New Moon - A outra Swan escrita por Liz Black, Alina Black


Capítulo 14
Livro 3 - Carlie: No que eu devo acreditar?




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Eu corria pelo bosque, ao meu lado os grandes lobos também corriam, mas logo eles se afastaram alcançando o homem dos dreads nas árvores e massacrando como fariam com uma pessoa normal, a cabeça do homem rolou parando diante dos meus pés, eu apenas sorri, sorri olhando para os lobos, o lobo de pelos cobre quase que vermelhos se aproximou, meus braços se estenderam na intenção de toca-lo.

Meus olhos se abriram. Eu estava na minha cama, em meu pequeno e confortável quarto.

A imagem do homem dos dreads devorando o mochileiro como um animal faminto por sangue se misturou a imagem dos lobos atrás dele, eu respirei fundo, lembrei que Bela havia falando com aquele homem como se ele fosse um conhecido dela, lembrei de toda a conversa, os nomes, Cullens, James, Victoria, Laurent, era assim que ele se chamava, meus olhos se fecharam e meus punhos cerraram.

Me levantei da cama decidida a saber a verdade, todo o pesadelo da tarde e noite anterior começava a fazer um pouco de sentindo para mim, eu nunca havia acreditado na historia da fuga de Bela e de seu suposto tropeço que a levou a ficar dias desacordada em um hospital, eu estava decidida, eu tiraria a verdade dela.

A porta do meu quarto se abriu e Bela entrou com uma bandeja nas mãos

—  Eu estou tão mal assim? Murmurei enquanto ela se aproximava da minha cama.

Bela sorriu timidamente — É um café de desculpas.

— Pelo que? A fitei me sentando na cama novamente.

— Por ter tido a ideia do passeio no bosque ontem.

—Hm... eu murmurei pensativa por alguns instantes — É verdade a ideia foi realmente sua, mas você não esperava que encontrássemos seu amigo dos dreads.

Bela suspirou, eu senti o enrijecer em seus ombros, o semblante pensativo denunciou que ela procurava uma boa desculpa — Sobre isso...

— Bela eu quero a verdade! A interrompi.

— Do que está falando? Ela sorriu novamente.

— Ontem eu vi um homem se mover tão rápido quando os personagens dos quadrinhos! Respondi.

— Nessie...

— Ele estava lá, estava lá quando eu estava sozinha! Olhei em seus olhos fixamente e ela recuou — Lembra do mochileiro que sumiu?

Bela me olhou com desconfiança — Nessie você passou por um estresse muito grande...

— O cara chamado Laurent o jogou na minha frente — Falei me levantando e me aproximei dela — ele o carregou com um só braço, ele o jogou a minha frente e o degolou com os dentes! Terminei a frase com um tom de voz mais exaltado, em seguida respirei fundo — eu quero a verdade.

— Ninguém vai acreditar em você! Ela falou me olhando seriamente.

— Tem razão! Eu concordei com a cabeça me afastando dela —Eu vou falar com o Charlie, contar detalhes que talvez você não tenha contado a ele, falar que estávamos no bosque e que um psicopata apareceu e supostamente está atrás de você porque os Cullen devem...

— Chega! Ela falou com um tom alto de voz, em seguida ela suspirou — Talvez seja melhor você saber, eu acabei envolvendo você nisso.

Eu me sentei na cama e peguei o copo de suco da bandeja — Sou toda ouvidos.

Bela suspirou novamente — Você vai achar essa história absurda, mas Laurent é um vampiro.

A olhei de forma firme deixando o copo sobre a bandeja — Entendi! Balancei a cabeça.

Ela sorriu — Acha que estou mentindo.

— Não! Eu respondi —Estou tentando manter minha sanidade saudável! Em seguida voltei a olhar a bandeja — Eu estou com medo! Confessei — Eu nunca havia visto nada parecido, aquilo foi...

— Assustador? Bela murmurou.

— Sim! Eu confirmei — Onde seu ex-namorado se encaixa nisso?

Edwardéumvampiro!  Bela respondeu. Eu comecei a rir.

— Ta bom! Ela se sentou a minha frente — O cara dos dreads é um ex meu e ele nunca aceitou meu romance com Edward e agora ele está com ciúmes, do Jacob.

Eu gargalhei — A história dos vampiros é mais convincente.

Bela me lançou um olhar de incompreensão — Você não está com medo, desesperada, não vai me perguntar como podemos matá-los?

— Eu estou, mas eu consigo lidar com isso! Respondi — Mas, onde está o Edward?

— Eu não quero falar disso! Ela se levantou.

— Isabella Swan, você me envolveu nisso, então agora eu preciso saber de tudo da história toda desde o início, eu preciso saber o que me espera para que eu possa me proteger disso.

Bela riu — Não temos como nos proteger.

— Isso tem a ver com os Cullens?

— Tudo bem, vou contar tudo a você! Ela se levantou trancando a porta e em seguida se sentou à minha frente.

Não sei o tempo em que gastamos conversando, a cada minuto a história contada por Bela parecia mais maluca, mas eu precisava acreditar, precisava me agarrar em respostas para o que eu havia visto na noite anterior, ou eu começaria a acreditar que eu estava louca, quando a conversa terminou Charlie batia na porta do quarto achando estranho o fato de estarmos trancadas a tanto tempo sozinhas, Bela o abriu e apenas explicou que estava se desculpando comigo.

Apesar de Charlie parecer desconfiado ele acabou acreditando.

Após fazer minha higiene matinal eu desci para a sala, Bela já estava sentada no sofá então eu deduzi que agora vinha a parte em que teríamos que ouvir o sermão de Charlie.

Então vamos lá – Ele falou sentando-se no sofá a nossa frente – Eu deixei essa conversa para hoje porque sabia que ontem vocês duas estavam muito abatidas, eu quero saber o que estavam fazendo no bosque?

— Estávamos fazendo trilha — Bela admitiu.

Charlie cruzou os braços. — Pensei ter lhe pedido para ficar longe do bosque. — É, eu sei. Não se preocupe. Não vou fazer isso de novo – Bela respondeu novamente.

Charlie pareceu pela primeira vez realmente olhar para mim. — O que aconteceu? — perguntou Charlie.

Outra vez decidi que a verdade, ou parte dela, era a melhor opção. Eu tinha que parecer um pouco abalada após ter passado uma noite perdida na flora e a fauna. — Eu vi um urso. — Tentei dizer isso com calma, mas minha voz estava aguda e tremia. — Mas não era um urso... Era uma espécie de lobo. E eles são cinco. Um preto, grande, um cinza, um castanho-avermelhado...

Os olhos de Charlie ficaram arregalados de pavor. Por um breve instante achei ter exagerado.

— Lobos — murmurou.

— O quê?

 — A guarda florestal disse que os rastros não eram de um urso... Mas os lobos não podem ser tão grandes...

— Esses eram imensos – Bela Afirmou.

— Quantos você disse que viu?

 — Cinco.

Charlie sacudiu a cabeça, franzindo a testa de ansiedade. Enfim, falou num tom que não permitia questionamento. — Chega de fazer trilha.

— Tudo bem — prometi fervorosamente.

Charlie ligou para a delegacia para relatar o que eu vira.

Bela mentiu um pouco sobre o local exato onde vira os lobos alegando que estavamos na trilha que levava ao norte, eu sabia que ela não queria que Charlie soubesse o quão distante havíamos entrado no bosque contra a vontade dele e, mais importante, não queria que ninguém andasse por onde Laurent pudesse estar procurando por ela, ou seria por nós duas agora?

O telefone tocou e Charlie se levantou novamente atendendo – É o Jacob! Ele falou com um semblante de confusão, Bela se levantou porém parou assim que ele olhou para mim – Ele quer falar com você.

Olhei para a Bela e me levantei caminhando até Charlie — Ele me encontrou ontem, vai ver que o agradecimento! Murmurei pegando o telefone.

— Oi! Falei ao atender.

— Nessie! Oi! Como você está hoje? Ele perguntou.

— Estou bem Jake, obrigada por ter me encontrado ontem à noite.

— Não precisa agradecer.

— Você sumiu, apareceu na hora certa! Tentei ser simpática, eu estava achando estranho a ligação de Jacob ser para mim, sempre havia sido para Bela.

— Eu sempre vou estar na hora em que você precisar!

— Obrigada! Eu agradeci novamente franzindo as sobrancelhas — Há, a Bela está aqui! Falei olhando para ela.

— Eu preciso desligar, mas tarde eu ligo novamente.

— Tudo bem! Respondi— Tchau Jake!

— Tchau pequena! Ele respondeu.

Desliguei o telefone e minha sobrancelhas se uniram em minha testa.

— Algum problema? Charlie perguntou e em seguida olhou para Bela — Por acaso ontem a noite você e Jacob brigaram?

Olhei para Bela com curiosidade.

— Não foi bem isso que aconteceu — Ela murmurou.

— Então, o que aconteceu? — Charlie perguntou.

— Sam Uley disse que Jacob não pode mais ser meu amigo.

Charlie a olhou de um jeito estranho. — Quem lhe disse isso?

— Jacob — Ela respondeu.

As sobrancelhas de Charlie se uniram. — Acha mesmo que há alguma coisa errada com esse Uley?

— Eu sei que há. Mas Jacob não me contou.

O clima ficou estranho, eu subi as escadas e fui para o quarto, Bela foi logo atrás, havia tristeza nos olhos dela, seja o que for que tivesse acontecido entre ela e Jacob aquilo havia a abalado, fui para o meu quarto e juntei as roupas sujas de lama do incidente da noite anterior, após colocar no cesto eu sai do quarto novamente, tive absoluta certeza que a ouvi chorar, eu suspirei e caminhei na direção das escadas, no silêncio súbito, pude ouvir Charlie falando com alguém no primeiro andar.  A voz dele estava irritada.

— Não engulo essa. Isso não faz sentido nenhum.

Fez-se um silêncio e percebi que ele estava ao telefone. Passou-se um minuto. — Não culpe Bella por isso! — gritou Charlie de repente.

Quando ele voltou a falar, a voz era cuidadosa e baixa. — Bella deixou muito claro o tempo todo que ela e Jacob eram só amigos... Bom, se era isso, então por que não disse antes? Não, Billy, acho que ela tem razão... Porque conheço minha filha...

Ele foi interrompido no meio da frase, e quando respondeu estava quase gritando de novo. — O que você quer dizer com não conheço minha filha tão bem quanto penso! — Ele ouviu por um breve segundo e sua resposta foi quase baixa demais para que eu escutasse.

— Se acha que vou lembrá-la disso, é melhor pensar duas vezes. Ela só está começando a se recuperar, e principalmente graças ao Jacob, acho. Se o que Jacob está fazendo com esse Sam deixar Bella deprimida de novo, então Jacob vai ter que se entender comigo. Você é meu amigo, Billy, mas isso está magoando minha família.

Houve outra pausa para Billy responder.

— Você entendeu muito bem... Basta esses garotos colocarem um dedo fora da linha e eu vou saber. Vamos ficar de olho na situação, pode ter certeza disso. Ele não era mais Charlie; agora era o chefe de polícia Swan. — Muito bem. Sim. Adeus. — O telefone bateu no gancho.

Esperei uns minutos antes de descer e Charlie resmungava com raiva na cozinha.

Aquilo era estranho, Jacob sempre fora apaixonado por Bela e Bela sempre fugiu de Jacob, agora as coisas pareciam ter invertido, Bela queria Jacob e Jacob não queria Bela, havia uma coisa que não se encaixava nisso tudo, se Sam havia o proibido de ter outros amigos porque ele ainda estava falando comigo?

Eu passei por Charlie e decidi não falar nada, apenas joguei as roupas na máquina, em seguida joguei o sabão e a liguei, havia muitas peças soltas no grande quebra-cabeça chamado Bela e Jacob, eu precisava descobrir quais eram essas peças.

Durante o resto do dia Bela não saiu do quarto, como estavamos em divida com Charlie eu tirei o dia para cuidar da casa, além disso, eu precisava me concentrar em tudo que Bela havia me confessado naquela manhã, tudo ainda era muito inacreditável,  lavei as minhas roupas, as de Charlie, lavei o banheiro, fiz uma faxina na cozinha e na sala, preparei o jantar, Charlie chegou e perguntou por Bela, para deixa-lo menos preocupado decidi levar o jantar no quarto para ela.

— Bells! Eu a chamei a bater na porta.

— Está aberta! Ela respondeu.

Segurei o prato com apenas uma das mãos e girei a maçaneta – Eu acho que Jacob Black não merece que você sofra com fome.

Bela sorriu, eu me aproximei e sentei ao seu lado na cama lhe entregando o prato – Obrigada! Ela falou pegando o prato de minhas mãos.

— Eu posso fazer uma pergunta a você?

— Claro! Ela respondeu pegando uma tira da batata frita com a mão.

— Afinal você ama ou não o Jacob?

Bela me olhou em silencio por alguns segundos — Eu preciso dele.

— Bipppp resposta errada.

Ela riu.

— Eu amo o Edward, mas também amo o Jacob, ela respondeu.

Eu franzi as sobrancelhas — Wow, isso é mais complicado do que eu pensava.

— Mas ele não me ama mais! Ela falou comendo seu grande bife, seus olhos se voltaram para mim e ela sorriu — Eu aceitaria se ele amasse você;

Eu gargalhei, ergui uma mão e toquei a testa de Bela e ela me lançou um olhar de incompreensão — Você não está com febre! Murmurei.

— Seria tão ruim assim? Perguntou ela.

— Que besteira Bela!  Respondi me levantando da cama e caminhei até a porta — Boa noite e fica bem!

Sai fechando a porta devagar, e segui para o meu quarto, vesti meu pijama e me deitei pegando o meu livro de cabeceira, pensei nas palavras de Bela, Jacob estaria mesmo gostando de outra garota?

Me concentrei em minha leitura e meus olhos se fecharam, foi quando ouvi o barulho que deve ter me despertado. Algo afiado arranhava minha janela com um som agudo, como unhas contra o vidro.

Meus olhos se arregalaram de susto, embora eu estivesse tão exausta e desnorteada que ainda não tinha certeza de estar acordada ou dormindo. Algo arranhou a janela de novo com o mesmo som agudo e fino.

Confusa e desajeitada por causa do sono, tropecei para fora da cama e fui até a janela, uma forma enorme e escura se balançava, instável, do outro lado do vidro, inclinada na minha direção como se fosse se atirar contra a janela. Recuei, apavorada, minha garganta se fechando num grito.

Será que aquele vampiro tinha vindo atrás de mim?

Mas  voz rouca e familiar chamou da forma escura. — Nessie! — sibilou. — Ai! Droga, abra a janela! AI.

Corri até a janela e abri o vidro. Havia um pouco de claridade atrás das nuvens, o suficiente para que eu distinguisse as silhuetas. — Mas o que você está fazendo? — disse, ofegante. Jacob se segurava de maneira perigosa no alto do espruce que crescia no meio do pequeno jardim de Charlie.


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