Haviam se passado três semanas e Edward ainda evitava contato. Nós chegamos a trocar duas palavras, quando o senhor Banner passou uma atividade em dupla, no restante o tempo ele ficava em silêncio e sentindo estar sendo observada tentava manter um comportamento normal. 

Enquanto andava pelo corredor em direção a aula de biologia visualizei Edward conversando com um garoto — Que um tempo depois descobri ser seu irmão mais velho — Emmett era muito diferente de Edward. Seu porte físico era impressionante e apesar de ser tão lindo quanto o irmão, ele não fazia questão de ser modesto e, várias garotas davam em cima dele de forma nada discreta. 

Continuei seguindo em direção a minha aula. Quando entrei parte dos alunos ainda não haviam entrado. Segui em direção a minha cadeira e tropecei derrubando minha mochila no chão. 

— Deixa que eu te ajudo — uma voz masculina soou atrás de mim.

Meu corpo inteiro congelou e meus olhos fitaram o sorriso largo de Edward. Ele rapidamente pegou minha mochila do chão e sentou em sua cadeira agindo de forma natural. 

— Obrigada — disse abismada. 

— De nada. Seu nome é Isabella Swan, certo? 

— Só Bella — o corrigi. 

— Ah. Sou Edward Cullen. Muito prazer. 

A voz dele parecia soar como música aos meus ouvidos. Por todo esse tempo eu não havia olhado diretamente o seu rosto. Evitar contato visual era o secreto para não passar por constrangimento. Olhando de perto seus olhos verdes tinham um brilho impressionante e o cabelo em perfeita ordem. 

— Desculpe não ter me apresentado antes — Edward continuou devido ao meu silêncio — Confesso que fiquei um pouco envergonhado. 

— Sério? — minha voz soou fina demais — Quero dizer. Eu também fiquei com certo receio de dizer alguma coisa. Você parecia tão distante.  

Ele sorriu. 

O senhor Banner entrou animado e contou sobre a atividade do dia. Ganharíamos um prêmio ao final do estudo sobre raiz de cebola. 

— O dia está agradável, né? — Edward comentou preenchendo o primeiro tópico da folha. 

— Na verdade eu odeia chuva — confessei olhando pela janela. 

A tempestade continuava forte e pela neblina era provavelmente que nevasse mais tarde. 

— Então por que se mudou para o lugar mais chuvoso do país? — ele questionou rindo. 

— É uma longa história — disse.

— Temos bastante tempo. Pode falar. 

Olhei para o material sobre a mesa tomando coragem para dizer. 

— Minha mãe faleceu tem algum tempo. 

Suas mãos pararam o que estavam fazendo e ele encarou meus olhos. Esse movimento singelo me deixou sem graça. 

— Eu sinto muito.

— Tudo bem. Foi um acidente de carro. Aconteceu muito rápido — informei a ele. 

— Posso entender o que você está passado. Minha mãe morreu há alguns anos. 

— Meus pêsames. O que foi que aconteceu? — questionei e completei antes que fosse tarde — Não precisa falar se não quiser.

— Tudo bem. Não tenho problemas em conversar sobre isso. Minha mãe teve câncer — Edward declara.

Por um minuto percebi o quão evidente era sua dor, apesar de estar tocando no assunto.

— Não deve ter sido nada fácil.

— Um acidente de carro teria sido melhor — seus olhos fitam o meu rosto outra vez — Me desculpa. Eu não quis comparar. 

— Não se preocupe — falei sendo sincera. 

— O quê eu quis dizer é que minha mãe sofreu muito. O câncer consumiu toda energia dela. 

Edward voltou sua atenção ao dever e eu fiquei encarando seu pescoço pálido por alguns instantes. Ele deveria ser o único nessa cidade que entenderia o que estou passando.