Don't Go Breaking My Heart escrita por red hood


Capítulo 2
R: you put the spark to the flame


Notas iniciais do capítulo

SEXTOOOOOOOOOOOU

Oi gente, esse capítulo era para ter saído na segunda, mas a vida simplesmente aconteceu e não consegui fazer isso, apesar de já ter o capítulo. Às vezes as coisas complicam e a gente não pode fazer nada né.
Enfim, espero que vocês gostem de saber um pouco mais da visão do Remus e o Sirius volta no próximo capítulo com muito fluffy e ~drama...

Muito muito obrigada pelos comentários incríveis e a recepção surreal que essa história teve. Fiquei toda boba, afinal admiro as histórias e a escrita de muitas que apareceram aqui ♥. Obrigada Carter, BadMinnie, Fanfictioner, kinsoq e Liv por favoritarem!

Ah, feliz aniversário Morgana! Considere esse um singelo presente, espero te divertir e fazer você rir com nosso (suposto) corno favorito!

Enfimmmmmmmmmmmmm, boa leitura meus anjos



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master playlist

 

Remus Lupin

 

Remus Lupin preferia morrer a acordar naquele momento. Com os olhos ainda pesados de sono, procurou pelo despertador na mesinha de cabeceira, mas sem muito sucesso.

Maldito dia que escolheu I Will Survive como toque para despertar acreditando que seria uma medida encorajadora pela manhã. Já que agora que a melodia animada e energética ecoava pelo quarto, ele jurava que iria enlouquecer.

Colocou os pés no chão e logo sentiu Moony se enroscar neles. Provavelmente a gata estava com fome, ou queria pelo menos um pouco de atenção do seu dono. Ela era sem dúvidas um animal bem carente, ao contrário do estereótipo que espalham sobre gatos.

Finalmente avistou o seu celular que estava carregando no chão e desarmou o maldito alarme.

Havia marcado de tomar café com Lily Evans, uma colega do doutorado, daqui há uma hora na confeitaria perto do campus da faculdade. Ele julgou que era tempo o suficiente para encontrar as suas coisas em meio às inúmeras caixas ao seu redor.

Depois de soltar um suspiro cansado, tomou coragem para sair da cama. Revisou mentalmente a sua lista de afazeres do dia, que continha se encontrar com Lily, discutir a sua revisão de tese com a sua revisora e depois voltar para casa e tentar resolver aquela bagunça que ele estava vivendo há quase dois dias. Felizmente era sexta-feira e não teria que lidar com adolescentes, enquanto ele tentava explicar sobre a Revolução Gloriosa.

Não que ele não gostasse disso. Amava lecionar e amava mais ainda a história de seu país, mas no momento tudo que queria era tirar férias. Além de estar se sentindo consumido pelos meses finais de sua pesquisa de doutorado, Remus estava de coração partido.

Havia duas semanas, 14 horas e alguns minutos que Dorcas tinha terminado com ele, fazendo-o jogar toda a sua rotina confortável para o alto. Remus gostava muito da vida que tinha. Amava acordar cedo, tomar o seu café, comentar sobre as idiotices da sessão de fofocas do Profeta Diário com a sua namorada, depois ir trabalhar, estudar e voltar para o conforto do lar deles. Repetia isso quase todos os dias, o que era bom para ele, mas pareceu não ser suficiente para ela.

Talvez ele não fosse o suficiente.

Cada vez que olhava o caos de seu quarto se arrependia mais de não ter aceitado a proposta da própria Dorcas de ajudá-lo com a mudança. Ele não poderia se sentir mais humilhado.

Eles namoravam há mais de 6 anos, e estavam morando juntos há 2. A única mudança que Remus já havia feito fora da casa dos pais, foi para a casa de sua namorada. E ele estava perfeitamente feliz com aquilo. Era tudo confortável e morno, como o gosto de seu chá favorito.

Grunhiu frustrado pensando nisso tudo, teria tempo para sofrer enquanto estivesse no banho ouvindo sua playlist. Já havia escutado as suas músicas de fossa tantas vezes que estava começando a ficar enjoado. Desbloqueou o celular e procurou por ABBA, dando play em SOS.

Amava o falo da banda ter diversas músicas tristes disfarçadas por batidas extremamente energéticas. E isso era tudo que Remus precisava: remoer o seu drama, mas ainda ter energia para fazer as suas coisas.

Caminhou até a cozinha para deixar o seu café preparando na cafeteira, e foi logo procurar uma roupa limpa na sua bagunça. O serviço de mudança ainda não havia vindo montar o seu guarda-roupa, porém felizmente sabia que as suas peças preferidas estavam na caixa próxima do banheiro.

Antes que começasse a mexer em suas coisas notou haver algo perto de sua porta de entrada. Olhou para o envelope e seu estômago gelou. Não era possível que as contas do mês já tivessem chegado, o seu pagamento definitivamente não havia caído ainda na conta e ele estava super preocupado, já que os gastos com a mudança haviam sido grandes.

Ao pegar o que parecia uma carta, observou que, na verdade, era um pendrive que estava envolvido em um papel A4. Remus observou o objeto com curiosidade e notou que nele continha uma mensagem escrita à mão, que dizia o seguinte:

Isso vai soar um tanto estranho e não sei se consigo fazer isso de uma forma que não me faça parecer um grande stalker.

Porém, quase todos os dias ouço suas músicas graças às finas paredes desse prédio e fiquei muito intrigado. Você é novo no prédio, certo?

Meu nome é Sirius, moro no 304, bem do lado, trabalho com música e gostei muito das suas playlists (principalmente as que você coloca de manhã). Considerei até colocá-las para tocar na minha loja de instrumentos.

Para tornar isso tudo menos, ou ainda mais, estranho, resolvi me apresentar com uma playlist, já que acho que o gosto musical de alguém diz muito sobre quem ela é. Então aí nesse pendrive estão as músicas que mais parecem comigo. Se gostar, me mande de volta a sua!

Enfim, espero que goste! Bem-vindo ao prédio e sinta-se à vontade de tocar Vienna todos os dias pela madrugada afora.

Att, Sirius.

 

E, no fim da página, de vermelho, tinha um número, que Remus julgava ser do vizinho.

Sirius.

Esse nome não lhe era estranho. A sua memória era ruim, mas lembrava de talvez ter estudado alguém com esse nome. Tentou pensar em algum Sirius que havia conhecido no passado, no entanto, depois de alguns minutos, acabou desistindo do novo. Devia ser algum personagem de livro, ou dos filmes de terror que Dorcas tanto amava.

Estava sem saber muito o que fazer, sentia-se lisonjeado por alguém apreciar sua playlist de fossa, mas ao mesmo tempo aterrorizado. Será que ele também o havia ouvido chorar?

Remus ficou encarando a carta por longos 3 minutos. Qual a possibilidade de isso estar acontecendo? Porém, ao mesmo tempo, era um estranho alívio saber das paredes finas do prédio, pois, no dia anterior, havia achado que tinha ficado louco ao ouvir gemidos na parte da tarde. Aparentemente algum casal estava se divertindo em um horário bem inusitado, enquanto Remus tentava corrigir os exercícios de seus alunos.

Pegou o pendrive, colocou-o em seu laptop. Dentro dele tinha uma playlist como prometido, que ele logo colocou para tocar antes de ir tomar banho. Graças às caixinhas de som plugadas em seu computador, a música ecoava por todo apartamento, de forma que podia ouvir bem Boys Don’t Cry do The Cure tocando, mesmo com o som da água correndo. 

Era uma coletânea de músicas interessantes. Talvez não fossem as escolhas usuais de Remus, mas eram sem dúvidas boas.

Sentiu um sorriso se formar quando Junk do Paul McCartney começou a tocar. Era uma música bem curtinha da batida lenta e que tinha a letra, digamos que, bem marxista. Remus simplesmente amou a escolha do vizinho. Assim que se vestiu, pegou o laptop mais uma vez e checou o arquivo que Sirius havia enviado junto com as músicas. Nele continha o motivo de ter escolhido cada canção para compor a playlist.

Remus achou aquilo incrível e começou a ler com cuidado. Ao julgar as descrições das músicas, ele conseguiu formar bem a imagem do homem e todo o seu complexo de rebeldia e leve ego inflado. Riu com o pensamento, mas era o estereótipo de quem tenta demais ser o badboy de algum filme.

Terminou a lista de reprodução intrigado. Eram 16 músicas dos mais diversos gêneros. Algumas que Remus jamais havia ouvido antes, outras que ele gostava até demais. O seu vizinho tinha um gosto interessante para canções. E, se não sabia o que fazer antes, agora então estava perdido. Deveria mandar umas músicas para ele? Ou tentar no mínimo se apresentar?

Não sabia ao certo, contudo, ao encarar o relógio, percebeu que já estava 6 minutos atrasado para encontrar Lily Evans no café. Havia se distraído totalmente com as canções.

Xingou-se mentalmente, enquanto pegava o seu casaco e a sua maleta e corria na esperança de encontrar um táxi e chegar o mais rápido possível no local.

 

*

 

— Eu pago a conta, pode deixar — Remus anunciou ofegante, assim que avistou Lily.

Ela o olhou desconfiada, logo dando um gole no que Remus presumia que era café.

— Não esperava menos — Lily respondeu, sorrindo. — E não me venha com desculpas, ontem foi noite do karaokê e mesmo assim estou aqui pontualmente.

— Você é obcecada com aquilo lá né?

Ela abriu um sorriso.

— Você deveria ir alguma vez! Tirando o insuportável do Potter, eu amo aquilo lá, único momento que não lembro que tenho poucas semanas para terminar essa droga de tese.

O comentário fez o estômago de Remus revirar. Estava tentando não surtar, mas havia alguns dias que simplesmente não conseguia desenvolver mais nada de seu artigo. Estava tentando passar esse tempo lendo mais sobre o seu tema, que era “Otia Imperialia: E a fundamentação do mito dos lobisomens na Inglaterra”, já que a antiga enciclopédia inglesa, continha espécies de entrevistas de lobisomens legítimos da época, que se assemelhavam muito com o estereótipo da lenda que existe nos dias atuais.

Remus amava o seu tema. Era a junção de duas de suas coisas favoritas: história e lendas. Porém, as coisas não estavam fluindo como ele desejava, o que o enlouquecia.

— James? James Potter? — ele perguntou, tentando fugir do tema: tese de doutorado. — A gente estudou junto quando éramos mais novos, éramos amigos até.

— Você sempre fala isso Remus, mas não entende, ele é ridículo — Lily grunhiu frustrada. — Sabe, não dá para confiar em um cara que cita James Bond a cada 5 minutos.

Remus riu.

— Talvez seja a única referência de flerte que ele conheça — o comentário fez Lily gargalhar, confirmando a mais pura verdade. — Mas admita, você ama a atenção.

Ela deu de ombros.

— Não vou negar que me divirto um pouco em vê-lo sofrer.

— Sádica.

— Mas chega de falar de mim! Vamos falar de você hoje — e essas eram as palavras que Remus menos gostaria de ouvir naquele dia. — Como vai o seu coraçãozinho?

Remus fez uma careta. Sabia exatamente do que ela queria falar: Dorcas Meadowes. Não a culpava disso, afinal, Lily também era amiga da ex de Remus e provavelmente sabia mais do que passava na cabeça de Dorcas do que ele.

— Fazia muito tempo que vocês não transavam né? — ela disse abruptamente.

— Lily! — ele a repreendeu.

Remus já podia sentir as bochechas vermelhas, e resolveu que aquele era o momento perfeito para chamar a garçonete. O seu estômago estava revirado e a sua garganta extremamente seca.

mentindo?! — ela sussurrou, enquanto olhava ao redor, certificando-se que ninguém a havia ouvido.

Remus colapsou na mesa, soltando um muxoxo cansado. Quem sabe Lily estivesse certa, a vida sexual dos dois talvez não estivesse a melhor do mundo, mas ele ainda gostava da ex-namorada, e isso que importava, certo?

Surpreendeu-se, ao pensar em gostar de Dorcas, e não em amá-la.

— Talvez tenha sido melhor mesmo, certo?  — concluiu Lily, observando a feição cansada do amigo.

Remus assentiu com a cabeça.

Quando a garçonete chegou para anotar os pedidos, ele já estava levemente mais recomposto.

Os dois ficaram ali por mais de uma hora, conversando e trocando algumas notações da matéria de História da Arte Inglesa que faziam juntos, até que tiveram que partir para encarar os seus respectivos orientadores.

 

*

 

Era 15h, quando Remus finalmente chegou em casa. Estava cansado, talvez mais emocionalmente que fisicamente.

O seu orientador não havia gostado nada do fato dele ter progredido tão pouco na escrita nas últimas semanas, no entanto, ficou feliz de ver pelo menos umas anotações e referências novas que Remus havia desenvolvido.

Não demorou para Moony recepcioná-lo com miados e ronronados. Deu atenção para a sua gatinha e logo largou a sua bolsa em cima de uma das caixas próximas da porta. Teria uma longa tarde desembalando aquilo tudo.

Momentos difíceis como esse mereciam playlists específicas, de preferência uma que não o fizesse perder a energia para continuar arrumando aquela bagunça. Tinha que aproveitar essa tarde livre, já que amanhã sem falta deveria voltar a escrever.

Plugou o seu celular na caixinha de música vermelha que ele tinha — sem dúvidas um de seus melhores investimentos. Colocou Touchy do A-ha, que vinha seguida de uma lista de canções que o faziam ter vontade de dançar e não parar quieto.

Enquanto desembalava as suas coisas e cantarolava, lembrou-se da carta de seu vizinho. Riu ao pensar se ele estaria em casa para julgar a sua playlist mais uma vez. Talvez Remus devesse ir falar com esse tal de Sirius, oferecer um bolo ou um café, afinal isso que bons vizinhos fazem, certo?

Ele não sabia bem. Cogitou enviar uma mensagem para o número que estava no fim do papel, mas ficou receoso. Odiava ser o primeiro a começar uma conserva, o seu cérebro ansioso parecia explodir.

Foco na mudança, ele falava para si mesmo. Logo logo, funcionários da transportadora chegariam para ajudá-lo com a montagem de seu guarda-roupa.

Prosseguiu guardando o que podia, até que a campainha tocou. Não demorou menos de 20 minutos para o serviço ser feito e Remus poder, finalmente, arrumar as suas roupas.

O sol já estava se pondo quando Remus conseguiu esvaziar e guardar tudo de sua sala. Só restava agora as suas roupas, a parte que ele mais odiava arrumar. Dorcas costumava dizer que um dia não encontraria o próprio namorado — agora ex — no meio da bagunça que era o guarda-roupas dele.

Dorcas.

Queria poder mandar uma mensagem para ela agora, mostrar como estava orgulhoso de ter arrumado quase tudo com tanta rapidez. Talvez sentisse falta da amizade dela. Remus era um homem de poucos amigos.

Deitou-se na cama e Moony logo o acompanhou, aninhando-se ao seu lado. Não resistiu em tirar uma foto dela e postar em seu Instagram, que por acaso se resumia em fotos aleatórias e de sua gatinha.

Trocou as suas músicas agitadas por uma coletânea mais suave. Procurou em sua biblioteca por músicas que ele julgava transmitir a essência dele. Havia ficado com a playlist de Sirius o dia inteiro na cabeça e, se ele era mesmo como ela, Remus estava mais do que afim de conhecê-lo.

Seria bom ter um amigo no prédio, afinal só havia encontrado uma moça simpática na portaria, mas estava tão apressado que nem lembrou de perguntar o nome dela.

Passou a próxima hora inteira escolhendo as músicas que hipoteticamente mandaria para Sirius. Acabou com uma lista de 8 canções que estranhamente combinavam muito com a sua personalidade.

Então, logo entrou no aplicativo de mensagens e procurou pelo nome de Sirius, que ele havia salvado o número como “Sirius (vizinho 304)”. Respirou fundo e enviou simplesmente o link.

Para a surpresa de Remus, não demorou para receber uma resposta.

Sirius (vizinho 304)

aaaaaaaaaaaaaaaaaa

só porque não estou em casa :((

ansioso para ouvir

 

Remus se pegou sorrindo para as mensagens.

 

Lupin

Espero que goste

Gostei muito das suas : )

 

*

 

O celular de Remus estava apoiado em cima da mesa da biblioteca e vibrava sem parar. Ele tentou disfarçar tirando-o dali e colocando em seu bolso, mas já era tarde demais, Lily já o encarava com um sorriso desconfiado.

— Você não vai responder o novo amor da sua vida? — Lily provocou. Apesar do tom zombeteiro, ele sabia que ela estava levemente irritada com as constantes interrupções. — A pessoa parece que está prestes a morrer.

Remus deu um sorriso amarelo e logo desbloqueou o aparelho. Desde o dia que mandara a primeira mensagem para o vizinho, eles não haviam parado de trocar indicações por nem um minuto.

Além disso, descobrira na pele como as paredes do prédio eram finas. Já havia quase se habituado com os estranhos sons que era obrigado a ouvir dos momentos íntimos dos moradores ao lado, mas agora ficava extremamente agradecido quando esses eram abafados por qualquer rock mais pesado que Sirius estivesse afim de ouvir naquele momento. Remus definitivamente não estava acostumado a ouvir Kiss o tempo todo, ficava até feliz quando os acordes pesados de Young And Wasted começavam e se misturavam com a voz do vizinho que gritava com tanta veemência quanto o vocalista da banda. Não poderia negar que estava adorando a situação.

Em alguns dias havia descoberto muito sobre aquele homem. Ele o havia contado que tinha uma grande loja de música no centro de Londres, que coincidentemente, Remus passava em frente quase todos os dias. Também descobrira que Sirius tinha uma banda, em que ele era o baixista, apesar de saber tocar bateria e guitarra também.

E Remus, por outro lado, havia compartilhado que era professor de História e estava prestes a terminar o seu doutorado. A sua vida, ao contrário da do vizinho, não era muito interessante e não passava de uma grande e pacata rotina.

Mas, em geral, as mensagens consistiam em compartilhar álbuns e mais álbuns de seus cantores favoritos, além de playlists para todos os momentos. Remus havia até feito uma para a loja de Sirius.

E desde de manhã estavam discutindo sobre a discografia dos ex-Beatles. Assunto delicado e Sirius não havia poupado palavras para defender que o Band On The Run era o melhor álbum do Wings, a breve banda de Paul McCartney, assim que os Beatles terminaram. Enquanto Remus afirmava que My Love por si só fazia com que Red Rose Speedway fosse o melhor, o que pareceu não ter agradado muito o músico.

Sirius (vizinho 304)

você se diz romântico, mas gosta dessa música pelo “and my love does it good” (17:45)

wo-wo-wo-wo wo-wo-wo-wo (17:45)

olha isso! e eu que sou o escorpiano daqui sabe... (17:46)

 

— Você está corando — a voz de Lily o tirou de seus pensamentos.

— Não estou não — Remus respondeu vergonhosamente rápido.

— Seu namorado te enviou o que dessa vez? Uma nude?

Agora era inegável o rubor em suas bochechas.

— Ele é o meu vizinho! — Remus exclamou em um tom defensivo.

Ela abriu um largo sorriso.

— Humm, então você anda trocando nudes com o seu vizinho? — Lily provocou, logo rindo histericamente, provavelmente por causa da expressão envergonhada do amigo.

Remus precisava medir melhor as suas palavras perto dela.

— Ele só é uma espécie de... amigo — explicou, soltando um profundo suspiro. — Trocamos playlists e é isso.

Acabou poupando-a da longa explicação de como tudo aquilo havia começado, pois estava sem energia para ouvir os comentários afiados dela.

— Fico feliz que você já tenha seguido em frente — ela comentou alisando o braço do amigo. — Não dá pra ficar alisando os chifres pra sempre.

— Lily!

— Desculpa, eu sei que ela não te chifrou, mas não podia perder a piada — as gargalhadas da ruiva estavam começando a chamar atenção das outras pessoas ao redor. — Agora será que tem como a gente voltar a escrever? Temos uma meta a bater hoje Sr. Remus Lupin.

Antes que pudesse responder alguma coisa, Madame Pince chamou atenção dos dois, pedindo que ficassem quietos, afinal, aquilo era uma biblioteca.

 

*

 

Lily e Remus pararam de escrever depois de umas 3 horas, quando ambos não aguentavam mais olhar para os seus artigos. Contudo era sem dúvidas prazerosa a sensação de ter avançado tanto em seu tema, depois de algumas semanas sem conseguir completar uma linha.

Estava contente com a tarde produtiva e nem o metrô lotado mudaria o seu humor, muito menos ainda ter que encarar uma fila gigante no mercado antes de voltar para casa.

Okay, talvez chegar no mercado e perceber que tinha esquecido as suas sacolas retornáveis o deixassem um pouco chateado. E dessa vez não tinha nem opção, precisava urgentemente comprar comida para Moony e para ele mesmo, já que havia deixado os armários esvaziarem por completo.

Enquanto estava esperando por sua vez no caixa, resolveu checar o celular.

Sirius (vizinho 304)

Conseguiu terminar de fazer o que seu revisor pediu?

 

Lupin

Felizmente, e agora estou morrendo de fome

 

Sirius (vizinho 304)

quer jantar comigo? to indo pro apê agora, posso levar alguma coisa!

ai deixamos de ser apenas webamigos que moram no mesmo prédio ;P

Remus encarou as mensagens por longos segundos sem saber o que responder. Se ele pensasse demais naquela situação, tudo envolvendo o vizinho havia acontecido de forma um tanto inusitada e nada convencional. Parte dele dizia que aquela era uma boa ideia, afinal, depois de pouco tempo de conversas ininterruptas pelo celular, sentia que Sirius já era um amigo próximo. Mas, ao mesmo tempo, a sua consciência martelava que eles dois haviam tido a introdução mais creepy e digna de filme de psicopata.

Respirou fundo, iria enlouquecer se ficasse passando toda essa situação em sua mente.

Resolveu por hora ignorar as mensagens, postergando ter que se decidir em qual seria a resposta mais apropriada.

Pagou pela comida e foi caminhando para o seu apartamento. O mercado não era muito longe de seu prédio.

Ao chegar, abriu a porta com dificuldade, enquanto equilibrava todas suas compras nas irritantes sacolas de papel que havia conseguido. Antes que pudesse fechar a porta quase jogou tudo para o ar ao ouvir o som de um latido.

Era muita falta de sorte para uma pessoa carregar.

Moony viu o animal e, como a gata atrevida que era, saiu correndo porta afora, provavelmente para provocá-lo. O cachorro era pinscher de algum vizinho que ele desconhecia. Era um senhor barbudo e de cabelos grisalhos, que tinha em seu rosto um misto de pavor e raiva, já que Moony atacava seu pet sem dó, mas ele também não podia fazer nada já que provavelmente se machucaria também.

Remus achava que ia desmaiar. Mal havia chegado no prédio e já seria o vizinho da gata desequilibrada. Largou as compras no sofá de qualquer jeito e voltou correndo para o corredor.

Para a sua surpresa, mais um elemento havia se inserido naquele caos, talvez trazendo até a paz. Um homem de cabelos pretos que iam até os ombros agora segurava a sua gatinha enquanto dava petiscos a ela.

Jamais vira uma cena daquelas, já que Moony, muitas vezes nem o colo de Remus aceitava. Antes que pudesse dizer algo e recolher o seu animal de volta pra casa, o, até então, estranho o olhou intrigado e, como se um gatilho houvesse sido disparado, observou Remus e exclamou:

— Moony?!


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Notas finais do capítulo

CHEGAMOS AQUI HIIIIII

Que doidera né gente?
Depois de concordarmos todas que um banho de 6 minutos é um tempo ideal e às vezes até curto, venho com mais um questionamento pra vocês: se o Remus finalmente aceitar ir no karaokê o que vocês acham que eles cantariam? Eles fariam um dueto?

E para quem gostou da interação jily do primeiro capítulo tenho boas notícias... teremos um spin off, com direito a detalhes da primeira apresentação deles ♥

Enfim! Me digam o que acharam do capítulo, o próximo é enoooooooooooorme, boa sorte para vocês e para mim kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk



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