Verdadeira Identidade escrita por Vitória M


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Capítulo betado por mandinhah
Boa Leitura.



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POV Bella

Sai da casa dos gritos e, sem forças, cai ao chão. Consegui sentar-me e fiquei ali com a cabeça entre os joelhos, chorando. Este fora o pior dia de minha vida. Revi Edward, o que agora me deixava mais confusa do que antes. Por que, apesar de dizer que não o amo mais, meu coração sem meu comando acelerou quando o vi? Por que tive que me fingir de indiferente ao seu lado, ao invés de fazer isso com naturalidade? E por que agora eu estou pensando naquele *** que me deixou sozinha, dizendo que eu não servia para ele? 

Varias perguntas como essa passavam pela minha cabeça, e não saber as respostas era o pior de tudo. Milhares de emoções se apoderavam de mim, e ao me lembrar de Charlie, o que mais senti foi tristeza, culpa, raiva e vingança. Eu sabia que era minha culpa por ele ter morrido, eu devia ter me preocupado com sua segurança quando voltei para Hogwarts, mas nem passou pela minha cabeça que Voldemort mataria os que amo. Um erro grave. Deveria saber que sem conseguir me atacar fisicamente aqui em Hogwarts, ele tentaria atacar as pessoas que estavam fora, fazendo assim que eu sofresse indiretamente. 

Automaticamente, imagens dos Cullens passaram pela minha cabeça. Será que Voldemort sabe que tive um forte vinculo com eles? Quereria ele usá-los contra mim? Eu rezava fervorosamente para que não, que Voldemort não tivesse nem conhecimento deles. Mas, é óbvio, eu sabia que isso não era verdade. Voldemort deve ter percebido hoje em Volterra que eu me arrisquei indo contra vampiros sozinha apenas para proteger e salvar Edward. 

- Potter? – ouvi meu nome ser chamado. Olhei assustada para os lados, tentando ver na escuridão quem era. Quando consegui acostumar meus olhos ao escuro, vi Malfoy ali, parecendo hesitante e – tenho quase certeza que era imaginação minha – preocupado.

Lembrei-me das suspeitas de Harry, que acha que Malfoy é um comensal. Meu corpo ficou tenso. Já havia tido experiências com as artes das trevas o suficiente para um dia. Lembrei mais uma vez de Charlie e prometi a mim mesma que eu caçaria o comensal da morte que o matara, então, teria minha vingança, e esperava também que a culpa que me assolava diminuísse.

POV Edward

- Nada – falou Carlisle desanimado. 

Eu e Alice já tínhamos voltado de Volterra, e a primeira coisa que fizemos foi contar o que aconteceu lá – depois de Esme me abraçar, me fazendo prometer que nunca mais tentaria me matar, o que prometi sentindo-me um monstro pelo sofrimento que causei a ela e minha família. 

Então, Carlisle correu para seu escritório e começou a pesquisar. Não achou absolutamente nada sobre pessoas que apareciam do nada (eu não vi quando aquela mulher... louca apareceu, não ouvi seus passos nem nada que poderia ter indicado sua previamente sua presença), que têm proteção da mente (não consegui ler a mente da mulher e daquele homem horrível sem nariz, assim como nunca consegui ler a de Bella) e que tem um pedaço de um pauzinho que pôs medo em todos os Volturi. 

Então, bem, estávamos curiosos; e desanimados por não termos achado nada. Bella também tinha aquele pauzinho, e Aro ficou realmente com medo dela. E era isso que me deixava mais surpreso. 

O que Bella é afinal? Milhares de teorias passavam por minha cabeça, o que era irônico. Bella era quem tinha teorias sobre mim – quando ainda não sabia que eu era vampiro – e agora eu estava com teorias sobre ela – umas mais impossíveis que outras. 

- Hum, achei algo – Carlisle nos chamou, e fomos correndo para seu escritório. Ele tinha um grande livro nas mãos, era grosso, largo e parecia velho, as páginas estavam amareladas – aqui tem algo. Olhem – e mostrou no livro uma imagem. 

Era uma jovem, e eu sabia que não era o que Bella era agora. Na testa da moça tinha umas pedrinhas brilhantes, e ela usava um longo vestido azul. Seu cabelo estava preso em um coque, e na mão ela segurava uma varinha prateada, que até pela pagina amarelada dava para ver que brilhava. Mas o que me fez perceber que não era como Bella, eram suas asas. Tinha longas asas, que iam da altura da cabeça aos joelhos. Era azul, mas tinha umas linhas prateadas, que brilhavam tanto quanto sua varinha. 

- Bella não tem asas – falei um pouco deprimido. 

- Eu sei, mas não foram as asas que eu notei e, sim, a varinha. Vocês não falaram que eles estavam com alguma vara? – Carlisle prosseguiu não nos dando tempo de responder – as fadas fazem mágica com a varinha. Bella deve fazer mágicas também, mas ela não é uma fada – falou com firmeza, e ninguém contestou. 

Eu estava tonto, um fato impossível para vampiros. Imagens de Bella passavam pela minha cabeça. Por que ela nunca me contou? Poderia ter me contado, não importaria se ela fosse uma maga ou uma feiticeira, eu a teria aceitado, como ela me aceitou. Eu a amaria da mesma forma. Então, porque ela não me contou uma coisa tão importante? A única resposta que achei, era que Bella não confiava em mim. 

E, mesmo assim, eu continuava a amando. Tinha esperanças de que ela me esquecesse, e eu sentia uma forte dor ao perceber que sim, ela havia me esquecido. Além de ter escondido-me o que ela era, ela me esqueceu tão facilmente... Porém, ela me salvou. Por que faria isso? Se ela não me ama mais... Eu pensava em tudo. Em todas as possibilidades, e não achava nenhuma resposta, porem eu não descansaria até sabê-las. 

Sai daquela sala onde todos davam seus palpites do que Bella poderia ser. Mas eram palpites. Ninguém afirmava. Nem mesmo Alice – que por algum motivo não conseguia mais ver o futuro de Bella. 

Fui para fora de casa. Os Denali tinham saído, e desde que voltei não os tinha visto ainda. Tânia estava insuportável. Não parava de jogar indiretas para cima de mim, e eu tentava a todo custo não perder minha paciência com ela e continuar a ser o cavaleiro que eu fui criado para ser. 

Continuei lá fora, parado como pedra – uma posição natural para mim – e então me lembrei de outra coisa que estava me atormentando. A morte de Charlie. Voltei rapidamente para a sala onde todos estavam, e eles me olharam preocupados. Reprimi a vontade de revirar os olhos. A maioria pensava se eu iria partir novamente. 

- Irei para Forks. Para o enterro de Charlie. 

- Estávamos falando sobre isso. O que acha de voltar a morar em Forks? – Carlisle perguntou-me calmo, e todos me olharam na expectativa. 

Seria tão doloroso. As lembranças que eu tinha lá com Bella... mas, de qualquer jeito, acho que preciso mesmo sofrer. É minha culpa tudo que esta acontecendo. Eu me lembrava muito bem da cara de medo que Bella fez quando a mulher do nada desapareceu. E de que, aquela luz verde que saiu da ‘varinha’ do homem era para Bella, e não Jane.

Aceitei voltar para Forks, para onde conheci o motivo de minha existência e então, fomos todos arrumar nossas malas.

POV Draco

Eu ainda andava um pouco cambaleante pelo que fiz de manhã. Eu usara muita magia... De qualquer jeito, assim que soube que a Potter sumiu, fui obviamente procurá-la. Seria ótimo se fosse eu que a encontrasse, mas pelo resto do dia, nenhum sinal dela. Tive que ir para as aulas e dava para ver muito bem que o Potter estava muito preocupado – não que eu me importasse com isso. 

Pelo que soube, a Potter fora até a sala do diretor e depois sumira. Procuraram o dia inteiro por ela pela escola e nenhum sinal. Fui até a Sala Precisa, mas não sabia o que ela pensou, então não pude entrar. Mas achava realmente que ela estava ali, afinal, para onde ela iria? Ela não poderia sair da escola, já que ainda não sabemos aparatar. Então simplesmente desisti.

As luzes do castelo tinham se desligado mais tarde – quando desistiram de procurá-la. Sai do castelo após todos se deitarem como sempre fazia a noite para pensar. Respirar um pouco e imaginar que não sou pressionado por meus pais, minha tia ou pelo lorde. Imaginava que eu não era um Comensal da Morte, e então sentia-me aliviado, pelo menos por alguns segundos no meu dia. Não teria que fazer aquela missão quase impossível... 

Eu estava tendo dificuldades com o armário, mas o que mais me aterrorizava era matá-lo. Matar o professor Dumbledore, um dos maiores magos dos últimos tempos – claro que nunca admitirei que o ache um grande bruxo, vai contra todos meus princípios. Eu sequer fazia ideia de como...

Ouvira um barulho estranho e entrei em estado de alerta. Fui me aproximando mais e vi que eram soluços. Então finalmente a encontrei. Ela estava sentada, com o rosto entre os joelhos impedindo-a de me ver chegar. 

Senti uma pontada no peito por vê-la daquele jeito, mas ignorei-a rapidamente. Eu devia era estar surpreso por tê-la encontrado daquele jeito, mas certamente não estava preocupado. Aproximei-me mais e a chamei, um pouco hesitante. 

- Potter? – ela olhou-me assustada, até que reconheceu-me. 

Seu rosto estava banhado em lágrimas, a face distorcida em tristeza. Porém, ao olhar-me, sua expressão mudara de triste para decidida. Mas isso durou pouco tempo, até que seu olhar se transformou em ódio. Rapidamente fiquei na defensiva. Mas ela não falou nada. Nem tampouco eu. Então, seu olhar foi suavizando, mas mesmo assim, perguntou de uma maneira grossa:

- O que está fazendo aqui?  

- Te procurando – menti, eu já havia deixado de procurá-la. Sua expressão se tornou confusa.

- Me procurando? – repetiu lentamente, não acreditando em mim.

- Na verdade, o castelo inteiro esteve te procurando. O Potter ficou louco, então, Dumbledore pediu para que procurássemos você. Quer dizer, nós fomos para a aula e tal... – eu estava estranhamente nervoso, e acabei tropeçando nas palavras. Potter riu, e sorri também vendo um pouco de alegria no seu rosto abatido. Eu tinha que me aproximar dela, e parecia que estava conseguindo. 

- Acho que Harry está preocupado – murmurou baixinho. Fingi que não ouvi. 

- Então – limpei a garganta – onde esteve? – ela me olhou assustada, parecia não saber o que dizer. 

- Na Sala Precisa – falou hesitante, e era obvio que estava mentindo. Tentei usar oclumência para saber onde ela esteve e porque não queria me contar, mas ela percebeu. Então, seus pensamentos ficaram relacionados apenas sobre seus tempos aqui em Hogwarts.

- Pare de tentar oclumência comigo – vociferou, e eu prontamente parei de ler sua mente. Olhei para ela completamente impressionado, nunca ninguém tinha percebido quando lia a mente de alguém. Fingi indiferença. 

- Estava curioso – admiti dando de ombros. 

- Bem, agora eu tenho que ir. Harry deve estar muito preocupado mesmo – e foi mesmo, passando por mim e deixando-me com cara de taxo.

Nenhuma garota, da escola inteira, nunca tinha me dado às costas. Sempre davam em cima de mim, e esperavam que eu retribuísse. Mas ela não, ela foi embora e mal se despediu. Meu orgulho estava ferido, agora sim eu faria de tudo para me aproximar dela.  


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Notas finais do capítulo

Gente queria chamar a atenção de vocês para um pensamento de Draco "Eu ainda andava um pouco cambaleante pelo que fiz de manhã". Charlie foi morto de manhã, e será que Draco... Bem, mudando de assunto, tenho uma boa notícia. Estou tentando fazer os capítulos maiores! É, eu sei que vocês devem estar pensando "É só agora que essa autora desnaturada percebeu que os capítulos tão sem graça pequenos?". Então, nessas férias tive bastante tempo para pensar mais na fic e decidi que faria capítulos maiores (a partir do capítulo 9) . Então, é isso. Não se esqueçam de comentar e recomendar