New Moon - A outra Swan escrita por Liz Black, Alina Black


Capítulo 8
Perdida




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Eu não conseguia me mexer, meus braços e pernas tremiam e eu não sabia como ficar novamente de pé, minha mente não conseguia superar o medo, o pavor nem a confusão, eu não entendia o que acabara de testemunhar.

Bela me ajudou a ficar de pé com dificuldade, cambaleando, embora o vento soprasse inofensivo por mim, eu tropeçava de pânico, quando dei por mim eu corria direto para as árvores. Eu não prestava atenção por onde seguia, concentrada apenas no motivo de minha fuga, e quando me recuperei o bastante para me lembrar de Bela , eu estava perdida.

 Com as pernas trêmulas, ignorando o fato de que minha atitude era inútil, eu o segui pela floresta buscando encontrar Bela, mas o sinal de sua passagem desapareceu de imediato. Não havia pegadas, as folhas estavam imóveis de novo, mas avancei sem pensar. Não podia agir de outro modo. Precisava continuar em movimento, se os lobos ou o homem aparecessem minha vida estaria acabada.

Andei e andei, a paisagem começou a se tornar mais escura enquanto eu avançava bem devagar pelo denso bosque, com certeza haviam se passado horas. A floresta parecia a mesma, independentemente da distância que eu percorresse. Comecei a me preocupar que estivesse andando em círculos, um pequeno círculo, mas continuei andando, tropecei algumas vezes a medida que escurecia pois ficava difícil de enxergar meus próprios pés.

Por fim, dei uma topada em alguma coisa agora estava escuro, eu não fazia ideia do que prendera meu pé e caí. Rolei de lado, para conseguir respirar, e me enrosquei nas samambaias úmidas.

Os poucos segundos deitados ali tive a sensação de que se passara mais tempo do que eu percebera. Não conseguia me lembrar de quanto tempo se passara desde o anoitecer. Será que ali era sempre tão escuro à noite? Com certeza, como sempre, alguns feixes da luz do luar entrariam pelas nuvens, através das frestas no dossel das árvores, e encontrariam o chão, eu me levantei calmamente e senti o arder em meus joelhos, olhei para o céu estava completamente negro, mas eu sei que havia algo ali, uma lua nova.

A fome, o cansaço, o medo, a sede, o frio, tudo começava a me vencer, eu senti as pequenas gotas de chuva que passavam entre os galhos das arvores e procurei abrigo.

Algum tempo depois, a chuva me acordou. Não acho que eu realmente tenha dormido; só me perdi num estupor sem pensamentos, prendendo-me com todas as forças ao torpor. A chuva me incomodava um pouco. Era fria. Soltei os braços que envolviam as pernas para cobrir o rosto.

De repente, houve outro som, assustadoramente perto. Uma espécie de fungada um ruído animal. Parecia grande, a imagem dos lobos surgiu a minha mente e o medo me dominou, me levantei usando o restante de minhas forças me apoiando em uma arvore, a chuva continuou e eu podia sentir a água empoçando em meu peito. Estava tentando reunir forças para virar a cabeça quando ouvi novamente um novo ruído, algo caiu ao meu lado e quando finalmente eu consegui virar meu rosto na direção do que havia caído o pavor me dominou ao ver o corpo de um homem ensanguentado.

O meu grito se prendeu diante do meu pavor.

Eu corri novamente movida pelo pavor, tropeçando repetidas vezes até cair e não conseguir mais me levantar, o vulto passou a minha frente e eu apenas chorei apavorada.

— Não chore! A voz do homem, o mesmo homem que eu havia visto cedo antes dos lobos aparecerem soou melodicamente em meus ouvidos.

— Fica longe de mim...

— Onde está a Bela? Ele perguntou tocando uma mexa encharcada do meu cabelo.

— Não..não está aqui!

Ele sorriu e seus olhos vermelhos brilharam naquela escuridão – Eu prometo que não vai doer!

O homem se levantou antes que eu piscasse meus olhos pegou o corpo morto do chão sem dificuldades e se aproximou, só então percebi que o homem não estava morto, seus olhos estavam semiabertos – Você será a sobremesa! O homem falou em um tom que me causou arrepios e em seguida sua boca cravou no pescoço do homem dilacerando suas veias.

Meus olhos arregalaram-se, aterrorizada, desesperada.

Alguém gritou meu nome. O grito era abafado, amortecido pelas plantas úmidas que me cercavam, mas sem dúvida era meu nome. Não reconheci a voz. Meus lábios se moveram na intenção de responder, mas as mãos do homem tocaram meus lábios e eu enrijeci.

Então que ouvi o chamado mais uma vez. Agora estava mais distante, e parecia que várias vozes me chamavam ao mesmo tempo. O homem me olhou e em seguida murmurou – Inferno! houve outro som, assustadoramente perto.

O homem saltou para trás se afastando de mim em uma nova tentativa de fuga, eu reconheci o som e os ruídos entre as samambaias, eram eles, os lobos haviam voltado, eu gritei, gritei o mais alto que conseguia e novamente corri.

Algo se moveu no arbusto mais próximo me fazendo parar, dei dois passos para trás, e fechei os olhos,— É um pesadelo, é um pesadelo, você vai acordar Nessie, você vai acordar – murmurei e assim e quando o ruído aumentou novamente a voz grave e conhecida, falou meu nome, porém não chamava meu nome para me procurar, mas porque havia me encontrado.

— Nessie!

Olhei para cima, ele parecia incrivelmente alto, para a face escura que agora podia ver acima de mim. Eu tinha vaga noção de que o estranho só parecia tão alto porque minha cabeça estava no chão. — Nessie graças a Deus!

— Jake! Murmurei. Seus olhos escuros me avaliaram por um segundo, depois ele deu de ombros. Num movimento rápido e flexível, me tirou do chão e me colocou nos braços.

 Eu encostei a cabeça em seu peito e fechei os olhos enquanto ele andava rapidamente pelo bosque úmido, não pareceu ter passado muito tempo até que houvesse luzes e o balbuciar grave de muitas vozes masculinas — Eu a encontrei! — gritou ele numa voz de trovão. O balbuciar cessou, depois recomeçou com mais intensidade. Um redemoinho confuso de rostos se moveu acima de mim. A voz de Jacob era a única que fazia sentido no caos, talvez porque meu ouvido estivesse encostado em seu peito.

— Não acha melhor a levarmos para um hospital? Ela pode estar ferida.

— Nessie, querida, você está bem?

Esta era uma voz que eu reconheceria em qualquer lugar — mesmo distorcida, como agora, de preocupação. — Pai? — Minha voz parecia estranha e fraca.

 — Estou bem aqui, garota.

Houve um remexer embaixo de mim, seguido pelo cheiro de couro da jaqueta de xerife de meu pai. Charlie cambaleou com meu peso.

 — Eu a levo Charlie — sugeriu Jacob.

— Eu a levo — disse Charlie, meio sem fôlego.

Ele andou devagar, com esforço, havia luzes em toda parte, carregadas por uma multidão que andava com ele. Fechei os olhos.

Quando eu novamente os abri eu estava em minha cama, eu reconheci as vozes de Bela, Charlie e Jacob, mas havia uma diferente ,um homem de uma sobrancelha grisalha erguida e as rugas da testa mais fundas me examinava, sua mão quente tocou minha testa e os dedos pressionaram a face interna de meu pulso. Observei seus lábios enquanto ele contava consigo mesmo, os olhos no relógio.  

— Você se perdeu no bosque? — Ele perguntou.

Concordei com a cabeça, Charlie que estava mais perto se inclinou para ouvir minha resposta.

— Sim — sussurrei. — Eu me perdi.

O médico assentiu, pensativo, os dedos sondando delicadamente as glândulas sob meu queixo. O rosto de Charlie enrijeceu — Ela está bem é só exaustão. Deixe que ela durma e voltarei amanhã para vê-la.

Charlie concordou com a cabeça e então novamente eu vi, estava muito maior do que no dia que eu o havia visto pela ultima vez, Jacob se ajoelhou ao lado da minha cama e deu um sorriso com o canto dos lábios, Bela se sentou do outro lado e tocou meus cabelos suavemente – Me desculpe! Murmurou ela.

Olhei para Jacob e ele manteve o seu olhar fixo em mim, sua mão grande e quente se aproximou da minha e a colocou cautelosamente com a palma virada para baixo sobre a sua.

Eu fechei novamente os olhos, dessa vez eu não consegui mais abrir.


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Notas finais do capítulo

Próximo capitulo teremos o primeiro POV do Jacob.



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