Mini World escrita por Spiral Universe


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Personagens de Stephenie Meyer, só estou brincando com eles...



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Capítulo 1

Ela chegou em casa no começo da noite. Estava irritada. A escola tinha sido uma droga, o trabalho de meio período tinha sido uma droga. Até o pequeno caminho para casa tinha sido uma droga. Chutou para longe as botas enlameadas na soleira.

 — Bella? – Veio à voz da sala.

 — Sou eu, pai.

 — Comprei uma pizza para nós, tem alguns pedaços na cozinha.

 Estava faminta. Seu almoço na escola fora pago e derrubado logo em seguida; o cadarço idiota estava desamarrado. Ela preferiu limpar tudo e passar o resto do horário na biblioteca, longe de risadinhas. A pizza estava morna e deliciosa, embora um pouco do queijo tenha escorregado e sujado sua blusa branca de óleo. Para completar as tragédias do dia, ela pensou sombriamente. O que vai acontecer mais? Uma eletrocussão no chuveiro?

 O chuveiro não explodiu, mas tampouco ficou quente durante todo seu banho. Ainda mais irritada e com shampoo no cabelo, ela foi para seu quarto e colocou seu pijama. Estava tentando secar seu muito ensaboado cabelo quando ouviu atrás de si:

 — Dia ruim?

 — Dia péssimo! – Ela respondeu olhando para trás.

 Edward riu.

 — Amanhã é outro dia – Ele disse.

 — Se for igual a esse, eu juro, nunca mais saio dessa casa.

 Teria que lavar o cabelo novamente amanhã, o que a fez suspirar. Voltou para arrumar o banheiro e colocar a toalha no cesto, gritou um boa noite para o pai e se trancou no quarto. Edward estava no mesmo lugar, sentado na cadeira velha de seus tempos de bebê. Ela se deitou na cama.

 — Sabe, não vejo a hora de terminar a escola, mas não tenho a mínima vontade de fazer faculdade – Bella falou.

 — Talvez seja mais fácil na faculdade.

 — Duvido muito. Idiotas estão em todos os lugares.

 — Está tão ruim assim? – Edward indagou.

 — Tem dias piores que outros. Hoje foi um bem ruim.

 — Eles estão fazendo piadas?

 Bella negou com a cabeça.

 — Ao menos, não fazem na minha frente. – Ela encolheu os ombros. – Não me importo realmente com piadas. Odeio... O olhar deles. Como se eu tivesse três braços e duas cabeças.

 — Se você tentasse explicar, talvez não te olhem mais assim. – Edward comentou.

 — Ah sim, claro, daí eles me proíbem de entrar na escola e até na cidade, se bobear. – Bella respondeu sem humor – Vamos lá, Edward, você sabe que ninguém encara dons sobrenaturais com tranquilidade. Minha mãe...

 — Foi cruel – Ele a interrompeu – Ela foi má e você sabe disso. Nada justifica as coisas que ela te fazia. Renée era uma mulher de mente fechada. Os jovens tem mais clareza para ver as coisas. Devia tentar.

 — Eu tentei quando era pequena. E olha só tudo o que aconteceu.

 Vivia com o pai desde os dez anos, quando Renée por fim se cansou de suas "esquisitices". Ela sempre chamava assim. Ter assustado seu último namorado fora a gota d'agua; nem quatro horas depois Bella já estava dentro de um avião para viver com Charlie. Da mãe nunca mais soube nada, mas suas palavras ainda doíam como lâminas. E suas ações também.

Ver e falar com os mortos não era um dom pelo qual ela havia pedido. E às vezes odiava. Salvo aqueles que morreram por avarias nos corpos, os mortos e os vivos se pareciam ao ponto de ser quase incapaz de saber quem era o que. E havia tantos. Alguns a assustavam; os que morreram com pendências demais, desesperados para falar com familiares e amores perdidos, tão sedentos por perdão e perdoar que a seguiam por dias, em qualquer lugar, gritando súplicas. Esses eram os piores, mas tinha também aqueles gostavam de assustar e que ela odiava igualmente. Tinha os que gostavam de conversar e os quietos. E tinha Edward.

 Seu amigo estava morto há quase cem anos, vitima da gripe espanhola. Ele andou para lá e para cá no mundo até se encontrarem, quando ela era ainda uma menina. Ela apontou e perguntou para a mãe sobre aquele estranho moço, o que fez Renée quase arrastá-la até em casa e trancá-la dentro do quarto. Edward a seguiu, entretanto, e se tornaram amigos. Nas incontáveis vezes que a mãe a prendia era ele sua única companhia. A amizade continuou mesmo quando fora mandada para Forks, e ao longo dos anos conforme crescia. Bella tinha alguns colegas na escola que ignoravam seu comportamento estranho, e eles eram legais o bastante para não fazer perguntas, mas Edward era seu único amigo de fato. Se ele tinha assuntos não resolvidos ou simplesmente não quisera fazer a passagem, para ela não importava. Era grata por sua presença.


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