After Dawn - Alvorecer escrita por Alina Black


Capítulo 11
Noite da fogueira


Notas iniciais do capítulo

Proximos capitulos teremos Pov do Edward para compreendermos o que esta acontecendo nos bastidores rsrs



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— Jacob, Jacob!

Eu corri pelo espaço da clareira, a manhã não estava chuvosa, o espaço que na maioria dos meses era vazio havia sido dominado pelas flores do campo, Jacob tentou se esconder em meio as samambaias e pulou me fazendo cair sobre as flores no chão.

— Que golpe baixo! Eu reclamei.

— Você me deixou derrubá-la! Ele falou me fazendo cócegas. Eu tentei forçar suas mãos que estavam sobre minha barriga, mas foi uma luta em vão, eu me deitei em seu peito e fechei os olhos, ele suspirou.

— Você vai sempre ser meu amigo?

— Sempre pequena! Ele respondeu pousando as mãos em meus cabelos, eu apenas sorri, era confortável estar ali, protegida, feliz, como se não houvesse mais nenhum espaço para qualquer outro sentimento em meu coração, eu estava feliz porque tinha a amizade dele, do Jacob.

Meus olhos se abriram novamente e eu dormia com a cabeça sobre dois travesseiros e aquecida pelo cobertor.

— Urgh! Reclamei me sentando na cama.

Ouvi as gargalhadas vindas da sala, mesmo descalça eu caminhei passando pela porta do quarto, as gargalhadas se misturavam ao som do volume da TV, Seth estava sentado no sofá com um dos braços atrás das costas de Rosalice e ambos riam de algo que passava, sobre a mesa de centro da vovó haviam embalagens de biscoitos, copos, pratos e o meu pote de sorvete.

— Ei! Eu reclamei ao me aproximar deles – Isso é meu!

Seth e Rosalice viraram seus rostos em minha direção ao mesmo tempo, como se tivessem ligados por algum tipo de conexão, eu bufei me aproximando da mesa e peguei o pote nas mãos, estava vazio.

Seth me lançou um olhar confuso e Lice riu – Existem outros potes de sorvete na geladeira, não tem por que se aborrecer.

— E porque não pegou os outros, tinha que pegar justo o meu? Segurei o recipiente vermelho com uma das mãos e a olhei seriamente – Meu sorvete, seus sorvetes! Apontei para a cozinha.

— Calma Renesmee, é só um sorvete! Seth se pronunciou a defendendo, eu rolei os olhos novamente e ao perceber o olhar e incompreensão dos dois para mim larguei o recipiente sobre a mesinha e fui para a cozinha.

Se a casa estava vazia era porque minha família com certeza havia ido caçar.

Eu abri a geladeira pegando o outro pote vermelho, as vezes eu me aborrecia com Rosalice, nós havíamos dividido os potes quando Esme chegou com as compras a um dia atrás, deixei o pote sobre a mesa da cozinha e peguei uma pequena colher em uma das gavetas do balcão, me sentei e comecei a comer, Lice e Seth se encostaram na porta da cozinha e me observaram em silêncio.

— Me desculpe! Lice falou se aproximando – Seth gosta de morango, eu não achei que fosse se aborrecer.

— É a culpa é minha! Seth concordou se colocando ao lado de Lice, ergui meu olha na direção dos dois me sentindo envergonhada, na verdade eu não compreendia por que eu estava tão aborrecida, sorri com o canto dos lábios e voltei a olhar para dentro do pote.

— Tudo bem! Suspirei.

— Sabe! Lice puxou uma cadeira e se sentou – Você tem estado estranha ultimamente, faz alguns dias que está distante, por que não conversa comigo?

Eu balancei a colher dentro do pote vermelho e olhei para ela e para Seth, era complicado responder ao que ela havia dito quando nem eu mesma sabia o que eu estava sentindo, vovô havia falado sobre estarmos em uma faze da adolescência onde nos sentiríamos diferentes e perdidas, talvez essa fase tivesse chegado para mim.

Movi meus lábios tentando encontrar uma resposta e Seth sorriu apoiando as mãos na cadeira onde Licia estava sentada – Eu também sou seu amigo, você pode contar comigo!

— Me desculpem! Eu murmurei olhando para eles.

— Desculpas aceitas! Lice falou se levantando – Que tal vir assistir filme conosco?

— Está bem! Concordei me levantando e pegando meu bendito pote – Mas não olhe para meus sorvetes! Reclamei, Rosalice riu e saímos da cozinha retornando para a sala, como eu desconfiava, nossa família havia saído para caçar e deixado Seth como nossa babá, parece que Seth conhecia nossos pais a muito tempo e nossa família confiava nele.

Seth era legal, faziam exatos três dias que havíamos o conhecido e desde então ele não desgrudou mais de Lice, passava o dia com ela e só saia nas noites para fazer alguma coisa que ainda não sabíamos o que era, acho que trabalhava porque sempre chegava pela manhã e dormia por horas.

Rosalice pegou o controle e mudou o canal alegando ter enjoado daquela programação, eu achei que Seth ia reclamar mas ele parecia querer fazer sempre o que ela queria, e gostar de tudo que ela gostava, novamente eu me senti estranha, até alguns dias antes de virmos para Forks erámos apenas ela e eu e agora, era ela e Seth, senti um vazio, mas apenas os observei brincarem e rirem juntos em silêncio, acho que no fundo eu estava com ciúmes.

Já começava a anoitecer quando finalmente o resto da família retornou de sua caça, nós terminávamos de nos arrumar para irmos a La Push, Seth havia convencido nossos pais a deixar que fossemos com ele, na verdade ele queria que Rosalice fosse, mas ela acabou me convencendo a ir junto.

Quando Seth chegou em uma caminhonete azul Lice sorriu animada e correu para abraçá-lo, papai me deu um abraço e logo em seguida mamãe também – Talvez você se divirta lá! Ele falou tentando me animar, maldita mania de entrar em meus pensamentos.

Antes de entrar no carro ainda pude ouvir o “Ela vai ficar bem” dita por meu pai e então partimos para La push.

Seth colocou uma musica e cantarolou com Lice ao seu lado no banco da frente da caminhonete, eu olhava pela janela fingindo estar cantando com eles, o carro parou próximo a praia, Lice eu olhamos surpresa para o mar e demos um largo sorriso.

— Vocês gostaram? Seth perguntou segurando na mão de Lice e eu ri baixinho ao perceber que o rosto dela corou, seguimos caminhando pela beira da praia até chegarmos próximo a um penhasco, havia uma grande fogueira, algumas pessoas sentadas conversando e o cheiro da carne sendo assada na brasa fez meu estomago roncar.

Seth gargalhou.

Ao nos aproximarmos eu sorri ao ver Lucy vir ao nosso encontro.

— Bem vindas meninas!

— Lucy! Eu falei em um tom de animação e dei um largo sorriso – Você é amiga do Seth?

— Sim eu sou! Ela respondeu – Fiquem à vontade, Seth pega uma bebida para as meninas.

— Obrigada! Lice agradeceu, Seth nos fez sentar diante da grande fogueira e entregou a mim e a Lice uma latinha de refrigerante, então um senhor chamado Billy começou a contar uma história.

“Os Quileutes têm sido poucas pessoas desde o início”, Billy disse: E ainda somos poucas pessoas, mas nós nunca desaparecemos. Isso é porque sempre houve a mágica em nosso sangue. Não era a mágica de mudar de forma – isso veio depois. Primeiro, nós éramos espíritos guerreiros”.

— Nossa você é um fantasma Seth? Lice murmurou rindo.

Seth riu com o canto dos lábios – Essa é a história de nossos antepassados.

Ri baixinho e olhei para o lado, foi quando eu o vi sentado um pouco mais distante, tinha uma garrafa na mão e conversava com Lucy, era ele, Jacob, o amigo da minha mãe.

Eu percebi que ele também olhou para mim, sorri desviando o olhar para a fogueira e toquei suavemente em um dos dedos de Lice usando meu dom para me comunicar com ela “O Jacob, ele está aqui.”

Lice me olhou curiosa, eu olhei de soslaio na direção de Jacob e Lice seguiu meu olhar “O de camisa xadrez” novamente falei a ela, ela sorriu e o encarou por alguns segundos “Será que pode parar?”

Seth se levantou para pegar algo, Lice arrastou seu corpo sobre a madeira do tronco de arvore ficando ao meu lado – Ele é mais velho do que imaginei! Ela murmurou em meu ouvido.

Eu sorri, sorri largamente e me senti feliz, eram como se borboletas passeassem por dentro do meu estomago, eu estava feliz em ver Jacob e não sabia o porquê de tamanha felicidade.

— Eu não sabia que gostava de garotos mais velhos! Lucy me provocou.

Rolei os olhos – Não começa.

— Por que não vai lá e puxa um assunto?

—Eu? Arregalei os olhos – Eu não, está maluca?

— Aí Renesmee deixa de ser boba, como espera ser amiga dele se não falar com ele?

Me senti nervosa, mas Lice tinha razão – Okay! Respondi me levantando e Seth se sentou novamente entre nós duas – Eu vou pegar uma bebida!

Seth olhou na direção de Jacob e sorriu – Claro, vai lá!

“Ai meu Deus” eu repeti em minha mente enquanto seguia entre as pessoas do círculo, alguns me olharam de forma estranha, mas ignorei, dei a volta por trás de uma mesa e Jacob estava de costas abaixado na frente de um grande isopor – Oi, tem refrigerante? Tentei puxar um assunto.

— Tem! Ele respondeu mantendo-se de costas para mim – Não sabia que bebiam esse tipo de bebida! Completou.

Eu ri me sentindo uma idiota – Eu sim! Respondi – Poderia me dar um?

— Claro! Ele respondeu, ouvi o som do gelo batendo em metais e garrafas, então sua mão subiu a altura do seu ombro com a latinha de Coca-Cola me entregando, eu peguei a latinha de sua mão e a abri tomando um gole.

Esperava que ele se levantasse, mas ele continuou na mesma posição – Eu gosto de refrigerante faz cocegas na garganta.

Merda, por que eu falei uma besteira dessas?

— Você é amigo da minha mãe, não é? Tentei falar menos besteira – Foi em nossa casa há uns dias.

— Sim e não! Ele respondeu se levantando, eu sorri acreditando que finalmente ele viraria se corpo na minha direção porém ele continuou de costas, deu alguns passos e seguiu na direção de Lucy, se sentou ao lado dela e falou alguma coisa, Lucy concordou com a cabeça e ele beijou o ombro dela.

Eu senti nós na minha garganta, ele era namorado da Lucy, só então percebi o papel patético o qual havia me submetido, dei a volta pela mesa e passei a frente dos dois mas não os olhei, apenas me sentei novamente ao lado de Seth e olhei para a fogueira.

— Você está bem? Seth me olhou com um semblante de preocupação.

— Estou! Eu forcei um sorriso e ele olhou para Jacob que olhou para mim, mas eu desviei o olhar, me senti sufocada – Eu preciso fazer uma coisa! Falei me levantando.

— Onde vai?

— Fazer uma coisa! Insisti e Seth sorriu com o canto dos lábios.

— Não se afaste muito!

Concordei com a cabeça e segui na direção de algumas arvores me afastando, me sentei em um tronco de arvore caindo no chão e cruzei os joelhos escondendo meu rosto entre eles.

— Por que eu me sinto assim?

Era difícil de explicar, sempre havíamos sido Lice e eu, eu nunca havia sentindo falta de ninguém mais, porque eu tinha minha família e Lice, nunca havia me importado em ter amigos, por que doía a indiferença de um estranho para mim?

— Renesmee?

Tirei meu rosto do meio dos meus joelhos e Lucy se aproximou – Você está bem? Perguntou se abaixando a minha frente – Por que está chorando?

— Não foi nada! Eu respondi enxugando as lagrimas.

— Fizeram algo a você?

Neguei com a cabeça.

— Você sumiu, daqui a pouco vão ficar preocupados com você, quer conversar comigo e me contar o que está deixando uma garota tão linda como você triste?

— Eu não sei!

Lucy sorriu e tocou suavemente minha bochecha enxugando uma lagrima – eu acho que eu sei! Ela murmurou, porém o som de galhos se movimentando chamou a nossa atenção, Jacob surgia entre as samambaias.

 – Como vocês desaparecem assim, todos estávamos preocupados!

Me senti envergonhada, além de ter feito o ridículo papel de ter tentando falar com ele agora o tinha feito me procurar - – Me desculpe! Enxuguei as lagrimas e baixei a cabeça – Lucy não teve culpa.

— Aconteceu alguma coisa? Jacob perguntou dando alguns passos se aproximando de nós duas, eu o olhei rapidamente, mas desviei novamente o olhar.

— Aconteceu! Lucy falou se colocando entre nós dois – Espero que esteja satisfeito!

— Não estou entendendo!

— Lucy! A segurei, não queria me sentir pior fazendo com que ela brigasse com o namorado– Eu estou bem, só quero ir para casa.

Lucy sorriu e carinhosamente tocou uma mecha do meu cabelo colocando atrás da minha orelha - – Você sabe voltar? É só seguir em linha reta, Seth e sua irmã devem estar preocupados, eu preciso conversar com o Jake.

— Está bem! Concordei e caminhei apressada na direção que ela havia indicado, não consegui olhar novamente para Jacob, porém eu parei me encostando em uma grande e larga arvore ao ouvi o início da discussão deles.

— Não devia ter deixado ela ir sozinha...

— É mesmo Jake agora você se importa?

— Lucy qual é o seu problema? Acho que eu me sentiria mais tranquilo se você estivesse me odiando, estivesse odiando a Renesmee, mas ao invés disso você virou a sua protetora?

— Que machista você e Jacob, é claro vocês homens acham que toda mulher deve ficar mal e chorar pelos cantos com o fim de um relacionamento? É somente essa a forma que você vê como prova de amor?

—EU ESTOU TENTANDO NÃO TE MAGOAR!

— E ESTÁ MAGOANDO UMA INOCENTE!

— EU NÃO QUERO MAGOÁ-LA, ELA É A MINHA VIDA AGORA!

Meu coração disparou, ao mesmo tempo eu me senti confusa – Quem é a vida dele? Perguntei em minha mente enquanto a discussão deles continuava.

Eu não queria que eles brigassem, sai de trás da arvore decidida a dar um fim naquela discussão, mas assim que me aproximei o suficiente eu os vi, Jacob a beijava, Jacob amava Lucy e ela estava brigando com ele por minha causa. Lucy o empurrou e em seguida me assustei ao ouvir o estalar da mão dela no rosto de Jacob.

— PARA DE FUGIR, PARA DE LUTAR CONTRA ALGO QUE NÃO PODE! CHEGA!

Ambos ficaram em silêncio, Jacob deu alguns passos para trás, e de repente os pedaços da roupa de Jacob voaram e sua pele se rasgou, meus olhos arregalaram-se e eu estremeci ao ver um grande lobo tomar seu lugar e Lucy cair a sua frente chamando por seu nome — JAKE NÃO!

As grandes patas do lobo caíram na terra e suas imensas garras avançaram se ergueram caindo na direção de Lucy, eu corri tentando tirá-la da frente da grande besta descontrolada, mas senti que algo me atingiu, algo rasgou minha pele.

Algo escorreu pelo meu braço, e logo em seguida veio a insuportável dor, olhei para Lucy e seu olhar era desesperador, meus joelhos caíram no chão e logo em seguida o resto do meu corpo.

— NÃOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!

Naquela noite eu conheci a dor, Lucy se ajoelhou a minha frente e em seguida eu ouvi seus gritos de socorro, em seguida ouvi vozes, e tudo começou a ficar confuso, ouvi a voz de Lice, de Seth e por último de Nahuel.

Eu pisquei meus olhos e a dor veio de uma forma mais forte, eu me debati sobre a cama e ouve um imenso barulho.

— Seth! Você está bem? Meu avô perguntou.

— Morfina!

— Tem certeza de que essa dose é o suficiente?

A dor começou a diminuir.

— Jacob...eu murmurei antes da escuridão me vencer.


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