Future Looks Good escrita por Love Rosie


Capítulo 4
Capítulo IV - Call me any time that every time you're losin' it


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!

Estamos de volta com mais um capítulo!
Quero agradecer a todas que comentaram FLG até aqui, vocês são demais! Esse capítulo é especial para quem queria ver mais do Albus e matar saudade da família Weasley.
Boa leitura!



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R O S E   G R A N G E R - W E A S L E Y

Estar n’A Toca em feriados era sempre uma diversão. Vovô Arthur criara esta tradição de nos reunirmos na véspera de natal para um jantar descontraído pois gostava de amanhecer com a casa cheia no dia 25. Os netos acabavam dormindo por lá mesmo enquanto os filhos voltavam para casa com a promessa de retornar pela manhã. Nem sempre todos compareciam, principalmente nos últimos anos em que os netos foram crescendo e adquirindo compromissos próprios, entretanto sempre fazíamos um esforço para comparecer, até minha mãe abandonava os jantares chiques para os quais sempre era convidada para estar em família nestas ocasiões.

Acabamos chegando um pouco atrasados devido à visita dos Malfoy. Após sua saída, nos arrumamos às pressas com a intenção de aparecer na lareira d’A Toca antes de sete e meia. O jantar estava marcado para as oito, porém gostávamos de nos reunir antes para colocar os assuntos em dia. Conseguimos chegar às sete e trinta e oito e teríamos sido mais rápidos se Hugo não tivesse se atrapalhado tanto para arrumar a mochila. Tive que fazer um feitiço indetectável de extensão para que ele pudesse guardar todos os logros sem que mamãe percebesse.

Antes mesmo de vovó Molly anunciar que o jantar estava pronto, todos os presentes já sabiam das novidades. Dominique sairia do Gringotes para estudar moda na França (ela estava com um projeto para mesclar as modas bruxa e trouxa, o que achei um máximo), James estava negociando a venda da patente de uma vassoura que passou o ano desenvolvendo e havia recebido propostas tentadoras, prometi que testaria o protótipo para dar meu veredito como futura jogadora profissional de quadribol. Falando nisso, era outra coisa que todos estavam sabendo e recebi muitas felicitações dos meus primos e tios, além dos meus avós, que ficaram orgulhosos. Até Scorpius estava sendo aclamado entre minha família por sua proeza no Ministério e como não estava nada acostumado em ser o centro das atenções, notei que ele ficou um pouco tenso. Vez ou outra lançava um sorriso para que ele se tranquilizasse um pouco, mas tive que parar quando Hugo sussurrou em meu ouvido que estava “ficando meio na cara”, a sorte é que a essa altura o loiro já havia se acostumado com a fama e estava claramente mais relaxado.

O jantar foi servido numa tenda fixa que ficava montada no quintal, exatamente para ocasiões como aquelas. Era protegida com diversos feitiços térmicos para que a temperatura negativa e a neve não nos incomodassem. Três mesas extensas foram postas para acomodar a todos e o jantar seguiu tranquilo, com algumas conversas paralelas. Comi várias das deliciosas tortinhas de tomate de vovó e tomei algumas doses de hidromel. Estava sentada entre Dominique e Scorpius e me permiti ser ousada em alguns momentos acariciando sua mão por debaixo da mesa. Era o máximo de carinho que poderíamos compartilhar ali.

Às vezes tinha vontade de revelar nosso relacionamento a todos, acabar com os segredos, poder finalmente parar de fingir indiferença quando falavam dele, jogar fora a lista de desculpas que havíamos inventado para o caso de nos encontrarem juntos em situações aleatórias (o que claramente não incluía a maneira que Hugo nos achou na biblioteca hora antes). Seria como tirar um peso das costas, no entanto o medo sempre me vencia. Talvez não deveria ter ido para a Grifinória, afinal, alguém covarde assim também não deveria carregar o sobrenome Weasley. Ainda assim, não conseguia tirar da cabeça as histórias de tia Gina recém casada jogando pela Ingaterra na Copa Mundial de Quadribol e sendo questionada sobre quando iria engravidar e dar ao tio Harry o primeiro herdeiro dos Potter. Ou da minha mãe contando que mesmo tendo reformulado todo o sistema legislativo do Ministério da Magia quando era chefe do Departamento de Execução das Leis Da Magia, o que todos queriam mesmo saber era como seria seu vestido de noiva. Ser mulher era cansativo e uma Weasley junto de um Malfoy seria um escândalo! De certa forma, esconder nosso relacionamento também era uma maneira de protegê-lo, já que passara boa parte da infância tendo de ler notas maldosas sobre sua origem. Ao contrário do que sabia que Scorpius e Albus pensavam, manter segredo não era cômodo para mim, era sufocante.

O jantar acabou e voltamos para dentro da casa. Me ofereci para ajudar vovó a arrumar tudo, já que agora poderia usar magia fora da escola e seria uma boa hora para praticar feitiços domésticos. Estava entrando na cozinha e reparei que mamãe e tia Fleur conversavam sobre os novos rumos que minha prima havia escolhido para sua vida. Tomei cuidado para não chamar atenção e elas acabarem percebendo que eu estava ali.

— Particularmente, achei um ato de extrema coragem de Dominique. – ouvi dizer a voz que me era mais conhecida – Tenho certeza que ela fará muito sucesso.

— Gui estava um pouco receoso quanto a isso. No Gringotes ela estava construindo uma carreira sólida, o mundo da moda, no entanto, é muito arriscado. Confesso que também me preocupei quanto a isso – a francesa confidenciou – Mas ela me pareceu tão feliz que não pude me opor.

— Está certíssima, Fleur – mamãe apoiou – Rose ainda está um pouco confusa sobre o futuro, acredito que a nota dos N.I.E.M.s ajudará a iluminar sua mente.

Confusa? Eu nunca estive tão certa sobre algo em toda minha vida. De onde Hermione estava tirando aquilo?

— Pensei que ela estivesse decidida em relação ao quadribol. – minha tia disse, um tanto embaraçada.

Antes que minha mãe pudesse prosseguir com suas bobagens, resolvi intervir e me aproximei das duas, chamando sua atenção.

— Está certa, tia. Estou mesmo decidida sobre o quadribol, mamãe apenas não parece ter entendido isso ainda – esclareci encarando desafiadoramente a morena.

— Rose, o que quis dizer é que você tem outras opções e deveria considerá-las. – foi incisiva – Você tem outros talentos, é intelectual, não deveria desperdiçar seu futuro com quadribol.

Abri a boca para responder, mas alguém o fez antes de mim.

— Então quer dizer que só joga quadribol quem não tem um bom cérebro? – a voz da minha madrinha, Gina, tomou o recinto. Sorri vitoriosa.

— É, mãe. Está sendo uma baita hipócrita. Então quer dizer que se os filhos de outras pessoas resolvem se arriscar numa carreira isso é admirável, mas quando se trata da sua própria filha você se recusa a enxergar o óbvio. – acrescentei – Quadribol exige tanto esforço quanto qualquer outra carreira.

Ela me olhou com fúria no olhar. Estava incomodada com a proporção que nossa pequena confusãozinha particular estava tomando.

— Eu nunca disse que não é necessário cérebro para jogar quadribol, Gina, me desculpe se soou ofensivo – se dirigiu calmamente à minha tia que simplesmente murmurou “tudo bem” – E quanto a você, Rose – se virou para mim – Meça suas palavras para se dirigir a mim, mocinha. Lembre-se de que ainda sou sua mãe. – engrossou a voz.

— Uma mãe que não quer apoiar a própria filha em seus sonhos não deveria poder cobrar muita coisa. – rebati – Por que não faz como tia Fleur e tenta enxergar o que me faz feliz? Sinto muito, mas o caminho que Scorpius Malfoy escolheu não é o único caminho certo, mamãe! – minha voz falhou na hora de dizer a última parte e percebi que estava prestes a chorar.

— Tudo seria mais fácil se fosse!

Retesei com suas palavras, um pouco chocada com sua fala. Reparei que àquela altura tínhamos uma pequena plateia. Os que antes estavam no quintal e aqueles que estavam na sala agora nos rodeavam, inclusive meus avós, que olhavam espantados para toda aquela confusão acontecendo.

— Rose, querida, independente do que sua mãe tenha feito, isso não lhe dá o direito de desrespeitá-la, está bem? – tia Gina interveio num tom decidido, porém calmo – Por que não tenta esfriar um pouco a cabeça agora? – sugeriu colocando a mão sobre meu ombro, me encaminhando em direção à sala. Passamos por entre a aglomeração e foquei num certo loiro que olhava preocupado. Ouvi minha mãe chamar ao longe, mas minha tia interrompeu – Agora não, Hermione – decretou firme.

Fomos até o antigo quarto do meu tio Percy, aquele da janela com vista para o jardim. Não havia percebido que tinha começado a chorar até me sentar numa das três camas que preenchiam o lugar.

— Ela não entende. E eu nem sei porque é tão complicado para ela entender. É o que quero fazer para o resto da vida, é o que sei fazer melhor!

— Eu sei, Rosie – sorriu docemente – E estou muito orgulhosa, se isso serve de alguma coisa – sorri de volta indicando que seu reconhecimento significava sim muita coisa – Tem que ter em mente que o universo em que sua mãe vive é completamente diferente do nosso. – ela se sentou em outra cama, ficando de frente para mim – A paixão que sentimos por estar voando numa vassoura e marcando gols, ela sente pelos livros e pergaminhos de seu escritório. Acredito que ela tenha pensado durante dezessete anos que você também seria assim e agora está confusa. Dê um tempo a ela – pediu – Ela continua amando você do mesmo jeito.

— Não é o que parece. – contrapus.

— Apenas ouça o que sua madrinha está dizendo, certo? – reforçou antes de sair do quarto, me deixando sozinha.

Após determinado tempo, meu pai adentrou o quarto apenas parar avisar que já estavam indo embora, assim como alguns dos meus outros parentes. Mamãe não quis se despedir, o que foi bom, pois não estava com cabeça para encará-la naquele momento.

Hugo apareceu logo depois para avisar que alguns dos primos estavam reunidos no jardim e perguntar se gostaria de me reunir a eles. Aceitei e fiquei lá por cerca de uma hora. Contávamos histórias da vida e ouvíamos as peripécias que James e Fred aprontavam em sua época em Hogwarts, muitas delas jamais descobertas pelos professores, outras devidamente punidas. Notei que Scorpius ouvia tudo com um sorriso no rosto e certo brilho no olhar. Era satisfatório vê-lo feliz. Aos poucos, os primos foram se dispersando, Molly desaparatou, Victoire e Teddy tomaram rumo pela lareira. Albus alegou estar com sono e o melhor amigo o acompanhou. Eu também não me demorei a entrar, pensando em aproveitar a distração dos outros do lado de fora para passar um tempo com Scorpius.

Estava subindo as escadas em direção ao quarto que ele dividiria com meu primo quando encontrei o garoto Potter no meio da escada, bloqueando minha passagem para o último lance.

— O que é isso? Não vai me deixar subir? – inquiri.

— Talvez não devesse mesmo. – comentou cruzando os braços e me encarando desafiadoramente.

— Albus, querido primo – é obvio que meu tom era sarcástico – Tenho certeza absoluta que seu amigo não gostaria dessa sua atitude – disse irritada, no tom mais baixo que consegui.

— Meu amigo não gosta de muitas coisas, Rose – chegou perto para sussurrar, também com irritação – Inclusive de esconder um relacionamento sem necessidade alguma.

Respirei fundo tentando manter a calma. Era para estar sendo uma véspera de natal maravilhosa e, ao contrário disso, tudo estava desmoronando. E é claro que Albus escolheria justo aquele momento para me atormentar sobre este assunto já superado pelas partes da relação que realmente importavam, Scorpius e eu. Quer dizer, éramos as únicas partes da relação, porém Albus tinha apreço por se meter em situações que não eram da sua conta.

— Al, é natal – disse quase em tom de súplica, como se aquela             constatação óbvia explicasse tudo – Tudo o que eu menos queria agora era brigar com você e tudo o que mais preciso é ver Scorpius. Então será que pode, pelo menos desta vez, aliviar para o meu lado?

Ele me encarou por um segundo, suavizando a expressão em seguida.

— Cinco galeões e não deixo que ninguém incomode vocês. – deu seu preço. É claro que a minha paz não sairia de graça.

— Vinte minutos? – tentei negociar.

— Quinze e não se fala mais nisso.

— Então quatro galeões.

Potter ponderou sobre a oferta.

— Dez minutos por três galeões e cinco sicles.

— Dez minutos não valem nem dois galeões!

— Dois galeões e três sicles então, estou com sono, esse é meu preço final. É pegar ou largar. – sentenciou.

— Tudo bem. – remexi os bolsos de minha calça, encontrando apenas dois galeões e os entreguei a meu primo – Pago o restante amanhã.

— Pela manhã, ou então cobrarei juros – avisou dando espaço para que eu seguisse em direção ao antigo quarto de meu pai. Ele estava se divertindo com a situação, apenas revirei os olhos e comecei a subir os degraus. Quando estava perto da porta, pude escutá-lo dizer – Aproveite enquanto pode, Rose. – ignorei a provocação e entrei no cômodo.

Perdi a conta de quantas vezes havia dormido naquele quarto sob o sótão, que agora dispunha de duas camas, mas ainda guardava em suas paredes de cor laranja a idolatria do meu pai pelo seu time de quadibol predileto. Scorpius sequer notara minha chegada, distraído demais com o objeto colorido que tinha em mãos.

— Oi – saudei enquanto fechava a porta atrás de mim. Ele me encarou um pouco confuso.

— Você não deveria estar aqui. – informou o óbvio.

— Eu sei, mas comprei alguns minutos para ficar com você.

— Comprou? – continuou confuso – Como assim?

— Suborno. – esclareci – Um negócio antigo entre os primos Weasley. Paguei a Albus para que não deixasse ninguém subir. – preferi não contar sobre a parte em que ele não queria nem mesmo que eu subisse.

Scorpius sorriu abertamente, aquele maldito sorriso de dentes brancos e alinhados, fazendo com que meu coração errasse algumas batidas.

— Essa família é mesmo uma caixinha de surpresas – comentou – Aliás, seu avô me deu isso – ergueu o objeto que carregava e eu me aproximei para observar – Disse que os trouxas chamam de cubo mágico, apesar de não ter magia alguma. O objetivo é fazer com que cada face do cubo fique de uma cor só e eu pensei que seria moleza, mas é bem complicado na verdade – explicou encarando e rodando as linhas móveis do objeto. Eu sabia o que era, os pais da minha mãe costumavam ter em casa e na verdade eu era péssima, já meu irmão conseguia montar com certa agilidade.

Pensei em contar isso a Scorpius, a tentar ajudá-lo, a dizer para procurar Hugo. Contudo, olhando para o loiro concentrado daquele jeito, compenetrado em entender como aquele objeto funcionava, sua testa franzida, a forma como passava a língua pelos lábios quando pensava numa nova tática, a mecha de cabelo caída sobre a testa devido a cabeça baixa, as mãos grandes segurando firmemente aquele cubo colorido. Os pequenos detalhes dos trejeitos do Malfoy mexiam comigo de uma maneira sobrenatural.

— Rose, você está estranha – constatou ao levantar a cabeça e destinar sua atenção para mim.

— Gosto de você. – disse simplesmente.

Ele franziu o cenho encabulado.

— Eu também gosto de você. – declarou – Só não entendi o porquê de estar falando isso agora, tão repentinamente.

Soltei uma risada fraca ao ver sua confusão. Ele tinha razão, eu não era do tipo que dizia coisas fofas ou se declarava com frequência. Não era uma megera, não tratava mal o meu parceiro, nos dávamos muito bem, obrigada. Gostava de carinho, de abraçar, de andar de mãos dadas e de mexer no cabelo ou acariciar o braço de Scorpius quando estávamos juntos, apenas não fazia meu tipo ser melosa com palavras. Ele sabia o quanto eu gostava dele, não é? Acho que eu deixava evidente. Mesmo assim, aquele cenário não me deixava muito confortável e depois de toda a confusão com minha mãe mais cedo, precisava de um pouco de alegria.

— Olha, devo dizer que paguei muito caro a Albus para que tivéssemos dez minutos a sós e, bem – dei uma olhada em meu relógio de pulso – agora temos apenas seis. Pensei que talvez pudéssemos aproveitar de outro jeito. – sorri maliciosa, sabendo que ele entenderia o recado.

Scorpius deixou o cubo na cômoda de madeira que estava ao seu lado e se aproximou ainda mais de mim, abaixando o suficiente para que nossos narizes se tocassem, me fazendo fechar os olhos. Podia sentir sua respiração em meu rosto, o hálito quente e doce, um pouco atípico, resultado do hidromel que tomamos no jantar. Ele gostava de provocar, dono de uma paciência que não me era nem um pouco conhecida, calmamente enlaçou minha cintura com as duas mãos, prendendo-me ainda mais ao seu corpo, antes de finalmente morder meu lábio inferior para dar início a um daqueles beijos que me levavam às nuvens em questão de segundos.

Ainda que meio mole, anestesiada pela sensação de seus lábios tocando os meus, lancei meus braços sobre seus ombros, agarrando sua nuca e trazendo-o para ainda mais perto, se possível. Senti meu corpo esquentar à medida que Scorpius intensificava o beijo e não melhorou em nada quando ele desceu os beijos para minha mandíbula, trilhando um caminho até o pescoço. Soltei um gemido baixo quando ele chegou à minha clavícula, fazendo-o sorrir enquanto passava a língua por ali e tomar a liberdade de descer as mãos e apertar minha bunda, aproximando ainda mais os nossos corpos. Espera aí, ele estava...? Oh, ele definitivamente estava.

Suspirei ainda mais alto quando, não satisfeito com o pescoço, Scorpius começou a descer com a boca o tecido da blusa que eu usava para ter mais acesso à minha pele. Instintivamente levei as mãos ao seu cabelo e puxei um pouco na tentativa de controlar os sons que teimavam em sair da minha boca. “Você é uma bruxa maior de idade, um simples abaffiato resolve isso”, mas falando sério, quem pensaria em abaffiato numa hora dessas? Quem pensaria em qualquer outra coisa com Scorpius Malfoy tocando seu sutiã enquanto morde sua orelha?

Esperava que ninguém além de mim soubesse essa resposta.

— Okay, senhor apressadinho – criei forças para me afastar um pouco e dizer ainda ofegante – Lembre-se que não estamos no banheiro dos monitores.

Ele assentiu, controlando a respiração.

— Você está certa, seus avós foram muito legais em nos receber aqui, seria desrespeitoso continuar – ele não parecia ter tanta convicção do que dizia. Caminhou até uma das camas e se sentou, sendo acompanhado por mim, que fiz o mesmo – É que às vezes é difícil me controlar com você, Rose. – murmurou, me fazendo rir.

— Não é muito fácil para mim também. – admiti um pouco envergonhada. Não conversávamos abertamente sobre essas coisas, geralmente só... fazíamos.

Ficamos em silêncio por um tempo, até que ele retomou o diálogo.

— O que aconteceu hoje, sobre a sua mãe... – começou e eu sinceramente não queria ouvir nada sobre isso – Desculpe, de verdade. Não imaginei que ela fosse dizer aquilo.

— Não é culpa sua – tentei reconfortá-lo – Uma hora darei um jeito nisso.

— Mas não hoje, não é?

— Não hoje.

Ouvimos três batidinhas leves na porta e logo o moreno de olhos verdes entrou em nosso campo de visão.

— Dei um tempinho de bônus, não precisa agradecer – informou se dirigindo a mim – Mas Fred está em casa, então acho melhor você ir.

Assenti, me despedi de Scorpius e até do meu primo chato e desci até o segundo andar, onde se localizava o quarto onde estava antes, que dividiria com Roxanne e Dominique. James e Fred ficariam no quarto ao lado do nosso enquanto Lily e Lucy dividiriam o antigo aposento de tia Gina, no terceiro andar e meu irmão ficaria junto de Louis no quarto. Albus e Scorpius já estavam devidamente acomodados no quinto andar. Decidi não esperar as meninas voltarem do jardim para evitar perguntas e preparei minha cama para dormir.

Pensei em tudo o que minha mãe falou no jantar e também sobre o que tia Gina havia conversado comigo. Nunca fui muito paciente e a relação com minha mãe apesar de um pouco distante, nunca chegara a ser difícil. Não fazia ideia da razão que a levava acreditar que quadribol não era uma escolha viável. E tentando compreender o que se passava na cabeça de Hermione Granger-Weasley, adormeci.       


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Notas finais do capítulo

E eh isto, pessoal.
Volto na terça-feira com mais um capítulo.
Beijinhos e até lá!