Paz Na Sua Violência escrita por Tricia


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Arrumando minhas coisas me deparei com esta historia inacabada e pensei que talvez fosse uma boa ideia dar outra chance a ela e um final, alem da possibilidade de ser vista.
Espero que gostem
Boa leitura



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Minha mente ainda está turva
Você ainda está aqui
No fundo do meu coração
Meu coração dói
Até mesmo agora

— É verdade o que o Robbie me disse?! – as palavras praticamente pularam para fora da boca de Beck quando a porta fora aberta por Tori, o sorriso amigável sumindo em uma fração de segundos do rosto da garota que virou procurando o amigo de óculos citado sentado no sofá vermelho junto com André.

— Robbie – a morena exaltou ao mesmo tempo que André – Por que fez isso?

— Eu não funciono bem sob pressão! – defendeu-se ele com os braços erguidos em sua defesa.

— Pisou na bola cara – André disse levantando e indo para cozinha, voltando rapidamente com um copo de limonada rosa. Aquilo parecia nunca faltar na casa dos Vega.

— Só ele – observou Beck enquanto entrava na residência da amiga – O que estavam pensando quando fizeram isso?

Oliver olhou um a um do trio de amigos aguardando uma resposta que acabou vindo de André.

— Pensamos que a Tori merece justiça, não foi certo o que a Jade fez com ela!

— Vocês não tem certeza se foi mesmo ela.

— Na verdade a gente tem sim – Rex rebateu – Foi a Jade.

— Pode não ter sido ela – ponderou com um suspiro cansado fitando André na esperança de talvez conseguir trazer algum indicio de consciência moral e, pelo fato de saber que a ex-namorada não o tratava constantemente mau. Na verdade ate os classificava como amigos. Ou algo muito próximo disso, tinha certeza.

— Foi mau cara, mas você mesmo sabe que a Jade armou para cima da Tori mais de uma vez.

E como ele sabia.

— Só queremos uma confissão dela – Tori explicou.

— E para isso entraram no quarto dela e estalaram uma câmera? – perguntou com ironia encarando a amiga que encolheu os ombros desviando o olhar.

— Não sabíamos mais o que fazer. É a jade – a garota argumentou exasperada.

— Vocês estão invadindo a privacidade dela.

— E nós vamos tirar antes que ela descubra e arranque nossas peles – as palavras do Shapiro vinham acompanhadas de um medo que Beck julgou como mínimo se comparado ao que poderia esperar da raivosa Jade West.

Ela certamente iria atrás de cada um lentamente para saborear o medo que o restante teria durante o processo.

— Como conseguiram entrar na casa dela?

— Você não vai querer saber.

— Não mesmo – Tori concordou com as palavras de André.

Maneou a cabeça.

— Pessoal, a jade chegou – Robbie gritou chamando a atenção de todos para o notebook.

Tori e André foram para o sofá ao lado do rapaz que mantinha o notebook no colo.

Meio a contra gosto Beck ponderou entre ligar para a ex e contar tudo – mesmo sabendo internamente que ela não o atenderia –, dar as costas e ir embora fingindo não saber de nada ou ficar e saber o resultado da tremenda burrice dos amigos em entrar na toca do dragão sem armadura ou escudo.

De qualquer maneira já estava ali, já sabia um pouco e estava curioso sobre como as coisas estavam indo com a ex-namorada, portanto, Beck ficou.

Sentou no braço do sofá, perto de Robbie vendo o quarto de paredes escuras e aspecto mórbido que tanto agrada Jade.

A morena surgiu tirando as botas com desdém, seguido pela jaqueta de couro vermelha e por fim deixando o corpo cair na cama de casal do quarto.

— Ela parece irritada – Tori comentou.

— Quando é que ela não ta? – Rex rebateu.

— Eu vou ligar para ela e ai vemos a reação dela – Tori avisou já buscando o número da morena em sua lista de contatos.

Minutos se passaram enquanto esperavam alguma movimentação de fato acontecer. A porta foi aberta e sem cerimonia um rapaz adentrou o quarto com o aparelho tocando incessantemente.

É o seu celular— ele informou balançando o objeto – É uma tal de Estupida Tori.

— Joga em qualquer lugar, uma hora ela vai cansar— Jade disse sem se mexer na cama.

— Quem é esse cara? – André deu voz a duvida que pairava na cabeça de todos ali.

— Xingar alguém talvez melhore o seu humor— o desconhecido comentou como quem não quer nada olhando a tela do aparelho brevemente — Ela tem cara de quem chora depois de brigar com alguém.

— Eu não choro – a Vega defendeu-se.

— Não estou a fim de brigar com ela hoje.

— Tem certeza?

A morena levantou o corpo ficando sentada com uma expressão que o grupo bem conhecia capaz de fazer qualquer um tremer na base.

— Se livra disso.

 Acatando o “pedido”, o rapaz jogou o aparelho dentro de uma das gavetas da escrivaninha escura e puxou a cadeira de rodinhas para sentar, apoiando os pés na cama sem se importar em tirar os tênis que usava.

— Quem é esse cara? – Robbie repetiu a pergunta.

— Talvez seja algum parente – Tori chutou movendo o olhar para o único amigo que poderia saber – É familiar para você?

— Não – tirando os pais, irmão e uma tia estranha, Beck realmente não poderia assumir ter tido um grande contato com os West. Sempre tão reservados e ocupados que não surpreendia tanto o fato da ex ter tanta dificuldade em pedir ajuda quando precisava. Ela sempre tivera que se virar sozinha na maior parte da vida pelo que sabia.

O rapaz pegou uma das tesouras da mesa, rodando no dedo como Jade quase sempre fazia. O mesmo tipo de confiança emanando como se não fosse se machucar ou machucar alguém, se não quisesse por acaso o fazer de proposito.

— Eles tem que ser parentes – André afirmou maneando a cabeça para o gesto feito pelo desconhecido.

Do outro lado, alheios aos espectadores curiosos o rapaz tornou a falar:

— Eles estão lá embaixo falando de você nesse momento.

— Não dou à mínima.

— Não foi bem o que pareceu.

— E o que pareceu?— a morena perguntou trincando os dentes visivelmente irritada com o rumo que a aquela conversa estava indo.

— Que você pularia no pescoço da minha mãe a qualquer momento por falar do seu ex-namorado— o cara soltou uma risada anasalada. O grupo que os assistia prendeu a respiração simultaneamente.

— Talvez eu devesse ter o feito.

Se aquilo deveria ter incomodado o desconhecido, não o fez, visto que o pequeno sorriso maquiavélico que se formou no rosto da West acabou sendo retribuído por um bem-humorado do rapaz que maneou a cabeça novamente parando de rodar a tesoura.

— Isso é estranho. Se você parar por um momento para conversar com alguma ex minha, elas certamente vão detonar a minha imagem sem dó nem piedade, mas você é a primeira ex que esta mais que disposta em defender a do seu. Vocês por acaso voltaram?

— Não— a resposta veio rápido e um pouquinho exaltada, o tipo de reação que Beck sempre achou fofo.

— Então por que o defendeu?

— Porque eu quis.

O rapaz bufou. Beck conteve a vontade de rir limitando-se a apenas sorrir minimamente.

— Porque você gosta dele. Se isso é alguma estratégia para voltar futuramente com ele não vai dar certo já que o que sua família pensa não é importante para ele.

— Eu sei— o sorriso maquiavélico foi embora dando lugar a um pequeno, contido que não chegou aos olhos da morena, ao mesmo tempo que ela recolhia as pernas para cima da cama — Eu gritei, ele gritou e algo se quebrou feio dessa vez e não sei se da para consertar. A única coisa que sei é que independente disso não posso fingir que ele seja um canalha maldito, ou um delinquente sem futuro como eles disseram, entre outras coisas.

— Como eu quero vomitar depois de ouvir isso— o cara zombou com uma careta que fez a morena soltar uma risada franca e pouco ouvida pelo grupo que assistia do outro lado. Apenas Beck e talvez Cat ocasionalmente conseguiam admirar tal momento — Nem parece uma West falando.

— Você é um West e foi quem quis começar essa conversa idiota.

— Já to arrependido!

Gritos soaram seguidos pela porta se abrindo novamente e um garoto, esse Beck pode reconhecer como sendo o irmão mais novo de Jade, entrando chamando os dois em busca de socorro na sala de jantar e logo saindo.

— Eu posso não ter voado no pescoço da vadia da sua mãe, mas acho que a minha foi — a morena comentou rindo sendo acompanhada por ele.

O rapaz levantou indo ate a escrivaninha e tirando o celular agora silencioso e jogando para a garota.

— Você pode tentar consertar— o rapaz aconselhou, mas em resposta a morena maneou a cabeça negativamente.

— Não dessa vez, Ryan.

O rapaz comprimiu os lábios.

— Eu posso ligar por você.

— Ele deve estar com os amigos ouvindo os lamentos de Tori sobre ter sua peça arruinada... e me culpando.

— E você é culpada?

— Pior que não.

— Já disse isso pra eles.

— Eles não acreditam em mim e não vou tentar faze-los acreditar.

O rapaz se aproximou lentamente de Jade apoiando uma mão no ombro da garota e se aproximando o suficiente para plantar um beijo na testa da mesma que apenas fechou os olhos. Se havia algo para dizer por qualquer um dos que assistia a cena, as palavras haviam desaparecido antes de chegar em suas bocas pela surpresa em “presenciar” a pequena cena de fragilidade que não estavam acostumados a lidar.

— Se mudar de ideia sobre ele e quiser alguém pra bater nele é só me chamar— Jade revirou os olhos e Ryan se afastou — Vou ver o que da para fazer lá embaixo.

Ryan saiu do quarto deixando uma Jade ainda sentada na cama por breves minutos ate esta se levantar brevemente pegando os fones e um caderno de desenho e retornando a cama se acomodando e começando a puxar risco atrás de risco no papel enquanto cantava uma música.

— Eu não sei vocês, mas eu to começando a acreditar nas palavra dela pessoal – André foi o primeiro a falar algo do outro lado ainda assistindo à morena distraída cantando uma musica que nunca  ouvira na vida.

 – Eu também – Robbie disse seguido por seu fantoche.

— Eu não.

— O que você acha, Beck? – Torci questionou o amigo que em momento algum soltava alguma palavra.

— Eu não sei de nada.

Absolutamente nada.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado deste começo
A letra mostrada no começo da capítulo é "Another Day"
Até o próximo capítulo
Bjs



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