Audeline escrita por Jardim Selvagem


Capítulo 12
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Música: Sweet Rider 5 - Dark Stares



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Bastaram três segundos para ela ver os sapatos italianos pretos e os cabelos loiros e saber imediatamente de quem se tratava. Depois de todos aqueles meses infernais ao lado dele, agora era capaz de sentir sua presença a metros, a quilômetros de distância. Não era à toa que passou o jantar com uma sensação estranha apertando seu peito, como se de algum modo farejasse o perigo que a aguardava.

Quando o viu ao se levantar para ir ao banheiro, o plano de fuga já estava pronto em sua mente. Atraí-lo para o banheiro feminino. Correr para a cozinha. Entrar no depósito. Sair pela porta dos fundos. Desaparecer na noite. O mais rápido possível. Não havia tempo para se desculpar com o homem que jantava com ela. Não havia tempo para processar a informação de que James estava na mesma cidade. Não havia tempo para se perguntar por que H. não a avisara sobre isso. Não havia tempo para entrar em pânico e pensar no que aconteceria com ela se não conseguisse escapar.

Bella invadiu a cozinha com os olhos castanhos saltando das órbitas, derrubando algumas das bandejas dos garçons que passaram por ela. Um dos cozinheiros tentou impedi-la de avançar para os fundos, e quando prendeu a mão em um de seus pulsos, ela se desvencilhou com um puxão que a fez voar longe até ao chão. O estrondo da queda mesclou-se ao barulho de uma enorme panela caindo também, espalhando um ensopado por todo o piso da cozinha, o líquido aproximando-se de seus pés, molhando a sola das sapatilhas de camurça. Os demais funcionários apenas a observavam, estáticos, segurando os utensílios como estátuas, enquanto ela se reerguia e saía transtornada em direção à despensa.

Ao entrar, o cheiro de alimento fresco tomou seu olfato na escuridão. Lá fora, ouviu passos duros e ritmados em meio à gritaria da cozinha.

— Eu sei que você está aqui, Giulia! — James gritava, e ela captou o barulho de objetos se quebrando e portas se abrindo e se fechando. — E prometo que não sairei daqui enquanto não encontrá-la e levá-la de volta comigo, querida…

— Senhor, este local não está autorizado a receber clientes. Vou ter de pedir para que o senhor saia, por favor.

Giulia!

Bella estremeceu.

— Me solte, eu sei que ela está aqui, eu sei disso, me solte agora ou…

Ao mesmo tempo em que James abriu a porta do depósito, Bella fechou a da saída, atirando-se na escuridão fria e silenciosa da rua.

Ela não pensou na loucura que estava fazendo ao se jogar para dentro do primeiro veículo aberto que encontrou — um Volvo prata elegante, o cérebro em pânico registrou vagamente.

— Vá o mais rápido que puder, por favor! Só vá! Agora!

O comando foi prontamente atendido, o carro arrancando em direção à rua principal. Os pelos de seu braço arrepiaram-se com o frio polar que fazia ali dentro. O interior do Volvo era escuridão em sua forma mais pura e veludosa. Bella apoiou as costas nuas no banco de trás, o couro macio afagando sua pele. Fechou os olhos por um instante. Estava segura. Conseguira escapar.

Ocorreu-lhe um minuto depois que ela não estava em um Uber, e sim no carro de um estranho.

Abriu os olhos de súbito.

Olhos escuros a fitavam pelo retrovisor.

— E-Eu… — Ela engoliu em seco. Nenhum manual de etiqueta ensinava como agir numa situação como aquela. — Oi.

Ela viu as sobrancelhas se arquearem pelo espelho. Quis bater na própria testa. Oi, Bella, oi? Você invade o carro de uma pessoa e a primeira coisa que diz a ela é oi?

— Eu… Eu… — Ela lutava com as palavras. As explicações que seu cérebro fabricava não pareciam nem um pouco convincentes. — Olha só, sinto muito por ter entrado no seu carro dessa forma, você deve estar pensando que sou alguma maluca, mas juro que tenho uma explicação muito esclarecedora para…

— Fugindo de um encontro malsucedido? — Uma voz masculina aveludada infiltrou-se em seus ouvidos. Barítono, ela registrou vagamente.

O tom divertido do homem a fez relaxar um pouco.

— Pode-se dizer que sim. Como você…

— Muitos casais frequentam aquele restaurante. — Olhos escuros de novo sobre ela. — E você parecia estar com pressa quando saiu pela porta dos fundos e se atirou no banco do meu carro.

— Eu já disse que sentia muito, não disse?

E então, para a surpresa de Bella, ele riu.

Eu não sinto. — Deu de ombros. — Graças a você, estou terminando meu dia de uma forma muito… singular.

Foi a vez de Bella rir.

— Singular como sinônimo de bizarro?

— Singular como sinônimo de auspicioso.

— Acho que você é uma das poucas pessoas no mundo que veria alguém entrar no seu carro de repente como algo positivo.

— Não é todo dia que me sinto em um filme de perseguição. — Eles pararam com o sinal vermelho, e Bella pôde vislumbrar os dedos longos e pálidos segurando o volante. — Acha que conseguiu despistá-lo?

— Hmmm? — Sinal verde. — Espero que sim. Por quê?

O Volvo deu um arranco súbito quando ele pisou no acelerador.

— Porque há um táxi nos seguindo.

O sangue de Bella pareceu congelar. Ela se virou para a janela de trás. Procurou amarelo, mas só encontrava os cinzas dos outros veículos.

— Não estou ven…

— Loiro?

As palavras fugiram de sua boca. Ela apenas assentiu — um gesto estúpido, percebeu em seguida, considerando que ele olhava para a frente e que os dois encontravam-se em meio à escuridão. Mas o homem, de alguma forma, pareceu ter entendido, porque aumentou a velocidade do carro, avançando os sinais e fazendo atalhos por ruas obscuras.

Com a última virada brusca para uma rua à esquerda, Bella viu o táxi, a sombra do passageiro parecendo olhar diretamente para ela. O táxi ficou para trás, preso no sinal vermelho.

Quando a velocidade do carro diminuiu, Bella caiu em si ao mesmo tempo em que o silêncio caiu sobre os dois. Não reconhecia aquela rua. As calçadas ficaram vazias.

Estava sozinha. Com ele.

Os olhos escuros voltaram a encará-la pelo retrovisor. Mas Bella não enxergou nenhuma das atrocidades que passaram por sua cabeça no último minuto. Não enxergou os olhos predatórios e famintos que aprendera a identificar em Jeff ou em James. O que ela encontrou nos olhos daquele estranho de voz aveludada foi apenas…

— Você está bem?

Preocupação.

Ele fez mais uma curva e então Bella percebeu que tinham parado em frente ao restaurante caro onde ela jantava horas antes.

— Estou.

Fitou-o uma última vez pelo espelho do retrovisor.

E destrancou a porta.

Billy Black obteve a resposta para suas indagações quando um novo escândalo envolvendo seu cliente ocupou os programas de fofoca. James deu um ataque de fúria num restaurante exclusivo em Phoenix e agrediu diversos funcionários. Black não precisava contatá-lo para deduzir o que realmente acontecera. Se fosse seu filho e não seu cliente, teria beliscado a orelha de James e repreendido a sua mania de querer resolver tudo com as próprias mãos. Não percebe que não pode atacá-la desta forma? Não percebe que ela é mais esperta do que você pensa? Não percebe que acabou de obrigá-la a fugir novamente?

De acordo com seus cálculos, Giulia não permaneceria nem mais uma semana em Phoenix. A essa altura, já tinha as malas feitas, prestes a se mudar para outro estado. Devia estar assustada com a perseguição de James. Provavelmente chorou na volta para seu apartamento.

E foi assim, imaginando as lágrimas noturnas da menina sem rosto, que Black constatou que ela aplicaria um novo golpe. Muito em breve. Questão de lógica, meu caro. A operação matemática era simples — bastava somar o dinheiro minguante ao pânico crescente. A garota precisava de segurança financeira e emocional.

Faltava-lhe apenas descobrir onde ela se escondera. E sua intuição desconfiava de que Angela Weber tinha algo a ver com o assunto.

Ele sabia o que fazer: passaria mais uma longa e solitária noite trabalhando. O quinto andar do Edifício Argentum tinha as lâmpadas apagadas, exceto pela luz vermelha pulsante indicando a saída de emergência. Já passava das dez horas da noite, as portas vizinhas já trancadas — a única que continuava aberta e disponível era a do escritório de Black.

O filho não gostava que ele ficasse sozinho até tarde naquele corredor vazio — é perigoso, pai, perigoso e desnecessário —, mas Black achava aquilo uma bobagem. Afinal, ele não estava completamente só, e o corredor também não estava completamente desértico. Os dois desfrutavam da companhia eterna dos ratos e o barulhinho agudo das suas patinhas sujas. Ele não se importava; tinha muito o que fazer, e agora sua cabeça operava a duzentos quilômetros por hora enquanto seus dedos trabalhavam no teclado do computador.

Precisava descobrir a conexão entre Angela Weber e Giulia Zafuri. A tarefa seria fácil. Enquanto Giulia era praticamente irrastreável, achar a colunista era questão de um clique. Billy acessou a página da revista no Facebook e buscou o nome "Angela Weber" na lista de seguidores. Ele às vezes se impressionava com a internet e sua capacidade de armazenar um acervo infinito de informações de cada ser humano neste mundo. Divirtam-se com suas redes sociais. Eu continuarei com meus caderninhos pretos por um bom tempo.

Em apenas alguns segundos, já tinha o endereço de seu perfil no Facebook, no Twitter e no Instagram. Em apenas alguns minutos, descobriu que Angela Weber tinha vinte e três anos, formou-se em Jornalismo, estagiou num falecido website de cultura pop antes de parar na Buzz Magazine, frequentava barzinhos em Forks, gostava de comédias românticas clichês, e — segundo seu último tweet — estava morrendo de vontade de comer um bolo de cenoura.

Seu Instagram era cheio de fotos insuspeitas das flores que ela plantava no seu jardim minúsculo na varanda igualmente minúscula, imagens desfocadas do sol e da lua e fotos com amigos da faculdade e do trabalho. Havia poucas fotos apenas dela mesma. Nessas em particular, Angela marcava o fotógrafo da vez — jess_stanley, sophiafeuer95, e diversos outros. As que não tinham o foram tiradas por sua "melhor amiga", de acordo com a legenda das postagens.

Clicou no post mais recente. A imagem tinha o flash estourado nos cantos. Angela sorria com os dentes bem abertos, um sorriso nervoso, mas genuíno, sentada em uma poltrona bonita de estilo barroco. Atrás dela havia uma grande janela, que, devido ao efeito do flash, acabava por refleti-la e refletir o que mais estivesse à sua frente. Ela marcara na localização um pomposo restaurante em Phoenix. Black ergueu as sobrancelhas. Ele poderia não ser da área de Jornalismo, mas não era preciso saber muito para ter a consciência de que uma redatora novata certamente não tinha o salário necessário para jantar num restaurante caro que nem na sua própria cidade ficava. O que você está fazendo num lugar como este, minha cara? A legenda da foto deu a resposta. O comentário era curto e simples: "jantar especial com a melhor amiga depois de tanto tempo! #morrendodesaudades #pravidatoda".

Black salvou a foto e abriu no programa que seu filho instalara anos atrás para processar, aumentar e melhorar a qualidade de imagens. O sistema estava lento, mas ele não tinha pressa. Os olhos pequenos e enrugados acompanhavam a tela com uma expectativa paciente. Após alguns minutos, a imagem se abriu para ele com todos os detalhes que antes não conseguira detectar. Detalhes como as unhas pintadas de azul de Angela, a do dedo mindinho já roída. O relevo da espinha no canto da bochecha que ela tentara acobertar com maquiagem. Os fios de cabelo que tinham saído do rabo de cavalo.

Mas o que verdadeiramente lhe interessava era um detalhe minúsculo, que ele com certeza não teria visto se não fosse pelo eficiente aplicativo. Ali, refletido na janela, havia um rosto, ainda mais pálido por causa do flash, as mãos finas com as unhas vermelhas impecáveis segurando o celular velho de Angela Weber. O rosto feminino não sorria, parecendo compenetrado ou entediado com a tarefa. Mas isso não era problema; para Billy era a solução, porque o rosto fechado daquela mulher revelava os lábios vermelhos cheios e definidos. Em forma de coração.

Black fechou o programa.

Precisava comprar uma passagem aérea para Forks.

Quando Rosalie entrou em casa, encontrou Bree e Leah de olhos grudados na televisão da sala de estar.

— Por que vocês estão com essas caras estranhas?

Em resposta, Leah aumentou o volume da TV. Rosalie sentou-se ao lado de Bree para ver a tela. O programa apresentava as notícias do dia.

— A polícia local encontrou hoje de manhã o corpo de April Jenks em uma trilha não autorizada no Olympic National Park.

Rosalie franziu a testa, absorvendo a informação. Conhecia aquele nome de algum lugar… Só ainda não sabia dizer exatamente de onde.

— O pescoço da jovem exibia manchas de sangue e dois furos característicos de picada de cobra. De acordo com os moradores de Port Angeles, é comum a presença de répteis nas famosas trilhas para as cachoeiras, um passeio turístico muito procurado na região…

O programa cortou para uma entrevista rápida com um dos locais sobre como as cobras em geral conviviam pacificamente com os turistas, e que casos de picadas eram raros na região. Antes de encerrar a reportagem, o apresentador comentou brevemente sobre o trabalho de April Jenks como atriz nos teatros americanos. O enterro ocorreria em Forks, na próxima semana.

Quando o apresentador mudou para um quadro sobre o mercado financeiro, Leah abaixou o volume da televisão.

As três se entreolharam. Leah levantou-se.

— Preciso fazer umas ligações — ela disse, já se retirando para o quarto.

Passaram-se horas, e a escuridão já cobria todas as janelas da casa quando Leah finalmente desligou o telefone, uma declaração tácita do fim das ligações daquele dia. Não havia muito mais o que fazer. A revelação da identidade da segunda vítima não as ajudou tanto quanto pensavam. Rosalie não pôde fazer nada — com o pane repentino do seu computador, não tinha como pesquisar a fundo a vida de April e buscar conexões com a de Lauren. Teve de se contentar em assistir a um episódio de Law Order: Special Victims Unit com Bree. Rosalie se viu gostando mais da série do que esperava, mas não admitiria isso à novata nem sob tortura.

Leah jogou-se ao lado delas no sofá.

— E então? — Rosalie perguntou.

— Verifiquei com o pessoal responsável pelo registro dos turistas no parque. O nome dela não estava em nenhum daqueles cadernos de controle de visitantes.

— Por que será que não estou surpresa…

— Se o nome dela estivesse anotado ali, certamente a teriam procurado antes… — comentou Bree.

— Também falei com os proprietários do hotel em que ficamos. Eles conversaram com os outros donos dos hotéis, e todos confirmaram que nunca houve uma reserva em seu nome.

Bree e Leah pareciam decepcionadas.

— Ei, criaturas! — Rosalie pulou do sofá. — Ânimo, cacete!

— Desculpa, Rosalie, mas como ter ânimo se essas informações todas são a mesma coisa que nada? — Bree perguntou.

— Quem disse que elas não são nada? Vamos pensar, gente… — Rosalie andava em círculos pelo tapete. — Se o nome não estava anotado em lugar nenhum e April ainda por cima foi parar numa trilha proibida, isso me diz que quem a matou conhece o lugar. Aliás, conhece tão bem que já sabia o caminho exato para a tal trilha. Aquela não foi a primeira vez que visitou o parque.

— Como então ele a arrastou até lá sem ser notado? — Leah disse.

— Com certeza não poderia se hospedar em um hotel… Seria muito arriscado… — Bree acrescentou.

— Ah, mas essa é fácil. — Rosalie sorriu para as duas. — É só ter uma casa em Port Angeles…

Bella mudou-se de Phoenix para o único lugar que lhe trazia segurança: a casa da melhor amiga em Forks. Ela surgiu como um fantasma na entrada do apartamento minúsculo de Angela em um sábado chuvoso. Os olhos da amiga voaram da mala em suas mãos para o tremor em seus lábios. Então ela envolveu Bella num abraço maternal e abriu a porta sem pestanejar.

Angela carregou a mala para seu quarto e abriu o sofá-cama para ela. Olhou para Bella com preocupação antes de ir até a cozinha e preparar um chá de camomila para as duas. Bella encarou as próprias mãos. Continuavam tremendo incontrolavelmente.

Angela voltou e lhe entregou a xícara. Bella deu o primeiro gole, deixando o líquido queimar a língua e o céu da boca antes de engoli-lo junto com o orgulho. Sussurrou:

— Posso ficar aqui por uns meses?

— Você pode ficar por quanto tempo quiser.

Bella não disse mais nada, bebericando o chá e tentando em vão retomar o controle sobre si mesma. Angela a observava com a expressão temerosa de um médico aguardando o colapso do paciente.

— O que aconteceu?

— Será que podemos não falar sobre isso?

— Bella, você trocou a sua cobertura gigante em Phoenix pela minha casinha microscópica aqui em Forks. Acho que está bem claro que alguma coisa muito grave aconteceu e…

— Angela, por favor.

— Por que você não me conta o que houve?

— Porque não importa.

Porque não posso envolver você nos meus problemas.

Angela se levantou do sofá.

— Eu sempre te conto o que está se passando na minha vida. Porque eu confio em você. Porque você é minha melhor amiga. Porque eu te amo.

— Angela, entenda, eu…

— E agora você aparece aqui tremendo da cabeça aos pés com essa cara de quem viu um monstro e me vem com não importa?

— Angela…

— Você não confia em mim, não é?

— Não é isso.

— Então qual é o problema?

As duas se encararam em silêncio por longos e dolorosos segundos.

— Quer saber? Esquece. Boa noite, Bella.

Angela saiu para o quarto, deixando-a sozinha com a xícara de chá quente e a televisão velha desligada.

Eram três horas da manhã, dezesseis minutos e onze segundos quando Bella acordou pela segunda vez do mesmo pesadelo e desistiu de tentar dormir. Cruzou as pernas na cama improvisada, as molas rangendo com o movimento. A noite já não era tão escura quanto antes; ela conseguia enxergar os contornos dos móveis da sala mesmo com as luzes apagadas. Do outro quarto, ouvia o ronco de Angela.

Bella visualizou seu apartamento espaçoso em Phoenix, os lustres de cristais franceses, a coleção de roupas, sapatos e bolsas de luxo no seu closet, os jantares em restaurantes estrelados, a companhia de homens belos e desconhecidos em sua cama. Seu mundinho cintilante, delicado e artificial como um globo de neve foi destruído. James pegou-o com suas mãos grandes e rudes para atirá-lo no chão, deleitando-se ao ver o conteúdo frágil rompendo-se.

As palavras dele naquela noite reverberavam dentro de Bella: não sairei daqui enquanto não encontrá-la e levá-la de volta comigo, querida. Um fato incontestável cravou-se em suas entranhas: ele iria atrás dela. Ela já o imaginava revirando as esquinas de Phoenix à sua procura. E quando soubesse — ah, sim, ele saberia, pessoas como ele sempre acabavam sabendo — que Bella tinha ido embora da cidade… Ele iria atrás dela.

A garotinha assustada em sua cabeça sussurrava que James a encontraria em Forks, que era apenas uma questão de tempo, de meses, de semanas, de dias e… Não, não, não poderia se dar ao luxo de enlouquecer e perder a racionalidade num momento como aquele. Respirou fundo. Pense, Bella, pense.

Checou o valor disponível em sua conta bancária. Talvez chegasse a hora de pôr um fim em tudo. De realmente sumir do mapa e morar em outro país, de preferência uma cidadezinha com poucos habitantes, afastada dos principais centros. Para isso, precisaria garantir seu estilo de vida e segurança por pelo menos uma década.

Mais um fato incontestável — Isabella Swan precisava de dinheiro.

De alguém com muito dinheiro.

 


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler! Comentários são sempre bem-vindos!



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