— Será que agora você pode me pôr no chão?- Renesmee reclamou assim que o Cowboy passou com ela em seus braços pela porta do quarto, Jacob sorriu satisfeito a colocando lentamente no chão, a ruiva bufou sentando-se irritada na cama – Eu agradeço muito todo seu cuidado Jake, mas não precisa me pegar no colo sempre que me encontrar.

As sobrancelhas do Cowboy se ergueram e um bico se formou em seus lábios – Diacho viu, mulher é um bicho complicado mesmo, se a gente dá atenção e cuida, acha ruim, se nós não dá atenção e nem cuida acham ruim, mulher é banzé mesmo.

Ao ouvir as reclamações do rapaz, a ruiva moveu os lábios e rolou os olhos se levantando – Banzé o que? Meu nome é Renesmee, Nessie, eu agradeceria se parasse de me por esses apelidos estranhos, primeiro Ruana, agora Banzé? Eu nem sei o que significa isso!

Jacob a encarou – Pois fique você sabendo que é uma Ruana Crinuda muito das Banzeiras!

— Olha quer saber já chega! A ruiva falou em um tom de aborrecimento – Será que pode se retirar? Eu preciso trocar de roupa!

Jacob suspirou torcendo os lábios – É, eu vou buscar suas coisas – O corpo do Cowboy virou-se na direção da porta e após dar alguns passos parou virando a cabeça para trás olhando na direção da ruiva que o encarou em silencio, sentiu o nervosismo novamente o dominar e então saiu apressado do quarto.

Renesmee o observou se afastar pelo corredor, moveu ambas as mãos mantendo o olhar sobre ele – Ruana, Banzé, crinuda, seu rústico! Murmurou consigo mesma, levantou-se da cama e caminhou fechou a porta se encostando na mesma – Até que ele é bonito! Ficou em silêncio pensativa – Ah Nessie deixa de pensar besteira! Brigou consigo mesma indo para o banheiro.

Deixou a banheira enchendo enquanto tirava a camisola e pegava algumas toalhas na gaveta indicada pela empregada, precisava pensar, sábia que não poderia passar muitos dias naquela casa, por mais generosos que Sara e Jacob pudessem ser sabia que se seu pai a descobrisse naquela casa um novo inferno começaria, entrou na banheira e relaxou encostando a cabeça na beira da mesma acariciando lentamente a sua barriga – Talvez se eu for embora para um lugar bem distante – voltou a falar para si mesma – É talvez...

Enquanto isso o Cowboy entrou na sala aborrecido onde Sara e Paul ainda conversavam, deu uma volta por trás do sofá onde sua mãe e o amigo da família estavam e então se sentou no sofá a frente do que eles estavam.

—Que cara é essa? Paul perguntou curioso, o advogado e a matriarca trocaram olhares, em seguida Sara se levantou indo para o sofá onde o filho havia se sentando e sentou- se ao lado dele segurando as mãos do rapaz de uma forma carinhosa.

— Essa Ruana se não tivesse de bucho eu diria que tá de chico porque vou te contar a potranca jabiraca! O Cowboy reclamou.

— O que você fez para a menina Jacob?

— Ora mãe eu não fiz nada! Jacob respondeu ao sentir o tom de reprovação na pergunta feita pela mãe.

Paul riu, mas em seguida se controlou, novamente trocou olhares com Sara, Jacob percebendo o clima entre sua mãe e o advogado olhou para ambos com um ar de desconfiança – O que vocês dois tão mancomunando aqui?

— Ah....bom....o advogado disfarçou procurando um modo ou uma frase para iniciar a conversa que Sara e ele haviam concordado em ter com o Cowboy- Eu acho que você deveria tratar a moça melhor, não aborrece-la, afinal de contas ela pode ser a chave da sua salvação.

— Do que você tá falando Paul? Jacob perguntou sem compreender.

— Boa sorte Sara! Paul respondeu.

O rosto de Jacob se virou para a mãe – O que o Paul tá querendo dizer?

Sara sorriu carinhosamente, tirou uma das mãos que estavam sobre as mãos dele e tocou carinhosamente o seu rosto – Paul e eu conversamos e encontramos uma solução para o problema do testamento do seu pai.

O semblante do Cowboy que era de irritação e preocupação mudou, um pequeno sorriso se fez em seus lábios sendo dominado pela ansiedade – Isso é sério?

— Sim! Paul se levantou e caminhou lentamente pela sala – Jacob, seu pai fez o testamento a três meses, então se você tivesse uma namorada ou esposa de no mínimo dois meses de gravidez esse bebê se tornaria o herdeiro, mesmo que a futura esposa do Embry engravide depois, está bem claro na clausula, o primeiro neto ou neta.

Jacob respirou encostando as costas no sofá – Disso eu já sei, mas eu não tenho nenhuma mulher buchuda, do que adianta eu sabe disso!

Novamente a mãe e o advogado trocaram olhares.

— Na verdade você já tem querido – Sara respondeu carinhosamente.

A confusão dominou a cabeça de Jacob – Que diacho a senhora tá falando mãe? Ele perguntou em meio a risos – Num buli com mulher nenhuma, vocês tão doido? Em seguida conteve sua risada ao lembrar de Renesmee – Não! O Cowboy pulou do sofá.

— Filho...

—Oh mãe que ideia de jerico é essa? Por acaso a senhora ta pensando que eu embuchei a Ruana?

— Na verdade nós sabemos que você não a engravidou Jacob, mas outras pessoas não sabem! O advogado explicou.

— Jacob! Sara estendeu a mão para ele, o Cowboy segurou a mão da mãe que o puxou o fazendo se sentar novamente ao seu lado – Renesmee não tem ninguém, ela tentou abortar essa criança, se você se casar com ela essa criança passa a ser seu filho e quando nascer terá direito a parte da fazenda deixada por seu pai, querido você não somente estará evitando perder a fazenda mas também a protegendo e ajudando uma criança.

— Jake, essa é a única solução! Paul falou ajudando Sara a convencê-lo.

Jacob levou ambas as mãos ao rosto olhando para a mãe e o advogado – Ela não vai aceitar isso, é capaz da Ruana acha que quero me aproveitar dela.

Sara sorriu levando uma das mãos ao queixo do filho – A peça em casamento, deixa o resto comigo!

Ao ouvi as palavras de sua mãe o rapaz se levantou mais uma vez e coçou a nuca, o nervosismo que sentia só de estar na presença de Renesmee aumentou ao pensar na possibilidade de casar-se com ela – Não sei não, ela me conhece a 24 horas, quem sabe se eu espera passa mais uns dia ai, ai eu posso falar desse assunto.

— E se ela for embora? O advogado o encarou – Jacob, a sorte sorriu para você, você encontrou uma mulher gravida sem família, uma criança sem pai quando precisa de um filho, não foi atoa que você a encontrou.

— Minha nossa senhora! Jacob murmurou, olhou para a mãe e para o advogado e então respirou fundo buscando coragem para colocar o plano elaborado por eles em pratica, saiu da sala de forma apressada e ao chegar ao inicio do corredor olhou para a porta do quarto de sua mãe, porém tomou um caminho contrário indo para a cozinha.

— Luiza! O Cowboy falou ao entrar na cozinha – A Ruana já tomou café?

A empregada sorriu colocando algumas louças sobre a mesa – Quanta preocupação em Cowboy!

— Não me aperreia não Luiza, eu tô nervoso, então ela já tomou?

— Credo, que bicho te mordeu? Ainda não, eu fui ao quarto, mas ela estava no banho – Luiza respondeu.

— Então prepara uma bandeja aí, com umas fruta, suco, um pãozinho, um não dois porque ela ta comendo por dois, café...

A empregada riu pegando a bandeja enquanto ouvia as ordem do rapaz, enquanto organizava tudo na bandeja observava as expressões de Jacob, trabalhava a muitos anos na casa e nunca o havia visto tão preocupado com alguém, na verdade poucas foram as vezes que ela tinha o visto com alguma mulher.

— Prontinho Patrão! Luíza falou terminando de organizar a bandeja.

Quando Nessie saiu do banheiro notou que haviam roupas sobre a cama, apesar de ter um filho adulto, Sara era uma mulher muito jovem e elegante, algumas roupas da mulher cabiam perfeitamente em seu corpo, pegou o vestido longo e vermelho de alças e o vestiu olhando-se no espelho, tinha duas aberturas laterais que deixavam suas pernas a mostra, pegou a escova de cabelo e escovou as madeixas ruivas fazendo um coque alto na cabeça, sorriu olhando-se no espelho novamente, se perguntou quando havia sido a ultima vez que havia se sentindo tão bonita desde o anuncio de sua gravidez.

O bate na porta do quarto chamou sua atenção, lentamente a ruiva caminhou até a porta a abrindo, a surpresa a dominou ao ver Jacob parado na porta com a bandeja nas mãos.

Se por um lado Renesmee havia ficado surpresa, por outro Jacob sentiu novamente o nervosismo, os olhos do Cowboy percorreram pelo corpo da ruiva – Você....ele gaguejou...tá muito bonita!

Ela sorriu abrindo a porta dando espaço para que ele passasse e assim ele fez, um pequeno sorriso se fez nos lábios dela, era a segunda vez em menos de vinte e quatro horas que o rapaz tinha um gesto tão gentil com ela, tinha que admitir que mesmo que as vezes ele aborrecesse Jacob parecia se importar com ela.

— Obrigada Jake! A ruiva falou em um tom gentil – Percebeu que o Cowboy continuava a olhá-la com um semblante abobalhado e então riu sentindo corar em seu rosto – É o meu café?

—É! Ele respondeu tentando disfarçar e colocou a bandeja sobre uma mesa que havia no quarto – Você precisa comer viu, esse Potrozinho aí precisa nascer forte.

A ruiva riu novamente, apesar do apelido “Potrozinho” dado por ele ao seu filho a incomodar ela decidiu não reclamar – Sim o bebê precisa de alimento! Tentou corrigi-lo de forma carinhosa, em seguida puxou a cadeira e se sentou – Sua mãe está em casa? Perguntou tentando iniciar uma conversa com ele.

— Sim na sala com o advogado! Ele respondeu caminhando pelo quarto, sentia-se nervoso e sua inquietação denunciava isso, Renesmee pegou o copo tomando um gole do suco observando a atitude do rapaz.

— Você está bem? Perguntou.

— Sim! Ele respondeu prontamente.

— Quer me falar alguma coisa? A Ruiva perguntou novamente.

Jacob balançou a cabeça, em seguida coçou a nuca e então se aproximou novamente da moça – Na verdade eu preciso levar uma prosa com você, mas eu não quero que pense que to de sem-vergonhice.

A ruiva deixou o copo sobre a bandeja e virou seu corpo na cadeira ficando de frente para ele – Tudo bem não pensarei mal de você, ao menos tentarei.

— Ta! O Cowboy respondeu se aproximando e então se abaixou diante dela – Eu sei que você não tem casa, nem ninguém...

O medo dominou Renesmee, sentiu seu coração apertar em seu peito, com certeza o pai havia a encontrado e eles pediriam que ela fosse embora naquele momento – Você está tentando me dizer que terei que ir embora? Perguntou um pouco temerosa.

Jacob a olhou assustado- Não, claro que não, nunca que eu te botaria daqui, muito pelo contrário eu quero que fique.

Ela respirou aliviada e fechou os olhos dando um leve sorriso, em seguida o olhou novamente – Então o que deseja me dizer?

O coração do Cowboy disparou, sentiu o rolar em seu estomago, o ar lhe faltou, e seguida respirou fundo e levou uma das mãos a mão da ruiva, Renesmee o olhou surpresa e sentiu que tremeu ao sentir as mãos ásperas dele sobre a sua – O que quer me dizer? Ela insistiu.

— Eu, quero que se case comigo, que me deixe ser o pai do seu filho!