Never Tell Me The Odds escrita por Lady Liv


Capítulo 1
Prólogo




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Ben Solo tinha certeza que aquele era o fim.

E tudo bem se fosse, quer dizer, havia outras maneiras terríveis de morrer. Oh, ele sabia muito bem disso. Ele mesmo havia causado o sofrimento e a tragédia por tanto tempo; como Cavalheiro de Ren ou como Supremo Líder, as vezes por apenas ter o sangue Skywalker em suas veias. Não importava o que ele fizesse, as consequências sempre o perseguiriam.

E então, havia Rey.

Sabia que enquanto estivesse com ela, estaria no caminho certo.

A mão dela ainda estava em seu rosto, – ainda mal podia acreditar em tal maravilha! –, quando sentiu o arrepio a base de sua coluna, subindo por suas costas e tirando o sorriso de seu rosto. O que a Força havia lhe dado, agora o levava em troca.

Ben. Uma voz ecoou em sua cabeça, parecia ser Rey, mas também soava como sua mãe.

Mãe?

Ele estava esgotado.

Sucumbiu a uma escuridão não mais assustadora, mas quente e benigna, como uma criança que dormia depois de um longo dia de brincadeiras. Ele havia esquecido que poderia existir tamanha sensação.

Não esqueceu, no entanto, da mão de Rey, – doce Rey, Rey cheia de luz – que finalmente descansava na sua.

Adeus, cyar’ika.

Aquele era o fim, e ele o aceitou.

Só que não era.

A dor o acordou, e junto dela, as vozes.

“... sim, um grande impacto...”

“Não toque nele!”

“...bastante bacta... acho que não...”

“Prestem atenção! Você, me ajuda aqui!”

Mãos o tocaram e Ben resmungou, se encolhendo. Por que estava tão frio? Não sabia o que estava acontecendo e estava cansado demais para tentar descobrir.

“Está acordado? Oi? Qual o seu nome?”

Uma coisa era certa, ele estava vivo.

Ben estava vivo.

Rey?

Ben acordou por mais duas vezes, foi confuso e cheio de luz, não a luz que ele esperava, mas literalmente luz, queimando os seus olhos. Uma enfermaria.

Não importava, ele suspirou, trêmulo. Estava vivo. Vivo e... talvez um pouco doente. O vômito fez caminho por sua garganta e ele expulsou o que quer que estivesse em seu estômago. Não lembrava a última vez que havia comido, tudo que importava antes era-

“Rey?” chamou, instintivamente se abrindo para a Força e arfando o nome dela assustado quando a energia o atingiu em cheio como uma onda; súbita e violenta. “Rey!”

“Ei, se acalma.” alguém o segurou, estalando os dedos na sua frente. “Oi? Está me ouvindo?”

“Onde está Rey?”

“Calma, você está delirando.”

“Rey.” Ben insistiu, mas a silhueta feminina não o respondeu, em vez disso, trocou palavras rápidas com outros rebeldes em uma língua desconhecida. “Soldado!” Ben a puxou pelo braço, impaciente. “Traga-me seu General, agora!”

Não importava como havia chegado a aquela base, mas em um momento Rey estava com ele e de repente-

“Qual o seu nome?”

A Força não estava certa.

Ele precisava encontrá-la. Ele precisava-

Ah, que ótimo. Estava desmaiando novamente.

Pesadelos o atormentaram dessa vez; viu a si mesmo não chegando em Exegol a tempo, viu a escuridão do poço o qual foi lançado sem misericórdia, viu o corpo dela frio em seus braços, e sempre a risada do Imperador prevalecia. Mesmo agora, depois de tudo, a voz dele parecia encontrar um caminho para entrar em sua cabeça.

Pouco antes de acordar, teve a impressão de ver as estrelas. Elas brilhavam e o guiavam para casa.

Para Rey.

Abriu os olhos, respirando fundo.

Aparentemente, haviam o movido da enfermaria para um quarto com tons cinza e pastel. Talvez o reconheceram. Não esperava que a Resistência perdoasse seus crimes como Kylo Ren tão facilmente, mas era estranho o colocarem em um quarto com uma janela tão grande. Tentou identificar onde estava, mas era impossível com as persianas fechadas. Provavelmente um lugar alto. Não que ele tivesse medo de pular.

Estava a observar os diferentes móveis quando a porta se abriu.

Era um homem humano alto de cabelos claros, provavelmente não mais velho que Ben. Suas vestes escuras visivelmente pesadas acompanhadas de um enorme manto marrom. Algo na mente de Ben piscou em alerta, mas ele esperou que o estranho se comunicasse primeiro.

“Sabe quem sou eu?”

“Não.”

O homem franziu o cenho e Ben o imitou, ótimo, os dois estavam confusos.

“Como está se sentindo?”

Ben tirou um momento para olhar para si mesmo. A túnica branca deixava seu peito parcialmente desnudo, mostrando sua pele livre de arranhões e manchas rochas, calças simples cobriam suas pernas, mas também não sentia nenhuma dor lá.

Certo... vivo e sem machucados. Definitivamente não algo que ele esperava.

“Quanto tempo eu dormi?”

“Alguns dias.”

“Dias?!”

“Nós cuidamos de você, se lembra de alguma coisa?”

“A batalha. Vencemos não vencemos? Ah, que pergunta estúpida, claro que vencemos.” colocando os pés para fora da cama, tentou se levantar.

“Opa, vai devagar, ainda não está-”

“Onde está Rey?”

“Ah, é, Rey, você chamou bastante por ele e pelo-”

“Como me encontraram?”

“Você que apareceu aqui.”

“E onde seria aqui?

“Coruscant.”

“Coruscant?!” Ben repetiu, impaciente.

O homem notou sua irritação, mas ao contrário de pedir calma, – como todos os médicos que Ben vagamente se lembrava –, sua expressão se tornou opiniosa, bufando uma risada.

“Os Jedi que trabalham aqui não se enganam quanto a ferimentos. Ainda assim, me pergunto se é tudo uma atuação sua.”

“O que?”

“Quanto a isto,” de dentro de suas vestes, ele tirou um objeto que fez Ben gelar. “Devo admitir, nunca vi design igual a este. Mestre Yoda disse que o cristal foi sangrado, que a técnica é muito dolorosa.”

O sabre de luz de Kylo Ren. Ben Solo havia se livrado dele. Como poderia estar ali?!

“Você mesmo fez isso? Ou o roubou de um Sith? Seu Mestre, talvez?”

Ben ficou calado, o alerta em sua mente crescendo conforme o estranho se aproximava.

“Só não entendo o que causou a explosão na Força. Não achou que o Templo fosse a primeira coisa que tentaríamos proteger? Por que vir direto pra cá?”

Caramba, os olhos dele eram azuis; azuis como o céu, azuis como os de Luke.

Não.

Não Ben, nem pense, não chegue lá-

“O que está pensando?”

Ele chegou lá.

Seria possível? Se perguntou, não, claro que não. Nunca ouviu falar de nada assim. Snoke com certeza teria compartilhado tal descoberta. Devia ser truque. Tinha que ser. Quais eram as chances?

Tolamente, lembrou-se de seu pai, prestes a fazer uma manobra impossível na nave que tanto amava, desafiando todas as probabilidades de falha com a arrogância de um Solo.

Nunca me diga as chances!

“Qual o seu nome mesmo?” Ben perguntou, fazendo o homem estufar o peito, um pequeno sorriso de lado, como se estivesse zombando de suas conclusões.

Antes mesmo dele responder, Ben já sabia.

“Cavaleiro Jedi Anakin Skywalker.”

Era o seu avô.


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