Interativa - Enquanto As Estrelas Brilharem escrita por Allyssa aka Nard


Capítulo 24
O Anfiteatro


Notas iniciais do capítulo

Como ainda não mandaram fichas de campistas "do mal", eu vou continuar escrevendo a missão até as vagas serem preenchidas (muahaha)
Capítulo mais lighthearted depois da pancadaria do último, espero que gostem
(Sugestões de músicas pra entrar no clima: Sonder, do Bossfight [https://www.youtube.com/watch?v=ZW5QFOdNUTo] e The Frozen Journey, da Phyrnna [https://www.youtube.com/watch?v=uSDc0yZPctU])



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P.O.V Aurora

 

Aylee já nos guiava havia um bom tempo quando encontramos o primeiro corredor sem fundo. Eu sabia que não seria o último, mas ainda sim fiquei um pouco decepcionada. Eu só queria sair logo daquele lugar, havia algo no ar que não cheirava bem. A sensação de que eu não deveria estar ali só aumentava quanto mais andávamos, assim como a dor nas minhas costelas. Eu estava me recuperando relativamente bem, mas a corrida de mais cedo causou uma certa recaída.

Eu ainda conseguia sentir meu corpo tremendo de quando tentei segurar o arco, e temi que eu talvez nunca mais o pudesse usar. Era um medo infantil, claro, mas ainda sim, estava presente. A única coisa que me confortava neste lugar sombrio era o fato de eu não estar sozinha. A presença de outras pessoas era reconfortante, especialmente a de Maggie. Ela notou que eu estava tendo mais dificuldade de andar, e me deu um pouco de ambrosia, e o gosto de caramelo me fez sentir um pouco melhor.

O lugar estava bem diferente de quando havíamos entrado pela primeira vez: as paredes eram de pedra escura, ao invés de mármore, e o chão parecia grama. Haviam algumas poças de água no lugar, mas desviei delas, já que não se tinha certeza nenhuma de que aquilo era realmente água, ou se era realmente raso. Pequenos bichinhos fluorescentes estavam pendurados no teto nos dando uma visão bem clara do lugar. Maggie parecia trabalhar com alguma engenhoca pequena nas mãos, mas não soube dizer se ela o fazia por utilidade ou como uma forma de aliviar o estresse.

Nick assobiava o ritmo de alguma música que ouvia, e para minha surpresa, Mevans estava ao lado dele dividindo o fone. Fiquei até um pouco surpresa com o fato de ele estar sorrindo, e mexendo os dedos com o ritmo da música. Eve afiava seus leques enquanto andava, embora parecesse mais preocupado em ver o próprio reflexo do que realmente cuidar da arma, e Aylee escrevia notas sobre o local em um caderninho.

Em um dado momento, uma mão verde surgiu de uma das poças. Uma criatura saiu de lá, não parecendo nos ver. Parecia um humano, mas todo o seu corpo estava coberto de algas e musgo, com exceção de dois pequenos olhos no lugar onde seria o rosto. Mas ao contrário do olho humano, esses olhos eram completamente pretos, sem nenhum indício de cor ou expressão, apenas dois pingos escuros no rosto da criatura.

A criatura se virou e nos viu, mas permaneceu parada. Eve já queria se aproximar para atacar quando o segurei, já que a criatura não emanava nenhuma energia agressiva. “Ele não tá agressivo, ele tá só curioso”, eu disse, e ele entendeu que eu tava falando sobre a minha capacidade empática. Depois de nos encarar por vários segundos, a criatura perdeu interesse e voltou para sua poça de água, e continuamos nosso caminho.

Ouvimos um estrondo distante, e levamos aquilo como um aviso para apressar o passo. Passaram se alguns minutos, e chegamos em outro “cenário”. O lugar parecia um domo, com paredes de metal, um chão de madeira velha e um forte cheiro de lodo, além de uma leve iluminação solar vindo do teto, Aproveitamos o lugar para sentar e descansar, e a pausa foi muito bem vinda. Em um dos cantos, havia uma escada de degraus curtos, com se fossem assentos para um platéia. Me joguei em um dos locais, aproveitando para tomar ar.

Por mais que eu tentasse disfarçar, eu estava ficando com cada vez mais dificuldade de respirar à medida que andávamos mais. Maggie se sentou ao meu lado, ainda construindo o pequeno mecanismo. Ela o colocou de lado, e se virou em minha direção. “Como que tão as suas costelas?”, ela perguntou. “Melhor”, menti, não querendo preocupá-la. “Deixa eu ver”, ela respondeu, franzindo o cenho. Eu sabia que discutir com ela não iria dar em nada, então relutantemente levantei a lateral da minha camisa.

A bandagem segurando os pontos estava vermelha, e a região ao redor parecia estar cheia de pus, embora fosse difícil ver na luz parcial. Não percebi que Mevans havia se aproximado até entregado um rolo de gaze e uma pomada a Maggie, em um pedido silencioso de desculpa. Maggie não disse nada, e Mevans se afastou, deixando nós duas a sós.

Mordi o lábio para segurar a dor quando Maggie retirou a gaze antiga, que ainda estava um pouco grudada, e por sorte os pontos ainda estavam no lugar. Ela passou a pomada gentilmente no ferimento, eu cobriu com o rolo de gaze novo. Os efeitos da pomada se aplicaram rapidamente, e senti um alívio imediato na região. Maggie me deu mais um pedaço de ambrosia, e me deitei, ignorando o fato do chão estar sujo e podre. Ela se deitou ao meu lado e segurou minha mão, em um gesto silencioso de afeto.

Eve deu um gole generoso em sua garrafa de água, e também se sentou, em uma estrutura semelhante a que eu e Maggie estávamos, mas no lado oposto do domo. Aylee, como qualquer filha de Atena, estava analisando cada metro quadrado do lugar, fazendo anotações em seu caderninho, e Nick se espreguiçava em outro canto. “Já volto”, disse Maggie, indo em direção a sua mochila, preguiçosamente jogada no chão.

Me levantei, e peguei meu arco e coloquei uma flecha na corda, ainda tremendo um pouco ao segurá-lo. Maggie veio correndo em minha direção, e trouxe em mãos o dispositivo que estava fazendo durante as últimas horas. Era um cubo metálico, com uma pequena tela simplista em cima, e dois furos no centro, além de um pequeno gancho no fundo. “Coloca isso nos dedos”, ela disse apontando nos furos. Coloquei o dedo indicador e o do meio nos buracos, deixando o gancho para baixo, parecendo um anel.

“Isso vai diminuir o atrito entre a corda e seu dedo”, disse ela. “Então você não precisa fazer tanta força pra puxar o arco”, completou, com um sorriso. Encaixei o gancho na corda, e notei uma significativa perda de resistência. Usei a ponta dos para segurar a flecha e vi um número na pequena tela. Era um pouco difícil ver na baixa claridade, mas logo Maggie explicou que o número era a força real que a corda estava sendo aplicada.

Mirei em um ponto na parede, mas a flecha foi muito mais pra cima, e um pouco mais pro lado do que eu havia mirado. “Vai se acostumando com a diferença”, disse Maggie, encorajadora, enquanto pegava a flecha caída.

 Precisei acabar com quase três aljavas para finalmente me acostumar com a mudança de força, mas finalmente minha mira voltou a ser o que era antes. Eu já havia perdido as contas de quantas flechas eu tinha atirado até que Eve finalmente nos chamou para continuar andando. Só quando eu parei de atirar as flechas que lembrei da dor nas minhas costelas, que estavam ainda mais fortes.

“Não devia ter atirado tantas flechas”, pensei, mas agora não era tempo para lamento. Quando eu me arrastei para a saída do lugar, um pouco atrás dos outros, Maggie tirou a mochila das costas e colocou na mão, logo depois se abaixando. “Sobe”, ela disse, com um pequeno sorriso no rosto. Aceitei a oferta de “cavalinho”, e montei nas costas dela. Era infantil e era besta, mas eu realmente não me importava no momento. Apoiei minha cabeça na dela e apreciei o momento que estávamos tendo juntas.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado ♥
Mesmo postando 2 capítulos por dia, eu ainda tô cheia de idéia pra missão, então se preparem!
Os capítulos talvez sejam mais curtos(1000-1400 palavras), porque o EAD voltou hoje(tava com o fim de semana +segunda e terça de folga/feriado), mas vou tentar trazer mais capítulos assim que possível
Deixem seus comentários, eu ainda estou meio experimentando com a história, então todo feedback é bem vindo 7w7



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