Black Clover: O caminho da Lua escrita por LyraHeilige


Capítulo 1
Capítulo 1: A queda




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O pai dela foi um grande mago do reino de Spade, chamado Volmond Luanova, um nobre, um dos conselheiros do reino e um dos grandes generais. Ela não lembrava dele, ele morreu quando ainda era uma criança de colo, tudo que tinha dele era uma foto que tinham os três: sua mãe Helene, o pai e ela bebê. Ela não tinha certeza de tudo que aconteceu no passado, era muito nova, só lembrava de flashes. Mesmo quando insistiam em perguntar, algumas coisas ela não sabia.

Então ela não sabia como, ou por que, mas um dia a noite, o castelo em que morava com a mãe estava muito agitado. Ela só se lembrava de ser pega no colo, sua mãe mandou que ficasse quieta, ela obedeceu e fechou os olhos, podia não entender completamente, mas sentia que era algo sério e estava com muito medo.

Quando ousou abrir os olhos, via fumaça atrás delas, o castelo estava em chamas, aparentemente a cidade toda estava um caos, a sua mãe estava correndo em direção a floresta, a mesma floresta que nunca a deixaram ir por dizer que era perigosa demais, com animais selvagens e bandidos que se escondiam por lá. Tinha sentido que sua mãe havia usado magia antes, uma de cópia. Helene havia feito algumas cópias de si mesma com a filha, ilusões magicas eram sua especialidade, apesar de não ser uma guerreira, não gostava de lutas. Ela acreditava que essas cópias dariam a ela e a filha uma chance de fugir.

Adentraram muito na floresta, Helene já estava exausta, mesmo assim prosseguiu até estarem longe o suficiente para ser seguro. Ela parou, colocou a filha no chão e se sentou aos pés de uma arvore, estava ofegante, levou algum tempo para que se recompusesse e conseguisse falar.

— Luana, preciso que me escute, não temos muito tempo. – disse Helene, a garota ficou surpresa, sua mãe pouco a chamava pelo nome, sempre era “Lua”, sabia que era sério, então ficou calada ouvindo.

— Olha, traíram nosso reino e tomaram o poder, homens maus, muito maus. Essas pessoas agora estão atrás de nós duas, porque temos sangue real, entende?

— Entendo – disse Luana, concordando com a cabeça.

— Sabia que você entenderia, é uma garota inteligente – disse Helene sorrindo –, não podemos deixar que essas pessoas nos encontrem, então temos que nos esconder, para isso, vamos seguir para oeste, em direção a Diamond, tenho amigos lá.

— Clover não é mais perto? - perguntou a garota

— É sim, mas... mas Diamond é melhor para nós, ok? 

Ela concordou com a cabeça, então sua mãe seguiu a explicação.

— Não sei até que ponto minhas ilusões vão distraí-los, eles tem bons detectores de mana, então vou te dar esse bracelete, ele vai ocultar a sua mana, certo?

— Mama tem um também?

— Sim, eu tenho um também – mentiu, ela não tinha.

Luana tinha uma mana grande, resultado de pais muito fortes, Helene não podia arriscar que sua filha fosse encontrada, ela não sabia se conseguiriam realmente sobreviver, mas ela acreditava que conseguiriam chegar. Se desse errado, porediam mudar a direção para Hage, tinha ouvido falar que o príncipe, o filho do rei, tinha sido levado para a igreja daquela vila. Infelizmente ela não pôde mandar a filha junto, mas esperava conseguir levá-la para um local seguro.

 Helene deu um pedaço de pão e carne seca para filha, além de um cantil com água.

— Durma um pouco, você está cansada também – disse a mãe sorrindo.

Lua se aninhou no colo dela e adormeceu rápido. Acordou com a mãe andando com ela no colo, ainda estava escuro, mas dava para ver que o sol estava nascendo.

Ela deu bom dia e ficou quieta, estava claro que sua mãe havia dormido pouco, parecia exausta e estava com olheiras. Luana sempre achou a mãe linda, tinha os olhos azuis da cor do céu em dias de verão, o cabelo longo e ondulado cor de palha, preso em uma trança. Estava sempre deslumbrante, sempre bem vestida, era invejada por muita gente. Luana não se parecia tanto com a mãe, se parecia com o pai, o mesmo cabelo azul-céu-noturno e os olhos cinza prateados, mas ela queria parecer com a mãe quando crescesse, ser uma mulher como ela. Agora a mãe estava com a expressão cansada, olheiras e sem nada de maquiagem, mesmo assim Luana a achava bonita, e forte.

Quando deu uma pausa para descansar e comer algo o sol já estava alto. Helene adormeceu e se acordou em pouco tempo, estava ouvindo algo ao longe se mexendo, não sabia se era impressão causada pelo cansaço ou se era real, mas decidiu que era melhor investigar.

— Lua, eu acho que tem alguém por perto, estão muito perto mesmo, pode não ser nada, mas... como eu não tenho certeza, vou investigar... olhe, vou te dar isso, para que minha coragem passe para você, preciso que se esconda, ok? Não vou levar nada. – disse Helene enquanto acariciava a bochecha da filha.

Ela tirou o colar que estava seu pescoço, um pingente em forma de lua crescente que seu marido havia lhe dado quando noivaram, e o colocou no pescoço da filha.

Luana tocou no pingente e olhou para a mãe.

— Espere aqui, volto antes que anoiteça, eu prometo. Mas, caso eu não volte, mude a direção que está indo, vá para sul, para Clover. Encontre alguma igreja e peça ajuda, entendeu?

— Entendi – respondeu a menina.

Helene transferiu boa parte de sua mana para a filha, beijou sua testa, disse “eu te amo” e depois sumiu por entre as árvores.

Luana encontrou um lugar que julgou bom e se escondeu, ficou lá parada, imóvel, chegou até a adormecer em alguns momentos. A noite caiu e sua mãe não voltava, ela estava ficando preocupada, mas não saiu de onde estava. Comeu um pouco da comida e ficou olhando para a lua, estava quase cheia, ela conseguia sentir o poder da lua, como se estivesse querendo conversar com ela, fechou os olhos sentindo o poder e adormeceu, ali mesmo encolhida entre arbustos.

Acordou com frio, já estava amanhecendo, não conseguiu mais dormir. A menina se levantou, o corpo todo dolorido por ter ficado todo aquele tempo encolhida, se espreguiçou e resolveu ir atrás da mãe, sabia a direção que ela tinha ido. “Pode ser perigoso” pensou, mas decidiu ir mesmo assim, tinha que encontrar a mãe.

Foi andando entre as árvores, algumas vezes até escalou e observou o caminho a frente, conseguia andar nelas um pouco. A impressão dela, na sua mente infantil, é que tinham sido vários e vários quilômetros de mata, quando, na verdade, havia sido pouco mais de 800 metros. Começou a ver corvos voando em bando, já tinha ouvido falar que era má sorte um bando de corvos, decidiu ir exatamente naquela direção, pode chamar de instinto ou intuição se desejar, ela só acreditava que era o que deveria fazer.

Seguiu até onde os corvos estavam, um cheiro forte de algo podre invadiu seu nariz. Teve vontade de vomitar, mas se controlou, respirou fundo, tentou se acostumar com aquele cheiro e foi se aproximando.

A cena que viu deu mais vontade de vomitar ainda. Eram pelo menos cinco homens, vestindo trajes de cavaleiros, “eles são traidores do reino” Lua pensou. “Eles que estavam nos seguindo, então...”, pensou, não teve tempo nem de concluir o pensamento.

Espantou um bando de corvos que estavam em cima de uma silhueta de vestido. Ela reconheceu imediatamente como sendo sua mãe.


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Notas finais do capítulo

Volmond significa "lua cheia" em alemão.



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