Brave escrita por Baby Blackburn


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Hello
A ideia desse one surgiu durante uma conversa com uma amiga sobre os personagens com menos destaque na saga.
Espero que gostem ;)



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James Sirius era corajoso. Era o que todos diziam sobre ele desde o seu nascimento. Por não ter descoberto a gravidez logo no início e ter continuado a jogar pelo Holyhead Harpies por um bom tempo, Ginny passou pela primeira gestação de maneira complicada e perigosa. James nasceu de seis meses, quando ainda não tinha um nome e pegou seus pais de surpresa. Seus médicos costumavam chamá-lo de garotinho corajoso enquanto os pais não achavam um nome perfeito.

Seu nome foi escolhido na noite em que seus pulmões pararam de funcionar por algum tempo. Aqueles segundos em que Ginny e Harry Potter ficaram parados encarando seu primeiro filho ser trazido de volta a vida foi o pior e mais revelador de suas vidas. Ao notar que seu filho tinha voltado bem e com, aparentemente, mais vontade de lutar pela sua pequena vida, não sobrava dúvidas de que aquele pequeno e corajoso menino iria fazer com que os cabelos dos pais ficassem em pé. James Sirius Potter lhes pareceu a escolha perfeita depois disso.

James tinha acabado de completar um ano quando os Potter souberam que estavam esperando o segundo filho. Diferente da gestação do primeiro filho, a segundo foi mais tranquila e saudável. Aos nove meses, Albus Severus Potter ainda não parecia seguro o suficiente para conhecer seus pais e o irmão. Ginny se encontrava sentava sob a sombra de uma das árvores nos jardins d’A Toca enquanto assistia Harry e James brincarem com Fred II e Jorge. A pontada que sentiu na barriga seguida pelo liquido quente que escorreu por suas pernas fez com que ela respirasse aliviada. Finalmente Albus estava pronto. Harry, como já era de se esperar, se desesperou enquanto alertava a todas que ela havia entrado em trabalho de parto. James, no entanto, apenas segurou a mão da mãe com a sua gordinha e pequena.

— Tudo bem, mamãe – disse olhando para o pai que corria em todas as direções dentro da casa e depois voltando seus olhos castanho esverdeados para ela. – O papai só está um pouquinho nervoso.

Ginny riu, sabendo que tudo ficaria bem se ela tivesse James ao seu lado.

O primogênito Potter era sempre o primeiro a se dispor de experimentar coisas novas. Essa sua vontade de fazer de tudo um pouco fez com que aprendesse a voar em uma vassoura de verdade antes mesmo de aprender a soletrar seu nome. Ainda pequeno quando tinha pesadelos, diferente dos irmãos que corriam para a cama dos pais, James descia as escadas de sua casa e, no escuro, ia até a cozinha para preparar um copo de leite quente junto com um biscoito para depois voltar a dormir. Harry quase enfartou ao encontrar seu pequeno sentado no balcão em uma noite chuvosa após um pesadelo. Ao perguntar o porquê de não ter acordado a ele ou sua mãe para lhe fazer companhia, James lhe ofereceu um sorriso banguela e desceu da bancada em um pulo antes de segurar sua mão e falar:

— Não precisa se preocupar com a chuva papai, eu protejo você.

Como ele soube que a chuva forte que caia no lado de fora o assustava, não sabia. Mas Harry nunca mais temeu os trovões que vinham com as chuvas fortes.

Tanto Harry quanto Ginny tinham que admitir que esperavam algumas lágrimas vindas de James ao se despedirem na Plataforma 9 ¾. Ao se posicionarem na frente do grande e vermelho trem que o levaria para a escola que tanto sonhou em frequentar, apenas soltou a mão dos pais e, com um breve aceno, estufou o peito e foi caminhando em direção ao trem. Não entendi o porquê de tantas crianças chorando abraçadas em seus pais. Eles estavam indo para Hogwarts, pelo amor de Merlin.

Sua primeira semana na escola foi mais entediante do que imaginava. Andava lentamente pelos corredores no horário de almoço quando avistou, de longe, a figura esguia e imponente da diretora. Seu pai e tio Ron disseram que era de extrema importância que se apresentasse para a diretora. Com os olhos brilhando e sorriso maroto, correu em sua direção.

— Diretora McGonagall – gritou quando viu que ela se afastava. Minerva se virou em direção a figura pequena de um menino bagunçado correndo até ela. – Diretora, oi. Sou James Sirius Potter.

Os olhos da diretora se arregalaram e sua boca se abriu em um perfeito O. Ignorando a cara estranha que a senhora fazia para ele, James continuou.

— Meu pai é Harry Potter – estufou o peito e ajeitou os livros que trazia nos braços. – Ele me pediu para que te desse um oi e desejasse boa sorte, mas eu não entendi o por qu...diretora?

Minerva McGonagall o encarava de boca aberta, sabendo que não teria paz pelos próximos sete anos.

Enquanto crescia, James chamava a atenção por onde passava. Durante seus anos em Hogwarts fez jus aos nomes que recebeu, deixando não apenas seus pais de cabelo em pé como também McGonagall. Apesar da constante exibição de seus atos marotos, ninguém em todo o mundo bruxo conseguia descobrir nada sobre sua vida amorosa. As garotas que com quem ele ficava eram sempre discretas e nunca falavam uma palavra sobre os, infelizmente, contados dias que tinham com o Potter. No quarto ano, num ato de coragem – que viria a lhe render três semanas de detenção - James invadiu o Salão Principal sobre a sua vassoura para convidar Juliet Blishwick, por estava apaixonado, para um passeio por Hogsmeade no dia dos namorados.

Seu primeiro e, até então, único relacionamento sério durou dois anos até que, na metade do sexto ano, Juliet se mudasse com a família para a Alemanha. Com o coração partido e a promessa de que não voltaria a se apaixonar tão cedo, James se dedicou aos estudos e Quadribol. Mas não esperava que fosse se encantar lindos olhos castanhos durante um de seus dias de estudo na biblioteca. Os próximos meses que seguiram até a metade do seu último ano letivo foram gastos com sessões de amassos escondidas nos corredores vazios e escuros de Hogwarts.

Cansado de manter o caso em segredo, foi dado a James o aviso final de que não seria mais capaz de se esconder como se aquilo fosse errado. Com o coração partido em dois e a coragem em falta, ele voltou para a casa durante o recesso do Natal. E era por esse motivo que mantinha suas mãos suadas juntos no colo e olhava para a comida enjoado. Seu pai conversava alegremente com Albus e sua mãe discutia um artigo esportivo que havia escrito com Lily e Teddy.

Limpou a garganta como uma maneira de chamar a atenção de todos. As conversas pararam quase que de imediato. Ao notar a atenção de todos sobre si virou o seu copo de suco de abóbora, como se tomasse uma dose de coragem, e se levantou. Pode escutar a risadinha de Albus, mas seus olhos estavam focados no rosto do pai.

— Tenho algo para contar. – Disse baixo ainda olhando para os olhos verdes de Harry, que trocou um olhar nervoso com a esposa.

— Pode dizer, querido. – Respondeu a mãe enquanto pousava os talheres na mesa e sorria carinhosa em direção ao filho.

— Estou apaixonado por alguém. – Desviou, pela primeira vez desde que se levantara, o olhos do pai. Suas mãos suadas pareciam muito mais interessantes agora.

A risada alegre de Harry em um conjunto de mãos sendo batidas foi ouvido antes de fazer a pergunta que James sabia que viria.

— E quem é a garota sortuda?

Os olhos do garoto se encheram de lágrimas enquanto, suspirando derrotado, se deixou cair na cadeira.

— Por que você assume que é uma garota?

James sempre teve o dom de deixar sua família em silêncio antes de explodir em risadas após uma boa piada mas daquela vez não havia trocadilhos ou risadas. Dessa vez, o silêncio reinou sobre a família Potter.

— Eh...e quem é? – perguntou Teddy olhando do padrinho para o irmão mais novo. – Nós conhecemos?

— É da escola? – Se interessou Lily, enquanto lhe lançava um doce sorriso.

— De qual casa? Qual ano? – Albus entrou na onda de perguntas.

— Pai...mãe – sussurrou em busca do olhar daqueles que mais amava. Harry, que encarava seu prato em silêncio, subiu seu olhar até o filho e lhe lançou um sorriso fraco e falar:

— Então, conhecemos o garoto sortudo?

Um peso parecia ter sido tirado da suas costas ao ver que os olhos de Harry acompanhavam seu sorriso.

— Luke Zabini. – Sorriu para todos enquanto se arrumava na cadeira. – Ele é bem legal, estava tentando me deixar fora das confusões e...

— Espera aí – Ginny interrompeu o filho com uma expressão confusa do rosto. O coração de James voltou a bater mais rápido do que nunca. – Então ele é o responsável de não recebermos uma carta de Minerva a mais de três meses?

— É...

— Caramba, eu tenho tanto o que aprender com esse garoto. – Riu enquanto se acomodava na cadeira bebendo seu suco. – Por que não o convida para jantar durante o recesso?

O sorriso dele morreu mais uma vez, seu coração doeu e os olhos ameaçaram lacrimejar.

— Não...não estamos mais juntos. – Disse voltando a olhar para as mãos sobre o colo. – Ele já era assumido e eu...ele não queria mais ser um segredo ou me pressionar a contar para alguém.

— Talvez você devesse ir atrás dele agora. – Disse Teddy colocando a mão sobre seu ombro.

— Isso! – Exclamou Lily olhando animada para o irmão. – Não tem mais nada pra esconder, Jay.

— E se alguém mexer com vocês, – Disse Albus se certificando que os olhos de James estivessem nos seus – vão se ver comigo e com Lily.

— Somos Potters, filho. Não desistimos fácil. – Harry disse alto, sobrepondo sua voz sobre os burburinhos dos filhos. – Me tome como exemplo...- indicou a esposa com a cabeça. – e seu avô também.

Levou cerca de um mês para que Luke Zabini aceitasse encontrar James, mas não foram necessários cinco minutos para que os dois se entendessem e Luke fosse convocado para um jantar da casa do, agora, namorado. No primeiro dia de volta após o recesso, James Sirius andou de mãos dadas com o namorado pelos corredores. O assunto gerou burburinho durante o restante do último ano e pareceu ser notícia em todo lugar.

Por que James Sirius gostava de meninos e meninas. No momento, ele estava completamente apaixonado por Luke Zabini e assumir isso para o mundo cheio de preconceito no qual vivia foi, talvez, a coisa mais corajosa que ele já tinha feito.

 

 


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Notas finais do capítulo

Me deixem saber o que vocês acharam e, quem sabe, eu aparece com mais algumas histórias como essa.
Love always, BB.



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