Aquele em que James preferia não se lembrar escrita por ImDisappointed


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Olá gente. Tudo bom?
Trago aqui uma fic que foi muito gostosinha de escrever kkkk esse início estava perdido no meu celular e, depois de ler várias coisas no meu bloco de notas, minha auto estima foi lá em cima e eu não pude evitar terminar de escrever pelo menos essa fic kkkkk.
Eu amei demais demais escrever. Foi super divertido montar as falas do James e eu tentei deixar o mais goofy e dramático que eu consegui kkkkkkkk



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Era sexta feira a noite e, como era de se esperar, todos os alunos já estavam dormindo em seus respectivos quartos, pois bem cedo no dia seguinte eles teriam o tão esperado passeio até Hogsmeade. 

Lily, contudo, era a única que permanecia na Sala Comunal da Grifinória. A ruiva estava tentando se distrair lendo um livro de romance qualquer, mas sua impaciência e nervosismo transpareciam com indescritível facilidade. Com a unha constantemente entre os dentes, ela se levantava, rodava pela sala com o livro em mãos, olhava para entrada e, frustrada por ninguém passar pelo quadro, ela se sentava novamente na mesma poltrona.

O extraordinário nisso? Bem. Tudo!

Lílian Evans - apesar da sua fama de nervosinha - havia se tornado uma mulher muito mais calma comparada a Lilian de alguns anos atrás e dificilmente se mostrava abalada por qualquer infortúnio. E mesmo assim, lá estava ela. Ansiosa. E a razão era simples. James Potter. Oh céus, James Potter. O homem que nos últimos anos a tratava com respeito e não maltratava as pessoas ao seu redor. O homem que havia parado de agir como um idiota e agora era um de seus amigos mais queridos (especial talvez até demais para ser encaixado na categoria amizade) - ele tinha se provado muito confiável e compreensivo e bondoso e gentil e bonito e charmoso e ahhh!

Lily encolheu as pernas, girou na poltrona para assim ficar de joelhos e virada de frente para entrada do salão aguardando sofregamente o retorno dos únicos grifinórios que não estavam na torre. Ela abandonara de vez o livro e pensava nas mil maneiras possíveis de poder dizê-lo que sim! Que aceitava ir a Hogsmeade com ele no dia seguinte e que ficaria encantada de tomar chá no Chalé da Madame Puddifoot em sua companhia.

Ela tamborilou os dedos nas costas da poltrona e seu rosto corou no mesmo instante só de lembrar o que acontecera mais cedo naquele dia. Lembrar que enquanto estavam perto ao lago durante um intervalo mais longo entre as aulas, James segurou sua mão e tocou seu rosto com delicadeza para logo depois se inclinar de leve em sua direção e quase tocar na sua pele clara e cheia de sardas com a ponta do nariz. Lembrar que ele soltou o pedido num longo suspiro que antes estava preso em sua garganta e que logo depois encostou seus lábios na testa dela e quase suplicou num sussurro: "Por favor Lily pense nisso com carinho".

Lily soltou um gemidinho e girou novamente para dessa vez deixar o corpo atravessado no móvel e tombar a cabeça para fora da poltrona, assim a moça teve uma visão invertida da entrada do salão. Para ela era incontrolável o sorriso bobo ao se derreter na lembrança. Seu momento favorito fora quando ele se afastou e, antes de andar apressado de volta para o castelo, Lily pôde ver o espectro de seu rosto corado. Céus aquilo fora quase que o paraíso! Fora um deleite aos olhos verdes de Lily que, incapaz de se mover, ficou paralisada a beira do Lago Negro. E Lily descobriu em si mesma uma maldosa satisfação ao simplesmente imaginar vê-lo corado novamente.

Cobrindo o rosto com as mãos, Lily escondeu o sorriso travesso ao pensar que a bem da verdade era que ela passara o dia todo o evitando, pois queria encontrar a melhor maneira de arrancar aquela adorável reação dele novamente. Enquanto os cabelos ruivos tocavam o chão, a cabeça avoada de Lily flutuava nas nuvens conforme seu coração batia mais rápido.

O que, por raios, estava mantendo os Marotos fora da torre até essa hora da noite?

***

James mal conseguia andar reto. Seu corpo mantinha equilíbrio graças ao braço por cima dos ombros de Sirius, que tentava caminhar sem tropeçar pelos dois. Os marotos voltavam da Sala Precisa onde haviam passado o resto da tarde e parte da noite bebendo e consolando o (já não mais) infame James Potter.

Durante os últimos dois anos James vira sua relação com Lily amada Evans tomar um rumo totalmente inesperado. Eles lentamente se aproximaram graças a mudança de atitude do Maroto. E assim não tardou para que, o novo James somado a influência do grupo de amigos que compartilhavam, passasse a ser considerado por Lily como amigo também.

A nova relação entre eles era de total choque para toda Hogwarts. Até mesmo as paredes de pedras, marcadas pelo vagaroso tempo, se quer imaginavam tal plot twist. James Potter e Lílian Evans amigos! Ora nem mesmo ele poderia imaginar. Suas esperanças sempre foram de que ela o amaria tanto quanto ele a amava. Nem mesmo o menor insight de que eles poderiam ser simples amigos passou pela cabeça oca dele. Aquela amizade era tão inimaginável que tamanho impacto em James foi capaz de desnortear e amedrontar o grifinório. E se fosse somente aquilo? Seria amizade o máximo que poderia almejar alcançar com Lily?

James acabou por se ver então preso na temível friendzone. O abismo intransponível, "especialmente se tratando de Lily" concluiu ao lembrar da falecida amizade da ruiva com Snape. Tal pensamento, enterrou as esperanças de James e o medo de acabar da mesma maneira que o sonserino foi demais para ele admitir. Apesar de se sentir aterrorizado pela possibilidade, ele acabou por aceitar que amizade seria possivelmente o ápice do seu relacionamento com ela e decidiu por se esforçar em manter ao menos isso.

Então em uma bonita sexta feira de pouco sol na Inglaterra - um dia antes do passeio de Hogsmeade - quase que como uma epifania, sua coragem grifina se sentiu confortável o suficiente para aparecer e James se sentiu confiante em chamar Lily para sair. A paisagem, mesmo que um pouco cinzenta, passava calma e Lily combinava extraordinariamente bem com os reflexos da luz do sol que batia fracamente na água. Toda a situação era convidativa e fez o Potter se sentir confiante quanto a decisão de chamá-la mais uma vez, em anos, para um encontro.

Bem, pelo menos no instante em que o fizera parecia uma boa ideia. O que por Morgana ele tinha na cabeça? Tocar a amiga de tal maneira? Ele ainda a beijou! Mesmo que na testa, ainda era um beijo! O pior era que se sentia um tolo.

Em sua perspectiva o momento lhe parecia perfeito, contudo, nem o tempo mais ameno e sol brilhando gostosamente enquanto ambos matavam o tempo até a próxima aula de herbologia a beira do Lago Negro fora o suficiente para fazer James relaxar e falar com tranquilidade. Suas mãos suavam e a voz parecia frágil. Por céus, ele mal conseguia respirar quando perguntou se Lily gostaria de tomar chá com ele no dia seguinte.

E se ela não entendesse que o seu pedido era um convite para um encontro? Ora, ela poderia muito bem entender que não se tratava de nada mais que um simples convite entre amigos. Ele concluiu enquanto sentia que sua mente entrava em curto. James gemeu apreensivo e envergonhado. Ele voltava para o castelo pensando nas mais diversas coisas que poderia dar errado e no quanto sua amizade poderia regredir ao tê-la chamado para sair. 

Era engraçado ver que aquele não, que sequer fora dito, assombrava o Potter mil vezes mais do que o tão histórico “Eu preferiria sair com a Lula Gigante a sair com você Potter".

James passou o resto do dia acreditando piamente que seria rejeitado e por isso, antes mesmo do fim da batalha declarou sua derrota. Decidiu que naquele mesmo dia choraria pelo leite derramado. Tamanha fora a apreensão que sentia que os Marotos se apiedaram de seu surto. Então logo depois da última aula, após notar que Lily fugia graciosamente de sua presença, James decidiu ir beber escondido na Sala Precisa até tarde da noite. E os marotos, por obrigação fraternal, se viram presos a um James bêbado e choramingando. Pelo menos assim ele não teria que lidar com a rejeição de Lily. Ou melhor, se tivesse que fazê-lo, pelo menos estaria bêbado o suficiente para não se lembrar.

Já mais tarde, passando do horário permitido, os quatro tentavam voltar sorrateiramente para a Torre da Grifinória. Contudo, era demandado enorme esforço para calar o moreno que recitava trechos confusos de Romeu e Julieta e dizia que na manhã seguinte - assim que desistisse definitivamente de Lily - morreria então a maior dramaturgia depois de Shakespeare.

***

Em frente a entrada da torre Rabicho falou a senha e, desgostosa, a mulher gorda abriu passagem para os Marotos. Eles entraram cambaleando na Sala sem notar a presença que os aguardava. Lilian, ainda deitada, arregalou os olhos ao vê-los finalmente passar pela porta. Ela tentou levantar num pulo e acabou por bater a perna na mesa ao lado da poltrona, chamando assim atenção dos rapazes. Ela ajeitou o cabelo como se nada tivesse acontecido e sorriu sem graça até notar que os quatro não estavam inteiramente sóbrios.

— O que aconteceu com vocês? - Ela perguntou ao se aproximar deles. Remus a olhou surpreso por ela estar ali e em vão tentou avisar que não era o melhor momento para conversar.

— Lily é melhor deixar essa conversa pra aman... - Remus disse até que James o interrompeu.

— Eu bebi pra não ter que lidar com sua rejeição e assim esquecer. - James disse alto e soluçou ao se afastar do apoio de Sirius e ficar ereto diante de Lily. - Quando percebi que éramos amigos, eu prometi que perguntaria apenas mais uma vez se sairia comigo e que não sofreria com a rejeição. - ele se manteve sério enquanto dizia isso, até que seu lábio inferior começou a tremer e os olhos ficaram vermelhos de tentar segurar as lágrimas - Mas Lily eu não consigo! És a lua das minhas estrelas. - ele disse tocando o peito com ambas as mãos e a voz se tornando embargada. Um silêncio se fez sem Lily saber o que dizer diante a frase cafona de James. - Ou é o contrário? - O rapaz perguntou a si mesmo - Moony como era o poema que você me ensinou? - Ele se virou sem saber exatamente para onde olhar ou para quem estava olhando. Lily se sentiu mal ao quase deixar um riso escapar dos lábios, mas os cobriu e deixou que ele prosseguisse. Céus, como James era fofo, ela pensou - Enfim, não sei mais. E não importa. Lily você é o meu tudo. As estrelas, a lua, o sol, o ar que eu respiro. Por céus mulher ser tantas vezes rejeitado parte meu coração mais vezes do que eu aguento. Esqueça sobre amanhã. Tudo bem, tudo bem. - James prosseguiu inabalado pela própria embriaguez. - Isso já não importa, porque esse Romeu - ele tocou o peito teatralmente - já não sabe mais recitar poesias. Vamos Julieta, ande logo e joque todas suas pedras que ainda restam, pois esta será sua última chance. - James abriu os braços e caiu apoiado em um só joelho convicto de suas palavras. De seus lábios escaparam um soluço e sua cabeça tombou sonolenta enquanto esperava o sonoro e tão conhecido não de Lily.

Pedro levou as mãos ao rosto cobrindo os lábios incrédulo com as palavras de James. Remus franziu a testa envergonhado pelo estado do amigo e Sirius desejou ter uma câmera para gravar a cena. E a ruiva que o observava enquanto mordia o lábio inferior tentando segurar o riso, respirou fundo e revirou os olhos diante da pose de James.

— Por Merlin Potter, esteve frequentando acampamentos de teatro durante as férias? - ela riu gostosamente - Falando assim faz parecer que não sou sua Julieta e sim a sua Megera Domada - ela embarcou nas referências teatrais do rapaz - Pois bem, se quer tanto ouvir minha resposta eu lhe digo que sim, eu irei em um encontro com você amanhã - Ela simplesmente falou, com todas as letras para que não sobrasse dúvidas quanto a sua resposta. O silêncio que instaurou foi solene na sala. Ninguém soube reagir a resposta dela e logo a expressão de cada um dos rapazes mudou vagarosamente para a ausência de reação. Lily sorriu com a falta de crença dos Marotos em suas palavras. Era interessante deixá-los boquiabertos. - Ora é realmente uma pena que quando finalmente te digo isso, está bêbado demais para processar a informação - ela sorriu risonha e tombou o corpo para frente o suficiente para que pudesse olhar diretamente nos olhos arregalados de James - Uma pena maior ainda é saber que não vai se lembrar o suficiente para me esperar amanhã às 9h na entrada do Salão Principal.

Potter manteve-se tão incrédulo que Lily não pôde evitar de sorrir. Ela se ergueu e olhou para os colegas percebendo que dizer aquilo para James não iria adiantar muita coisa.

— Por isso, por favor, façam o se lembrar disso amanhã. - ela pediu entrelaçando os dedos atrás das costas bastante satisfeita com a situação.

Pettigrew balançou a cabeça energeticamente confirmando que diria, contudo Lily duvidou de que o mesmo seria capaz de se lembrar do que tinha ocorrido.

— Pode deixar - Remus disse com um sorriso e Lily devolveu o gesto.

Ela então se virou para as escadas e, enquanto subia, disse:

— Tenham uma boa noite rapazes.

James, ainda ajoelhado no chão da Sala Comunal, a viu se despedir e subir as escadas com o olhar de cachorro que havia sido abandonado pela dona.

Pedro, não se contendo de animação, se agachou ao lado de James e começou a animadamente parabenizar o rapaz por ter finalmente conseguido conquistar a garota. James, bêbado e extremamente sonolento, simplesmente encarava Rabicho com o semblante de quem não entendia o que estava acontecendo.

Sirius, que estava apoiando a cintura na poltrona e tinha os braços cruzados, encarava ambos os amigos no chão com a testa franzida e o riso nos lábios. Apesar de muito divertida, toda aquela situação havia o deixado cansado. Ele olhou ao redor até seus olhos pousarem no livro abandonado por Lily. Ele o pegou e ao ler as letras cursivas que diziam Romeu e Julieta na capa permitiu um sorriso zombeteiro aparecer nos lábios.

— Anda logo Romeu - ele disse ao segurar o ombro de James e bater o livro contra seu peito - toma aqui isso. Aproveita e treina uns versinhos para recitar pra sua Julieta.

Remus riu ao seu lado e ajudou Pedro a se levantar.

Os quatro subiram as escadas do dormitório masculino e entraram no quarto enquanto James murmurava coisas parecidas com jamais ser capaz de cumprir todas as promessas já feitas para Merlin e que morreria atingido por estrelas cadentes.

Sirius o colocou deitado na cama, que se agarrou ao livro de Shakespeare e dormiu mais rápido que Julieta após tomar o sonífero. Remus se aproximou para ver se estava tudo certo com o amigo quando Sirius perguntou:

— Seria muita maldade se simplesmente não o acordássemos e ele perdesse o encontro?

Os dois se olharam, depois encararam o rapaz que dormia como uma donzela num conto de fadas e imaginaram o quão engraçado seria ver o desespero do Potter na manhã seguinte. Aluado riu um pouco cansado e esfregou o rosto.

— Bem, seria sim. Mas... - ele olhou com riso travesso para o amigo - não seria de todo mal se ele acordasse bem em cima da hora.

Os dois riram e se perguntaram se James seria capaz de acreditar em tudo que acontecera quando eles o contassem no dia seguinte.

***

James não sabia ao certo que som fora aquele, mas o impacto em seus tímpanos foi o suficiente para que seu sistema nervoso mandasse comando para todas as partes do seu corpo que reagiram ao mesmo tempo e o levaram a se ver de cara no chão, todo dolorido. Seu coração parecia estar batendo dentro da sua cabeça e os gritos e chacoalhões que Sirius e Remus insistiam em lhe dar não ajudavam a diminuir a ressaca. O Black riu da reação do melhor amigo e tentava em vão falar por cima do som estridente que era emitido da ponta da varinha de Remus.

— Mas que porra é essa? - Ele disse ainda mais lento que os outros dois, como se ainda ligasse o cérebro - Parem de ser uns idiotas. - Ele completou tentando se levantar e ajeitar os óculos no rosto ao mesmo tempo.

Remus encerrou o som e tossia levemente com o riso constante que dava. Aquela situação estava se provando mais engraçada do que o esperado.

— Cara não acredito que você vai se atrasar pro seu encontro com a Lily - Sirius disse.

— Ha ha ha Black. Muito engraçado essa sua piadinha. Valeu por pensar nos meus sentimentos tão cedo - James respondeu recolhendo o livro que havia caído junto com ele. Romeu e Julieta? ele leu enquanto colocava o item em cima do criado mudo. - Qual a razão dessa algazarra a essa hora? - ele perguntou olhando para o relógio - Ah nossa legal. Me acordaram para quê às 8h35 da manhã?

Remus e Sirius se entreolharam e então começaram a falar alto e fazer mais barulho.

— Oh Romeu Romeu, esqueceu do que me prometeu? - Sirius declamou a primeira linha.

— Oh amada Julieta, por que tão inquieta?- Remus completou sem conseguir evitar o riso.

— Tá tá! Já entendi que vocês não vão parar de me zoar - James revirou os olhos e começou a tirar a roupa do dia anterior. Porém a interrupção dele não impediu Sirius de continuar mesmo assim:

— Disse que vinha tomar chá. Esqueceu que ia me encontrar? 

— Droga Sirius o combinado era fazer rimar - Remus riu do amigo.

“Disse que vinha tomar chá! Esqueceu que ia me encontrar?” James que jogava as roupas longe repetiu baixinho para si em tom zombeteiro enquanto fazia uma careta.

Espera. Ele congelou no lugar. Os batimentos do seu coração pareciam uma lebre que não conseguia suportar o passo lento das memórias que voltavam na velocidade de uma tartaruga. Ele lembrava vagamente dos momentos na Sala Precisa e do retorno até a torre da Grifinória. Só de cueca, ele se virou para os amigos que ainda discutiam rimas e começou a agitar os braços conforme se lembrava do que tinha acontecido. Eles saíram da Sala Precisa. Andaram pelo castelo. Entraram na Sala Comunal. E então…

Seus movimentos chamaram atenção dos outros dois que aguardavam pelo momento eureca do Potter. Ele parecia sem ar e seus olhos se arregalavam a cada memória que retornava. Por céus, como ele pôde ter dito tudo aquilo ontem a noite? Aquela declaração tosca com choramingos e tudo. James se sentiu ridículo não acreditando em si mesmo. Mas, apesar dos pesares, Lily ao menos havia aceitado finalmente sair com ele. Ele relaxou a expressão e respirou tranquilo, afinal ela tinha aceitado sair com ele apesar da cena de ontem. 

James arregalou os olhos novamente e encarou os amigos ao constatar isso.

— Ela aceitou sair comigo - Ele disse esperando que os dois homens a sua frente confirmassem a informação. Sirius balançou a cabeça que sim com altas expectativas para a reação de James. - Com todas as letras ela disse que iria em um encontro. Comigo!

James apontou para si mesmo e ri incrédulo. Ele começou a pular no mesmo lugar, apoiado nos ombros de Remus e Sirius. Ele sorria radiante junto dos amigos. A felicidade era tanta que lhe tomou certo tempo para organizar os pensamentos e recobrar o fôlego. Seus olhos se voltaram para o relógio que marcava 08h40.

— Só pra confirmar. Ela não disse às 09h00 no Salão Comunal não, né? - Ele disse nervoso sabendo que só teria 20 minutos para se arrumar e simplesmente atravessar toda Hogwarts pra chegar até lá. 

— Corre James - Remus deu de ombros - Não vai deixar ela esperando.

— Vocês são uns desgraçados - James disse correndo até o banheiro para tomar um banho rápido. - Custava me chamar mais cedo

— E qual seria a graça disso? - Sirius retrucou rindo.

***

James havia realizado um grande feito ao tomar banho, escolher as roupas que usaria, pegar galeões o suficiente para o encontro e se arrumar, tudo em apenas 10 minutos. Isso enquanto seus amigos declamavam mais versinhos bobos com rimas fracas sobre ele e Lily. Assim que estava pronto, a fase dois de seu surto começava: Ele tinha apenas 10 minutos para chegar ao ponto de encontro.

O dia estava ensolarado e James já estava suando antes mesmo de ter saído do castelo. Suas pernas corriam o mais rápido que podia enquanto as escadas não se moviam e ele pudesse assim, chegar mais rápido até Lily. Quando finalmente se viu de frente as portas do Salão Comunal, a jaqueta de couro que ele usava do Time da Grifinória já começava a colar em seu corpo. 

James viu Lily olhando para os lados e procurando por ele. A ruiva vestia um bonito vestido midi xadrez vermelho e preto. Meias finas e uma bota de salto baixo emprestada de Marlene. No cabelo presilhas pretas se destacavam no cabelo ruivo e prendiam a franja dela. James, apesar de sem fôlego ou tempo, apenas parou para admirá-la sem acreditar que ela estava ali. Esperando por ele. Para sair com ele. Em um encontro! Ele sorriu de lado incrédulo e caminhou até ela que, sorrindo balançava para frente e para trás enquanto esperava ele chegar mais perto.

— Creio que esteja 5 minutos atrasado Potter. - Ela disse olhando em seus olhos. E ele constrangido bagunçou o cabelo e riu sem graça tentando se desculpar sem gaguejar. Por dentro ele se matava e matava os amigos que o fizeram se atrasar. Lily abriu um sorriso se divertindo com o nervosismo de James. - Vamos indo? - ela completou e tombou a cabeça para o lado indicando que deveriam sair do Castelo. Ele relaxou os ombros tranquilizado pelo belo sorriso de Lily e enfiou as mãos no bolso concordando e começando a caminhar ao lado dela. 

Enquanto caminhava, a ruiva se lembrou de algo interessante. Seus olhos atentos se voltaram para ele imaginando qual seria a reação de James se ela tirasse aquela dúvida. Ele se sentiu observado e temeu que Lily estivesse captando seu nervosismo quando viu os olhos verdes sobre ele.

— James - ela chamou e ele emitiu um “uhn” para ela com um sorriso - Por acaso aconteceu de algum de vocês terem levado meu livro para o dormitório masculino?

O rapaz ficou confuso por um instante sem saber ao certo de qual livro ela falava, até lembrar do exemplar de Romeu e Julieta que acordara sobre seu peito e agora repousava em seu criado mudo. No mesmo instante James corou violentamente e Lily sorriu apaixonada pelo tom rubro nas bochechas do acompanhante. 

FIM


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Notas finais do capítulo

Deixem um comentário please. Eu quero saber se vcs gostaram tanto quanto eu gostei.
Se encontrarem algum erro me avisem também ♡

Love you all
XOXO.

#FicaEmCasa