Interativa - Enquanto As Estrelas Brilharem escrita por Allyssa aka Nard


Capítulo 54
Preparações Táticas


Notas iniciais do capítulo

Sim, eu disse que ia tentar postar um capítulo por semana, mas aí a burra aqui teve a brilhante idéia de fazer um capítulo no P.O.V da Sophie, que é a personagem que mais demora para escrever, já que ela não pode descrever visualmente os cenários. Enfim, espero que gostem!



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P.O.V Sophie

 

Um barulho de corneta ecoou no ar, levantando os pelos do meu antebraço. Se fosse somente uma pessoa do Acampamento soprando uma corneta, já era problema o suficiente, mas esse som era diferente. Mais agressivo, mais mortal. Ouvi sons de pessoas correndo de um lado ao outro, e senti um suor frio descer na minha testa, além de meu coração começar a bater cada vez mais rápido a cada segundo. “Preparem as estacas! Usem qualquer tralha que vocês tenham pra fazer uma trincheira! Quem for arqueiro vai pra uma posição mais alta! Quem atacar com a espada fica com a linha de trás! Hora de se mexer, bora, bora, bora!!”, ouvi Nard gritar ao longe. Ouvi barulho de objetos serem carregados e de pessoas começarem a andar com um pouco mais de organização. 

“Nard! O que caralhos tá acontecendo?!”, berrei na distância, tentando chamar a atenção dele. “Alguém tá atacando! Se prepara pra lutar com inimigos de verdade!”, ele respondeu, e logo após chamou a atenção de um filho de Hermes que parecia estar carregando coisas para o lado errado.Tentei focar em um lugar para andar em meio a toda a cacofonia que estava ocorrendo em todas as direções possíveis. Tentei dar o meu máximo para não esbarrar em ninguém, mas eventualmente isso aconteceu, e eu quase caí com o impacto. Senti alguém pegar no meu ombro e pulei de susto, sem querer dando um tapa na mão que me segurava. “Calma, sou eu”, ouvi a pessoa dizer, e reconheci que era a voz de Hanna. “Vou te levar pra trás da trincheira pra onde todo mundo tá, ok?”, ela perguntou, sem esperar uma resposta, e me guiou em meio aos gritos e passos.

À medida que andávamos, comecei a ouvir um barulho de cascos batendo no chão, cada vez mais próximos. “O Quíron decidiu fazer algo de útil finalmente?”, perguntei, e ela confirmou. Outra corneta tocou, um pouco mais próxima que a última, dando uma aura de nervosismo e ansiedade ainda maior em todos. Eu e Hanna ziguezagueamos um pouco mais, e Nard continuou berrando ordens, junto com alguns outros Campistas, provavelmente filhos de Atena e Ares, que não reconheci. Ainda havia uma enorme mistura de sons ensurdecedores, de martelos sendo batidos em forjas, objetos sendo empilhados e passos em todos os cantos possíveis.

“Ok seus incompetentes, prestem atenção aqui por um segundo!”, berrou Nard, e vários dos barulhos de movimentos pararam. “Eu não vou gastar nosso tempo de arrumação pra fazer um discurso enorme, porque isso aqui não é filme de ação e a gente não tem tempo pra isso. Então vou só dar uma dica pra todos vocês: Não morram”, ele disse, e logo depois os barulhos de movimentos voltaram, junto com a gritaria de preparações. Um terceiro som de corneta soou, e já era possível ouvir os sons dos passos ritmados e pesados dos ciclopes na distância, lentamente se aproximando. “O quão longe eles tão?”, perguntei para Hanna, que ainda me guiava entre as pessoas que iam de um canto a outro. “Tão quase saindo da floresta. A barreira improvisada do Nard parece que talvez ajude um pouco, mas nenhuma garantia”, ela respondeu, com um tom de voz um pouco rouco. 

Percebi que a mão dela tremia, provavelmente de ansiedade, e que a manga da minha camisa estava um pouco molhada de suor. “Você tá bem?”, perguntei, e ela simplesmente ficou em silêncio, e decidi não pressioná-la. Eventualmente ela simplesmente soltou minha mão e andou para longe, provavelmente para se preparar para o combate iminente, e eu me fiz um esforço para me concentrar na batalha que iria ocorrer em poucos minutos. Subitamente minha cabeça pareceu rodar no lugar, e minhas pernas pareceram virar geléia, e em poucos segundos eu caí no chão, com um estrondo que causou meus ouvidos ficarem com um zunido constante. O mundo pareceu se tornar um enorme abismo enquanto eu tentava me levantar em meio à multidão. “Confie nos seus instintos, não na sua visão”, uma voz feminina disse, parecendo vir de dentro da minha cabeça. 

Pareciam ter se passado vários minutos, embora deveriam ter sido apenas meros segundos até que alguém segurou minha mão e me ajudou a levantar. Eu ainda estava muito confusa com o que havia acabado de acontecer, mas tentei ignorar o sentimento levando em conta que o barulho dos passos pesados dos ciclopes estava ainda mais perto. Já era possível ouvir o barulho da corrente de manguais ou de clinks de escudos e espadas. “Tudo bem aí?”, reconheci a voz de Alana, que devia ter sido quem me ajudou a levantar. Fiz que sim com a cabeça, e chequei minha cintura para ver se minhas espadas ainda estavam lá, suspirando de alívio ao ver que elas ainda estavam lá. “São quantos?”, perguntei, sacando ambas as minhas espadas.

 “Pelo menos uns 250, talvez 300. Levando em conta que a gente deve ter uns 400 Campistas competentes pra lutar, talvez a gente tenha uma chance. Ainda sim, esses merdas são resistentes, e provavelmente muita gente vai morrer ou se ferir longe, e talvez os 78 voluntários de paramédicos não sejam suficientes. A gente tem 113 Campistas de arqueiros, 276 nas linhas de trás, contando com você, para ir no corpo a corpo, e mais alguns filhos de Hefesto com mini-catapultas e armadilhas, então se os ciclopes acharem nem que seja a minúscula falha na nossa defesa, isso vai ser um banho de sangue”, ela respondeu, e gelei ao perceber que nossos números não eram favoráveis. Normalmente o ideal para lutar contra um ciclope era um combate de 4 contra 1, então estávamos bem ferrados.

A corneta dos ciclopes tocou uma última vez, e os barulhos de passos pesados pararam, deixando apenas o burburinho do interior do Acampamento a ser ouvido. Todos pareceram acelerar o passo, e a tensão que já estava no ar começou a ficar ainda mais intensa. O fato do barulho dos passos dos ciclopes terem parado era agoniante, e o constante barulho do vai-e-vem de Campistas apenas servia para atenuar a preocupação de todos. Passaram se uns 120 segundos, até que os ciclopes finalmente tocaram suas cornetas novamente, e começaram a correr em nossa direção.

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, terminei num belo dum cliffhanger que eu sei que vocês amam… Deixem seus comentários ♥



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