For you, my brother escrita por Kagura May


Capítulo 18
Decisão final




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— Nene, eu já te disse pra ir pra casa. É perigoso ficar aqui.

— Mas...

 

O casal está há poucos minutos tentando um convencer o outro se a garota deveria ficar ou ir embora e não conseguiam chegar em algum combinado. Óbvio. Pra ele, Yashiro poderia muito bem ir descansar em sua casa segura de que nada iria ocorrer nessas horas tentando exorcizar o criminoso e nem ele se preocuparia com ela enquanto o faz. Já a garota, gostaria muito de ficar para caso Hanako precisasse de sua ajuda, nem que fosse para acolhe-lo de sua dor de perder o único irmão que ele teve.

O sétimo bagunçou seu cabeço na tentativa de se acalmar após sua paciência ter ido embora e desistindo das insistências, olhou para sua amada dando seu último suspiro.

 

— Tsuchigomori, Yako, cuidem dela e se for necessário, a levem para suas fronteiras.

 

Um grito pode ouvir sair junto com um pulo animado. O garoto não consegue acreditar em suas palavras e nem que ela acaba de o convencer de tal atitude, mas o que Hanako não fazia por sua amada Yashiro Nene? Não é a primeira vez que suas palavras o vencem mesmo sabendo que tem a razão e que sua escolha é a melhor dentre todas.

Ajeitou o chapéu e confirmou que Hitodama está próximo por última garantia. Chegou perto da porta da sala dos professores, segurando a batente e ficou a olhando por um tempo. Realmente poderia deixá-la ali? Teria que garantir a segurança dela e de que não faça o Tsukasa se aproximar dessa sala nem em seus sonhos ou pensamentos.

 

— Se cuide, Nene.

 

Uns segundos pensou, lembrando que ainda não a tinha se despedido nunca como queria. Deveria agora? Ela provavelmente não se importaria, ou sim?

 

— Até depois, Nene.

 

Saiu de lá sentindo seu rosto queimar levemente. Não se despediu corretamente desde o dia em que matou Tsukasa e nem o pensou em usar nunca mais, afinal, ele não tem uma casa, ou tem? Sua fronteira poderia ser considerado uma casa? Sua mente já nem mais ligou pra isso e focou finalmente em procurar o seu irmão mais novo.

Minutos se passou, focando no caminho para a sala de transmissão. Aproveitou para observar os cômodos que possuíam no caminho e nada de Tsukasa. Talvez Mitsuba tivesse o avisado do plano dos Sete Mistérios? Ele seria louco o suficiente para fazê-lo? Se descobrissem tal traição contra os mistérios, teria um sério problema.

 

— Amane.

 

O rosto de Tsukasa apareceu em sua frente de ponta cabeça e seu nome foi soado com tanta melódia que o garoto não poderia negar, realmente aquele é seu irmão mais novo.

 

— Tsukasa!?

 

Hanako deu uns passos para trás observando os movimentos da entidade a sua frente, enquanto nota a Hitodama sair do local para trazer os outros aliados. Ali ficou os dois, um em posição de luta com sua faca em mãos e o outro, desceu do teto que estava pendurado e ficou olhando para o seu irmão com um leve sorriso convencido. A postura pesada e hesitante foi facilmente notado pelo mais novo. No final, Hanako ainda se lembra do dia em que matou ele? Teria realmente coragem de o matar de novo? Seria muito divertido para Tsukasa testar os limites de seu amado irmão gêmeo.

A cada passo que Tsukasa deu, Hanako trouxe mais perto de seu rosto a faca pronto para atacá-lo, mas como prévio, o gêmeo não fez nada quando poucos centímetros estão de distância.

 

— Você me ama tanto assim, a sua yorishiro?

 

Perguntou sério e em tons de brincadeira como sempre fez e abaixou com calma a arma do inimigo. Seus olhos são refletidos, o fazendo notar as expressões que estão.

Mais firme, Hanako segurou sua faca e perfurá-lo tentou, mas seu irmão foi mais rápido e se afastou sem problemas na hora de desviar. Talvez o estaria zombando como sempre? Essa probabilidade faz o sangue do sétimo ferver pelo rancor guardado.

 

— Não brinque! Você nunca foi minha Yorishiro.

 

E então, com essas últimas palavras, a caçada começou. Cadeiras voando, coisas sendo quebradas e o vento que os mesmos formam enquanto correm em uma brincadeira séria de pega-pega onde apenas o mais velho está sendo sério quanto a isso. O quão barulhento eles são? Só que ninguém se importa nesse momento já que todos sabem o motivo e o objetivo é mais importante agora.

O raio do Minamoto passou e como esperado, Tsukasa o desviou com facilidade. O cachecol de Mitsuba também foi usado e igualmente foi a reação, só com um pequeno diferencial que foi os olhos obscuros que o fez se agachar cobrindo a cabeça por medo. Mirai, diferente dos outros, não o tentou pegar. Apenas ficou ao lado na mesma velocidade como se o estivesse tentando desafia-lo.

 

— Mira, isso não é uma corrida! — pode ser ouvido pelo vice presidente do conselho estudantil que está um pouco ofegante e irritado.

 

Um pouco depois, Hanako pode notar que seus aliados não o acompanham mais além da pequena Mirai que o fazia lembrar ainda mais do porquê está aqui, agora. Óbvio que sente culpa, óbvio que se lembra do seu passado como se tivesse vivido ontem, se lembra de todos os momentos em que estiveram juntos e não queria acabá-los dessa forma. Mas o que poderia ser feito agora?

De repente, notou a chegada de Tsukasa na sala dos professores. Ele realmente iria? Não iria. Claro que não iria. Mal imaginou que seu irmão notou perfeitamente sua estranha e horrível expressão ao se relacionar com o cômodo e entrou apenas para descobrir o que tinha sido escondido nele fazendo os olhos do mais velho se arregalaram após ocorrer.

 

— O senhor Yugi morreu de overdose. Não se-

 

Então era aqui que estava a pessoa mais importante para o Amane.

Um sorriso Tsukasa abriu ao observar os dois Mistérios se usando de escudo para a garota. São tão suicidas e idiotas por guardá-la em um local tão óbvio e fácil de achá-la. Seu irmão realmente não aprendeu nada enquanto estavam juntos.

 

— Yashiro! — gritou o líder segurando a batente da porta para diminuir a velocidade em que estava.

 

Segurando um dos Joudais, Tsukasa o joga para o cômodo fazendo o quicar em todas as coisas a volta junto com o outro que foi jogado logo em seguida. Pareciam bolas de pinball sem rumo, sem destino e sem um final para pará-los. A sua intenção é atingi-los? Talvez acabar com Yashiro Nene de uma vez por todas? Não. Aquilo é só uma distração para atrair a atenção apenas do seu querido e amado irmão mais velho.

 

— Você se importa tanto assim com ela? — perguntou Tsukasa choramingando um pouco apesar dos seus olhares sombrios e sorriso convencido — Eu sempre estive junto com você, Amane. Não sou mais importante?

 

Sem querer, um dos Kokujoudais se embolou na roupa da garota a puxando junto. Provavelmente atingiria a parede se o garoto não a pegasse pela cintura e o jogou novamente.

O nome dela foi chamado pelo professor, mas Tsukasa o ignorou totalmente. Não é seu foco no momento.

 

— Sabe, — a cintura da Yashiro foi puxada para ficar mais próximo dele e teve seu queixo segurado para perto dos lábios da entidade deixando bem a mostra a distância que ainda permanecem — eu sempre quis que o Amane fosse meu precioso amigo pra sempre. Brincar com o Amane sempre foi divertido.

 

Yashiro desviou o rosto odiando a invasão de espaço, mas logo foi puxada de volta para a mesma posição. Amane não pode perder nenhum segundo desse beijo roubado. Nem, um, segundo. Ele viria mesmo? O quão ela é importante? Será mais importante que Tsukasa? Ou mais importante até que ele mesmo? Queria descobrir isso.

Hanako, sem muita opção, finalmente resolveu encarar seu pior pesadelo. Entrou na sala arrependido de ter permitido que tal estrago o acontecesse, mesmo que soubesse que a escola inteira está quase no mesmo estado. Desviou dos Joudais com certa dificuldade, provavelmente por culpa da sua mente que não está a focar direito. Podia acabar com eles? De onde vem o poder do seu irmão? Até tentou cortar os pequenos Kokujoudais, mas não surtiu efeito. Seu poder não é suficiente nem para os joudais e isso o surpreendeu negativamente. Sempre soube que Tsukasa vinha se tornando mais forte com o passar dos dias, só que nunca imaginou que nem seus poderes poderiam ser páreos para seu irmão.

 

— Saiam da sala — pediu, olhando os dois mistérios que tentavam se proteger no chão dos possíveis golpes que poderiam receber. 

 

A cada momento em que os Joudais tentou os atingir, Hanako usou sua faca para que fossem desviados, podendo assim os dois se retirarem do cômodo.

Os olhos do sétimo se pôs em rancor para o mais novo em reprovação.

 

— O que você quer exatamente, Tsukasa? — o questionou firme e autoritário, cansado dos jogos de seu irmão.

— Eu quero que você seja meu aliado. Deixe Deus de lado e venha comigo — um sorriso mais divertido foi aberto junto com sua mão fazendo Yashiro poder se acalmar dos possíveis ataques aos seus lábios que ele poderia fazer — Podemos criar mundos incríveis juntos. Só eu e você.

 

Ele quer o poder de Hanako? Isso ficou em aberto apesar do quão sincero parece em suas expressões, mas conhecendo seu irmão sabe o quão ilusório são suas verdadeiras intenções. Realmente é só por diversão? Não consegue acreditar nessa única opção pensada.

Mirai sem medo pulou para os dois fazendo o mais novo desviar como uma bola passando nos jogos de queimada.

Akane ativou o seu relógio, mas conseguiu apenas atingir Yashiro que foi soltada no ar. Kou aproveitou a oportunidade para agarrá-la antes que o tempo volte e atinja o chão.

Teru jogou os seus raios que também foram desviados com facilidade.

 

— Achei que você fosse melhor que isso, Hanako-san do banheiro — provocou Teru para ofendê-lo do quão inútil está sendo e óbvio que isso atingiu o ego do líder.

 

As palavras de Teru ecoam na mente do líder observando Mirai brincar com seu irmão de forma divertida. Poderia ser assim, poderia ter sido muito mais calmo como gostaria, mas a realidade está aí na sua frente e já está na hora de deixá-la em seu lugar. Chega de questionamentos, chega de hesitar e por fim, chega de se recordar do dia das mortes dos gêmeos.

Respirou fundo e encarou seu verdadeiro problema.

 

— Isso me lembra o dia em que você me matou, Amane. Realmente é bem nostálgico — brincou mais uma vez sabendo o que lhe espera. Não possui medos, nem angustia. Parecia estar preparado.

 

O choque de Teru o acertou finalmente. Nisso, os Kokujoudais saíram de lá sorrateiramente, mas não passou despercebido pelo exorcista.

Akane parou o tempo de Tsukasa e Hanako o atinge cortando seu corpo ao meio virando logo uma estranha poeira.

 

— Até logo, Amane — disse Tsukasa com o seu tom de voz divertido como sempre.

 

Era como o dia em que esfaqueou seu irmão. O matou sem dó e nem piedade e em seguida, caiu em lágrimas. Só que dessa vez, não foram tão descontroladas e assustadas como foi naquele dia. Está arrependido, mas calmo. Seu peito dói mais do que imaginou que doeria. Mas por quê? Seu único irmão não tinha sumido como da última vez, então por quê?

 

— Amane!

 

Os braços de sua amada o envolvem em um acolhedor abraço, o fazendo usá-la de escudo para que não o olhassem enquanto está com suas lágrimas a cair.

 

— O que foi isso? — questionou Kou ainda observando o local onde Tsukasa sumiu.

— Ele não morreu. Ele é mais forte do que imaginei — respondeu Teru, indignado consigo mesmo por susa tarefa falha em capturar e exterminar a entidade. Havia feito tantas e tantas vezes. Como é possível que exista uma mais forte na Academia? Seria realmente um problema tê-lo andando por aí.

— Ele não foi exterminado? — Akane perguntou surpreso pela resposta do seu veterano. Minamoto suspirou.

— Provavelmente ele não vai aparecer por uns 20 anos no mínimo — Teru  contou.

 

Hanako após parar de chorar, se afastou dos ombros da garota e limpou seu rosto. Se levantou e curvou-se como se lembrou de ver os adultos fazendo em sua época.

 

— Quando ele voltar, resolverei esse problema novamente. Obrigado pelo trabalho e esforço de todos.

 

Um silêncio corroeu a sala. Quem imaginaria que o tão infantil Hanako-san se curvaria e falaria algo tão adulto. Trocaram suas almas na luta? Quem é esse ser que está a agradecer e se responsabilizar? Teru respirou fundo preparado para sua próxima geração tendo que lidar com os possíveis ataques do maníaco louco do Hanako-san do banheiro. Se curvou seguindo o líder dos mistérios.

 

— Eu que agradeço pela colaboração, Hanako-san do banheiro.

 

Após, todos se retiram do cômodo ficando apenas Yashiro e o sétimo. Finalmente paz, sem Tsukasa para perturbá-los tão cedo e o guri não está mais em seu caminho romântico. Poderia considerar um mês tranquilo e sem preocupações? A possibilidade o animou um pouco.

 

— Está tudo bem assim? — Yashiro o perguntou tão aliviada que pode ser notado facilmente.

— Ah, as coisas quebradas? Kako vai-

— Não! Sobre o Tsukasa.

 

Não estava calma porque ele não a perturbaria? Hanako ficou um pouco confuso, mas respirou fundo. Garotas são realmente complicadas.

 

— Eu já sabia que ele poderia não ser exterminado totalmente — mentiu, apesar de que ela não precisava saber disso — Tsukasa sempre foi uma dor de cabeça — comentou em tons descontraídos para aliviar a pressão do clima que ficou.

— Ele realmente está vivo? — a garota o questionou apenas para confirmar.

— Parece que sim.

 

Achei que ele fosse suicida, mas estava enganado...

Realmente Tsukasa, o que você pretende?

Pensou Hanako, tentando analisar a situação.

Mais perto da sala de transmissão, os pequenos Kokujoudais entraram na sala indo direto para os dois estudantes conversando, Nanamine Sakura e Hyuuga Natsuhiko.

Algo foi comunicado a Sakura por um dos Kokujoudais.

 

— De novo? — reclamou a garota, indignada pela atitude de seu chefe — Você sabe o quão irritante foi da última vez pra recuperar seu corpo? Você não deveria se divertir com essas coisas.

— O que ele está dizendo?

 

Suspirou Sakura. Com que tipo de espirito teve que se meter? E pra acabar, o seu serviço anterior foi totalmente inútil voltando para a estaca zero.

 

— Que está precisando recuperar a forma do seu corpo mais uma vez e que se divertiu bastante com o irmão hoje — logo voltou suas atenções ao Kokujoudai notando que está a se comunicar com ela de novo o que a indignou ainda mais — Não, você não quer fazer isso de novo. Você realmente dá trabalho.

 

No final, Tsukasa só é um louco suicida buscando se divertir e usar o seu poder ao seu favor.


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