After Dawn - Alvorecer escrita por Alina Black
Olhei para Zo e toquei suavemente seu rosto, ele virou o rosto para que seus lábios tocassem a palma da minha mão e então me afastei dando alguns passos na direção de Sasha.
— Eu aceito sua proposta, faça o que tem que fazer.
Eu havia tomado a minha decisão.
Zo assentiu para Joseph que novamente olhou para a vampira – Se tentar alguma gracinha eu a paraliso definitivamente – Alertou o vampiro a hibrida enquanto eu ficava a frente dela.
— Feche os olhos – ordenou Sasha, olhei de soslaio para Zo e então fiz o que ela havia pedido – Concentre-se na sua escuridão suas memorias estão lá esperando serem libertadas – continuou a híbrida, suas mãos tocaram suavemente minha cabeça a encaixando entre elas – Veja Renesmee, veja quem realmente você é...
(...)
Eu estava em uma grande e luxuosa casa, a sala era cheia de moveis em um tom bege claro, havia uma grande clareira e duas meninas brincavam diante dela.
Elas eram idênticas.
— Eu venci Renesmee! A menina de cabelos castanhos falou orgulhosa de si mesmo após jogar o dadinho sobre a pequena mesa de centro.
A outra menina era eu...
A sala girou de repente e as meninas desapareceram, meus olhos se direcionaram para a escada e eu descia com uma mala nas mãos.
— Eu estou feliz de ir para Forks, podemos ver o vovô Charlie!
Novamente tudo girou ao meu redor...
Eu estava novamente em uma sala, mas não estava na mesma casa, era uma sala tão luxuosa quanto a anterior, porém tinha janelas e portas de vidros, uma grande TV e podia ver que a casa era rodeada por arvores, como uma mansão luxuosa no meio da floresta.
— Elas correram um grande perigo hoje! Disse o rapaz chegando à sala acompanhado de uma mulher, eu reconheci pelo semblante marmorizado de ambos que eram um casal de vampiros.
— Edward eu também tive medo, mas não poderemos protegê-las sempre, eu queria protegê-las do mundo, mas começo a perceber que elas estão crescendo e temos que aproveitar o pouco tempo que temos.
O casal continuou sua conversa, mas logo pararam olhando para a porta, o homem a abriu e um rapaz moreno passou pela porta entrando de forma apressada.
O rapaz moreno, alto, ele era muito alto e cheio de músculos, talvez fosse essa lembrança que tentou retornar na noite anterior quando encontrei aquele rapaz com as mesmas características que ele.
Então uma calorosa discussão se iniciou, e parou assim que a menina desceu as escadas e olhou para o rapaz, ambos congelaram e o tempo parou.
A menina era eu...
Tudo girou novamente.
Agora eu estava no meio da floresta, eu escutei uma discussão e afastei algumas samambaias para ver o que estava acontecendo, então vi o grande lobo atacar a garota, mas ao invés de suas garras atingi-la foi a mim que ele atingiu.
Olhei para a cicatriz em meu braço...
Um novo giro, uma nova cena...
A divertida tarde na praia, o pular do penhasco com o rapaz moreno, eu senti em meu coração toda a felicidade que aquela menina sentia, e no ultimo giro eu estava nas montanhas gélidas nos alpes, vampiros se chocavam enquanto as duas meninas gêmeas tentavam se proteger.
Mas o chão se abriu debaixo de nossos pés, mas eu não cai, olhei para a grande cratera e a vi caindo na escuridão do abismo enquanto os demais vampiros tentavam salvá-la sem êxito, quando o rapaz da sala tentou saltar a terra se fechou.
Agora eu estava nas grutas secretas que davam para o vale, eu me abaixei e olhei para mim mesma desacordada.
— Jacob...eu murmurei inconsciente.
— Jacob! Eu repeti enquanto minha mente era descarregada de lembranças – Jake!
— Jake...
(...)
— Mia!
— Mia por favor fale comigo.
Eu abri meus olhos lentamente e a dor infernal me fez gemer.
— Mia! Zo ficou calmo – Graças a Deus está bem.
Eu estava totalmente confusa, lentamente me sentei na cama e então percebi que estava em meu quarto, a porta se abriu e Audrey entrou deixando algo sobre a mesa e se aproximou da cama – Ela acordou! Disse ela também em um tom de alívio.
— Você está bem? Perguntou Zo tocando uma mexa de meu cabelo o colocando atrás da minha orelha – Você está a duas horas desacordada, estávamos desesperados.
— Mia, o que aquela hibrida fez com você? Perguntou Audrey.
Fiz uma careta devido a forte dor de cabeça, Mia, eu não me chamava Mia – Eu estou bem! Sussurrei – Renesmee...murmurei olhando para Audrey – Meu nome é Renesmee Cullen.
A surpresa dominou o semblante de Zo – Cullen?
— Sim eu lembro – sussurrei – Eu...
Audrey sorriu.
— Cullen, Clã de Carlisle Cullen?
— Você conhece meu avô?
— Você é neta de Carlisle Cullen? Murmurou Zo se levantando do meu lado na cama e caminhou pelo quarto – Não o conheço pessoalmente, mas vi sua imagem nos quadros de Volterra.
Zo caminhou novamente na direção da cama e tocou suavemente meu rosto – Descanse! Disse ele em um tom carinhoso de voz, sorri afirmando com a cabeça e seus lábios tocaram os meus em um beijo suave em seguida seu corpo se ergueu e ele se direcionou para Audrey – Cuide ela! Pediu ele saindo do quarto.
A vampira me olhou sorrindo.
— Não me olhe assim! Reclamei sentindo que meu rosto ruborizou.
— Eu sei que dormiu no quarto dele, não preciso perguntar o que aconteceu entre vocês dois.
Eu suspirei fechando os olhos – Zo e eu ainda não conversamos sobre isso, a minha cabeça está cheia.
— Você pretende procurar sua família?
— Eu não sei...balancei a cabeça em negativa – Talvez eles achem que estou morta, desistira de mim.
— Não tem como saber disso Mia...quer dizer...Renesmee.
Olhei para Audrey e sorri – Talvez eu continue sendo Mia.
A expressão de Audrey mudou – Então não pretende procurá-los? Indagou ela – Nem o Jacob?
Ergui minhas sobrancelhas – como sabe do Jake?
Audrey sorriu e se sentou a minha frente na cama, suas mãos gélidas e macias pousaram sobre a minha em um gesto de carinho -Quando você foi encontrada e a trouxeram desacordada, era a único nome que repetia em seus delírios, Jacob.
— Por que nunca me disse isso?
— Não queria atormentá-la, você ficaria desesperada por não lembrar, achei melhor não dizer.
Eu sorri largamente – Jake! Murmurei – Ele era meu melhor amigo, o lobisomem que Sasha citou.
— Só amigo?
— Eu era uma menina Audrey, tenho absoluta certeza de que ele deve ter voltado com a namorada e casado com ela – Dei uma pausa pensativa – E me esquecido, como todos os outros...
— E isso a deixa triste? Quer dizer, não falo de seus pais, mas do seu melhor amigo.
— Sei aonde quer chegar! Falei tirando as mãos das dela.
Audrey se levantou e caminhou pelo quarto até a mesa em seguida retornou com uma caneca nas mãos – Esse chá vai aliviar sua dor de cabeça, eu fiz bem forte essa erva derruba um elefante, você precisa descansar.
— Obrigada! Disse pegando a xicara das mãos dela e tomei um gole, o gosto não era ruim, tinha um aroma delicado e doce, Audrey me observou tomar o líquido amarelado e quando terminei retirou a caneca de minhas mãos.
Aquela foi a primeira vez em quatro anos que eu tive a vontade de chorar, um lado meu estava feliz porque eu sabia finalmente quem eu era e o que havia acontecido comigo, mas um outro lado estava triste e indeciso, eu não sabia o que fazer, eu tinha medo de voltar para casa e encontrar tudo diferente das lembranças que eu tinha.
Tinha medo de descobrir que realmente minha família havia me esquecido.
Tinha medo de encontrar Jacob Casado com Lucy e feliz com sua família.
Tinha medo de não ter mais lugar para mim, na vida de todos eles.
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