uma face neutra. Ela havia depositado sua mala no compartimento acima de nossas cadeiras, ao contrário de mim, que me mantinha abraçada a minha bagagem.
Meu Deus. Eu senti que ela entrou no ônibus, senti que me procurava. Me agarrei a meus joelhos escondendo meu rosto. Estávamos nas cadeiras da frente e ela estava na porta do ônibus, em pé, observando, caçando uma vítima já marcada.
Pedi a Deus que por favor, aquele ônibus desse partida. Felizmente aquele monstro estava longe de minha família e amigos, de alguma maneira tudo ficaria bem, eu faria ficar tudo bem. Não esqueci de incluir uma das muitas facas que meu pai colecionava em minha bagagem. Ou seria ela, ou seria eu, e eu estava determinada a proteger a todos que eu amo. O motor do ônibus começou a se mover.
"Está fugindo, não é?" Perguntou a moça que sentava do meu lado.
Como ela sabia? Ela não poderia saber.
Coloquei a mão em minha bolsa disfarçadamente, agarrando a base da faca.
A moça não olhava para mim, observava pela janela, que com a paisagem em movimentação, por bondade de Deus o ônibus havia dado partida.
"O que?" Perguntei, sentindo um suor frio me descer a face
Ela finalmente olhou para mim. Seus olhos eram como vidro, eu podia facilmente me ver neles, e era como se essa mulher soubesse de tudo, absolutamente tudo.
Me lembro de estar com medo. Não sabia se o monstro havia continuado no ônibus ou se havia ido embora, tinha medo de olhar para trás. Se eu olhasse para trás, estaria perdida.
"Quem você está procurando não está lá atrás" a moça disse, sorrindo gentilmente.
"Eu... eu não..."
A moça olhou minha passagem que eu mantinha segurada em uma das mãos, na outra ainda permanecia com o aperto firme na faca.
"C***? O que procura encontrar lá?"
Ela citou o nome da cidade a qual o ônibus se destinava.
"E você?" Perguntei, desafiando
"Meu pai tem uma loja lá, você não é a única que tem do que fugir aqui."
Soltei a faca do aperto de minha mão. Meu coração ainda estava acelerado, a adrenalina a mil.
"Você pode trabalhar lá quando chegarmos, se quiser. Ajudará a construir uma vida nova."
Eu a encarei, estática.

☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆


Um moço passou e recolheu nossas passagens, quando senti um aperto forte no meu braço.
A moça ao meu lado estava com os olhos negros.
"Poderá tentar começar uma vida nova, Ester. Mas não conseguirá fugir. Ela está dentro de você, e a não ser que use esta faca da maneira correta, continuar correndo é tudo o que vai conseguir."
Esse tempo todo, era eu, sempre fui eu. E infelizmente, sempre será.


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Notas finais do capítulo

O final foi alterado devido a interpretação que minha querida amiga julgou ter este meu pesadelo, se alguém também quiser compartilhar sua opinião, eu ficaria muito agradecida.



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