Os olhos de Nessie percorreram pelo desconhecido quarto de paredes claras e cortinas que balançavam devido ao vento que batia, sentiu-se confusa, sua atenção voltou-se para a sua mão quando sentiu o pinicar só então percebeu a fina mangueira pendurada e o curativo prendendo a agulha em sua veia.

— Re..Re...A voz do rapaz a fez voltar-se para ele.

— Re-ne-es-me! Ela soletrou pausadamente, mas sorriu timidamente ao ver a careta dele – Pode me chamar de Nessie! Completou ela.

— Eu sou Sara! A mulher o seu lado falou de forma gentil colocando alguns travesseiros atrás de suas costas – Meu filho a encontrou na ponte, você ficou desacordada por isso ele decidiu trazê-la para cá! Explicou a mulher a ela.

— Obrigada senhora! Ela respondeu gentilmente olhando para o rapaz.

— Neix...tie, Nextie! Jacob tentou pronunciar o nome em seguida franziu as sobrancelhas- Que diacho de nome mais difícil!

— Jacob! Sara o advertiu.

Nessie baixou a cabeça rindo, em seguida ergueu o olhar na direção dele, percebeu o corar no rosto dele – Nes-si-e! Soletrou novamente.

Os lábios dele se curvaram enquanto ele a olhava, Sara sorrio – Ness!

Nessie rolou os olhos, e Sara riu baixinho – Ness é consegui! Jacob falou orgulhoso de sim mesmo, o cowboy aproximou-se um pouco mais da cama e Renesmee lançou sobre ele um olhar de desconfiança.

Os braços  de Jacob se cruzaram diante de seu peito deixando seus músculos mais expostos, e sua expressão se tonou um pouco mais séria, por alguns segundos Nessie o analisou, alto, com um físico de cara de academia, mas uma aparência jovem, devia ter no máximo vinte e cinco anos, deduziu ela, não podia negar o quanto ele era bonito.

— Mas porque diacho você ia pular da ponte Ruana? Você por acaso ficou doida?

Nessie o encarou, os lábios dela se moveram, o encantou de quebrou.

— Jacob! Sara levantou-se do lado dela, isso são modos de falar? Hoje você está impossível mesmo! Em seguida a matriarca dos Black voltou sua atenção para Renesmee – Querida, peço mil desculpas pela grosseria do meu filho, você não precisa responder nada!

— Eu catei ela no pulo tentando se matar e a senhora biga comigo? O Cowboy de defendeu, Renesmee baixou a cabeça rindo, não conseguia compreender nada do que o rapaz havia dito, Jacob percebendo sentiu-se constrangido, seus braços se descruzaram e uma das suas mãos subiram até a sua nuca a coçando, a garota percebendo o constrangimento do Cowboy sessou a risada o encarando – Jacob, é esse seu nome não é? Sibilou ela?

Jacob a olhou se sentindo abobalhado, desde o primeiro momento em que os olhos marrons da garota se fixaram aos dele havia tido aquela sensação, havia tido muitos namoricos no Canyon, nas festas da vila que sempre frequentava sempre saia com uma mulher, mas nenhuma das moças por mais bonitas que fossem haviam o feito se sentir daquela forma.

— É meu nome! Ele respondeu meio desajeitado.

— Muito obrigada por ter me salvo! Renesmee falou de forma gentil – E por terem me trazido para cá! Completou a ruiva olhando para Sara.

O Cowboy sorriu com o canto dos lábios – Num há de que! Respondeu ainda sem jeito – Mas não vai me dizer por que quis pular?

— Jacob, ela precisa descansar! Sara falou com uma expressão carinhosa em seu rosto – Porque eu não tinha para onde ir! Renesmee respondeu à pergunta feita por ele e baixou o olhar – Eu agradeço o que fizeram por mim, mas você deveria ter deixado eu me jogar da ponte – Completou ela.

— A mais nem pensar! Jacob respondeu sentiu a furia dominar seu corpo, sem conseguir compreender por que havia se sentido dessa forma – Você apronta com o seu namorado, embucha e acha que tudo se resolve pulando da ponte!

— Jacob Black, saia! Sara falou com um tom de voz mais alto.

— Hoje você tá de implicância comigo não é mãe, num é possível! O cowboy resmungou caminhando até a porta, Renesmee observava tudo em silêncio, a mulher Sara estava vestida elegantemente, o quarto era tão luxuoso quanto o de sua casa, e Jacob apesar de um homem adulto e grande tremeu ao ouvir um tom mais alto dela, era totalmente diferente do mundo o qual havia crescido onde crianças batiam o pé pedindo algo e os pais lhe davam, lembrou que muitas vezes seus pais precisaram repetir diversas vezes um pedido ou uma ordem e ela mesma havia ignorado, mas Sara e Jacob eram diferentes, não importava o quanto adulto ele era, ele a respeitava.

Jacob saiu reclamando do quarto sendo empurrado pela mãe que fechou a porta encostando-se na madeira e Renesmee sentiu-se um pouco desconfortável – Ele não gostou muito do que falei! Ela falou ajeitando-se na cama.

Sara sorriu – Confesso que não estou entendendo essa atitude dele, meu filho apesar desse jeito brusco é um rapaz doce e gentil! A mulher completou caminhando de volta para perto da cama, em seguida puxou uma cadeira e sentou-se – Não quer me contar o que levou uma moça tão linda e jovem como você a tentar o suicídio?

Nessie exitou, teve medo de que se a mulher soubesse quem ela era a expulsasse da casa, já tinha deduzido que a família era rica, as mãos da mulher deslizaram até a cama encontrando as mãos de Renesmee tentando passar a ela confiança- Prometo que não vou julgá-la! A mulher falou carinhosamente.

A atitude deu a ruiva um pouco de confiança, então ela decidiu contar a ela tudo que havia acontecido.

(...)

— A mãe as vezes é uma jabiraca viu! Após ser expulso do quarto, Jacob murmurou enquanto caminhava pelo corredor em direção a cozinha, mas para ser honesto nem ele mesmo compreendia o porque de tanto aborrecimento – Pular da ponte, se aquela Ruana Clinuda acha que eu vou deixar ela fazer isso ela tá muito enganada, onde já se viu, ainda mais com um potrózinho no bucho – resmungou o cowboy caminhando em direção a cozinha, apesar do aborrecimento, admitiu que havia sido um pouco rude, aproximou-se da entrada da cozinha e sorriu com o canto dos lábios ao ver Luíza de costas distraída com as louças.

Sorriu com o canto dos lábios e caminhou na ponta dos pés dando um apertão na cintura da empregada – LUIZA! Gritou ele assustando a moça.

— AI, JACOB, ISSO NÃO SE FAZ! A empregada reclamou pegando um guardanapo dando alguns golpes com o tecido na direção dele que desviou rindo – Essas suas brincadeiras ainda vão me matar de susto! Reclamou ela.

— Fica jururu não Luizinha vem cá!

— Não vem com essa para cima de mim! Luíza continuou a reclamar – Está com fome? Quer que eu prepare alguma coisa?

— Depois eu como alguma coisa! O cowboy respondeu – Na verdade você pode preparar uma bandeja, assim bem chique, ai você coloca um pedaço bem grande de bolo de cenoura, um copo bem grande de leite, joga um chocolatezinho no bolo...

A empregada baixou a cabeça sorrindo – E para quem é?

—É para a Ruana lá que eu encontrei! Ele respondeu – Eu quero, me desculpar sabe, eu não sei lidar muito bem com vocês mulheres! O Cowboy falou desajeitado, Luíza sorriu pegando uma bandeja.

— O que você aprontou, para a patroa ter expulsado você? Não foi boa coisa, não é?

Jacob respirou, em seguida puxou uma cadeira e sentou na mesma de forma contraria apoiando os braços na costa da cadeira – É que eu não me conformo sabe, uma Ruana linda daquela, com aquelas crinas bonitonas – O Cowboy sorriu abobalhado – Os olhos dela parecem duas tâmaras sabe, bem docinhas, marrons, e já viu como ela é branquinha, parece uma Baia! Um sorriso se fez e seus lábios, em seguida se desfez ao ouvir o risinho da empregada enquanto arrumava a bandeja.

— Do que tu ta rindo? O Cowboy perguntou desconfiado.

— Você gosta dela, não é? Luíza respondeu dando as costas a ele, abriu uma gaveta pegando alguns talheres, a risada tornou-se mais alta ao ouvir o “Você tá doida?” dito por ele. A empregada continuou a rir terminando de arrumar a bandeja – Não negue, eu nunca vi você falando de nenhuma garota da forma que falou dela.

— Eu conheci a moça hoje, o que tem demais eu achar ela bonitona?

— Jacob, não precisamos conhecer uma pessoa por muito tempo para nos apaixonarmos por ela! Luíza respondeu empurrando cuidadosamente a bandeja para a frente dele – Muitas vezes pessoas se conhecem a anos e não se apaixonam, assim como algumas pessoas precisam de alguns segundos apenas, de apenas um olhar, para encontrar o amor da sua vida.

As palavras da empregada o calaram por alguns segundos, o Cowboy lembrou do momento em que a viu na ponte, o olhar dela dentro dos olhos dele -Jacob! Terra chamando Jacob!

— Eu vou levar a bandeja porque o médico disse que ela precisa comer!  Falou atordoado levantando-se da cadeira, olhou o pequeno vaso que estava sobre a mesa com algumas flores, afastou as coisas da bandeja dando espaço para o vaso e o colocou em seguida, percebeu que Luísa riu – Eu só quero me desculpar com a moça! Se justificou pegando a bandeja e saiu da cozinha de forma apressada.

Caminhou novamente pelo corredor com a bandeja nas mãos pensativo, as palavras de Luíza de alguma forma havia mexido com ele – Amanhã com certeza ela vai correr de volta pro namorado, vai ver brigou com ele e quis... deixa de ser abestalhado Jacob essa moça não é pro seu bico não!  Murmurou consigo mesmo enquanto aproximava-se da porta – Eu posso entrar? Falou em um tom alto de voz.

A porta se abriu, sua mãe o olhou com espanto ao vê-lo com a bandeja nas mãos, sorriu dando espaço para que ele passasse, a surpresa também dominou o rosto de Renesmee  que deu um pequeno sorriso com o canto dos lábios enquanto o observava se aproximar da cama.

— O médico disse que você precisa se alimentar! O Cowboy falou um pouco sem jeito, Renesmee olhou para Sara que sorriu acenando positivamente com a cabeça – Eu preciso arrumar o quarto, esta tarde e precisamos descansar! Sara falou dando uma desculpa para deixá-los a sós – Jacob, comporte-se! A mãe completou ao passar pela porta, o Cowboy rolou os olhos deixando a bandeja sobre a cama.

— Está muito bonita essa bandeja Jacob! Obrigada! Ela agradeceu de forma gentil.

— Jake! O Cowboy sorriu – Me chama de Jake, já que vou te chamar de Ness.

A ruiva baixou a cabeça e sorriu – Está bem, Jake!

Renesmee se ajeitou na cama encostando-se na cabeceira, Jacob pegou alguns travesseiros colocando sobre as pernas dela, ela o olhou surpresa, tantos anos de namoro e noivado com Alec e ele nunca havia tido uma atitude tão gentil com ela, porém Jacob que a conhecia a apenas algumas horas apesar do surto inicial era doce e protetor.

O Cowboy colocou a bandeja sobre os travesseiros- Olha esse bolo é muito bom, e leite é bom sabe tem vitamina, da sustância! A ruiva baixou a cabeça rindo enquanto o ouvia falar- Você precisa comer para ficar mais forte, ta magricela demais!

Renesmee rolou os olhos, estava demorando – Jake, tudo bem, eu já entendi! Ela falou o interrompendo, pegou o garfo e começou a comer, lembrou que a última alimentação que havia tido fora a mais de 48 horas, não demorou para que terminasse o grande pedaço de bolo e o copo de leite, Jacob apenas a observou comer em silêncio.

— Você quer mais um pouco? O Cowboy murmurou.

Ela sorriu – Não, obrigado Jake, eu acho que preciso descansar mesmo!

— Tá bem! Ele falou animado pegando a bandeja se levantando da cama, seu corpo estremeceu ao sentir a mão macia dela tocando seu braço – Espera! Ela falou o paralisando – Deixa as flores! Completou sorrindo.

Ele sorriu tirando o vaso e entregou a ela, em seguida se afastou caminhando até a porta, parou por alguns segundos e virou o corpo olhando para ela – Boa noite, se você precisa de alguma coisa, você grita! Ele falou gentilmente.

— Pode deixar! Ela respondeu.

— Então, boa noite!

— Boa noite Jake!

O cowboy saiu fechando a porta, deu um largo sorriso caminhando com a badeja vazia – A Ruana crinuda gosta de flor, Jake você acerto!

Nessie olhou para as flores e curvou o corpo afastando o abajur da mesa de cabeceira ao lado dando espaço para o vaso, o colocou sobre a mesa e sorriu se deitando cuidadosamente, olhou para o soro ainda estava pela metade, em seguida fechou os olhos.

Antes de adormecer pensou em Sara e Jacob, uma lagrima rolou em seu rosto, mas não era de tristeza, ela estava grata por Deus ter colocando dois anjos em seu caminho.