Tales of Star Wars escrita por Gabi Biggargio


Capítulo 39
Ninho de vespas (Anakin x Padmé x Ahsoka)


Notas iniciais do capítulo

Voltei, meus amores ♥

Sem delongas, o conto:



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— Você está se sentindo bem, senadora? – perguntou a Padawan, olhando nos olhos de Padmé. – Quer que eu avise alguém que está aqui? Sabé, talvez?

Sentada na maca enquanto um droid terminava de realizar um curativo em seu braço, a senadora Padmé Amidala parecia desconfortável com toda a atenção que recebia. Obviamente, aquele não era um dia comum, mas com certeza não era um dos mais emocionantes de sua carreira. Afinal, esse posto competia com o dia em que explodiram a sua nave na chegada de Coruscant e com o dia em que esteve fisicamente presente na batalha que deu início às guerras clônicas.

— Eu estou bem, Ahsoka – ela disse gentilmente. – Não acho que precisa avisar ninguém agora. A essa altura, a notícia já deve estar em todos os canais da holonet. Mas logo estarei em casa e tudo vai se resolver. Eu só gostaria de mais um remédio para a dor – ela se dirigiu ao droide. – O último quase não fez efeito.

— Vou providenciar, senadora – o droide respondeu com sua voz metálica, antes de se afastar.

Nesse momento, Padmé e Ahsoka foram deixadas sozinhas. Apesar do ferimento no braço, Padmé parecia muito bem, o que deixava Ahsoka muito aliviada. Mas, internamente, ela estava em pânico.

Anakin iria matá-la quando descobrisse o que havia acontecido.

 

 Ahsoka Tano se levantou rapidamente quando viu quem era a pessoa que se aproximava dela na biblioteca do Templo. Quase tão rapidamente quanto se fosse mestre Yoda ou mestre Windu (Anakin, com certeza, iria rir de toda essa inquietude, afinal, ele sabia que aquela jovem em uma postura série e ereta não era a verdadeira Ahsoka, mas alguém ainda muito preocupada com a imagem que passava aos seus superiores). Como sempre, a senadora de Naboo estava muito bem vestida e elegante, um motivo a mais para que os encontros com ela sempre fossem um prazer.

Senadora? – Ahsoka estava realmente surpresa com a visita dela ao Templo Jedi. – O que faz aqui?

Eu detesto ser tão direta, mas eu preciso de ajuda – a resposta foi imediata. Padmé olhava para os lados, como se tentasse se certificar de que ela e Ahsoka estavam sozinhas.

— Farei o que puder, senadora – Ahsoka respondeu firmemente, acreditando que isso pudesse passar alguma confiança a ela frente ao que estava prestes a dizer, mas, ao mesmo tempo, curiosa diante do comportamento sorrateiro da senadora. – Mas não acha que devemos esperar o mestre Skywalker? Se não me engano, ele está preenchendo uma papelada com o Rex e...

— Pela Força, não – Padmé riu. – O mestre Skywalker iria ficar louco se soubesse o que pretendo fazer. Iria fazer de tudo pra me impedir.

Havia algo de interessante naquilo. Então, seja lá o que fosse, era ilegal...

Então, pode contar comigo – rebateu Ahsoka, após alguns segundos. – O que vamos fazer?

— O que acha de uma visita ao submundo de Coruscant? – Padmé arqueou as sobrancelhas e, pela expressão de Ahsoka, sabia que havia conseguido à guarda-costas que tanto precisava.

Afinal, capitão Gregar Typho se uniria a Anakin na missão de impedi-la.

 

“Anakin vai me matar”, era a única coisa que Ahsoka conseguia pensar.

Mas não era sem motivo. Como Padawan, Ahsoka mal tinha permissão para deixar o Templo. Ainda mais para atuar como segurança pessoal da senadora em uma jornada ao submundo de Coruscant na tentativa de comprar informações de um comerciante ilegal que, aparentemente, sabia a localização de um carregamento roubado de armas da República que, muito provavelmente, seriam vendidas aos Separatistas.

A jovem togruta já imaginava a imensa bronca que levaria quando toda a informação fosse veiculada. Apesar de Padmé ter dado a sua palavra de que não mencionaria para ninguém que Ahsoka estava com ela, a Padawan sabia que isso seria de pouca serventia: nas poucas imagens que já havia visto na holonet, na tela na recepção do hospital, Ahsoka sabia que já era de conhecimento público que um Jedi com dois sabres de luz verde estivera presente e, inclusive, arrancara a mão de um caçador de recompensas que tentara matar a senadora. Seria uma questão de tempo até o Conselho ligar os pontos e chegar até ela. Ahsoka já até podia sentir o prazer na voz de mestre Windu, que, com certeza, iria usar mais essa oportunidade para atacar Anakin.

Ela se adiantou até o filtro na lateral da sala de espera e se abaixou para beber encher um copo com água, na esperança que isso a ajudasse a esfriar a cabeça e se acalmar. Ledo engano: nada na galáxia parecia diminuir a instabilidade nos pensamentos da aprendiz.

Nada, exceto a movimentação que se formava na entrada do hospital.

Ahsoka olhou de relance antes de perceber que a confusão era causada por um homem e apenas ele. Mais ninguém. Parecia tentar entrar à força, passando pelos seguranças, mas tendo seu caminho barrado por alguns droids, que insistiam em dizer que ele se acalmasse. Ao longe, Ahsoka não o reconheceu, mas, ao chegar apenas um pouco mais perto, ela recuou, escondendo-se atrás de uma pilastra.

A verdade era que ela o conhecia bem demais.

 

— Onde devo encontrar esse homem? – então, perguntou a senadora Amidala, com o rosto coberto por um capuz (assim como Ahsoka), para o comerciante à sua frente, em um beco há mais de cinquenta níveis da superfície.

— Eu lamento, mas infelizmente você nunca vai alcançá-lo – disse o homem, afastando-se conforme o beco era preenchido por caçadores de recompensas. – Porque ele te alcançou primeiro, senadora Amidala.

Um calafrio percorreu a espinha de Ahsoka. Então, o homem sabia exatamente com quem ele estava lidando. E sabia do preço pela cabeça de Padmé. Tudo não passava de uma armadilha.

Padmé levou a mão à pistola presa ao seu cinto. Movidos pela Força, os sabres de luz de Ahsoka voaram para suas mãos e ela assumiu posição de guarda, observando os caçadores de recompensas se aproximando delas e tentando mapear a cena e seus adversários para, apenas então, escolher seus movimentos. Estavam em calara desvantagem: dois contra sete (ou talvez oito). Aquilo seria um problema.

A senadora e a Padawan se colocaram uma de costas para a outra, cada vez mais cercadas pelos seus algozes.

— Pronta? – perguntou Padmé.

Apesar da coragem, havia insegurança na voz da senadora.

— Quando você estiver – respondeu Ahsoka.

— Agora!

 

Após alguns instantes, Anakin conseguiu convencer os droids a autorizarem sua entrada para além da sala de espera. Ainda com o crachá de visitante, Ahsoka seguiu seu mestre de longe. Sabia que ele e a senadora Amidala possuíam uma forte amizade, mas jamais imaginaria que fosse algo tão intenso a ponto de ele causar aquele escândalo na entrada do hospital (obviamente, Ahsoka havia assumido que Padmé era o motivo da visita de Anakin... qual mais seria?).

Por fim, Anakin chegou até onde estava a maca ocupada por Padmé, localizada no fundo de uma ampla sala contendo várias outras, todas separadas por um tecido. Ahsoka o observou caminhando pela sala, olhando para os rostos de outros doentes, e viu quando as feições de seu mestre mudaram quando ele encontrou os olhos de Padmé.

Deitada, a senadora de Naboo se levantou em um salto quando viu quem era sua mais nova visita. Vendo que ela estava bem, Anakin não hesitou nem por um momento: antes de dizer qualquer coisa, ele avançou e a abraçou. Mas não era um abraço comum. Era um abraço de alguém com intimidade, carinho e algo a mais. Um abraço de preocupação e de alívio.

Absorta em seus pensamentos, Ahsoka não percebeu quando aquele abraço se transformou em um beijo, mas apenas via os dois se beijando. E havia paixão. Uma paixão que, até onde Ahsoka sabia, era proibida entre os Jedi. Ela piscou repetidas vezes enquanto sacudia a cabeça antes de voltar a olhar para eles, para ter certeza de que estava vendo o que via.

— O que estava fazendo lá? – Ahsoka ouviu Anakin perguntar. – Por que não me avisou?

Ele tremia e segurava Padmé pelos ombros.

— Você aceitaria que eu fosse? – ela perguntou. – Ou iria me denunciar pra Guarda de Naboo?

— Eu iria com você! – Anakin parecia à beira do choro, tamanho era seu nervosismo.

— Vamos fingir que sim – disse Padmé, apoiando a cabeça no peito do marido e deixando que ele a abraçasse novamente. – Me desculpe não ter te contado, Ani. Mas eu não podia arriscar. A informação era grande.

— Bem, no final de tudo, você até conseguiu o que queria – disse Anakin.

Padmé se afastou, olhando-o com curiosidade.

— O quê?

— Capitão Typho levou soldados pra lá quando você foi trazida pra superfície – contou Anakin. – Seu suspeito está preso. Mestre Windu está interrogando ele nesse exato momento. Aparentemente, ele está sim envolvido com o roubo do carregamento de armas.

A apatia no rosto de Padmé, fruto de seu aparente insucesso, foi substituída por um alívio e uma alegria que se traduziram em um grande sorriso.

Anakin, ainda tremendo, voltou a abraçá-la.

— Dá próxima vez, me avise – ele disse. – Tudo bem? Eu prometo não tentar te impedir, seja lá que loucura você estiver planejando fazer.

— Me desculpe, Ani.

Novamente, os dois se olharam. Anakin se inclinou e a beijou.

— Aqui não – disse Padmé, apreensiva, o peso da realidade caindo em seus ombros quando ela, finalmente, se lembrou de que estavam em um local público. – Podemos ser vistos.

Ah, sim, eles tinham sido vistos...

Ainda em choque com o que tinha visto, Ahsoka recuou, voltando à sala de espera onde, em sua mente, ela já ensaiava seu encontro com Anakin que ocorreria por pura coincidência naqueles corredores.

Seu coração estava acelerado. O que havia descoberto era um escândalo. Uma afronta completa ao Código (não que Anakin fosse conhecido por seu respeito ao Código Jedi, mas aquilo era demais até para os padrões dele). A jovem Padawan entendia a preocupação na voz de Padmé quando ela recuou. Realmente, algo como aquilo jamais poderia vir à público. As consequências seriam catastróficas.

Por um lado, Ahsoka sentia pena dos dois. Por estarem vivendo uma mentira, uma vida em segredo e se arriscado tanto por migalhas de felicidade. Por outro lado, no entanto, Ahsoka tinha raiva dos dois. Não por fazerem algo dessa magnitude e debocharem do Conselho e do Senado. Mas porque, a partir daquele momento, Ahsoka era obrigada a guardar um segredo que não era seu. Até porque ela jamais entregaria Anakin.

Talvez, fosse melhor que ninguém soubesse que Ahsoka conhecia a verdade. Nem mesmo Anakin e Padmé. Não queria mexer no ninho de vespas. Afinal, evitaria muitos problemas no futuro.

Era melhor deixar tudo como estava.


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Notas finais do capítulo

Tentem me convencer que a Ahsoka não sabia sobre os dois e falhem miseravelmente hahahaha Na verdade, eu sou da teoria de que todo mundo já sabia e que a vida do Anakin e da Padmé era um grande Big Brother entre os mestres do Conselho hahahaha Ok, talvez nem tanto, mas tenho certeza que MUITA GENTE tinha as suas dúvidas.

E o que acharam do capítulo, meus amores?

Beijinhos e até a próxima ♥



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