Mini World escrita por Spiral Universe


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Personagens de Stephenie Meyer, só estou brincando com eles...

P.S.: Obrigada pelos reviews, favs e etc :)

Pessoal, desculpem a demora nas respostas de alguns comentários. Achei que tinha esquecido de enviar, mas vi que havia vários sem resposta. Eu geralmente leio os comentários pelo meu e-mail, e acho que deixei passar esses. Perdão.

Ah, outra coisa: A história alcançou os capítulos do ffnet. A partir de agora, será somente um capítulo por semana.



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Capítulo 15

Bella dirigiu de volta a Forks em uma espécie de torpor, prestando atenção na estrada e apenas na estrada. Era isso ou chorar o caminho inteiro. Ou gritar. Ou rir. Não sabia ao certo o que queria fazer.

Estava em choque pelo que tinha acontecido. Jamais teria imaginado que fosse meramente possível. E Alice... Não, não podia pensar em Alice agora. Seus olhos enchiam de lágrimas e ela não queria chorar agora. Não podia chorar agora.

Já era tarde e a estrada estava escura. Bella deu comandos mecânicos a si mesma, para manter a mente longe do que acabara de acontecer.

— É hora de abastecer – Falou sozinha dentro da picape. Ou então: - Aqui o limite de velocidade muda.

Foi assim até chegar em Forks. Bella estacionou a picape e respirou bem fundo. Sabia que não iria conseguir amenizar o que estava por vir, mas se as luzes da sala estavam acessar, Charlie estava acordado, e ela não podia quebrar na frente dele, nem parecer perturbada. Só poderia chorar mais tarde, quando estivesse com Edward.

Bella pegou as sacolas, reprimindo as lágrimas ao lembrar do que elas tinham feito, e foi para casa. Charlie veio assim que ela fechou a porta.

— Bella, finalmente – Ele disse claramente aliviado – Estava preocupado. Onde esteve?

— Me empolguei nas compras – Bella mentiu, esperando que sua voz não a traísse – Desculpe, esqueci de avisar.

— Bells, não faça mais isso com seu velho – Ele pediu – Não tenho coração para isso. É quase meia-noite e eu estava quase indo atrás de você.

— Desculpe, pai.

— Está com fome? Fiz uns sanduíches par nós.

— Não, obrigada, comi em Seattle – Outra mentira, porém Bella não queria comer – Vou tomar um banho e guardar minhas coisas, tá? Boa noite, pai.

— Boa noite, filha – Charlie a examinou atentamente, desconfiado, e então voltou para a sala.

Bella subiu e encontrou Edward sentado em sua cama. Ele abriu um sorriso ao ver as sacolas, se preparando para brincar, mas então notou sua expressão.

— Bella, o que aconteceu? – Perguntou subitamente sério.

Ela apenas balançou a cabeça e colocou as sacolas no chão, afastando-as. O peso daquelas sacolas ia muito além das roupas. Bella pegou seu pijama e foi tomar banho, sabendo que poderia ceder em breve.

Quando foi para o quarto e trancou a porta, ela se permitiu quebrar. Suas lágrimas transbordaram antes que conseguisse chegar a cama, fazendo Edward levantar correndo e ir até ela. Entre soluços, ela contou a ele sobre Alice. Viu dezenas de coisas passarem pelo rosto dele enquanto falava.

— Ela se foi, Edward – Bella chorou – Se foi. Não tem outra explicação. Não acredito que ela se foi assim...

— Bella, se acalme, por favor – Ele ergueu as mãos e fez uma careta quando a transpassou – Porcaria! Não, escute por favor. Bella, me escute. Não fique assim.

— Ela se foi!

— Eu sei, anjo. Mas me escute. Bella, você a libertou. Se foi isso que aconteceu, então ela está livre. Isso não é uma coisa ruim.

— Ela era minha amiga... – Como poderia explicar para Edward? – Ela... Ela me ajudou tanto, e agora se foi... Eu nem pude me despedir!

Nunca tinha sentido aquilo antes, a sensação avassaladora de perda. Alice já estava morta, ela sabia. Era apenas seu espírito que havia conhecido. Mas sentia como se ela tivesse morrido de novo, definitivamente dessa vez.

— Sinto muito por sua amiga, anjo. Imagino como está se sentindo, e eu lamento muito, de verdade. Só me escute, ok? Ela está bem, Bella, muito melhor do que estava. Você nem pode imaginar o quanto.

— Mas e se ela não queria ir?

— Duvido muito – Edward disse gentilmente – Não fique triste, por favor. Ver você assim me deixa agoniado, ainda mais porque não posso te consolar como se deve. Ela está bem, acredite em mim. Tenho certeza disso.

Bella queria acreditar nele, até sabia que ele tinha razão. Não doía menos, porém. Sentia uma dor profunda no peito, como se o coração tivesse sido comprimido. Pensar que não poderia mais ver Alice era devastador. Os conselhos dela tinham ajudado tanto, e por alguns momentos chegou a sentir como era ter uma verdadeira melhor amiga.

Ela se deitou na cama, deixando as lágrimas rolarem. Edward estava ali, usando a única forma de consolo que possuía; as palavras.

Não conseguia aceitar. Talvez fosse uma coisa boba, vista por outros olhos, que ela sofresse tanto por alguém que só tinha visto três vezes. Mas não era, não para ela. Alice tinha partido completa e definitivamente para o inalcançável. E não era só isso. O conhecimento também a estava desesperando.

Se era possível, então Edward também poderia sumir. Bella estava nauseada só de pensar nisso. Se permitir que Alice a vestisse havia bastado, o que outra coisinha besta bastaria para libertar Edward?

Era um pensamento egoísta, contudo, como poderia perde-lo? Ou conviver com o risco de perde-lo? O simples pensamento a deixava sem ar. Teria que viver em cautela absoluta a partir de agora, com medo de que ele desaparecesse do nada?

Era por isso que Edward insistia tanto que ela fosse descobrir o mundo? Era isso o que faltava para ele se libertar do limbo? O medo e raiva gelada cresceram dentro dela. Não o faria, de jeito nenhum. Nunca faria. Que fosse egoísta, mas não o perderia assim. Ele tinha dito que a seguiria para qualquer lugar, prometera isso várias vezes. Ela o seguiria também, se fosse necessário; infelizmente, havia um lugar, um único lugar, no qual ela não poderia ir atrás dele. Tal como não poderia ir atrás de Alice.

Estava tão zangada, tão apavorada em pensar em perde-lo, que mal conseguia ouvir o eco das últimas palavras de Alice para si...

***

Bella ficou grata que Charlie tivesse ido pescar, na manhã seguinte. Não queria ficar sob observação de mais um par de olhos. Os de Edward bastavam.

Ele parecia muito preocupado com ela. E Bella estava se sentindo novamente chateada com ele. Uma parte dela queria confrontá-lo e questionar. A outra tinha muito medo das respostas, e a acovardava. Poderia ser isso? Ele queria ir embora, e estava tentando se libertar através da liberdade dela?

Se fosse, ele estava perdendo seu tempo. Bella preferia ser a pessoa mais egoísta do mundo, se fosse necessário, do que deixa-lo ir. Não suportaria viver sem ele. Ele, não. Ainda mais agora.

— Você vai sair hoje? – Ele perguntou educadamente.

— Vou.

— Posso perguntar, se você não se importa, para onde?

— Vou na praia – Ela respondeu o primeiro lugar que ocorreu.

Não queria ir para Portland de novo, menos ainda para Seattle. E já que não queria ficar em casa, só restava a praia.

— Bella, qual é o problema?

— Nada.

Ele franziu os lábios, mas não insistiu. Não era um bom dia para ir à praia, com as nuvens escuras e uma grande ameaça de chuva forte. Bella foi mesmo assim.

O mar estava agitado, as ondas grandes se quebravam com violência na areia. Ela desceu da picape e ficou da praia, observando. Era a mesma praia que Renée a tinha levado naquele dia; era também a primeira, e no fim das contas era apenas uma praia, sem qualquer memoria relevante. Podia ficar ali.

Bella se concentrou no som do mar, querendo apenas parar aquela torrente de pensamentos frenéticos. Seu coração estava pesado, triste.

— Olá, menina Bella.

Ela se virou, já sabendo quem era. Harry sorriu, aproximando-se mais.

— Não é um bom dia para apreciar a praia, criança – Ele disse – Está escura e triste.

— Igual o meu humor – Bella respondeu – Como vai, Harry?

— Morto – Ele riu – Por que tão triste, Bella?

— Muita coisa na cabeça.

— A vida tem dessas coisas – Harry concordou – A morte é mais tranquila.

— O que te fez ficar, Harry? – Bella perguntou distraidamente.

— Minha família. Quero vê-los encaminhados, vivendo bem. Sempre quis o melhor para meus filhos e minha esposa, não tive tempo de ver nada disso, não como eu queria.

— Estará livre quando isso acontecer, eu acho – Bella comentou com certo amargor.

— Talvez sim, talvez não. Por hora, estou satisfeito em ficar aqui, observando, cuidando deles.

Bella não disse nada. Não queria dizer nada grosseiro para Harry, por mais que estivesse se sentindo zangada. Ele parecia... Em paz. Bem consigo mesmo, com sua situação. Crente.

— Fiquei surpreso por você poder me ver, pequena – Ele continuou – Foi uma surpresa boa. Você é quase como uma ponte entre os dois mundos.

— Nem sempre é agradável ser uma ponte, pode apostar – Bella respondeu encolhendo os ombros, mas seu tom estava casual – Isso me trouxe muitos problemas.

— Com sua mãe, principalmente.

Ela o olhou, surpresa.

— Não é difícil deduzir isso, criança – Harry esclareceu – Charlie, Billy e eu costumávamos ser bem próximos, e ele me falava da distancia de Renée. Agora, vejo o porquê.

— Ela nunca soube lidar com minha "esquisitice" – Bella fez aspas no ar, junto com uma careta.

— Renée era uma menina risonha e despreocupada na primeira vez que chegou aqui, muito divertida. Mas ela não tinha o necessário para ser aquilo de que Charlie precisava. Nem do que uma criança precisava. Comparando ela e Sue, foi muito fácil ver isso.

— No entanto, eles se casaram. E aqui estou eu.

— E aqui está você, com um dom único.

— Esse dom me causou uma serie de problemas, a começar por Renée.

— Charlie sabe?

— Que eu posso ver os mortos? Não – Bella respondeu categoricamente.

— Não com essas palavras, imagino. Seu pai sabe que há alguma coisa diferente, Bella, ele não se tornou policial por ser distraído. Imagino que esteja esperando que você dê o primeiro passo.

— Bem, não é uma coisa que eu possa revelar em uma conversa casual – Bella disse.

Harry riu, uma risada rouca e agradável.

— Não, não é – Ele concordou – Pretende contar, algum dia?

— Não sei, para ser sincera. Seria uma conversa muito estranha.

— Ah, sim, isso é inegável. Mas ele é seu pai, Bella. Charlie entenderá, tenho certeza. Perto de algumas coisas que ele imagina, acredite-me, isso é até bem fácil – Ele voltou a rir.

A conversa com Harry fluía bem, de um jeito leve. Bella ficou conversando com ele mais um pouco, até começar a chover forte. Ela se despediu dele, imaginado quando e se o veria novamente, e voltou para casa.

Charlie não tinha chegado ainda, e ela encontrou um Edward cauteloso na sala.

— Passeio bom? – Ele perguntou.

— Molhado – Ela deu de ombros.

— Bella, às vezes, ultimamente muitas vezes, eu sinto como se estivesse lidando com uma bomba – Edward falou sustentando seu olhar – Eu entendo que as últimas semanas não foram fáceis, sério. Eu só gostaria muito que esses desentendimentos parassem, especialmente por que não sei o motivo de você estar brava comigo dessa vez.

Bella encarou aqueles olhos verdes que ela tanto amava, desafiando. Se ele queria a verdade, ela também queria.

— Edward, o que te fez ficar? – Bella perguntou bruscamente – Diga sem rodeios.


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